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Resumo "Trabalhando com pensamentos automáticos"

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UNIVERSIDADE LUTERANA DO BRASIL 
Campus Cachoeira do Sul/RS 
Curso de Psicologia 
 
 
Disciplina: Teorias Psicoterápicas II Data: 28/09/2019 
Professora: Laura Machado 
Acadêmica: Hanna Kemel Brum 
 
RESUMO 
“Capítulo 5: Trabalhando com pensamentos automáticos” 
 
Existem padrões distintivos de pensamentos automáticos nos transtornos 
psiquiátricos e o trabalho de modificar esses estilos de pensamento podem reduzir 
significativamente os sintomas, isso é um dos construtos básicos mais importantes da 
terapia cognitivo-comportamental (TCC). Terapeutas cognitivo-comportamentais 
dedicam uma grande parte das sessões à tarefa de trabalhar com os pensamentos 
automáticos. 
Há duas fases na abordagem da TCC para os pensamentos automáticos. Antes, o 
terapeuta ajuda o paciente a identificar os pensamentos automáticos, depois o foco volta-
se para os métodos de aprendizagem para modificar esses pensamentos automáticos 
negativos e direcionar o pensamento do paciente para uma forma mais adaptativa. É raro 
haver uma divisão clara entre essas fases, a identificação e a modificação acontecem 
juntamente. 
 
IDENTIFICAÇÃO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS 
Métodos para identificar pensamentos automáticos: 
• Reconhecimento das mudanças de humor – O terapeuta pede ao paciente 
para identificar os pensamentos automáticos que passavam por sua cabeça 
quando seu humor começou a mudar. A mudança de humor é um método útil 
de descobrir pensamentos automáticos porque gera cognições que são 
emocionalmente carregadas, imediatas e de alta relevância pessoal. O impacto 
da emoção na memória é outra razão para focar nas mudanças de humor. 
• Psicoeducação - Geralmente, dedicamos algum tempo no início da terapia a 
breves explicações sobre a natureza dos pensamentos automáticos e como eles 
influenciam a emoção e o comportamento. Essas explicações podem 
funcionar melhor se seguirem-se à identificação de uma mudança de humor 
ou estiverem relacionadas com um fluxo específico de pensamentos que 
foram descobertos durante a sessão. 
• Descoberta guiada - É a técnica mais frequentemente usada para identificar 
pensamentos automáticos durante as sessões. Se fazem questionamentos que 
estimulem a emoção, de modo específico. O questionamento para descobrir 
pensamentos automáticos é quase sempre melhor se for focado em uma 
situação definida e memorável. É útil focalizar em eventos recentes e não no 
passado distante, manter-se em uma linha de questionamento e um tópico, 
tentar evitar pular de tópico em tópico, ir fundo. Os pacientes relatam apenas 
alguns pensamentos automáticos ou parecem entrar em contato com 
cognições superficiais. Quando isso acontece, o terapeuta pode fazer outras 
perguntas que ajudem o paciente a contar a história toda, utilizando suas 
habilidades de empatia, tentando se imaginar na mesma situação que o 
paciente. 
• Registro de pensamentos - Registrar os pensamentos automáticos no papel 
(ou em um computador) é uma das técnicas da TCC mais úteis e mais usadas. 
O fato de ver os pensamentos escritos no papel geralmente dá início ao 
empenho espontâneo de rever ou corrigir cognições desadaptativas. O registro 
de pensamentos normalmente é apresentado na fase inicial da terapia de um 
modo simples, que ajude os pacientes a aprenderem sobre os pensamentos 
automáticos sem sobrecarregá-los com muitos detalhes. O registro de 
pensamentos mais elaborado, com características como nomear os erros 
cognitivos e gerar alternativas racionais normalmente é adiado até que o 
paciente adquira experiência e confiança na identificação de pensamentos 
automáticos. No começo da terapia, um método usado é pedir aos pacientes 
para usarem duas ou três colunas para registrar seus pensamentos, primeiro 
na sessão e depois em casa. 
• Exercícios de imagens mentais - Essa técnica consiste em ajudar os 
pacientes a reviver eventos importantes em sua imaginação para que entrem 
em contato com os pensamentos e sentimentos que tiveram quando os eventos 
aconteceram. Às vezes, só é necessário pedir aos pacientes que voltem no 
tempo e se imaginem na situação, mas às vezes é útil preparar o terreno, 
utilizando lembranças ou perguntas para reavivar suas memórias. 
• Exercícios de role-play - No role-play o terapeuta faz o papel de uma pessoa 
na vida do paciente e depois estimula uma interação que possa trazer à tona 
os pensamentos automáticos. Os papéis também podem ser invertidos, o 
paciente faz o papel da outra pessoa e o terapeuta, o papel do paciente. Esta 
técnica é menos frequentemente usada por requerer um esforço especial para 
ser iniciada e implementada. O role-play pode ser um método útil para revelar 
pensamentos automáticos e normalmente é visto pelos pacientes como uma 
demonstração positiva do interesse e preocupação do terapeuta. O role-play 
também pode ser um bom método para os alunos praticarem as técnicas de 
TCC, fazer o papel do paciente para treinamento desse método pode ajudar 
os terapeutas a sentirem um pouco do que os pacientes vivenciam no processo 
de TCC. 
• Uso de inventários - O inventário mais extensivamente pesquisado para 
pensamentos automáticos é o Questionário de Pensamentos Automáticos 
(ATQ, em inglês) de Hollon e Kendall (1980). Esse questionário também 
pode ser usado no consultório quando os pacientes tiverem dificuldades para 
detectar suas cognições. O ATQ tem 30 itens, os quais são classificados 
quanto à frequência de ocorrência em uma escala de cinco pontos, de 0 
(“Nunca”) a 4 (“O tempo todo”). O programa de computador Good gays 
ahead: the multimedia program for cognitive therapy contém um longo 
módulo sobre pensamentos automáticos que ensina os pacientes a reconhecer 
e modificar essas cognições. 
 
MODIFICAÇÃO DE PENSAMENTOS AUTOMÁTICOS 
• Questionamento socrático – O processo de questionamento é a espinha dorsal 
das intervenções cognitivas para mudar pensamentos disfuncionais. Alguns dos 
benefícios do questionamento socrático são: intensificação da relação terapêutica, 
estimulação da indagação, melhor entendimento de cognições e comportamentos 
importantes e promoção do engajamento ativo do paciente na terapia. Algumas 
das características-chave do questionamento socrático que devem ser lembradas 
ao se utilizar este método para modificar pensamentos automáticos: 
1. Faça perguntas que revelem oportunidades de mudança; 
2. Faça perguntas que tragam resultados; 
3. Faça perguntas que envolvam os pacientes no processo de aprendizagem; 
4. Elabore perguntas de forma que seja produtivo para o paciente; 
5. Evite fazer perguntas de comando. Não se deve usar o questionamento socrático 
para estabelecer o terapeuta como um expert; 
6. Use perguntas de múltipla escolha. Normalmente, o bom questionamento 
socrático é feito de perguntas abertas. 
• Registros de mudança de pensamento - O automonitoramento é totalmente feito 
através dos registros de pensamento com cinco colunas e métodos semelhantes de 
registro de pensamentos designados para ajudar os pacientes a modificarem os 
pensamentos automáticos. O registro de pensamentos disfuncionais (RPD) 
incentiva os pacientes a reconhecer seus pensamentos automáticos, aplicar muitos 
dos métodos descritos anteriormente e a observar resultados positivos em seus 
esforços para modificar seu pensamento. Sugere-se que os pacientes preencham 
os RPDs regularmente como tarefa de casa e que tragam os registros às sessões 
de terapia. Às vezes, os pacientes conseguem utilizar sozinhos o RPD e obtêm 
mudanças substanciais no pensamento, mas eles também podem ficar estagnados 
e incapazes de gerar alternativas racionais. Ao registro de três colunas 
normalmente usado para identificar pensamentos automáticos, são adicionadas 
duas colunas, “pensamentos racionais” e “resultado”. Na primeira coluna os 
pacientes devem escrever uma situação ou a lembrança de uma situaçãoque 
estimulou os pensamentos automáticos. Na segunda coluna, registram os 
pensamentos automáticos e o grau de crença nesses pensamentos no momento em 
que ocorreram, na terceira coluna as emoções são registradas. A quarta coluna, 
“resposta racional”, é usada para registrar alternativas racionais para pensamentos 
automáticos desadaptativos e para classificar os pensamentos modificados quanto 
ao grau de crença. Mas o RPD sozinho geralmente estimula os pacientes a 
considerarem alternativas e desenvolverem um estilo mais racional de 
pensamento. 
• Geração de alternativas racionais – Ao ensinar os pacientes a desenvolverem 
pensamentos lógicos, é importante enfatizar que a TCC não é a “força do 
pensamento positivo”. Tentar substituir pensamentos negativos por outros 
positivos irreais levarão ao fracasso, principalmente se o paciente tiver sofrido 
perdas ou traumas reais ou se estiver enfrentando problemas com uma alta 
probabilidade de resultados adversos. 
Opções ao treinar seus pacientes no desenvolvimento de pensamentos lógicos: 
1. Abra sua mente para as possibilidades. 
2. Pense como pensava antes. 
3. Faça um brainstorm. Explique a técnica de brainstorm. 
4. Aprenda com os outros. 
• Identificação de erros cognitivos - Para ajudar os pacientes a identificar erros 
cognitivos, primeiro é necessário ensiná-los sobre a natureza dos problemas no 
raciocínio lógico. Solicitar ao paciente que leia sobre erros cognitivos em um livro 
ou usar um programa de computador para terapia cognitiva, é o modo mais eficaz 
de transmitir esses conceitos. Geralmente, explica-se rapidamente os erros 
cognitivos em uma sessão quando há um exemplo óbvio de uma dessas distorções 
da lógica. Então, sugere-se uma tarefa de casa para promover o processo de 
aprendizagem. Reconhecer qualquer erro cognitivo pode ajudá-los a pensar de 
maneira mais lógica e lidar melhor com seus problemas. 
• Exame das evidências - Essa técnica consiste em elaborar uma lista das 
evidências a favor e contra a validade de um pensamento automático ou outra 
cognição, avaliar essas evidências e, então, trabalhar na modificação do 
pensamento para que seja consistente com as evidências descobertas. O exame 
das evidências pode ser realizado rapidamente como parte de uma série de 
intervenções terapêuticas ou pode ser feito de maneira mais detalhada com 
formulários. Em geral, recomenda-se que o exame das evidências seja 
implementado em sua versão completa, com a lista de evidências por escrito pelo 
menos uma vez na parte inicial da terapia, para ensinar os pacientes a usar esse 
método. Exercícios de exame das evidências também dão excelentes tarefas de 
casa. 
• Descatastrofização - As previsões catastróficas sobre o futuro são muito comuns 
entre pessoas com depressão e ansiedade. Essas previsões são frequentemente 
influenciadas pelas distorções cognitivas observadas nesses transtornos, mas, às 
vezes, os medos têm razão de ser. Assim, o procedimento de descatastrofização 
nem sempre tenta negar o medo catastrófico. Ao contrário, o terapeuta pode 
preferir ajudar o paciente a trabalhar maneiras de enfrentar uma situação temida 
caso ela se torne real. A descatastrofização também é uma técnica valiosa para 
ajudar indivíduos com transtornos de ansiedade. 
• Reatribuição - Atribuições são os significados que as pessoas dão a eventos em 
suas vidas. As três dimensões de atribuições distorcidas: 
1. Interno versus externo. Pessoas deprimidas tendem a internalizar a culpa ou 
responsabilidade por resultados negativos, enquanto pessoas não-deprimidas fazem 
atribuições equilibradas ou externas. 
2. Geral versus específico. Na depressão, as atribuições serão mais devastadoras e 
globais do que específicas a um defeito, falha ou problema. 
3. Invariável versus variável. Pessoas deprimidas fazem atribuições que são 
invariáveis e preveem pouca ou nenhuma chance de mudança. Já as pessoas não-
deprimidas têm mais probabilidade de pensar que as coisas irão se resolver. Inicia-se 
a reatribuição, normalmente, explicando seu conceito e, depois, fazendo um gráfico 
em uma folha para demonstrar as dimensões das atribuições, logo após, formulamos 
perguntas que estimulem o paciente a explorar e modificar seu estilo atributivo. 
• Ensaio cognitivo – Essa técnica pode ser explicada usando o exemplo de atletas, 
como esquiadores, que conseguem visualizar os desafios de uma situação de 
competição e preparar suas mentes para o que vem a frente. Um esquiador poderia 
usar imagens mentais para pensar sobre como reagiria diante de certas situações. 
Ele provavelmente também treinaria para manter uma mente positiva e acalmar 
sua ansiedade e se concentrar na competição. Um jeito de fazer o ensaio cognitivo 
é pedir ao paciente para seguir os seguintes passos: 
1. Pense sobre a situação com antecedência. 
2. Identifique possíveis pensamentos automáticos e comportamentos. 
3. Modifique os pensamentos automáticos fazendo um RPD ou aplicando uma outra 
intervenção da TCC. 
4. Ensaie o modo mais adaptativo de pensar e se comportar em sua mente. 
5. Implemente a nova estratégia. A técnica geralmente mais útil é ensaiar em uma 
sessão antes de experimentar o novo plano ao vivo. 
• Cartões de enfrentamento - Podem ser utilizados cartões maiores ou cartões 
menores para escrever instruções que os pacientes gostariam de dar a si mesmos 
com a intenção de ajudá-los a enfrentar questões ou situações importantes. Dicas 
para criar cartões de enfrentamento: escolha uma situação que seja importante 
para o paciente; planeje intervenções na terapia com o objetivo de produzir cartões 
de enfrentamento; avalie se o paciente está pronto para implementar estratégias 
com um cartão de enfrentamento; não tente fazer muita coisa rápido demais, 
comece com uma tarefa administrável, deixe para mais tarde trabalhar com 
preocupações ou questões muito grandes, até que o paciente esteja preparado para 
enfrentar esses desafios; seja específico na definição da situação e dos passos a 
serem seguidos para lidar com o problema; filtre as instruções até a sua essência, 
instruções facilmente memorizadas têm maior probabilidade de se solidificar; seja 
prático, sugira estratégias que tenham alta probabilidade de sucesso; e defenda o 
uso frequente do cartão de enfrentamento em situações da vida real. 
 
REFERÊNCIA 
Wright, J. H., Basco, M. R., & Thase, M. E. Aprendendo a terapia cognitivo-
comportamental: um guia ilustrado. 2008. Porto Alegre: Artmed.

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