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1 2 Professora: Ana Júlia Brasi Pires Kachan apires@kachan.adv.br @profanajuliakachan CONCEITO Conceito de seguridade social (artigo 194 CF): um conjunto de princípios, de regras e de instituições destinado a estabelecer um sistema de proteção social aos indivíduos contra contingências que os impeçam de prover as suas necessidades pessoais básicas e de suas famílias, integrado por ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, visando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. Na forma de como dispõe o artigo 194, a Seguridade Social compreende um conjunto integrado de ações, de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, objetivando assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. A Saúde é direito de todos e dever do Estado, mediante a implementação de políticas que visem diminuição dos riscos de doenças e agravos (prevenção) e que garantam tratamento igualitário (acesso a todos os tipos de tratamento), conforme determina o artigo 196 da Constituição Federal. A Assistência Social é um sistema não contributivo e é prestada pelo Estado a quem dela necessitar. Dentre os objetivos previstos no artigo 203 da Constituição Federal, que versam sobre a Assistência Social, podemos destacar o do inciso V, que garante benefício de um salário mínimo à pessoa portadora de deficiência e ao idoso que comprovem não possuir meios de prover à própria manutenção ou de tê-la provida por sua família. Este benefício está regulamentado pela Lei Orgânica da Assistência Social e, apesar de ser gerenciado pelo INSS, não é benefício previdenciário. mailto:apires@kachan.adv.br 3 A Previdência Social é um sistema organizado sob a forma de regime geral, de caráter contributivo e filiação obrigatória, com a observância de critérios que garantam equilíbrio financeiro e atuarial. EVOLUÇÃO HISTÓRIA MUNDIAL – BREVES CONSIDERAÇÕES A doutrina majoritária entende como marco mundial da previdência social a Lei dos Seguros Sociais de 1883, na Alemanha, criada por Otto Von Bismarck. Bismarck criou o seguro-doença e, posteriormente, o seguro de acidentes de trabalho, de invalidez e de velhice. Segundo Frederico Amado, “era um sistema equilibrado, de capitalização, compulsório e bastante restrito, pois se tratava de um seguro celebrado entre patrões e empregados, por imposição do Estado, com contribuições de ambos, mas limitado a estes trabalhadores”. Em 1942 foi instituído, na Inglaterra, o Plano Beveridge, que incluía toda a população e era custeado com recursos dos tributos em geral. Era universal e solidário, mas de difícil equilíbrio atuarial. EVOLUÇÃO LEGISLATIVA BRASILEIRA – principais elementos Em 1543 foi criado o plano de pensão para os funcionários da Santa Casa de Santos. As primeiras formas de proteção no Brasil deram-se por meio das Santas Casas. A de Santos é a mais antiga. Em 1835 foi criado o Montepio Geral dos Servidores do Estado – MONGERAL. Em 1919, foi publicada a Lei 3.724/19 – Lei de Acidentes do Trabalho – que previa a responsabilidade objetiva do empregador. A doutrina considera o marco inicial da previdência social a edição da Lei Eloy Chaves – Decreto Legislativo 4 4.682, de 24.1.23 – por essa razão no dia 24.01 é comemorado o dia da Previdência Social (OBS: É o marco, mas não a primeira legislação sobre Previdência). A Lei Eloy Chaves criou as Caixas de Aposentadoria e Pensões nas empresas de estrada de ferro existentes (ferroviários). As CAPs eram administradas pelos empregadores, o Estado apenas estabelecia as regras de funcionamento. Assegurava os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária (equivalente a tempo de contribuição), pensão por morte e assistência médica. Eram organizadas por empresas, de natureza privada, com filiação facultativa. Na década de 30 começaram a ser criados os Institutos de Aposentadorias e pensões – os interessados se organizavam por categorias, e não mais por empresas – o setor ficou segmentado, vez que as categorias mais fortes, tinham mais direitos e geravam prestações melhores. Eram subordinadas à União, com controle do Estado, portanto passa a ser pública. Diferenciação entre CAIXAS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES – por empresa e INSTITUTOS DE APOSENTADORIAS E PENSÕES – por categoria profissional. Os principais Institutos de Aposentadorias e Pensões foram: - A) dos Marítimos (IAPM) – Decreto 22.827, de 29.06.1933; - B) dos Bancários (IAPB) – Decreto 24.614, de 09.06.1934; - C) dos Comerciários (IAPC) – Decreto 24273, de 22.05.1934; - D) dos Industriários (IAPI) – Lei 367, de 31.12.1936; 5 - E) dos Servidores dos Estados (IPASE – Instituto de Previdência e Assistência dos Servidores do Estado) – Decreto-Lei 288, de 23.02.1938 – congregava os funcionários públicos da União e foi extinto pela reforma do sistema em 1977, que criou o SINPAS; - F) dos Empregados em Transportes e Cargas (IAPTEC) – Decreto-Lei 651, de 26.08.1938; O sistema de institutos de aposentadorias e pensões se encerra com a criação do INPS em 1966 (legislação em vigor em 1967) A Constituição Federal de 1934 traz a primeira menção expressa aos direitos previdenciários, com custeio TRIPARTITE entre trabalhadores, empregadores e Estado, com gestão estatal. A Lei 3.807, de 26.08.1960 – LOPS – Lei Orgânica da Previdência Social – unificou a legislação previdenciária entre todos os Institutos previdenciários. Lastreou-se na: A) unificação dos benefícios e serviços previdenciários, eliminando legislativamente as diferenças históricas de tratamento entre os trabalhadores; B) igualdade no sistema de custeio com a unificação das alíquotas de contribuição incidentes sobre a remuneração do trabalhador (entre 6% e 8%); C) ampliação dos riscos e contingências sociais cobertas. Na época, é importante frisar, o Brasil foi considerado como o país que mais proteção previdenciária concedia, com 17 benefícios de caráter obrigatório; Importante salientar, também, que a unificação legislativa precedeu a unificação administrativa. E isso porque o INPS – Instituto Nacional de Previdência Social – somente foi criado pelo Decreto-Lei 72, de 21.11.1966 – entra em vigor em 01.01.1967. 6 Em 1977 foi instituído o SINPAS – Sistema Nacional de Previdência e Assistência Social. Abrangendo: DATAPREV (empresa de processamento de dados), INPS, FUNABEM (Fundação Nacional do Bem-Estar do Menor), IAPAS (órgão arrecadador); CEME (Central de distribuição de Medicamentos); INAMPS (saúde) e LBA (Legião Brasileira de Assistência) – para memorização usamos a expressão DIFICIL Em 1990 (Lei 8.029/90) é criado o Instituto Nacional do Seguro Social que concentra todas as ações, é resultado da fusão do IAPAS com o INPS. A CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 – instituiu a Seguridade Social no Brasil, prevendo custeio tripartite entre União, Estados, Municípios e Distrito Federal; Trabalhadores e Empregados. Três áreas de atuação: assistência social, assistência à saúde e previdência social. MODELO PROTETIVO. Em 1991 – Leis 8.212/91 e 8.213/91 – plano de custeio da seguridade social e plano de benefícios da Previdência Social Destaque para as alterações introduzidas no sistema pela Emenda Constitucional nº 20/98, dentre as quais podem ser citadas a idade de 16 anos para filiação como segurado facultativo e a extinção da aposentadoria por tempo de serviço. Lei 11.457/2007 extingue a Secretaria da Receita Previdenciária. A partir desta lei, as contribuições passaram a ser arrecadas e fiscalizadas pela Secretaria da Receita Federal do Brasil (SRFB). FONTES DO DIREITO PREVIDENCIÁRIO 1- Fontes materiaissão fatores que interferem na produção de suas normas jurídicas (variáveis sociais, econômicas e políticas). 2- Fontes formais são as normas que regem a relação. No Direito Previdenciário são as regras decorrentes da atividade legiferante: constitucional, legal ou regulamentar. 7 Incluem-se: Constituição Federal e seus princípios, Emendas Constitucionais, leis complementares, ordinárias e delegadas, Medidas Provisórias, tratados, convenções e outros acordos internacionais que versem sobre a matéria (destaque para a Convenção nº 102 da OIT ratificada pelo Decreto-Legislativo 269/2008) – primárias - decretos, portarias, instruções normativas e ordens de serviço do Ministério da Previdência Social, resoluções do Conselho Nacional da Previdência Social, instruções normativas, ordens de serviço e resoluções expedidas pelo INSS - secundárias. No Direito Previdenciário temos duas relações: a de custeio, que deve ser interpretada como norma tributária e a de seguro social (benefícios), direito fundamental de largo espectro que deve ser interpretada buscando-se o fim social da norma. AUTONOMIA O direito previdenciário, por possuir princípios previstos em capítulo específico da Constituição, além de institutos, legislação e objeto, que lhe são próprios, possui total independência em relação aos demais ramos do direito. ORGANIZAÇÃO DA SEGURIDADE SOCIAL: O Conselho Nacional de Previdência Social é formado por 15 membros (6 representantes do governo, 3 representantes dos aposentados, 3 dos empresários e 3 dos trabalhadores). Atribuições: apreciar e aprovar políticas públicas e a gestão da previdência e também aprovar o orçamento da previdência social antes de sua inclusão no orçamento da seguridade social. Estabilidade: Os membros que sejam empregados terão estabilidade desde a nomeação até um ano após o término do mandato (mandato de 2 anos, sendo possível uma recondução). 8 Conselho de Recursos da Previdência Social: 29 Juntas de Recursos (primeira instância) e quatro Câmaras de Julgamento (segunda instância): julgam benefícios. Vigência temporal A regra geral é que a lei entra em vigor quando de sua publicação no Diário Oficial. Porém, caso não seja expressa neste sentido, começará a ter eficácia temporal a partir de quarenta e cinco dias de sua publicação - no território nacional - ou três meses - no estrangeiro. As leis de custeio da previdência, normas sobre criação ou majoração de contribuições previdenciárias, podem ser exigidas noventa dias depois de publicadas. Direto adquirido e previdência social Antes de implementadas todas as condições para a obtenção de um benefício o segurado ou dependente só possui expectativa de direito e não direito adquirido. Competência legislativa:- Compete exclusivamente à União legislar sobre seguridade social (artigo 22, XXIII, da CF/88). Todavia, compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre previdência social, proteção e defesa da saúde, proteção e integração das pessoas portadoras de deficiência e proteção à infância e à juventude (artigo 24 CF/88). Isto significa que a União tem competência exclusiva para legislar a respeito das matérias de interesse da previdência social, exceto no que diz respeito aos regimes de previdência dos Estados, Distrito Federal e Municípios. 9 É importante ressaltar que a Emenda Constitucional nº 103/19, atribuiu à União a competência exclusiva para legislar sobre regras gerais de inatividade remunerada de policiais militares e bombeiros dos estados e Distrito Federal (alteração no artigo 22, XXI, da CF/88). PRINCÍPIOS/OBJETIVOS DA SEGURIDADE SOCIAL (ARTIGO 194, PARÁGRAFO ÚNICO DA CF/88) Segundo a métrica traçada pelo constituinte, o sistema de seguridade social brasileiro obedece a um conjunto de princípios (apropriadamente denominados objetivos) que possuem, entre si, uma hierarquia além de, claro, sobreporem-se às demais normas do ordenamento protetivo 1- Universalidade da cobertura e do atendimento A seguridade social deve garantir cobertura a todo e qualquer evento que possa conduzir a uma situação de necessidade (universalidade de cobertura); É universal pois de acesso de todos (mesmo no caso da previdência, pois qualquer um pode ser filiado); O princípio tem um caráter objetivo, que é a universalidade da cobertura; e um caráter subjetivo, que é a universalidade do atendimento. O primeiro, objetivo, diz respeito aos eventos cobertos, e não é absoluto, o Estado dá proteção na medida de sua capacidade econômica e de acordo com a necessidade dos protegidos. o caráter subjetivo diz respeito aos titulares do direito à proteção social. 2- uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; A uniformidade vai dizer respeito aos aspectos objetivos, às contingências que irão ser cobertas. Já a equivalência vai tomar por base o aspecto pecuniário ou do atendimento 10 dos serviços, que não serão necessariamente iguais, mas equivalentes, na medida do possível, dependendo do tempo de contribuição, coeficiente de cálculo, idade, sexo, etc. 3- Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços; O legislador escolhe e seleciona os riscos que serão protegidos através da legislação ordinária, de acordo com a capacidade econômica do Estado. A seletividade e a distributividade devem ser pautadas sempre que possível pelo princípio da universalidade (caráter programático, ou seja, é criada – o Estado diz que o sistema é universal, mas essa universalidade é dada por ele, que seleciona o que proteger); A seletividade consiste na eleição dos riscos e contingências sociais a serem cobertos. Já a distributividade implica na criação dos critérios/requisitos para acesso aos riscos objeto de proteção, de forma a atingir o maior número de pessoas, proporcionando assim uma cobertura mais ampla; 4- Irredutibilidade do valor dos benefícios Visa manter o PODER REAL DE COMPRA, protegendo os benefícios dos efeitos maléficos da inflação. Esse princípio se aplica apenas aos benefícios e não aos serviços. Conforme entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF), esse princípio assegura a manutenção do valor nominal do benefício (RE 263.252). É importante ressaltar que não há vinculação dos benefícios a número de salários mínimos. 5- Equidade na forma de participação no custeio 11 Assegura a participação no custeio do sistema de seguridade social, na medida da capacidade contributiva da cada um. Por exemplo, suporta progressividade, como se verifica nas alíquotas de 7,5, 9, 12 e 14% (EC 103/19) incidentes sobre a remuneração do empregado, empregado doméstico e trabalhador avulso (art. 20 da Lei 8.212/91). O ônus do empregador é maior por força de sua capacidade econômica em relação ao empregado. O teto de R$6.101,06 (vigência 2020) só se aplica às contribuições do empregado. Se o salário for maior a contribuição do empregador será maior. 6- Diversidade da base de financiamento, identificando-se, em rubricas contábeis específicas para cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações de saúde, previdência e assistência social, preservado o caráter contributivo da previdência social (redação da EC 103/19) A constituição federal prevê diversas bases de sustentação do sistema previdenciário, visando dar-lhe segurança e estabilidade. Podemos chamar de CUSTEIO DIRETO E CUSTEIO INDIRETO. A diversidade de base de financiamento está expressa no art. 195, da Constituição Federal. Diversidade subjetiva: mais de um sujeito. Diversidade objetiva: vários fatos dão ensejo à incidência de contribuição. 7- Gestão democrática e descentralizada do sistema A gestão do sistema équadripartite, ou seja, o sistema é gerido com participação de representantes dos trabalhadores, empregadores, aposentados e Estado; 12 Foram criados diversos conselhos de estrutura colegiada, o mais importante deles é o CNPS – CONSELHO NACIONAL DA PREVIDÊNCIA SOCIAL. FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL – ARTIGO 195 CF Princípios Implícitos:- 1. princípio da contrapartida: nenhum benefício poderá ser criado, majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total. Isso explica o fato de que, não obstante a Emenda Constitucional nº 72/2013, tenha estendido aos domésticos o direito ao salário família e aos benefícios por acidente do trabalho, os mesmos só passaram a ser exigíveis depois da regulamentação da contribuição, com o Simples Doméstico. Não se aplica às entidades privadas. (RE 583.567). 2. princípio da anterioridade nonagesimal: as contribuições sociais só podem ser exigidas após decorridos 90 (noventa) dias da data da publicação da lei que as houver instituído ou modificado – única limitação temporal – afastada a regra do exercício financeiro seguinte (artigo 150, III, b). Súmula 669/STF – não se aplica à norma que altera prazo de recolhimento. 3. princípio da solidariedade: Aqueles que têm melhores condições financeiras, devem contribuir com uma parcela maior, os que têm menores condições financeiras contribuem com uma parcela menor; os que ainda estão trabalhando contribuem para o sustento dos que já se aposentaram ou estejam incapacitados para o trabalho (artigo 3º CF/88). É o chamado pacto intergeracional. Diretamente ligado ao principio da solidariedade 13 Aqueles que têm melhor condição financeira devem contribuir com uma parcela maior, os que têm menores condições financeiras, com uma parcela menor; os que ainda estão trabalhando contribuem para o sustento dos que já se aposentaram ou estejam incapacitados para o trabalho, enfim, vários setores da sociedade participam do esforço arrecadatório em benefício das pessoas mais carentes. A Previdência Social adota o sistema de repartição simples: todas as contribuições são revertidas para um único fundo, atendendo a um universo de beneficiários (maior proteção social); Na previdência complementar vale o sistema de capitalização, os recolhimentos são revertidos para um fundo individual (ou capitalizado) que responderá para o pagamento dos próprios benefícios e despesas de administração. A competência é privativa da União para legislar, podendo os outros entes legislarem no que diz respeito aos Regimes Próprios. A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios e das seguintes contribuições sociais (TRIPARTITE):- 1 – do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre:- a)a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; b) a receita ou o faturamento; c) o lucro; 2- do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão 14 concedidas pelo regime geral da previdência social (redação da EC 103/19); Obs: Essa imunidade não existe no regime próprio de previdência social, apenas no regime geral. A imunidade não é do aposentado ou do pensionista, e sim da aposentadoria ou pensão. Desta forma, resta evidente a obrigação de recolhimento sobre eventual verba remuneratória. Como exemplo podemos citar o aposentado que permanece ou retorna ao mercado de trabalho e, neste caso, é segurado obrigatório da Previdência Social, não fazendo jus a revisão de seu benefício ou a qualquer prestação, exceto salário-família e reabilitação profissional, quando empregado. 3- sobre a receita de concursos de prognósticos; 4- do importador de bens ou serviços do exterior ou de quem a lei a ele equiparar; Características:- 1. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não integrando o orçamento da União. 2. A proposta de orçamento da seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes orçamentárias, assegurada a cada área gestão de seus recursos. 3. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público, nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios (suspenso pela EC 106/20 enquanto durar a pandemia); 15 4. A lei pode criar outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou expansão da seguridade social, observado o disposto no art 154, I (competência da União para criar contribuições residuais, por lei complementar – não cumulativos e que não tenham a mesma base de cálculo e o mesmo fato gerador); 5. O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, em empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei; 6. As contribuições sociais dos empregadores, empresas e equiparados poderão ter alíquotas ou base de cálculo diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão de obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho, sendo também autorizada a adoção de bases de cálculo diferenciadas apenas no caso das alíneas “b” e “c” do inciso I do caput (Redação da EC 103/19 – regra de transição no artigo 30 – preservadas as contribuições substitutivas instituídas antes da reforma – fim da desoneração da folha) 7. Regra do artigo 167, XI, da CF/88 – É vedada a utilização dos recursos provenientes das contribuições sociais exigidas das empresas, empregadores e equiparados sobre a folha salarial e dos trabalhadores e demais segurados, para realização de despesas distintas do pagamento de benefício do regime geral de Previdência social. DA PREVIDÊNCIA SOCIAL CONCEITO: SISTEMA ORGANIZADO SOB A FORMA DE REGIME GERAL, DE CARÁTER CONTRIBUTIVO E DE FILIAÇÃO OBRIGATÓRIA, COM A OBSERVÂNCIA DE CRITÉRIOS QUE GARANTAM EQUILIBRIO FINANCEIRO E ATUARIAL. Ou SEJA, precisa primeiro obter antecipadamente os recursos para depois selecionar e quantificar os benefícios. Sistema contributivo/retributivo. 16 FINALIDADE: ASSEGURAR AOS SEUS BENEFICIÁRIOS, MEDIANTE CONTRIBUIÇÃO, A MANUTENÇÃO POR MOTIVO DE INCAPACIDADE, DESEMPREGO INVOLUNTÁRIO, IDADE AVANÇADA, TEMPO DE SERVIÇO, ENCARGOS FAMILIARES E PRISÃO OU MORTE DAQUELES DE QUEM DEPENDIAM ECONOMICAMENTE. PRINCÍPIOS e REGRAS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL:- 1- Caráter contributivo e Filiação Obrigatória; Não há benefício sem contribuição e basta exercer atividade remunerada para ser considerada obrigatória sua filiação. É possível, ainda, a filiação facultativa. 2- Equilíbrio atuarial e financeiro; As receitas devem ser suficientes para bancar os pagamentos de benefícios. 3- Universalidade de participação nos planos previdenciários; 4- Uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e rurais; 5- seletividade e distributividade na prestação dos benefícios; 6- cálculos dos benefícios considerando-se os salários de contribuições corrigidos monetariamente; Artigo 201, § 3º - todos os saláriosde contribuição considerados para cálculo do benefício serão atualizados na forma da lei. Isso significa que todos os salários de contribuição (base de incidência da contribuição previdenciária) serão corrigidos para efeito de cálculo do salário de benefício (média aritmética simples dos cem por cento maiores salários de contribuição, de julho/94 em diante ou data de ingresso no sistema, se posterior, conforme EC 103/19). 17 7- irredutibilidade do valor dos benefícios de forma a preservar-lhes o poder aquisitivo; 8- valor da renda mensal dos benefícios substitutos do salário de contribuição ou do rendimento do segurado não inferior a um salário mínimo. Exceção: auxílio-acidente e salário-família. Esses benefícios, na verdade, não têm a característica de substituir o salário de contribuição ou o rendimento do segurado. 9- previdência complementar facultativa, custeada por contribuição adicional; 10- caráter democrático e descentralizado da administração (quadripartite). 11 - No regime geral de previdência social não podem ser estabelecidos critérios diferenciados para efeito de concessão de aposentadoria, exceto no caso de trabalho desempenhado em condições especiais que prejudiquem a saúde ou a integridade física ou nos casos de deficiência. Essa regra constitucional, diz respeito à aposentadoria especial, devida ao segurado empregado, trabalhador avulso e contribuinte individual filiado à cooperativa de trabalho ou de produção, que trabalhe, durante quinze, vinte ou vinte cinco anos, sujeito a condições que prejudiquem sua saúde ou integridade física. Diz respeito, ainda, a aposentadoria diferenciada do portador de deficiência, que aposenta por tempo de contribuição com redução proporcional ao grau de deficiência ou, por idade, com redução de cinco anos, mantida a carência de cento e oitenta contribuições. NOVA REDAÇÃO – EC 103/19 §1º É vedada a adoção de requisitos ou critérios diferenciados para concessão de benefícios, ressalvada, nos termos de lei complementar, a possibilidade de previsão de idade e tempo de contribuição distintos da regra geral para http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art201%C2%A71.0 18 concessão de aposentadoria exclusivamente em favor dos segurados: I - com deficiência, previamente submetidos a avaliação biopsicossocial realizada por equipe multiprofissional e interdisciplinar; II - cujas atividades sejam exercidas com efetiva exposição a agentes químicos, físicos e biológicos prejudiciais à saúde, ou associação desses agentes, vedada a caracterização por categoria profissional ou ocupação. 12. É ASSEGURADO O REAJUSTAMENTO DOS BENEFÍCIOS PARA O FIM DE SE PRESERVAR, EM CARÁTER PERMANENTE, O SEU VALOR REAL, CONFORME CRITÉRIOS DEFINIDOS EM LEI. O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data base do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no INPC (Índice Nacional de Preços ao Consumidor/IBGE). 13. É ASSEGURADA A CONTAGEM RECÍPROCA DE TEMPO DE CONTRIBUIÇÃO NA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA E NA ATIVIDADE PRIVADA, RURAL E URBANA, HIPÓESE EM QUE OS DIVERSOS REGIMES DE PREVIDÊNCIA SOCIAL SE COMPENSARÃO FINANCEIRAMENTE, SEGUNDO CRITÉRIOS ESTABELECIDOS EM LEI (ART. 201, § 9º). Isso significa que, a qualquer tempo, é possível levar tempo de contribuição de um regime para outro, desde que os sistemas se compensem financeiramente. 14. A Lei instituirá sistema especial de inclusão previdenciária, com alíquotas diferenciadas, para atender aos trabalhadores de baixa renda, inclusive os que se encontram em situação de informalidade, e àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias de baixa renda. 19 O Plano Simplificado de Previdência, permite que os segurados contribuinte individual, desde que não preste serviços a empresas, e facultativo optem por excluir o direito à aposentadoria por tempo de contribuição e contribuam com alíquota de 11% (onze por cento) sobre o salário mínimo. Em caso de MEI (microempreendedor individual) e dona de casa de baixa renda que se dedique exclusivamente ao trabalho doméstico, esta alíquota será de 5% (cinco por cento). - BENEFÍCIOS DE 1 SALÁRIO MÍNIMO (EC 103/19) 15. Aquele que exerce concomitantemente mais de uma atividade remunerada sujeita ao RGPS é obrigatoriamente filiado em relação a cada uma delas. BENEFICIÁRIOS DA PREVIDÊNCIA SOCIAL - RGPS - Beneficiários da Previdência Social – beneficiário é toda pessoa protegida pelo sistema previdenciário, seja na qualidade de segurado ou dependente. Já dissemos, são o sujeito ativo das prestações previdenciárias; - Segurados são as pessoas que mantém vínculo com a Previdência Social, decorrendo deste vínculo direitos e deveres. Os direitos são representados pela entrega da prestação previdenciária sempre que constatada a ocorrência do risco/contingência social protegida. Os deveres representados pela obrigação de pagamento das prestações previdenciárias; - Os segurados são classificados em obrigatórios e facultativos. A qualidade de segurado do obrigatório surge em razão do exercício de atividade profissional ligada à previdência social. A do facultativo surge da manifestação de vontade da criação do vínculo previdenciário; - Segurados são pessoas físicas, com mais de 16 anos (exceção ao aprendiz – mais de 14 anos) 20 - Os dependentes previdenciários são aqueles que mantém vínculo de dependência jurídico e/ou econômico com os segurados da previdência social. - Segurados obrigatórios são aqueles que exercem qualquer tipo de atividade remunerada, de natureza urbana ou rural, abrangida pelo Regime Geral, de forma efetiva ou eventual, com ou sem vínculo empregatício; - São eles: os empregados, os empregados domésticos, os contribuintes individuais, os trabalhadores avulsos e os segurados especiais. - O artigo 11 da Lei 8213/91 (E ARTIGO 12 DA LEI 8.212/91 E ARTIGO 9º DECRETO 3048/99) determina como segurados obrigatórios as seguintes pessoas físicas: - 1 - Empregado – PESSOAS QUE POSSUEM UMA RELAÇÃO DE EMPREGO. CONCEITO MAIS AMPLO QUE O DO DIREITO DO TRABALHO. - A) aquele que presta serviço de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado. Exemplos: URBANO: Office-boy, secretária, professor, administrador etc. RURAL: bóia-fria, tirador de leite, vaqueiro, operador de agroindústria e agropecuária que atua no setor agrário etc.; - B) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas. Exemplo: balconista contratado por loja no período de festas natalinas; - C) brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa nacional no exterior. Exemplo: empregado de banco com agência no exterior; 21 - D) aquele que presta serviço no Brasil a missão diplomática ou a repartição consular de carreira estrangeira e a órgãos a ela subordinados, ou a membros dessas missões e repartições, excluídos o não-brasileiro sem residência permanente no Brasil e o brasileiro amparado pela legislação previdenciária do país da respectiva missão diplomática ou repartição consular; - E)O brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo de segurado na forma da legislação vigente no país do domicílio. São exemplosempregados da OIT e da ONU; - F) brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em empresa domiciliada no exterior, cuja maioria do capital votante pertença a empresa brasileira de capital nacional; - G) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações Públicas Federais. O § 13 do art. 40 da Constituição Federal, acrescentado pelo art. 1º da EC 20/98, vincula ao Regime Geral de Previdência Social o servidor público ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração da União, Estados, DF e Municípios e suas respectivas autarquias e fundações púbicas, bem como de outro cargo temporário ou de emprego público. - H) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social; Ex vereador (vide RE 626.837 – Incide contribuição previdenciária sobre os rendimentos pagos aos exercentes de mandato eletivo, decorrentes da prestação de serviços à União, a Estados e ao Distrito Federal ou a municípios, após o advento da Lei nº 10.887/2004, desde que não vinculados a regime próprio de previdência) 22 - I) o empregado de organismo oficial internacional ou estrangeiro em funcionamento no Brasil, salvo quando coberto por regime próprio de previdência social; 2 – empregado doméstico: - Aquele que presta serviço de natureza contínua a pessoa ou família, no âmbito residencial desta, em atividades sem fins lucrativos; - Na forma da Lei Complementar nº 150/2015, “aquele que presta serviços de forma contínua, subordinada, onerosa e pessoal e de finalidade não lucrativa à pessoa ou à família, no âmbito residencial destas, por mais de 2 (dois) dias por semana”. - Consideram-se também domésticos: o motorista particular; a enfermeira particular; o caseiro, inclusive aquele que trabalha em área rural; o piloto ou comandante de aeronave particular; o vigia particular; o jardineiro; a governanta; o mordomo, etc.; - A diarista é contribuinte individual, a não ser quando exerce atividade que a enquadre como empregada doméstica. 3 – contribuinte individual (Lei 9876/99): pessoas que trabalham sem vínculo empregatício. - A) a pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade agropecuária a qualquer título, em caráter permanente ou temporário, em área superior a 4 módulos fiscais; ou, quando em área igual ou inferior a 4 módulos fiscais ou pesqueira, com auxílio de empregados ou por intermédio de prepostos; (PREVISAO RESIDUAL DO SEGURADO ESPECIAL) - B) pessoa física, proprietária ou não, que explora atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não contínua; 23 OBSERVAÇÃO: O GARIMPEIRO JÁ FOI SEGURADO ESPECIAL, MAS HOJE É CONTRIBUINTE INDIVIDUAL; - C) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa. - D) o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio; - E) o titular de firma individual urbana ou rural, o diretor não empregado e o membro de conselho de administração de sociedade anônima, o sócio solidário, o sócio de indústria, o sócio gerente e o sócio cotista que recebam remuneração decorrente de seu trabalho em empresa urbana ou rural, e o associado eleito para cargo de direção em cooperativa, associação ou entidade de qualquer natureza ou finalidade, bem como o síndico ou administrador eleito para exercer atividade de direção condominial, desde que recebam remuneração; - F) Quem presta serviço de natureza urbana ou rural, em caráter eventual, a uma ou mais empresas, sem relação de emprego; - G) A pessoa física que exerce, por conta própria, atividade econômica de natureza urbana, com fins lucrativos ou não; 4 – trabalhador avulso: - Quem presta, a diversas empresas, sem vínculo empregatício, serviço de natureza urbana ou rural definidos no regulamento; - Aquele que, sindicalizado ou não, presta serviço de natureza urbana ou rural a diversas empresas, sem vínculo empregatício, com a intermediação obrigatória do órgão gestor de mão-de-obra (OGMO), nos termos da Lei 6.830, de 25.02.93, ou do sindicato da categoria, assim considerados: 24 - A) o estivador, inclusive o trabalhador de estiva em carvão e minério; - B) o trabalhador em alvarenga (embarcação para carga e descarga de navios); - C) conferente de carga e descarga; - D) consertador de carga e descarga; - E) vigia de embarcações; - F) amarrador de embarcações; - G) trabalhador em serviço de bloco, assim entendido o que exerce atividade de limpeza e conservação de embarcações; - H) trabalhador de capatazia, assim entendido o que exerce atividade de movimentação de mercadorias nas instalações de uso público, compreendendo o recebimento, conferência, transporte interno, abertura de volumes para conferência aduaneira, manipulação, arrumação, entrega, bem como o carregamento e descarga de embarcações quando efetuados por aparelhamento portuário; - I) arrumador; - J) ensacador de café; - K) trabalhador na indústria de extração de sal; - L) carregador de bagagem em portos; - M) prático de barra em portos (pessoa que conhece os acidentes hidrográficos de determinada área e conduzem as embarcações através destas áreas); - N) guindasteiro; - O) classificador, movimentador e empacotador de mercdorias; 25 - P) outros como tal classificados pelo Ministério do Trabalho e Emprego; 5 – segurado especial: - O produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais, o pescador artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios nos termos da lei; - A idade de 16 anos é a mínima estabelecida pela Constituição Federal para o trabalho do menor (art. 7º, XXXIII) - Lei 11.718/2008 – definiu segurado especial como a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o eventual auxílio de terceiros a título de mútua colaboração, na condição de: a) Produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiros outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade: 1- Agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais; ou 2- De seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades nos termos do inciso XII do caput do art. 2 da Lei 9985/2000 e faca destas atividades o principal meio de vida; b) Pescador artesanal ou a este assemelhado, que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida; e 26 c) Cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 anos de idade ou a este equiparados, do segurado de que tratam as alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo. REGIME DE ECONOMIA FAMILIAR É AQUELE EM QUE O TRABALHO DOS MEMBROS DA FAMÍLIA É INDISPENSÁVEL À SUBSISTÊNCIA DA MESMA. - Lei 12.873/2013 – O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por prazo determinado ou eventual à razão de no máximo 120 (cento e vinte) pessoas por dia no ano civil, em períodos corridos ou intercalados ou ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho, não sendo computado neste prazo o período de afastamento em decorrência da percepçãode auxílio-doença. Art. 18,§ 5º, Regulamento, admite a inscrição post mortem do segurado especial. Não descaracteriza a condição de segurado especial: a) receber benefício assistencial. b) ser vereador. c) ser dirigente de cooperativa ou sindicato. d) utilizar o imóvel para turismo por até 120 dias por ano. e) trabalhar na entressafra ou no defeso. f) associar-se a cooperativa agropecuária. g) receber auxílio-acidente, pensão por morte e auxílio- reclusão no valor de um salário mínimo. *MODIFICAÇÕES DA LEI 13.846/2019 PARA O SEGURADO ESPECIAL:- 27 "Art. 38-A. O Ministério da Economia manterá sistema de cadastro dos segurados especiais no Cadastro Nacional de Informações Sociais - CNIS, observado o disposto nos § 4º e § 5º do art. 17, e poderá firmar acordo de cooperação com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento e com outros órgãos da administração pública federal, estadual, distrital e municipal para a manutenção e a gestão do sistema de cadastro. § 1º O sistema de que trata o caput preverá a manutenção e a atualização anual do cadastro e conterá as informações necessárias à caracterização da condição de segurado especial, nos termos do disposto no Regulamento. § 2º Da aplicação do disposto neste artigo não poderá resultar nenhum ônus para os segurados, sem prejuízo do disposto no § 4º deste artigo. § 4º A atualização anual de que trata o § 1º será feita até 30 de junho do ano subsequente. § 5º É vedada a atualização de que trata o § 1º deste artigo após o prazo de cinco anos, contado da data estabelecida no § 4º” § 6º Decorrido o prazo de 5 (cinco) anos de que trata o § 5º deste artigo, o segurado especial só poderá computar o período de trabalho rural se efetuados em época própria a comercialização da produção e o recolhimento da contribuição prevista no art. 25 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991." "Art.38-B. ........................................................... ..................................................... § 1º A partir de 1º de janeiro de 2023, a comprovação da condição e do exercício da atividade rural do segurado especial ocorrerá exclusivamente pelas informações constantes do cadastro a que se refere o art. 38-A desta Lei. § 2º Para o período anterior a 1º de janeiro de 2023, o segurado especial comprovará o tempo de exercício da atividade rural por meio de autodeclaração ratificada por entidades públicas credenciadas, nos termos do art. 13 da http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art38a.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art38a%C2%A71.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art38a%C2%A71.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art38a%C2%A74 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art38b%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm#art13 28 Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, e por outros órgãos públicos, na forma prevista no Regulamento. § 3º Até 1º de janeiro de 2025, o cadastro de que trata o art. 38-A poderá ser realizado, atualizado e corrigido, sem prejuízo do prazo de que trata o § 1º deste artigo e da regra permanente prevista nos §§ 4º e 5º do art. 38-A desta Lei. § 4º Na hipótese de divergência de informações entre o cadastro e outras bases de dados, para fins de reconhecimento do direito ao benefício, o INSS poderá exigir a apresentação dos documentos referidos no art. 106 desta Lei. § 5º O cadastro e os prazos de que tratam este artigo e o art. 38-A desta Lei deverão ser amplamente divulgados por todos os meios de comunicação cabíveis para que todos os cidadãos tenham acesso à informação sobre a existência do referido cadastro e a obrigatoriedade de registro." "Art. 39. Para os segurados especiais, referidos no inciso VII do caput do art. 11 desta Lei, fica garantida a concessão: I - de aposentadoria por idade ou por invalidez, de auxílio-doença, de auxílio-reclusão ou de pensão, no valor de 1 (um) salário mínimo, e de auxílio-acidente, conforme disposto no art. 86 desta Lei, desde que comprovem o exercício de atividade rural, ainda que de forma descontínua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, igual ao número de meses correspondentes à carência do benefício requerido, observado o disposto nos arts. 38-A e 38-B desta Lei; Art. 106. A comprovação do exercício de atividade rural será feita, complementarmente à autodeclaração de que trata o § 2º e ao cadastro de que trata o § 1º, ambos do art. 38- B desta Lei, por meio de, entre outros: IV - Declaração de Aptidão ao Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar, de que trata o http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2010/Lei/L12188.htm#art13 29 inciso II docaputdo art. 2º da Lei nº 12.188, de 11 de janeiro de 2010, ou por documento que a substitua; 6 - Segurados facultativos - Por meio da figura dos facultativos se cumpre o princípio da universalidade do atendimento; - Facultativos são toda e qualquer pessoa maior de 16 anos de idade que não exerça atividade remunerada que as enquadrem como obrigatórios, por força do inciso XXXIII do art. 7º da CF, com a redação dada pelo art. 1º da EC 20/98 (estabeleceu 16 anos para o trabalho do menor); - Exemplos: a dona de casa; o síndico de condomínio, quando não remunerado; - O bolsista e estagiário, inclusive o de advocacia, que prestem serviços à empresa, de acordo com a Lei; - O estudante; - O brasileiro que acompanha cônjuge que presta serviço no exterior; - Aquele que deixou de ser segurado obrigatório da previdência social; - O membro de conselho tutelar de que trata o artigo 132 da Lei 8.069/90, quando não estiver vinculado a qualquer regime de previdência social; - O presidiário que não exerce atividade remunerada nem esteja vinculado a qualquer regime de previdência social; - O brasileiro residente ou domiciliado no exterior, salvo se filiado a regime previdenciário de país com o qual o Brasil mantenha acordo internacional; 30 - Segurado recolhido à prisão sob regime fechado ou semi-aberto, que preste serviços dentro ou fora da prisão - OBSERVAÇÃO IMPORTANTE: NÃO PODE SER FILIADO FACULTATIVO AQUELE QUE ESTÁ VINCULADO A REGIME PRÓPRIO DE PREVIDÊNCIA. SALVO SE AFASTADO DESTE SEM VENCIMENTOS. - Lei 8112/90, artigo 183, § 3º assegura ao servidor licenciado ou afastado sem remuneração a manutenção da vinculação ao regime do Plano de Seguridade do Servido Público, mediante o recolhimento mensal da respectiva contribuição (Neste caso não se admite a filiação ao Regime Geral como facultativo). - Aposentados de Regimes Próprios também não podem ser filiados facultativos do regime geral. DEPENDENTES: - Para o direito previdenciário é relevante a dependência jurídica e econômica, sendo dependente econômico alguém que viva as expensas do segurado. A legislação previdenciária trata de dependentes presumidos e comprovados. - Dependentes presumidos são aqueles que não precisam demonstrar a dependência econômica, apenas o liame jurídico entre eles e o segurado. - Dependentes comprovados devem provar que vivem as expensas do segurado. - O art. 16 da lei 8213/91 estabelece três classes de dependentes: - 1) preferencial (1ª classe) – o cônjuge, a companheira, o companheiro e o filho não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou 31 deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015); - 2ª classe – pais; - 3ª classe – o irmão não emancipado, de qualquer condição, menor de 21 (vinte e um) anos ou inválido ou que tenha deficiência intelectual ou mental ou deficiência grave; (Redação dada pela Lei nº 13.146, de 2015); - a ordem de vocação é aplicada apenas uma vez, na data da ocorrênciado evento gerador da prestação previdenciária. Neste momento verifica-se quais são os dependentes, aplicando-se a regra legal que determina que os da classe superior excluem os da classe inferior. O valor da pensão será dividido em partes iguais, computado o número de cotas para fins de cálculo da RMI; - os dependentes da mesma classe concorrem em igualdade de condições; - a dependência econômica da classe I é presumida (tema está afetado pela TNU). A dos demais deve ser comprovada; - UNIÃO ESTÁVEL: convivência pública, continua e duradoura estabelecida com o objetivo de constituir família (artigo 1723 Código Civil). - artigo 111 do Decreto 3048/99 – o cônjuge divorciado ou separado judicialmente ou de fato, que recebia pensão de alimentos, receberá a pensão em igualdade de condições com os demais dependentes de primeira classe; Parágrafo único. Na hipótese de o segurado estar, na data do seu óbito, obrigado por determinação judicial a pagar alimentos temporários a ex-cônjuge ou a ex-companheiro ou ex- companheira, a pensão por morte será devida pelo prazo remanescente na data do óbito, caso não incida outra hipótese de cancelamento anterior do benefício. - Súmula 336 STJ – A mulher que renunciou alimentos na separação tem direito à pensão previdenciária por morte do http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2015-2018/2015/Lei/L13146.htm#art101 32 ex-marido, comprovada a necessidade econômica superveniente. - Súmula 37 DA TNU – A pensão por morte devida ao filho até 21 anos de idade, não se prorroga pela pendência de curso universitário; - Obs: art 16, § 2º - O enteado e o menor tutelado, equiparam-se a filho mediante declaração do segurado e desde que comprovada a dependência econômica na forma do regulamento; (Decreto 3048/99 – artigo 16 – deve apresentar 1 declaração escrita do segurado, 2 comprovar dependência econômica e 3 comprovar que não possua bens suficientes para o próprio sustento e educação) - Art. 16 § 3º Considera-se companheiro ou companheira a pessoa que, sem ser casada, mantem união estável com o segurado ou com a segurada, de acordo com o § 3º do art. 226 da Constituição Federal. - “§ 5º A prova de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior a 24 (vinte e quatro) meses anterior à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior e ou caso fortuito, conforme disposto no Regulamento” (Lei 13.846/19) § 6º Na hipótese da alíneacdo inciso V do § 2º do art. 77 desta Lei, a par da exigência do § 5º deste artigo, deverá ser apresentado, ainda, início de prova material que comprove união estável por pelo menos 2 (dois) anos antes do óbito do segurado.(Lei 13.846/19) § 7º Será excluído definitivamente da condição de dependente quem tiver sido condenado criminalmente por sentença com trânsito em julgado, como autor, coautor ou partícipe de homicídio doloso, ou de tentativa desse crime, cometido contra a pessoa do segurado, ressalvados os absolutamente incapazes e os inimputáveis"(lei 13.846/19) 33 Decreto 3018/99 – artigo 16 § 6º - Considera-se união estável aquela configurada na convivência pública, contínua e duradoura entre pessoas, estabelecida com intenção de constituição de família, observado o disposto no § 1º do art. 1.723 da Lei nº 10.406, de 2002 - Código Civil, desde que comprovado o vínculo na forma estabelecida no § 3º do art. 22. (Redação dada pelo Decreto nº 10.410, de 2020). § 6º-A As provas de união estável e de dependência econômica exigem início de prova material contemporânea dos fatos, produzido em período não superior aos vinte e quatro meses anteriores à data do óbito ou do recolhimento à prisão do segurado, não admitida a prova exclusivamente testemunhal, exceto na ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito, observado o disposto no § 2º do art. 143. (Incluído pelo Decreto nº 10.410, de 2020) Concubinato (AGRG RESP 1.016.574-SC e Temas 526 e 529 STF) Não é possível cumular mais de uma pensão deixada por cônjuge ou companheiro, ressalvada a opção pela mais vantajosa. MENOR SOB GUARDA – EXCLUÍDO PELA EC 103/19 DO ROL DE DEPENDENTES PREVIDENCIÁRIOS - §3º, ARTIGO 16, DECRETO 10.410/20 – ENTENDIMENTO JURISPRUDENCIAL FIRMADO EM SENTIDO CONTRÁRIO ART 23, § 6º DA EC 103/19 – “Equiparam-se a filho, para fins de recebimento da pensão por morte, exclusivamente o enteado e o menor tutelado, desde que comprovada a dependência econômica” DIREITO PREVIDENCIÁRIO E HUMANITÁRIO. RECURSO ESPECIAL REPRESENTATIVO DA CONTROVÉRSIA. PROCESSAMENTO NOS TERMOS DO ART. 543-C DO CPC E DA RESOLUÇÃO 08/STJ. DIREITO DO MENOR SOB GUARDA À PENSÃO POR MORTE DO SEU MANTENEDOR. EMBORA A LEI 9.528/97 O TENHA EXCLUÍDO DO ROL DOS DEPENDENTES PREVIDENCIÁRIOS NATURAIS OU LEGAIS DOS SEGURADOS DO INSS. PROIBIÇÃO DE RETROCESSO. DIRETRIZES CONSTITUCIONAIS DE http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1723%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2002/L10406.htm#art1723%C2%A71 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2020/Decreto/D10410.htm#art1 34 ISONOMIA, PRIORIDADE ABSOLUTA E PROTEÇÃO INTEGRAL À CRIANÇA E AO ADOLESCENTE (ART. 227 DA CF). APLICAÇÃO PRIORITÁRIA OU PREFERENCIAL DO ESTATUTO DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE (LEI 8.069/90), POR SER ESPECÍFICA, PARA ASSEGURAR A MÁXIMA EFETIVIDADE DO PRECEITO CONSTITUCIONAL DE PROTEÇÃO. PARECER DO MPF PELO NÃO CONHECIMENTO DO RECURSO, A TEOR DA SÚMULA 126/STJ. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO, PORÉM DESPROVIDO. RECURSO ESPECIAL Nº 1.411.258 – RS – julgamento 11.10.2017 Casos de emancipação – artigo 5º Código Civil: concessão dos pais, pelo casamento, pelo exercício de emprego público efetivo, pela colação de grau em curso de ensino superior, pelo estabelecimento civil ou comercial ou pela existência de relação de emprego, desde que, em função deles, o menor com 16 anos completo tenha economia própria. Inscrição e Filiação: Filiação é a relação jurídica estabelecida entre o segurado e o órgão previdenciário. É o vínculo jurídico que se estabelece entre pessoas que contribuem para o Regime Geral da Previdência Social-RGPS, decorrendo deste vínculo direitos e obrigações entre o segurado e a entidade gestora da previdência social; Inscrição é o ato material de filiação promovido pelo segurado. É o ato pelo qual o segurado é cadastrado no Regime Geral de Previdência Social, mediante comprovação dos dados pessoais e de outros elementos necessários e úteis à sua caracterização; É A FORMALIZACAO DA FILIACAO. ATENÇÃO PARA A ALTERAÇÃO DA LEI 13.846/2019 – “NÃO SERÁ ADMITIDA A INSCRIÇÃO POST MORTEM DE SEGURADO CONTRIBUINTE INDIVIDUAL E DE SEGURADO FACULTATIVO” – ARTIGO 17, § 7º DA LEI 8.213/91) “Art. 18, § 4º Os benefícios referidos no caput deste artigo poderão ser solicitados, pelos interessados, aos Oficiais de Registro Civil das Pessoas Naturais, que 35 encaminharão, eletronicamente, requerimento e respectiva documentação comprobatória de seu direito para deliberação e análise do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), nos termos do regulamento." (Lei 13.846/19) MAUTENÇÃO E PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO Qualidade de segurado é o requisito para concessão de quase todos os benefícios da previdência social. Pela regra, os segurados preservam essa condição enquanto estiverem vertendo contribuições para a Previdência Social ou enquanto estiverem exercendo atividade remunerada. O artigo 15 da Lei 8213/91 prevê o denominado período de graça, no qualo segurado mantém a qualidade de segurado independentemente de contribuição. O período de graça é uma criação que permite a extensão da proteção previdenciária em casos taxativamente determinados pela legislação; - Período de graça não conta como tempo de contribuição; - Mantém a qualidade de segurado, independentemente de contribuições: - A) sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício, exceto do auxílio-acidente (Lei 13.846/19); - B) até 12 meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração (ou deixar de receber benefício por incapacidade); - C) até doze meses após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação compulsória; - D) até 12 meses após o livramento, o segurado detido ou recluso; 36 - E) até 3 meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas para prestar serviço militar; - F) até seis meses após a cessação das contribuições para o segurado facultativo; - O prazo da letra b será prorrogado para até 24 meses se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado; - E por mais 12 meses se comprovar estar desempregado, desde que comprovada a situação por registro no órgão próprio do Ministério do trabalho e Emprego, estando inscrito no SINE (Serviço Nacional de Empregos do Ministério do Trabalho e Emprego); TNU 0500946- 65.2014.4.05.8400 – aplica ao contribuinte individual) - SUMULA 27 DA TNU – A ausência de registro no Ministério do Trabalho não impede a comprovação da condição de desemprego por outros meios admitidos em direito. - TEMA 255 DA TNU – A prorrogação do período de graça para quem já pagou mais de 120 contribuições pode ocorrer mais de uma vez. - A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia 16 do segundo mês seguinte ao término dos prazos fixados no artigo 15; Ex: Se o período de graça terminar em maio, o segurado teria até 15 de julho para efetuar o pagamento da contribuição de junho. Com isso ganha mais 45 dias. Novidade Lei 13.846/2019 - “Art. 27-A Na hipótese de perda da qualidade de segurado, para fins da concessão dos benefícios de auxílio-doença, de aposentadoria por invalidez, de salário-maternidade e de auxílio-reclusão, o segurado deverá contar, a partir da data da nova filiação à Previdência Social, com metade dos períodos previstos nos incisos I, III e IV do caput do art. 25." http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art27a. 37 Alterações Legislativas Até 7.7.2016 – art. 24 Lei 8213/91 – 1/3 da carência De 8.7.2016 a 4.11.16 – MP 739/2016 – carência integral De 5.11.2016 a 5.01.2017 – art. 24 Lei 8213/91 – 1/3 da carência De 6.1.2017 a 26.6.2017 – MP 767/2017 – carência integral De 27.6.2017 a 17.1.2019 – Lei 13.457/17 – ½ da carência De 18.1.2019 a 17.6.2019 – MP 871/19 – carência integral De 18.6.2019 em diante – Lei 13.846/19 – ½ da carência Tema 176 da TNU – aplicam-se as regras vigentes no início da incapacidade do segurado – 5001792-09.2017.4.047129 A lei 10.666/203 revoga parcialmente o parágrafo único do art. 24 da Lei 8213/91 ao estabelecer no art. 3º que a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial, e na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão do benefício, desde que o segurado conte, com no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data de entrada do requerimento do benefício; Outra hipótese em que a perda da qualidade de segurado não gera efeitos se dá quando o segurado já tinha direito adquirido ao benefício (artigo 102, § 1º da Lei 8.213/91 – a perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos os requisitos segundo legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos); PREVIDENCIÁRIO. RECURSO ESPECIAL. APOSENTADORIA POR INVALIDEZ. PERDA DA QUALIDADE DE SEGURADO NÃO CARACTERIZADA. RECURSO ESPECIAL PROVIDO. 1. Não ocorre a perda da qualidade de segurado quando, à época da saída do emprego, a parte autora já apresentava sinais de problemas que a impediam de exercer atividades laborais e preenchia os requisitos necessários à aposentadoria por invalidez. 2. Recurso especial provido (STJ – Resp 826.555/SP) Período de carência: 38 Artigo 24 da Lei 8213/91 estabelece que o período de carência é o número mínimo de contribuições indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de sua competência; Inicia-se a contagem para o segurado empregado e trabalhador avulso a partir da data da filiação ao RGPS; Para os contribuintes individuais, empregados domésticos, segurados especiais (se contribuintes facultativos) e segurados facultativos a partir da data do pagamento efetivo da primeira contribuição sem atraso, não sendo consideradas para este fim as contribuições recolhidas em atraso referente a competências anteriores à primeira em dia, nem as abaixo do mínimo; - Diferenciar: período de graça (mantem a qualidade de segurado mesmo sem contribuir) – período de carência (está contribuindo, mas não tem direito a determinados benefícios) – tempo de contribuição (período efetivamente contribuído); O período de carência conta a partir da filiação, pois a lei determina que são presumidos os pagamentos regulares pelo empregador(art.33, parágrafo 5 – lei 8212/91); Mesmo raciocínio se aplica aos contribuintes individuais que prestarem serviços a pessoa jurídica ou forem filiados a cooperativa de trabalho (art. 4 da Lei 10.666/2003 – responsabilidade deles pelo recolhimento); O artigo 25 prescreve os períodos de carência das seguintes prestações previdenciárias: - I - auxílio doença e aposentadoria por invalidez comum – 12 contribuições mensais; - II – aposentadoria por idade, tempo de contribuição e especial – 180 contribuições; 39 - Observar regra de transição prevista no artigo 142 da Lei 8.213/91 (essa lei aumentou o prazo de 60 para 180 contribuicoes) ANO DE IMPLEMENTACAO DAS CONDICOES MESES DE CONTRIBUICAO EXIGIDOS 1991 60 1992 60 1993 66 1994 72 1995 78 1996 90 1997 96 1998 102 1999 108 2000 114 2001 120 2002 126 2003 132 2004 138 2005 144 2006 150 2007 156 2008 162 2009 168 2010 2011 174 180 - III – salário-maternidade para as seguradas de que tratam os incisos V e VII do caput do art. 11 e o art. 13: dez contribuições mensais, respeitado o disposto no parágrafo único do art. 39 (Redação da Lei 13.846/2019) - Observação: se o parto for antecipado, a carência é diminuída na medida da antecipação. Ex: se o parto adiantar 1 mês, a carência diminui 1 mês.; - IV – auxílio reclusão: vinte e quatro contribuições mensais (Redação da MP 871/2019 – CUIDADO, ANTES DA LEI 13.846/19 O AUXÍLIO RECLUSÃO NÃO EXIGIA CARÊNCIA) 40 - o artigo 26 prevê que independem de carência: - I – pensão por morte, salário família e auxílio- acidente (REDAÇÃO DA LEI 13.846/2019); - II – auxílio-doença e aposentadoria por invalidez nos casos de acidente de qualquer natureza ou causa e de doença profissional ou do trabalho, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das doenças ou afecções especificadas em lista elaborada pelos Ministérios da Saúde e da Previdência Social a cada 3 anos, de acordo com os critérios de estigma, deformação, mutilação, deficiência ou outro fator que lhe confira especificidade e gravidade que mereçam tratamento particularizado (redação da Lei 13.135/2015); - III – os benefícios concedidos na forma do incisoI do art. 39, aos segurados especiais referidos no inciso VII do art. 11 (aposentadoria por idade ou por invalidez, auxílio- doença, auxílio-reclusão ou pensão, no valor de 1 salário- mínimo, desde que comprovado o tempo de atividade rural, ainda que de forma descontinua, no período imediatamente anterior ao requerimento do benefício, , igual ao numero de meses da carência do beneficio requerido; - IV – serviço social; - V – reabilitação profissional; - VI – salário maternidade para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e segurada doméstica; Art. 151. Até que seja elaborada a lista de doenças mencionada no inciso II do art. 26, independe de carência a concessão de auxílio-doença e de aposentadoria por invalidez ao segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, esclerose múltipla, hepatopatia grave, neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de 41 Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado da doença de Paget (osteíte deformante), síndrome da deficiência imunológica adquirida (aids) ou contaminação por radiação, com base em conclusão da medicina especializada. Súmula 73 – TNU – “O tempo de gozo de auxílio-doença ou de aposentadoria por invalidez não decorrentes de acidente de trabalho só pode ser computado como tempo de contribuição ou para fins de carência quando intercalado entre períodos nos quais houve recolhimento de contribuições para a previdência social”. SALÁRIO-DE-BENEFÍCIO E CÁLCULOS DOS BENEFÍCIOS PREVIDENCIÁRIOS Salário de contribuição: base de incidência da contribuição previdenciária. Salário-de-benefício: é a base de cálculo da renda mensal inicial da maioria dos benefícios. RMI – Renda mensal inicial. SB – salário-de-benefício NOVA REGRA EC 103/19 – Art. 26. Até que lei discipline o cálculo dos benefícios do regime próprio de previdência social da União e do Regime Geral de Previdência Social, será utilizada a média aritmética simples dos salários de contribuição e das remunerações adotados como base para contribuições a regime próprio de previdência social e ao Regime Geral de Previdência Social, ou como base para contribuições decorrentes das atividades militares de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal, atualizados monetariamente, correspondentes a 100% (cem por cento) do período contributivo desde a competência julho de 1994 ou http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art42 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art42 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art142 42 desde o início da contribuição, se posterior àquela competência. § 1º A média a que se refere o caput será limitada ao valor máximo do salário de contribuição do Regime Geral de Previdência Social para os segurados desse regime e para o servidor que ingressou no serviço público em cargo efetivo após a implantação do regime de previdência complementar ou que tenha exercido a opção correspondente, nos termos do disposto nos §§ 14 a 16 do art. 40 da Constituição Federal. § 2º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 60% (sessenta por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º, com acréscimo de 2 (dois) pontos percentuais para cada ano de contribuição que exceder o tempo de 20 (vinte) anos de contribuição nos casos: I - do inciso II do § 6º do art. 4º, do § 4º do art. 15, do § 3º do art. 16 e do § 2º do art. 18; II - do § 4º do art. 10, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º e no § 4º deste artigo; III - de aposentadoria por incapacidade permanente aos segurados do Regime Geral de Previdência Social, ressalvado o disposto no inciso II do § 3º deste artigo; e IV - do § 2º do art. 19 e do § 2º do art. 21, ressalvado o disposto no § 5º deste artigo. § 3º O valor do benefício de aposentadoria corresponderá a 100% (cem por cento) da média aritmética definida na forma prevista no caput e no § 1º: I - no caso do inciso II do § 2º do art. 20; II - no caso de aposentadoria por incapacidade permanente, quando decorrer de acidente de trabalho, de doença profissional e de doença do trabalho. § 4º O valor do benefício da aposentadoria de que trata o inciso III do § 1º do art. 10 corresponderá ao resultado do tempo de contribuição dividido por 20 (vinte) anos, limitado a um inteiro, multiplicado pelo valor apurado na forma do caput do § 2º deste artigo, ressalvado o caso de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art40%C2%A714.0 43 cumprimento de critérios de acesso para aposentadoria voluntária que resulte em situação mais favorável. § 5º O acréscimo a que se refere o caput do § 2º será aplicado para cada ano que exceder 15 (quinze) anos de tempo de contribuição para os segurados de que tratam a alínea "a" do inciso I do § 1º do art. 19 e o inciso I do art. 21 e para as mulheres filiadas ao Regime Geral de Previdência Social. § 6º Poderão ser excluídas da média as contribuições que resultem em redução do valor do benefício, desde que mantido o tempo mínimo de contribuição exigido, vedada a utilização do tempo excluído para qualquer finalidade, inclusive para o acréscimo a que se referem os §§ 2º e 5º, para a averbação em outro regime previdenciário ou para a obtenção dos proventos de inatividade das atividades de que tratam os arts. 42 e 142 da Constituição Federal. § 7º Os benefícios calculados nos termos do disposto neste artigo serão reajustados nos termos estabelecidos para o Regime Geral de Previdência Social. - O valor do salario de benefício não será inferior ao de um salário mínimo, nem superior ao do limite máximo do salário de contribuição na data de início do benefício. - Se no período básico de cálculo o segurado tiver recebido benefícios por incapacidade, sua duração será contada, considerando-se como salário de contribuição, no período, o salário de benefício que serviu de base para o cálculo da renda mensal, reajustado nas mesmas épocas e bases dos benefícios em geral, não podendo ser inferior a 1 salário mínimo; BENEFÍCIOS PREVIDENCIARIOS RMI Aposentadoria por idade, com tempo mínimo de contribuição – EC 103/19 60% + 2% para cada ano que supere 20 para o homem e 15 para a mulher aplicado sobre o SB http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art42 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/Constituicao.htm#art142 44 Regras de Transição Cálculo próprio para cada regra Aposentadoria especial 60% + 2% para cada ano que supere 20 para o homem e 15 para a mulher (exceto para atividades que geram direito com 15 anos de exposição) aplicado sobre o SB Aposentadoria por incapacidade permanente 60% + 2% para cada ano que supere 20 para o homem e 15 para a mulher aplicado sobre o SB ou 100% se for acidente de trabalho Auxílio-doença 91% do SB (limite média dos últimos 12 meses – regra superada pela EC 103/19?) BENEFÍCIOS PREVIDENCIARIOS (são 10 benefícios) RMI Auxílio-acidente 50% do salário de benefício Auxílio-reclusão Mesmo cálculo da pensão por morte, porém não pode ultrapassar 1 sala mínimo (art 27, § 1º EC 103) Salário-maternidade Não é calculado pelo SB – varia de acordo com a categoria de segurado Salário-família Não é calculado pelo SB 45 Pensão por morte Cota 50% + 10% (limite 100%)/ 100% em caso de depend invalido, incidente sobre aposentadoria que recebia ou aposentadoria por incapacidade na data do óbito ATENÇÃO – LEI 13.135/2015 INTRODUZIU NO ARTIGO 29 DA LEI 8.213/91 O § 10:- “§ 10. O auxílio-doença não poderá exceder a média aritmética simples dos últimos doze salários-de- contribuição, inclusive no caso de remuneração variável, ou, se não alcançado o númerode doze, a média aritmética simples dos salários-de-contribuição existentes.” REGRA MANTIDA PELO DECRETO 10.410/20, MAS QUE NÃO FOI RECEPCIONADA PELA EC 103/19 (TEMA PARA DISCUSSÃO JUDICIAL) Ao segurado empregado e ao trabalhador avulso que tenham cumprido todas as condições para a concessão do benefício pleiteado mas não possam comprovar o valor dos seus salários de contribuição no período básico de cálculo, será concedido o benefício de valor mínimo, devendo esta renda ser recalculada, quando da apresentação de prova dos salários de contribuição. NOVIDADE LEI 13.846/19: - ATIVIDADES CONCOMITANTES "Art. 32. O salário de benefício do segurado que contribuir em razão de atividades concomitantes será calculado com base na soma dos salários de contribuição das atividades exercidas na data do requerimento ou do óbito, ou no período básico de cálculo, observado o disposto no art. 29 desta Lei. § 1º O disposto neste artigo não se aplica ao segurado que, em obediência ao limite máximo do salário de contribuição, contribuiu apenas por uma das atividades concomitantes. § 2º Não se aplica o disposto neste artigo ao segurado que tenha sofrido redução do salário de contribuição das http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/L8213cons.htm#art29%C2%A710 46 atividades concomitantes em respeito ao limite máximo desse salário” ATENÇÃO – TEMA 1.070 – AFETADO PELO STJ – possibilidade de sempre somar os salários de contribuição nas atividades concomitantes TNU 5003449-95.2016.4.04.7201 REAJUSTAMENTO DO VALOR DOS BENEFÍCIOS:- O valor dos benefícios em manutenção será reajustado, anualmente, na mesma data do reajuste do salário mínimo, pro rata, de acordo com suas respectivas datas de início ou do último reajustamento, com base no Índice Nacional de Preços ao Consumidor - INPC, apurado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE CNIS – CADASTRO NACIONAL DE INFORMAÇÕES SOCIAIS:- O INSS utilizará as informações constantes no Cadastro Nacional de Informações Sociais – CNIS sobre os vínculos e as remunerações dos segurados, para fins de cálculo do salário-de-benefício, comprovação de filiação ao Regime Geral de Previdência Social, tempo de contribuição e relação de emprego. Decreto 3048/99 - Art. 19 § 1º O segurado poderá solicitar, a qualquer tempo, a inclusão, a exclusão, a ratificação ou a retificação de suas informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS, independentemente de requerimento de benefício, exceto na hipótese prevista no art. 142, observado o disposto nos art. 19-B e art. 19-C. § 2º Informações inseridas extemporaneamente no CNIS, independentemente de serem inéditas ou retificadoras de http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art19%C2%A71.0 http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto/D3048.htm#art19%C2%A72.0 47 dados anteriormente informados, somente serão aceitas se corroboradas por documentos que comprovem a sua regularidade, na forma prevista no art. 19-B. O segurado poderá solicitar, a qualquer momento, a inclusão, exclusão ou retificação de informações constantes do CNIS, com a apresentação de documentos comprobatórios dos dados divergentes, conforme critérios definidos pelo INSS. Considera-se extemporânea a inserção de dados decorrentes de documento inicial ou de retificação de dados anteriormente informados, quando o documento ou a retificação, ou a informação retificadora, forem apresentados após os prazos estabelecidos em regulamento. Havendo dúvida sobre a regularidade do vínculo incluído no CNIS e inexistência de informações sobre remunerações e contribuições, o INSS exigirá a apresentação dos documentos que serviram de base à anotação, sob pena de exclusão do período. Acidentes do Trabalho: Beneficiários das Prestações. Conceito. Acidente típico, doença profissional, doença do trabalho. Excludentes. O tema está inserido na legislação previdenciária, mais especificamente nas Leis 8.212/91 (custeio do RAT/SAT) e 8.213/91 (definições e benefícios – artigos 19 a 23), com as alterações posteriores, ambas regulamentadas pelo Decreto 3048/99. O custeio específico, pelas empresas, dos benefícios decorrentes do risco ambiental do trabalho RAT/SAT (1%, 2% ou 3%, majorados ou reduzidos pelo FAP – Fator Acidentário de Proteção), justificam a exclusão dos segurados facultativo e contribuinte individual do âmbito de proteção da legislação. Assim, apenas têm direito aos benefícios acidentários os segurados empregado, trabalhador avulso, segurado especial 48 e empregado doméstico por força da Emenda Constitucional nº 72/2013 e Lei Complementar 150/2015. Conforme dispõe o artigo 19 da Lei 8.213/91, o acidente de trabalho é conceituado como: aquele que ocorre pelo exercício do trabalho a serviço da empresa ou de empregador doméstico, ou pelo exercício do trabalho do segurado especial, provocando lesão corporal ou perturbação funcional, que cause a morte ou perda ou redução, permanente ou temporária, da capacidade para o trabalho. Tem como consequência lesão corporal (que deixa sintomas externos – exemplo: amputação traumática em máquina) ou perturbação funcional (desordem orgânica que é imperceptível – exemplo: lombalgia de quem trabalha carregando e descarregando caminhão) Consideram-se acidente do trabalho a doença profissional e a doença do trabalho. As doenças profissionais, também denominadas TECNOPATIAS, estão conceituadas no art. 20, I, da Lei 8.213/91; (listas A e B do Anexo II do Dec 3048/99) e são aquelas produzidas ou desencadeadas pelo exercício do trabalho peculiar a determinada atividade (e não pelo ambiente de trabalho), hipóteses em que há nexo presumido (presunção legal). Exemplo: LER/DORT (montadores) e FARINGITE (professores). Já as doenças do trabalho, mesopatias, são aquelas adquiridas ou desencadeadas em função de condições especiais em que o trabalho é realizado e como ele se relacione diretamente (art. 20, II, da Lei 8.213/91 e Decreto 3.048/99 (Listas A e B)). Exemplo:- SILICOSE, ASBESTOSE. Em caso excepcional, constatando-se que a doença não incluída na citada relação resultou das condições especiais em que o trabalho é executado e com ele se relaciona diretamente, a Previdência Social deve considera-la acidente do trabalho (art. 20, § 2º). Não são consideradas acidente de trabalho: doenças degenerativas, inerentes ao grupo etário, que não produzam incapacidade e doenças endêmicas adquiridas por segurado 49 habitante de região em que ela se desenvolva, salvo comprovação de que é resultante de exposição ou contato direto determinado pela natureza do trabalho. DIA DO ACIDENTE Considera-se como dia do acidente, no caso de doença profissional ou do trabalho, a data do início da incapacidade laborativa para o exercício da atividade habitual, ou o dia da segregação compulsória, ou o dia em que for realizado o diagnóstico, valendo para este efeito o que ocorrer primeiro. CARÊNCIA/BENEFÍCIOS Para os benefícios devidos em razão do acidente de trabalho (auxílio acidente, auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e pensão por morte) a lei não exige o cumprimento do requisito carência (número mínimo de contribuições). Os benefícios são calculados pelo mesmo critério, independentemente de serem da espécie acidentária. Todavia, os benefícios por incapacidade decorrentes de acidentes de trabalho sempre serão computados como tempo de contribuição, independentemente de períodos intercalados de atividades. - Equiparam-se ao acidente do trabalho (artigo 21 – 8.213/91/ ampla proteção): I- Acidente que embora não tenha sido causa única tenha contribuído diretamente para a morte, redução ou perda da capacidade de trabalho ou produzido lesão que exija atenção
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