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2 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ...................................................................................................... 4 2 INFECÇÃO HOSPITALAR ................................................................................... 5 2.1 Formação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH .............. 6 2.2 Constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar .......................... 7 2.3 Competências e ações educacionais .................................................................. 7 2.4 A comissão de controle de infecção hospitalar e suas atribuições ..................... 9 2.5 Uso racional de antimicrobianos e saneantes................................................... 10 2.6 Redução da transmissão de infecções ............................................................. 11 3 POLÍTICAS NACIONAIS DE CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL .................................................................... 12 4 HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR .......................................................................... 14 4.1 Classificação das áreas conforme o risco de contaminação por patógenos ..... 16 4.2 Estrutura física .................................................................................................. 18 4.3 Materiais e equipamentos ................................................................................. 19 4.4 Tipos de métodos de limpeza e tipos de limpeza mais utilizados ..................... 20 4.5 Instrumentos de planejamento e gestão para o setor de higienização hospitalar 21 4.6 Métodos de monitoramento do processo .......................................................... 22 4.7 Indicadores gerenciais ...................................................................................... 23 5 LIMPEZA DE ARTIGOS (CRÍTICOS, SEMICRÍTICOS E NÃO CRÍTICOS) E OS PRODUTOS UTILIZADOS........................................................................................ 24 5.1 Limpeza manual ................................................................................................ 26 5.2 Método de imersão ........................................................................................... 27 5.3 Método sem imersão ........................................................................................ 27 5.4 Limpeza automatizada ou mecanizada ............................................................. 28 3 6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS ADEQUADOS ........................................................................................................... 29 6.1 Métodos de desinfecção de artigos hospitalares .............................................. 36 7 ISOLAMENTO X PRECAUÇÕES ...................................................................... 40 7.1 Normas de isolamento e cuidados com o paciente........................................... 43 7.2 Tipos de Isolamento .......................................................................................... 44 7.3 Tipos de precauções ......................................................................................... 45 7.4 Precaução padrão ............................................................................................. 46 7.5 Precauções de acordo com a transmissão ....................................................... 48 8 IMPLEMENTAÇÃO DO PROGRAMA DE GERENCIAMENTO DO USO DE ANTIMICROBIANOS EM HOSPITAIS ..................................................................... 51 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ....................................................................... 54 4 1 INTRODUÇÃO Prezado aluno! O Grupo Educacional FAVENI, esclarece que o material virtual é semelhante ao da sala de aula presencial. Em uma sala de aula, é raro – quase improvável - um aluno se levantar, interromper a exposição, dirigir-se ao professor e fazer uma pergunta , para que seja esclarecida uma dúvida sobre o tema tratado. O comum é que esse aluno faça a pergunta em voz alta para todos ouvirem e todos ouvirão a resposta. No espaço virtual, é a mesma coisa. Não hesite em perguntar, as perguntas poderão ser direcionadas ao protocolo de atendimento que serão respondidas em tempo hábil. Os cursos à distância exigem do aluno tempo e organização. No caso da nossa disciplina é preciso ter um horário destinado à leitura do texto base e à execução das avaliações propostas. A vantagem é que poderá reservar o dia da semana e a hora que lhe convier para isso. A organização é o quesito indispensável, porque há uma sequência a ser seguida e prazos definidos para as atividades. Bons estudos! 5 2 INFECÇÃO HOSPITALAR Fonte: shre.ink/m1H4 Segundo o conceito do Ministério da Saúde (MS), apresentado na portaria nº 2.616 de 12.05.1998, as infecções hospitalares restringem–se àquelas adquiridas após a admissão do paciente na unidade hospitalar e que se manifestam durante a internação ou após a alta, quando puder ser relacionada com a internação (ABEGG, 2011). As infecções hospitalares são consideradas atualmente como problema de saúde pública, acometendo mais de 15% dos pacientes internados, agravando-se com a emergência da resistência bacteriana (SIQUEIRA, 2016). A infecção relacionada à assistência hospitalar aumenta o período de internação, o risco de mortalidade e os custos econômicos. Cerca de 30% dos casos de infecções estão relacionados à assistência à saúde, podendo ser evitadas por medidas simples e efetivas como a correta higienização das mãos (MARTINEZ, 2009). A infecção é uma entidade clínica de múltiplos fatores envolvidos, e a necessidade de reduzir e controlar sua incidência determina a aplicação de medidas preventivas, educacionais e de controle epidemiológico que visam, por meio de um processo de sensibilização coletiva, levar a taxas de infecção para limites aceitáveis para o tipo de clientela e de procedimentos realizados em cada hospital (ABEGG, 2011). 6 Devido à gravidade das infecções nosocomiais, esta temática deveria ser encarada com mais seriedade pelos profissionais de saúde, já que a sua aquisição traz riscos diretos aos clientes e à instituição, uma vez que, esse problema tem grande potencial de conduzir o indivíduo a óbito (SIQUEIRA, 2016). Apesar dos avanços e medidas estabelecidas para prevenção e controle das infecções, a baixa adesão dos profissionais às recomendações, vem sendo um desafio para as instituições de saúde, devido ao desconhecimento ou à dificuldade em mudar hábitos sedimentados ao longo da vida profissional (PASCHOAL, 2015). 2.1 Formação das Comissões de Controle de Infecção Hospitalar - CCIH As políticas públicas de saúde abrangem a prevenção e o monitoramento de agravos em saúde, buscando o bem-estar dos usuários do sistema de saúde. Nesse sentido, a prevenção da infecção hospitalar começou a ser foco da legislação à medida que a complexidade da assistência em saúde foi aumentando nas instituições e as questões da segurança do paciente, bem como a resistência microbiana, tornaram-se cada vez mais relevantes. A Lei nº. 9.431, de 6 de janeiro de 1997, instituiu a obrigatoriedade da criação da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) em todos os estabelecimentos de saúde. A CCIH faz parte do Programa de Controle de Infecções Hospitalares, que é um “conjunto de ações desenvolvidas deliberada e sistematicamente, com vistas à redução máxima possível da incidência e da gravidade das infecções hospitalares” (BRASIL, 1998). Assim, a CCIH é uma das estratégias de controle da infecção nos estabelecimentos de saúde. A normatização das CCIH segue a determinação da Portaria nº. 2.616, de 12 de maio de 1998, que indica como devem ser a composição,os objetivos e as ações educativas e de monitoramento da infecção hospitalar. A CCIH é obrigatória por lei nos estabelecimentos de saúde e se constitui no órgão de assessoria à autoridade máxima da instituição, isto é, a diretoria administrativa e clínica, tornando-se responsável pela execução das ações de controle de infecção hospitalar, sendo, assim, a estrutura máxima para agir nesse sentido. 7 2.2 Constituição da Comissão de Controle de Infecção Hospitalar A constituição da comissão é regulamentada por portaria, sendo composta por profissionais da área da saúde, de nível superior e designados formalmente para ocupar o cargo. A CCIH tem dois tipos de membros em sua composição: membros executores e membros consultores. Dessa forma, a composição da CCIH em relação aos membros consultores é formada por representantes de determinados serviços da instituição, como “serviço médico; serviço de enfermagem; serviço de farmácia; laboratório de microbiologia; administração” (BRASIL, 1998). Os membros executores são representados pelos profissionais responsáveis pelo serviço propriamente dito e são encarregados da execução das ações programadas de controle da infecção hospitalar. A portaria esclarece como deve ser organizado: Os membros executores serão, no mínimo, 2 (dois) técnicos de nível superior da área de saúde para cada 200 (duzentos) leitos ou fração deste número com carga horária diária, mínima, de 6 (seis) horas para o enfermeiro e 4 (quatro) horas para os demais profissionais; um dos membros executores deve ser, preferencialmente, um enfermeiro. A carga horária diária, dos membros executores, deverá ser calculada na base da proporcionalidade de leitos indicado no número. Nos hospitais com leitos destinados a pacientes críticos, a CCIH deverá ser acrescida de outros profissionais de nível superior da área de saúde. Os membros executores terão acrescidas 2 (duas) horas semanais de trabalho para cada 10 (dez) leitos ou fração (BRASIL, 1998). Assim, o número de profissionais executores depende do número de leitos do hospital e de suas características de complexidade, pois quanto mais leitos de pacientes críticos, como pacientes de terapia intensiva adultos, pediátricos e neonatal, de berçário de alto risco, queimados, submetidos a transplantes de órgãos, hemato- oncológicos e com Síndrome da Imunodeficiência Adquirida, mais profissionais são necessários para a execução das ações da CCIH (BRASIL, 1998). 2.3 Competências e ações educacionais A determinação das competências da CCIH é regulamentada pela Portaria nº. 2.616/98 e é descrita pela legislação, tornando-se de suma importância para o desenvolvimento das atividades e o cumprimento dos objetivos da CCIH. Segundo o documento, a direção do estabelecimento de saúde é responsável pela constituição e nomeação oficial da CCIH, propiciando as condições e a estrutura 8 necessárias para o funcionamento da CCIH e se responsabilizando pela aprovação do regimento interno, dando suporte às ações educativas, garantindo o cumprimento das determinações de órgãos municipais e estaduais e comunicando alterações em sua composição (BRASIL, 1998). A elaboração de um regimento interno é necessária para definir aspectos do funcionamento da CCIH, como, por exemplo, duração do mandato dos membros, principalmente, nas comissões que são vinculadas às secretarias de saúde estaduais e municipais. Além disso, o regimento deve definir o número de reuniões da comissão, o quórum necessário para as reuniões e o número de ausências máximas para o desligamento de membros da comissão. As reuniões devem ser registradas oficialmente em atas e todos os assuntos tratados na reunião são sigilosos e devem ser mantidos com o sigilo ético profissional necessário. Ainda em relação à estrutura, é importante um local específico para funcionamento da CCIH, como uma sala exclusiva a ser disponibilizada por cada hospital, com a infraestrutura básica necessária para seu funcionamento, disponibilizando acesso a computador, internet e linha telefônica/fax. No que se refere às ações educacionais, a CCIH deve, em conjunto com o núcleo de segurança do paciente e a educação continuada das instituições, desenvolver as seguintes ações dentro do seu foco de atuação: ➢ revisar, elaborar, implementar e supervisionar a execução e aplicação das rotinas e normas técnico operacionais com o objetivo de prevenção e controle hospitalar; ➢ organizar, orientar e monitorar as regras de precauções de isolamento; ➢ desenvolver programas de capacitação dos profissionais e funcionários do hospital em relação à prevenção da infecção hospitalar e na disseminação da cultura de segurança relacionada à diminuição do risco de infecção; ➢ os programas de capacitação devem estar baseados nos indicadores estruturais e processos para direcionar o planejamento e foco dos treinamentos. A cultura da prevenção da infecção hospitalar deve abranger não apenas a mudança de comportamento da equipe e dos funcionários dos estabelecimentos de saúde, mas também da família que acompanha o paciente e permanece no ambiente 9 hospitalar, bem como da comunidade a que pertencem. A atualização e o treinamento das equipes são fundamentais para garantir as boas práticas em saúde e diminuir ao máximo o risco de infecção (FARIA, 2020). As CCIH têm um papel fundamental nas instituições de saúde, não apenas no monitoramento, mas, principalmente, no controle da infecção. Nesse sentido, a comissão desenvolve ações específicas visando à prevenção de infecção em áreas críticas e em pacientes com maior risco e vulnerabilidade, como é o caso da unidade de terapia intensiva e centro cirúrgico. 2.4 A comissão de controle de infecção hospitalar e suas atribuições Em primeiro plano, salienta-se a diferença entre CCIH, PCIH e SCIH. O PCIH é um conjunto de ações a serem realizadas sistematicamente para a redução máxima possível de IRAS. Para tal, o PCIH dispõe de duas “ferramentas” complementares: a CCIH e o SCIH. A CCIH, de caráter deliberativo, tem funções coordenativas e estabelece as diretrizes a serem cumpridas. O SCIH, ao seu turno, coloca em prática as proposições da CCIH e, portanto, tem caráter executivo. Enquanto “ferramentas”, a CCIH e o SCIH devem ser operacionalizadas por profissionais competentes. Estes podem ser membros consultores, no caso da CCIH, ou membros executores, no caso do SCIH. O número de membros executores e consultores é determinado conforme o porte e a natureza do hospital, por exemplo, quanto à prestação de serviços a pacientes críticos (FARIA, 2020). Os profissionais envolvidos nessas atividades devem ter formação superior e atuação nas seguintes áreas: ➢ administração hospitalar; ➢ enfermagem; ➢ farmácia; ➢ medicina; ➢ microbiologia clínica. Essa equipe multidisciplinar, no uso de suas atribuições, dentre outras funções, é encarregada de: 10 ➢ Implementar sistema de vigilância epidemiológica das Infecções Hospitalares, avaliar e compartilhar os dados disponibilizados por esse sistema. ➢ Adequar as normas operacionais (por exemplo, os procedimentos operacionais padrão) de todos os setores, objetivando a prevenção e controle de IRAS. ➢ Capacitar o quadro de colaboradores sobre a prevenção e o controle de IRAS por meio de treinamentos e outras ações de educação continuada. ➢ Promover o uso racional de antimicrobianos, germicidas e materiais médico- hospitalares. ➢ Padronizar, junto à comissão de farmácia e terapêutica (CFT), os antimicrobianos e germicidas que atenderão de forma racional o perfil nosocomial da instituição. ➢ Criação e/ou atualização de protocolos de tratamento e de profilaxia cirúrgica com antimicrobianos. ➢ Criação e instrução sobre protocolos de medidas de precaução e isolamento. 2.5 Uso racional de antimicrobianos e saneantes Dentre as funções relacionadasa essa responsabilidade, é possível destacar as litadas a seguir: ➢ Aquisição, armazenamento, preparo e dispensação de saneantes, isto é, produtos de limpeza a serem utilizadas no estabelecimento de saúde. Cabe ao farmacêutico, juntamente à CCIH e ao Serviço de Hotelaria Hospitalar, aconselhar sobre os critérios de escolha dos saneantes utilizados na instituição. Ademais, é importante supervisionar o preparo desses agentes de modo a garantir a qualidade, a assepsia e as concentrações indicadas. ➢ Padronização, em trabalho conjunto com a CFT e CCIH, dos antimicrobianos a serem utilizados na instituição. ➢ Elaboração e atualização de protocolos, baseados em evidências científicas e em conjunto com comissões competentes, de tratamento com antimicrobianos e antibioticoprofilaxia. 11 ➢ Implementação de dispositivos que auxiliem no controle e na segurança da dispensação de antimicrobianos, tais como “fichas de registro de dispensação de antimicrobianos”. ➢ Cuidado farmacêutico centrado no paciente, que inclui: avaliação da indicação, da posologia, da via de administração, das interações medicamentosas, das reações adversas, dos parâmetros farmacocinéticos (especialmente quando da necessidade de monitoramento sérico), dos critérios de descalonamento (alteração da terapia empírica para terapia guiada após resultado de cultura microbiológica) e da possibilidade de substituição de via intravenosa para via oral (swicth therapy) dos antimicrobianos em uso. ➢ Trabalho em parceria com o laboratório de microbiologia. ➢ Desenvolvimento e/ou cooperação com pesquisas farmacoepidemiológicas e de farmacovigilância relacionadas ao uso de antimicrobianos. Programas de gerenciamento de antimicrobianos ou antimicrobial stewardship, genericamente baseados nessas funções, objetivam aperfeiçoar a prescrição desse grupo de fármacos, garantir efeitos terapêuticos máximos, reduzir eventos adversos, além de prevenir a resistência bacteriana (BRASIL, 2019; GILCHRIST et al., 2015). 2.6 Redução da transmissão de infecções Sobre essa responsabilidade, ressaltam-se as funções listadas a seguir: ➢ Estabelecimento e fiscalização de programas e protocolos de garantia da qualidade dos medicamentos e correlatos preparados e dispensados pela farmácia hospitalar com intuito de evitar contaminações. ➢ Treinamentos e fiscalização dos colaboradores que compõem o quadro de recursos humanos da farmácia hospitalar sobre a importância da prevenção das IRAS. Diante do exposto, é possível concluir que os profissionais farmacêuticos têm importantes atribuições no contexto do controle e da prevenção das infecções hospitalares. É notório, porém, dado ao processo de consolidação desse profissional como provedor de cuidado, que esforços devem ser acentuados no intuito tanto de 12 aperfeiçoar tecnicamente esses agentes quanto de garantir um número de profissionais apropriado para dar diligência no cumprimento dessas funções. O envolvimento do farmacêutico nessa área, em atuação multiprofissional, pode contribuir substancialmente para a redução dos agravos à saúde provenientes de IRAS, para prevenção de resistência aos antimicrobianos, para a redução dos gastos institucionais e, em última instância, para a garantia da segurança do paciente e da qualidade do cuidado em saúde (FARIA, 2020). 3 POLÍTICAS NACIONAIS DE CONTROLE DE INFECÇÕES RELACIONADAS À ASSISTÊNCIA À SAÚDE NO BRASIL Fonte: shre.ink/m7t9 Ainda que notificações de IRAS ocorressem pelo Brasil já a partir da década de 1950, a primeira ação governamental efetiva, de certa forma, ocorreu apenas em 1983 com a Portaria do Ministério da Saúde nº 196. Esse dispositivo legal previa a obrigatoriedade em todos os hospitais de CCIHs, todavia, pautadas em um método passivo que determinava subnotificações (DANTAS, 2011). Em 1985, ainda durante o lento processo de redemocratização do país, ocorreu a morte do recém-eleito chefe do executivo, Tancredo Neves, cuja causa foi relacionada a uma infecção de sítio cirúrgico. Dado o momento histórico, esse fato fez aumentar a demanda por políticas mais eficientes de controle de infecção hospitalar, culminando no ano de 1987 com a instauração do Programa Nacional de Controle de 13 Infecção Hospitalar (PCIH) pela Portaria nº 232 do Ministério da Saúde, transformado posteriormente em Divisão de Controle de Infecção Hospitalar (OLIVEIRA; SILVA; LACERDA, 2016). Mais tarde, em 1988, a promulgação da Constituição Federal instituiu a garantia do acesso à saúde como dever do Estado e direito da população. No decorrer dos anos subsequentes, leis orgânicas regulamentaram o modus operandi do Sistema Único de Saúde e determinaram diretrizes, dentre as quais a descentralização gerando grande impacto na política de controle de IRAS. Por fim, em 1998, por meio da Portaria nº 2.616, ainda em vigência, o Ministério da Saúde determinou a criação e as atribuições do PCIH operacionalizado por meio da CCIH e pelo Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH) (BRASIL, 1998). Em 1999, a partir da criação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o gerenciamento das políticas de controle e prevenção de IRAS no país passou a ser responsabilidade desta autarquia. Isso permitiu, dentre outros progressos, o aprofundamento na coleta e na análise de informações sobre IRAS no país. Ressalta-se que outras iniciativas públicas, não necessariamente veiculadas ao PCIH, também vão ao encontro do controle das IRAS. É o caso, por exemplo, do Programa Nacional de Segurança do Paciente, instituído em 2013 pelo Ministério da Saúde. O projeto, criado para contribuir com a qualificação dos serviços de saúde, prevê a higienização das mãos como um protocolo básico para a melhoria da segurança do paciente. A meta em comum desses programas é a correta higienização das mãos e sinaliza para a possibilidade de parcerias no intuito de somar esforços para a redução das IRAS no Brasil (CAVALCANTE et al., 2019). 14 4 HIGIENIZAÇÃO HOSPITALAR Fonte: shre.ink/m7tu O hospital pode ser considerado um ambiente arriscado e hostil, onde o risco de contaminação por microrganismos patogênicos é real. Há pacientes com diversos tipos de patologias e níveis de baixa imunidade, bem como procedimentos de alto nível de complexidade, material biológico e resíduos contaminados (CARDOSO, 2020). Atualmente, no entanto, a evolução da tecnologia, da legislação e das normas técnicas visando à segurança e qualidade em ambientes hospitalares tornam o hospital um local em que, apesar dos riscos, há um constante movimento para torná- lo seguro, de modo que a vida humana, em seu momento mais vulnerável esteja protegida. Para isso, é preciso conhecer quais são os principais riscos biológicos e patógenos que podem afetar os ambientes, assim como os mecanismos de proliferação e, finalmente, como a higienização hospitalar é um dos pilares fundamentais para evitar a infecção no ambiente. Ambiente como fator de risco para infecções relacionadas à assistência em saúde Os ambientes com a permanência de pacientes podem funcionar como reservatórios para microrganismos, como os microrganismos resistentes. Os microrganismos resistentes são “aqueles que não podem ser eliminados por meio de antimicrobianos aos quais eram originalmente sensíveis” (SÃO PAULO, 2019). 15 Dessa forma, a proliferação desse tipo de microrganismo em ambientes não controlados pode levar a infecções relacionadas à assistência em saúde e aumentar consideravelmente o tempo de internação, podendo até agravar o estado do paciente e levá-lo à morte. Alguns microrganismos podem sobreviver em superfícies ambientais por dias e até meses, elevando também o risco de infecção cruzada, isto é, aquela que não ocorre de forma direta, mas de forma secundária, por meio de contato com a superfíciedo ambiente contaminado, instrumental contaminado e as mãos dos profissionais (ANVISA, 2010). Estudos demonstram que os agentes patogênicos que já colonizam o paciente podem ser responsáveis por 40 a 60% de infecções causadas em áreas críticas do hospital, como, por exemplo, centro cirúrgico, unidade de terapia intensiva, dentre outras; 20 a 40% têm relação com a infecção cruzada, provocada pela contaminação das mãos dos profissionais de saúde; 20 a 25% provocadas pelas alterações da microbiota provocada pelo uso dos antibióticos e a possível contaminação do ambiente, que responde por 20% do risco (RUTALA et al., 2014). O tempo de sobrevivência de alguns microrganismos nas superfícies hospitalares pode surpreender aqueles que não estão familiarizados com os avanços das pesquisas sobre os riscos de infecção hospitalar, conforme aponta o Quadro 1. Quadro 1. Tempo de sobrevivência dos microrganismos nas superfícies Microrganismo Tempo de sobrevivência Clostridium difficile > 5 meses Acinetobacter spp 3 dias a 11 meses Enterococcus spp 5 dias a > 46 meses Pseudomonas aeroginosa 6 horas a 16 meses Klebsiella spp. 2 horas a 30 meses S. aureus 7 dias a > 12 meses Norovírus 8 horas a > 2 semanas Fonte: Adaptado de São Paulo (2019). Alguns microrganismos estão mais presentes no ambiente e com transmissão especificamente ambiental, como o Clostridium difficile e o Norovírus, por exemplo. O Clostridium difficile é um microrganismo que se reproduz por meio de esporos, cuja inativação é bem difícil pela maioria dos agentes químicos utilizados para limpeza e 16 desinfecção de superfícies. Ele é responsável por grande parte da diarreia infecciosa associada à assistência hospitalar, causando irritação no cólon e é potencialmente fatal aos pacientes que estão colonizados por esse microrganismo. Dessa forma, apenas o agente químico certo, utilizado com a técnica adequada e no tempo de exposição suficiente pode ser capaz do controle ambiental (SÃO PAULO, 2019). O Norovírus habita a parte entérica humana e é um vírus de alta transmissibilidade, devido à necessidade de pequeno espaço de inoculação, capacidade de disseminação alta, capacidade de adaptação e sobrevivência às alterações do ambiente e aos processos de limpeza de superfícies. Surtos podem ocorrer repetidamente, principalmente, em instituições de saúde superlotadas e com pouco pessoal para a assistência e higienização. Em ambos os casos, agentes químicos à base de cloro são capazes de manter o controle ambiental e eliminá-los (SÃO PAULO, 2019). É importante refletir que, antigamente, o combate e controle dos microrganismos ocorriam, principalmente, com o uso de antibióticos, o que acabou tornando muitos deles resistentes, levando ao aumento de infecções de difícil tratamento. Hoje, é consenso que o controle ambiental é um dos aspectos fundamentais para diminuir o risco de infecção. Assim, além do conhecimento necessário sobre os microrganismos e as formas de combatê-los no ambiente, é importante que um serviço de higiene hospitalar saiba quais são os locais de alto risco ou os objetos que, por sua frequente manipulação, são mais suscetíveis de disseminar a infecção no ambiente. A seguir serão apresentados os locais em que há maior risco de infecção por patógenos na instituição de saúde. 4.1 Classificação das áreas conforme o risco de contaminação por patógenos A classificação das áreas hospitalares é importante para estabelecer o planejamento necessário para o controle ambiental e higienização, bem como para implementar ações que tornem as áreas de maior risco mais seguras para pacientes e trabalhadores. Área crítica é a área com maior risco de transmissão de infecção, seja porque os pacientes são mais suscetíveis, seja porque é onde ocorrem procedimentos de 17 maior risco e complexidade. São consideradas áreas críticas (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017; SÃO PAULO, 2019): ➢ unidade de terapia intensiva; ➢ unidade de doenças infecciosas e parasitárias; ➢ isolamentos; ➢ pronto socorro; ➢ centro cirúrgico; ➢ centro obstétrico; ➢ laboratório de análises clínicas; ➢ banco de sangue; ➢ setor de hemodinâmica; ➢ unidade de transplante; ➢ unidade de queimados; ➢ berçário de alto risco; ➢ central de material e esterilização; ➢ lactário; ➢ serviço de nutrição e dietética; ➢ farmácia; ➢ área suja da lavanderia. A área semicrítica é a área considerada com menor risco de transmissão de infecção e procedimentos de baixo risco e complexidade. São consideradas áreas semicríticas enfermarias e apartamentos, ambulatórios, banheiros, posto de enfermagem, elevador e corredores (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017; SÃO PAULO, 2019). Já a área não crítica corresponde às áreas sem risco de transmissão de infecção, que não são ocupadas por pacientes e não possuem nenhum procedimento de risco relacionado. Dessa forma, são consideradas áreas não críticas os vestiários, copa, áreas administrativas, almoxarifados, secretaria, sala de costura, recepção (SÃO PAULO, 2019). Embora essa classificação ainda seja utilizada, o contato das mãos nas superfícies e nas áreas próximas de pacientes assume maior importância no processo de disseminação de infecção direta e infecção cruzada. Há outra classificação que 18 leva em consideração a periodicidade do contato das mãos com as superfícies e equipamentos. Desse modo, as superfícies podem ser classificadas em: Superfícies ambientais com maior grau de contato com as mãos: bancadas, maçanetas, interruptores, paredes do banheiro, unidade do paciente e outros; Superfícies ambientais com mínimo contato com as mãos: teto, piso, janelas e outros. Superfícies de equipamentos médicos: equipamentos de Raio-X, equipamentos de diálise, carrinhos, monitores, ventiladores mecânicos, bomba de infusão e outros (SÃO PAULO, 2019). Nesse caso, a incidência do contato das mãos determina também a periodicidade da limpeza e desinfecção das superfícies e equipamentos. 4.2 Estrutura física Embora muitas instituições optem por terceirizar os serviços de higienização, há necessidade de reservar um espaço para organização e centralização do serviço. O serviço de higienização deve possuir: um local, um espaço físico específico onde seja possível armazenar equipamentos de limpeza e com acesso fácil ao almoxarifado, no qual os agentes químicos devem ficar armazenados; local para estacionamento de carrinhos e guarda de equipamentos de limpeza. É importante o acesso dos funcionários a vestiários com armários, banheiros e chuveiros e área de descanso e alimentação. A chefia do setor necessita um espaço para exercer suas atividades de relatórios e planejamento das ações de limpeza. O espaço específico para treinar e checar as diluições das substâncias químicas e montar os carrinhos, comumente, é necessário. Muitas vezes, esse local é designado como um expurgo, mas não tem as dimensões necessárias para acompanhar o processo de organização das soluções e dos carrinhos a cada jornada de trabalho. A determinação de um depósito de materiais de limpeza (DML) é indicado para a guarda do material e deve seguir os seguintes dispositivos (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017): ➢ pia para lavagem das mãos; ➢ tanque para limpeza do material; ➢ dispositivo para pendurar mops, rodos e pás; ➢ prateleiras para baldes, pequenos utensílios e produtos de limpeza; 19 ➢ desinfetantes devidamente rotulados e tampados; o rótulo deve incluir modo de uso, composição química, advertências e precauções. 4.3 Materiais e equipamentos Os materiais envolvem os carrinhos para a coleta de lixo das unidades, os carrinhos de limpeza, com os produtos específicos para cada área e superfície, material para reposição de sabão líquido, álcool gel e papel toalha nas estaçõesde higiene das mãos das unidades. A limpeza também ocorre de forma mecanizada, principalmente, em grandes áreas de cobertura, com lavadoras automatizadas, enceradeiras e outros materiais. Os materiais devem ser ergonômicos, fáceis de usar, mantidos em perfeito estado de funcionamento e limpos. Os carrinhos devem ter uma lista de verificação para contemplar todos os itens necessários e as soluções etiquetadas e com prazo de validade das diluições, mantendo apenas os itens que são padronizados pelo serviço (SÃO PAULO, 2019). Os agentes de limpeza são as substâncias químicas utilizadas no processo de limpeza, como os desinfetantes e os materiais listados a seguir (EMPRESA BRASILEIRA DE SERVIÇOS HOSPITALARES, 2017). Saneantes: ➢ desinfetantes - seguindo a normatização vigente e seguindo a orientação da comissão de infecção hospitalar e aprovados pela Anvisa; ➢ detergentes - auxiliam na retirada de gorduras dos artigos e áreas. Devem ser testados com orientação da comissão de infecção. A diluição do produto deve seguir as orientações do fabricante, respeitando o prazo de validade e manipulado com proteção específica, como máscara, luvas e óculos. Água para retirar os resíduos de detergentes e outros agentes usados nas diluições e remover as sujidades. ➢ Polidor de metais. ➢ Limpa-vidros. ➢ Lustra-móveis. 20 4.4 Tipos de métodos de limpeza e tipos de limpeza mais utilizados Os métodos de limpeza mais utilizados são (DISTRITO FEDERAL, 2018): ➢ Limpeza manual úmida; ➢ Limpeza manual molhada; ➢ Limpeza com máquinas lavadoras e extratoras automáticas e de rotação para lavagem de piso; ➢ Limpeza com máquinas enceradeiras; ➢ Limpeza seca por aspirador de pó; ➢ Limpeza com aspirador de líquidos; ➢ Limpeza com máquina de vapor de água de alta pressão. Cada método se aplica conforme a área e a necessidade da unidade a ser higienizada, podendo ser utilizado mais de um método em uma mesma unidade. Um dos processos mais utilizados é a desinfecção dos ambientes e superfícies inertes realizada por meio de produtos químicos ou processos físicos e com o propósito de eliminar as formas vegetativas dos microrganismos, sem a eliminação dos esporos (DISTRITO FEDERAL, 2018). Dessa forma, há vários tipos de limpeza, que variam conforme a unidade e a necessidade de periodicidade. Confira a seguir. Limpeza diária ou concorrente: limpeza diária de mobiliário, reposição de materiais de consumo diário e recolhimento de resíduos. O objetivo é manter o ambiente livre de sujidades e contaminação. Dependendo do tipo de unidade, a limpeza concorrente ocorre de forma diferente de uma área semicrítica ou não crítica. Um exemplo seria a limpeza concorrente no centro obstétrico ou no centro cirúrgico. Nesses locais, a limpeza concorrente deve ocorrer logo após o derramamento de líquidos e fluidos corporais de pacientes, com a desinfecção subsequente. Deve ser realizada sempre que houver necessidade (DISTRITO FEDERAL, 2018). Limpeza preparatória: ocorre quando o local, como salas cirúrgicas e de parto, fica fechado por mais de 12 horas e pode ter depósito de partículas no mobiliário e superfícies. Nesse caso, a limpeza deve preceder as atividades da unidade, utilizando álcool a 70%, por meio de fricção por 30 segundos em todas as superfícies (DISTRITO FEDERAL, 2018). 21 Limpeza terminal: é uma limpeza minuciosa de toda a unidade, envolvendo a limpeza de todas as superfícies, interna e externamente, como camas, colchões, macas, mesas de cabeceira e de alimentação, armários, bancadas, janelas, gradis, luminárias, portas, tetos, paredes, filtros e abas de ar condicionado, por exemplo. Esse tipo de limpeza ocorre quando há remoção do paciente (alta, óbito, transferência) ou quando sua permanência é maior que 15 dias. Esse tipo de limpeza necessita ser programada, por meio de um cronograma para cada área do hospital e seguir a limpeza programada conforme o tipo de ambiente e classificação. No caso de áreas críticas, como centro cirúrgico e obstétrico, ela deve ocorrer após uma cirurgia contaminada e ao final da última cirurgia do dia. No caso das unidades semicríticas, devem ser escolhidos horários de menor fluxo. Limpeza de isolamento: “utilizada para interromper a via de transmissão dos microrganismos nos hospitais, protegendo o usuário, o acompanhante e o profissional de contaminação” (DISTRITO FEDERAL, 2018). Nesse caso, alguns cuidados devem ser tomados, como a utilização de EPIs conforme cada tipo de isolamento, material exclusivo para área de isolamento e os panos utilizados em superfícies devem ser descartados após o uso, por exemplo. A retirada de resíduos deve ser em sacos plásticos devidamente identificados como isolamento. 4.5 Instrumentos de planejamento e gestão para o setor de higienização hospitalar O gerenciamento de um serviço de higienização depende do processo de organização, monitoramento e avaliação do serviço. Nesse sentido, o monitoramento pode ser feito de forma pontual, quando há algum tipo de surto, mudança de rotina de limpeza e produtos, ou de forma contínua, quando se tem por objetivo a melhoria do processo e dar subsídios para o planejamento e gestão: Na avaliação contínua é possível planejar todo o processo de monitoramento (métodos, responsáveis, coleta de dados, amostragem, divulgação de dados, metas) de maneira que se tenham dados reprodutíveis e objetivos que, ao longo do tempo, subsidiam a implantação de uma sólida estratégia de melhoria do serviço (SÃO PAULO, 2019). Portanto, há alguns instrumentos que podem auxiliar o processo de gestão. Assim, é importante levar em consideração as planilhas de dimensionamento de 22 pessoal que serão usadas para escalar os profissionais, os manuais de treinamento e o protocolo operacional padrão para manter a padronização das ações. No caso dos serviços terceirizados, é importante conferir os itens contratuais e fazer a avaliação do cumprimento. As planilhas de avaliação de equipamentos, de avaliação da execução da limpeza, controle de limpeza terminal, controle de limpeza do banheiro e controle de limpeza concorrente são recursos para acompanhar o processo de execução das atividades. Além disso, as planilhas do tipo checklist são importantes para conferir itens a serem limpos na limpeza terminal, dentre outras rotinas. Também são importantes os indicadores de qualidade e de tempo de execução. 4.6 Métodos de monitoramento do processo O monitoramento, embora seja uma forma eficiente de verificação do processo de trabalho, pode ter custo e logística complexos, exigindo tempo e profissionais com capacitação para implantar e executar o monitoramento e a avaliação. Alguns métodos de monitoramento são listados a seguir (SÃO PAULO, 2019). ➢ Observação da técnica de limpeza: pode ser feita por meio da inspeção visual, o que demanda organização, tempo e logística adequada, encarecendo o custo de manutenção contínua desse processo. ➢ Inspeção visual: é o método mais utilizado, rápido e de baixo custo, visando verificar as superfícies limpas. Pode detectar apenas falhas a olho nu. ➢ Pesquisa de satisfação do cliente: importante para detectar falhas no processo. ➢ Marcadores fluorescentes: consiste em um gel transparente que seca quando aplicado em uma superfície e, depois de seco, pode ser visualizado com luz ultravioleta. Ao usar este marcador é possível verificar se as áreas estão sendo corretamente limpas, com fricção adequada do local. Um dos aspectos negativos seria a possibilidade de ser percebido, em alguns casos, sem luz ultravioleta, sendo necessário variar com frequência o local de aplicação. 23 ➢ ATP: consiste em um teste com uso de swab com o objetivo de coletar amostra e avaliar em um tubo contendo luciferase, que, provocando uma reação de luminosidade, detecta a presença de matériaorgânica microbiana e não microbiana. ➢ Análise microbiológica: consiste em obter amostra da superfície para submeter um meio de cultura para observação de crescimento microbiano. 4.7 Indicadores gerenciais Os indicadores gerenciais do serviço de higienização hospitalar necessitam avaliação da estrutura, dos processos de trabalho e dos resultados, abrangendo todo o processo de limpeza. Dessa forma, é possível obter um panorama mais amplo do serviço e da qualidade dos recursos humanos. Indicadores de recursos humanos devem levar em conta os índices de absenteísmo e turnover, que podem demonstrar, se os índices forem altos, a necessidade de reestruturação do serviço. Questões como condições de trabalho e acidentes de trabalho podem interferir no dimensionamento da equipe e impactar na qualidade do trabalho. Outro aspecto importante é a capacitação dos recursos humanos (SÃO PAULO, 2019). Alguns exemplos de indicadores gerenciais são (SÃO PAULO, 2019): ➢ taxa de absenteísmo; ➢ taxa de rotatividade; ➢ taxa de acidentes; ➢ taxa de treinamento; ➢ taxa de adequação de carrinhos de limpeza; ➢ tempo médio de limpeza terminal; ➢ tempo médio de limpeza de sala cirúrgica; ➢ tempo médio de atendimento às solicitações; ➢ tempo médio de limpeza concorrente; ➢ taxa de adequação do serviço de higiene. Além disso, em relação às condições de trabalho, cabe ressaltar a importância dos equipamentos de proteção e ferramentas de trabalho em quantidade e qualidade adequadas, com características ergonômicas. O monitoramento da produtividade 24 deve estar conectado aos métodos de monitoramento de higiene, visando cruzar as informações e verificar a credibilidade e eficácia do processo de limpeza. Índices, como o tempo gasto na limpeza, por exemplo, podem ser avaliados para contribuir ao planejamento do processo de trabalho. 5 LIMPEZA DE ARTIGOS (CRÍTICOS, SEMICRÍTICOS E NÃO CRÍTICOS) E OS PRODUTOS UTILIZADOS Fonte: shre.ink/m7tw Conforme a Resolução da diretoria colegiada (RDC) nº. 15/2012, os artigos de múltiplo uso são classificados de acordo com os riscos potenciais de transmissão de infecção para os pacientes e para definição dos processos a que serão submetidos após seu uso da seguinte maneira: ➢ artigos críticos — materiais utilizados em procedimentos invasivos (penetração em pele e mucosas adjacentes, tecidos subepiteliais e sistema vascular — áreas sem colonização com microbiota própria), incluindo todos os artigos ou produtos a eles conectados. Após a limpeza, esses artigos deverão ser submetidos à esterilização; ➢ artigos semicríticos — materiais que entram em contato com a pele não íntegra ou com mucosas íntegras (tecidos que apresentam colonização com 25 microbiota própria). Após a limpeza, devem ser submetidos à desinfecção de alto nível ou esterilização; ➢ artigos não críticos — materiais que entram em contato com a pele íntegra e, também, aqueles que não entram em contato direto com o paciente, requerendo limpeza após seu uso. Ainda, dependendo do destino de seu último uso, deverão ser submetidos à desinfecção de baixo ou médio nível. Conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), a limpeza consiste na remoção de sujidade visível, matéria orgânica e inorgânica de objetos e superfícies, manual ou mecanicamente pelo uso de água com detergentes ou produtos enzimáticos. A limpeza minuciosa é essencial antes da desinfecção de alto nível e da esterilização porque as matérias orgânica e inorgânica que ficam nas superfícies dos instrumentos interferem na eficácia desses processos. Não existe um único agente de limpeza que remove todos os tipos de biocarga, segundo a Organização Mundial da Saúde (2016). A biocarga é composta de várias matérias, que podem ser solúveis ou insolúveis em água, além de orgânicas ou inorgânicas. As propriedades associadas a agentes de limpeza ideais são emulsificação, saponificação, surfactação, dispersão e suspensão, peptização, abrandamento da água, fácil enxágue e ser atóxico. Agentes de limpeza removem contaminantes orgânicos, inorgânicos e microbianos. Nenhum composto sozinho tem todas as propriedades necessárias para remover todos os depósitos de sujidades. O primeiro passo da limpeza consiste no uso de surfactantes ou agentes que atuam para reduzir a tensão superficial, ajudando a sujidade a ficar presa na solução de limpeza. A sujidade grossa deve ser removida primeiro por meio de enxágue com detergente e água. Se o sangue ou as excreções secarem ou endurecerem, pode ser necessário deixar o material de molho em uma solução morna de detergente enzimático (proteolíticos). Agentes de limpeza que contêm enzimas para quebrar a matéria proteica podem ser usados para equipamentos sensíveis se o fabricante do equipamento aprovar o seu uso. As luvas de borracha ou nitrila, conforme a Norma Regulamentadora (NR) 32, são recomendadas para manusear soluções enzimáticas, visto que os agentes de limpeza enzimáticos degradam as luvas de látex (BRASIL, 2005). 26 Um detergente levemente alcalino (não enzimático) conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), é o melhor produto para limpeza manual, limpeza ultrassônica ou um dos vários tipos de lavadoras de instrumento. Detergentes levemente alcalinos (pH entre 8,0 e 10,8) são agentes de limpeza mais eficientes para instrumentos cirúrgicos do que detergentes de pH neutro ou à base de surfactantes. Recomenda- se que a instituição trabalhe com os fornecedores de produtos químicos para determinar o melhor detergente necessário, já que isso dependerá da qualidade da água da instituição. O propósito do lubrificante é apenas proteger o produto para a saúde. Os lubrificantes devem ser solúveis em água. Dispositivos que exigem lubrificação devem sê-lo de acordo com as instruções do fabricante, antes da esterilização. As instruções do fabricante do dispositivo devem ser seguidas com respeito a componentes que exigem lubrificação e especificidades. Lubrificantes incompatíveis podem inibir a esterilização, criar subprodutos nocivos e danificar o dispositivo ou a esterilizadora. 5.1 Limpeza manual Conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), as instituições com recursos mínimos podem limpar adequadamente e preparar dispositivos para esterilização com processos eficazes de limpeza manual. Entretanto, é essencial que todos os dispositivos sejam desmontados de modo que todas as superfícies possam ser limpas e desinfetadas, independentemente do método de limpeza escolhido. Certifique-se de que o dispositivo a ser limpo é compatível com as soluções químicas utilizadas na instituição, mergulhe completamente itens submersíveis durante o processo de limpeza para minimizar a aerossolização e auxiliar na limpeza, remova a sujidade grosseira usando artefatos e acessórios (como escovas e panos descartáveis), minimize a produção de aerossóis ao limpar dispositivos não imersíveis, limpe dispositivos com lúmen com uma escova apropriada para lumens, aplique manual ou mecanicamente um jato com solução detergente, enxágue com água potável e verifique se os dispositivos com lúmen têm obstruções e vazamentos. 27 5.2 Método de imersão A Organização Mundial da Saúde (2016) orienta, para o método de imersão, encher a pia ou qualquer outro recipiente apropriado com água quente suficiente para a imersão completa do dispositivo, acrescentando a quantidade apropriada de detergente seguindo as instruções do fabricante para dosagem. Depois, limpe o dispositivo abaixo da superfície da água para evitar aerossóis, use escovas apropriadas para limpar devidamente reentrâncias, lumens e outras áreas de difícil limpeza e escovas macias com cerdas de nylon para não danificar a superfície do instrumento. As escovas devem passar por termodesinfecção e secagem ao final do dia. Caso isso não seja possível,é preciso limpá-las e deixá-las secar. As escovas devem ser trocadas quando danificadas. Remova toda a sujidade visível do utensílio. Em outra pia ou bacia, mergulhe completamente o dispositivo em água limpa purificada e enxágue o dispositivo escrupulosamente, secando mecanicamente; se não estiver disponível ou não for recomendado pelo fabricante, seque com ar ou manualmente usando um pano descartável limpo que não solte fiapos. 5.3 Método sem imersão Ainda, a Organização Mundial da Saúde (2016) orienta a limpar as superfícies do dispositivo minuciosamente, passando um pano limpo descartável que não solte fiapos com detergente, cuidando para que a umidade não penetre as áreas críticas do dispositivo (p. ex., conexões elétricas) até que toda sujidade visível tenha sido removida. Em seguida, enxágue as superfícies do dispositivo minuciosamente passando um pano úmido descartável limpo que não solte fiapos até que todo resíduo de detergente tenha sido removido. Seque mecanicamente, mas, se não estiver disponível ou não for recomendado pelo fabricante, seque com ar ou manualmente com um pano descartável limpo que não solte fiapos. Deve-se trocar a solução de limpeza e água a cada sessão de limpeza e quando visivelmente suja. A desinfecção química antes da limpeza é desnecessária, ineficaz e de pouco valor na presença de matéria orgânica. 28 Enxágue: é necessário enxaguar após a limpeza para remover a sujidade solta e o detergente residual. Enxágue minuciosamente com água todos os dispositivos após a limpeza para remover resíduos que podem interagir com o desinfetante/esterilizante. Faça o enxágue final dos lumens de dispositivos intravasculares/intratecais com água comercialmente preparada, estéril, isenta de pirogênios ou água tratada por osmose reversa. Secagem: importante passo para prevenir o crescimento microbiano e a diluição de desinfetantes químicos, que poderiam tornar-se ineficazes caso a secagem não fosse realizada. Os produtos devem ser secos com ar ou manualmente com um pano limpo que não solte fiapos, de preferência descartável. Produtos com lumens devem ser secos com ar medicinal comprimido ou filtrado com alta eficiência na separação de partículas (HEPA) na pressão especificada pelo fabricante do produto. Utilize um regulador para controlar a pressão. Dispositivos de aço inoxidável devem ser secos imediatamente após o enxágue a fim de prevenir manchas. Conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), a secagem abrange ainda: ➢ secadoras de ar quente ou frio; ➢ estufas reguladas para esse fim; ➢ ar comprimido medicinal, principalmente para artigos com lúmen; ➢ pano limpo, absorvente e seco. 5.4 Limpeza automatizada ou mecanizada Esse método de limpeza pode fornecer resultados controlados e uniformemente confiáveis se o equipamento tiver boa manutenção. Equipamentos usados para a limpeza automatizada de produtos para saúde incluem lavadoras ultrassônicas, automáticas ou desinfetadoras, além das automáticas de carrinhos. Quando há equipamentos disponíveis e os dispositivos são projetados para processo automático, as vantagens de usá-los na limpeza e na termodesinfecção de produtos para saúde consistem em processamento mais rápido dos dispositivos, maior consistência de resultados, padrões mais altos de limpeza (que podem ser validados) e menor risco para a equipe profissional. 29 6 PROCESSO DE ESTERILIZAÇÃO UTILIZANDO OS PRODUTOS ADEQUADOS Fonte: shre.ink/m7tD A Organização Mundial da Saúde (2016) indica que os produtos para saúde devem ser embalados antes da esterilização. Materiais e técnicas de embalagem são elaborados para conter e proteger os dispositivos a fim de facilitar a esterilização, manter a esterilidade e permitir a transferência asséptica dos conteúdos até o local de uso. O material selecionado depende do método de esterilização recomendado e deve obedecer a padrões internacionais. Ainda conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), os princípios gerais da embalagem referem que a escolha do tipo de material de embalagem dependerá do tipo de processo de esterilização usado. A embalagem deve ser selecionada de acordo com o método de esterilização e o dispositivo a ser preparado e todo pacote deve ter um indicador químico externo (indicadores químicos internos são opcionais) e uma identificação ou uma etiqueta com o conteúdo, o número de lote, a data de validade e as iniciais do operador. Os dispositivos podem ser embalados em qualquer um dos seguintes sistemas de barreira estéril: sistema de barreira estéril pré-formado, embalagens de esterilização, ou recipientes rígidos reutilizáveis; ao selecionar um sistema de embalagem, deve-se avaliar a capacidade de cada produto específico para atender a requisitos e critérios predeterminados. 30 É preciso escolher o tamanho apropriado do material de embalagem para cobrir adequadamente o item a ser embalado e sem romper durante o processo. Itens ocos e Produtos para Saúde Reutilizáveis (PPSR) ou bandejas de curativos não devem ser embalados em tecido, pois pode ser difícil secar o pacote de materiais combinados, podendo comprometer a esterilização, uma vez que a temperatura aumenta de modo diferente nesses materiais e os invólucros descartáveis devem ser usados uma vez apenas e descartados após o uso segundo a política de resíduos de assistência à saúde. Os pacotes de dispositivos devem ser embalados para evitar o dano de itens delicados e as bandejas usadas para o acondicionamento de dispositivos, perfuradas para permitir a penetração do esterilizante. Os itens ocos embalados juntos devem ser separados por material não poroso, para permitir a circulação eficiente de vapor, e embalados de modo que todas as aberturas estejam na mesma direção. Guarde na sala limpa apenas um mínimo de matérias-primas suficientes para a produção diária, evitando manipulação desnecessária. Ainda, os materiais de embalagem devem ser compatíveis com o processo de esterilização - se indicadores químicos dentro do pacote forem usados, devem ser compatíveis com o pacote. Recomenda-se o acondicionamento sequencial usando invólucros de dupla barreira, pois isso proporciona uma via tortuosa, o que impede a migração microbiana. Os sistemas de embalagem devem ser apropriados aos itens que estão sendo esterilizados. Eles precisam: ➢ permitir a identificação do conteúdo; ➢ permitir o fechamento completo e seguro dos itens; ➢ proteger o conteúdo do pacote de dano físico; ➢ permitir a entrega dos conteúdos sem contaminação; ➢ manter a esterilidade do conteúdo do pacote até sua abertura; ➢ sempre facilitar a técnica asséptica, incluindo a abertura do pacote. Os sistemas de embalagem devem ser apropriados ao método da esterilização e precisam: ➢ manter a integridade da selagem; ➢ fornecer uma barreira adequada à matéria particulada e aos fluidos; 31 ➢ ser compatível e capaz de suportar as condições físicas do processo de esterilização; ➢ permitir a penetração e a remoção de esterilizante; ➢ manter a integridade do pacote; ➢ ser de material compatível (quer dizer, não degradável) com o processo de esterilização. Os sistemas de embalagem devem seguir as instruções do fabricante e apresentar os seguintes atributos: ➢ resistência a perfuração, laceração e outros danos que possam romper a barreira estéril e causar contaminação; ➢ resistência à penetração por microrganismos do ambiente circundante; ➢ ser isento de orifícios; ➢ ser isento de ingredientes tóxicos; ➢ não soltar fiapos ou fibras; ➢ ser inviolável e capaz de vedar apenas uma vez; ➢ fornecer uma barreira adequada contra matéria particulada e fluidos. Os materiais de embalagem devem ser armazenados em temperatura ambiente entre 18 e 22°C e com umidade relativa de 35 a 70%. É importante que os materiais de embalagem mantenhamo equilíbrio de temperatura e umidade para preservar a integridade do produto, não podendo ser armazenados próximo a paredes externas ou outras superfícies que possam estar em temperatura mais baixa ou alta do que a temperatura ambiente da sala de estocagem. Precisam, ainda, ser armazenados em prateleiras 28 cm acima do nível do piso e passar por um rodízio para garantir que não excedam sua vida de prateleira (“primeiro a entrar, primeiro a sair”). São recomendações para materiais de embalagem: ➢ podem ser usados invólucros de esterilização feitos de fibras de celulose e tecidos feitos de uma combinação de fibras de celulose e sintéticas. Os dois tipos são adequados para esterilização a vapor com carga porosa e a maioria dos processos a gás pelo fato de serem permeáveis ao ar, ao vapor e a outros gases; 32 ➢ recipientes de esterilização rígidos reutilizáveis devem ser adequados para o método da esterilização usado e compatíveis com os métodos e agentes de limpeza; ➢ envelopes transparentes devem ser arrumados para esterilização com a face de papel voltada para a face de plástico. Apenas instrumentos únicos devem ser embalados em envelopes. Os requisitos para materiais de embalagem, conforme a Organização Mundial da Saúde (2016) e o Ministério da Saúde (2001), são: estar validados para o método de esterilização usado; ser isentos de ingredientes tóxicos ou corantes; capazes de suportar altas temperaturas; permitir a remoção do ar dos pacotes e do conteúdo; permitir o contato do esterilizante com o conteúdo do pacote e a secagem do pacote; prevenir a entrada de micróbios, poeira e umidade durante o armazenamento e o manuseio; ter lacre inviolável; ser capaz de suportar o manuseio normal; ser resistente à laceração ou à perfuração; permitir apresentação asséptica; e ter custo-efetividade. Os materiais de embalagem devem obedecer às recomendações do fabricante quanto ao tipo de equipamento de reprocessamento a ser usado, seguidas para obter os melhores resultados. Os invólucros de esterilização, incluindo papel crepado (BRASIL, 2001), alvejado e invólucros combinando celulose e fibras sintéticas, são os materiais de embalagem comumente usados para esterilização a vapor, calor seco e óxido de etileno (ETO). São permeáveis a vapor, ar e vapores químicos e fornecem uma barreira eficaz, caso os pacotes sejam guardados em local limpo e seco. O papel grau cirúrgico é isento de partículas soltas, mas soltará partículas se os pacotes forem abertos, rasgando-se, cortando-se ou abrindo-se o lacre de fibra. É importante usar os invólucros de esterilização na instituição de acordo com as recomendações do fabricante. O uso de sistemas de barreira estéril dupla à base de papel (PSBS) não é recomendado como método de embalagem, pois aumenta a probabilidade de o vapor não penetrar o material de embalagem. Os PSBS são inadequados para uso com o método de esterilização por plasma de peróxido de hidrogênio, já que absorvem o vapor de peróxido de hidrogênio do espaço da câmara, interferindo na geração subsequente de plasma de peróxido de hidrogênio durante o ciclo. Os contêineres rígidos reutilizáveis, conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), são empregados para esterilização por calor úmido de grandes jogos de 33 instrumentos cirúrgicos. São feitos de vários metais, como alumínio, polímeros de alta densidade ou uma combinação de metais e plástico. Perfurações na base e na tampa são revestidas com material HEPA permeável ao vapor. Os recipientes devem ser adequadamente carregados em termos de densidade para evitar problemas de retenção de umidade e o aumento dos tempos de secagem. Após o uso, os recipientes devem ser desmontados e limpos para lavagem com detergente e água e secos antes da esterilização. A rotina de inspeção e manutenção é essencial para garantir sua eficácia contínua. Os sistemas de recipiente devem ser validados antes do uso. Tecidos reutilizáveis de algodão ou algodão/poliéster, conforme o Ministério da Saúde (BRASIL, 2001), podem ser usados para pacotes pesados esterilizados em pré-vácuo ou esterilizadoras a vapor com deslocamento por gravidade. São menos resistentes como barreira bacteriana, conforme a Organização Mundial da Saúde (2016), em comparação aos invólucros de esterilização. Deve-se sempre usar duas camadas de tecido reutilizável com o tecido configurado como invólucro interno ou uma camada de tecido reutilizável somada a uma de invólucro de esterilização descartável. Defeitos como furos e desgaste no tecido tornam o invólucro ineficaz. Todos os invólucros externos de tecido reutilizável devem ter espessura dupla. O desempenho de tecidos reutilizáveis (tecidos de algodão ou poliéster/algodão) como barreira microbiana não é tão bom quanto o de vários invólucros de esterilização descartáveis, mas invólucros de tecido reutilizável podem manter a esterilidade por várias semanas se armazenados em local limpo e seco. Quando do emprego de tecidos reutilizáveis (algodão/poliéster), deve haver instalações e procedimentos para inspeção e avaliação da qualidade e adequação desses tecidos para uso e reutilização. Tecidos com trama muito apertada ou muito espessos podem impedir a remoção do ar e a penetração do vapor e não devem ser usados. A exceção foi a introdução no mercado australiano dos “tecidos barreira recicláveis” feitos de materiais completamente sintéticos. Pelo fato de serem muito duráveis, tornaram-se atraentes para uso, embora a validação do atingimento de condições confiáveis de esterilização e de secagem deva ser feito localmente antes de sua adoção pela instituição. Quando os tecidos reutilizáveis são usados como 34 invólucro de esterilização, há requisitos adicionais para garantir a adequação do invólucro antes de cada uso. Recipientes não perfurados de vidro ou metal, conforme a Ministério da Saúde (2001), poderão ser tubos de vidro fechados com tampões de algodão não absorvente ou tampas de papel-alumínio amassado, apenas na esterilização por calor seco de seringas de vidro e agulhas. Como o vidro não é bom condutor de calor, torna-se necessário pesquisar se houve penetração do calor. As agulhas devem ser apoiadas de modo que sua ponta não entre em contato com a parede do recipiente. Garrafas, potes e ampolas de vidro podem ser usados para esterilização a vapor de líquidos aquosos em laboratórios, e potes com tampa podem ser usados para esterilização por calor seco de óleos. Recipientes de metal não perfurados são apenas adequados para esterilização por calor seco. Papel-alumínio pode ser usado como material de embalagem para grandes artigos, como brocas cirúrgicas, esterilizadas por calor seco. Podem ocorrer orifícios nas dobras, quando se deve selecionar uma folha mais espessa que a de papel-alumínio comum “doméstico” (~ 75 μM). Metais são impermeáveis aos agentes esterilizantes em vapor ou gás. As embalagens de uso único, conforme a legislação sobre produtos para saúde, incluem o requisito de que dispositivos estéreis devem ser projetados, fabricados e embalados em embalagem não reutilizável e/ou de acordo com procedimento apropriado para garantir sua esterilidade. Atualmente, há uma clara preferência por embalagem de uso único como a principal embalagem para dispositivos estéreis. Recomenda-se o duplo acondicionamento para produtos para saúde usados no centro cirúrgico. Os materiais de embalagem são selecionados de acordo com o tamanho, a forma, o peso e o processo de esterilização pretendido. Materiais de embalagem para uso em esterilizadoras devem ser compatíveis com o processo de esterilização, adequados para fechamento e selagem, isentos de fibras e partículas soltas, isentos de ingredientes tóxicos e corantes de difícil desbotamento e ser compatíveis com o conteúdo do pacote sob as condições de esterilização propostas. Osdispositivos podem ser embalados em qualquer combinação de materiais de embalagem planos (folhas, sacos, envelopes ou bobinas) ou recipientes para manter a integridade do produto. Dispositivos embalados com folhas devem usar a 35 técnica de embrulho em envelope ou em pacotes, sendo embrulhados de modo a minimizar o risco de contaminação durante a abertura e a remoção do conteúdo. Os equipamentos necessários para o processo de esterilização são: ➢ materiais de embalagem (Figura 1): bobina de papel grau cirúrgico, envelope autosselante, envelope termosselante, folhas de papel crepado, bobinas Tyvek e embalagem SMS; ➢ fita indicadora química de esterilização; ➢ caneta marcadora; ➢ etiqueta (quando aplicável); ➢ forros de bandeja. Figura 1. Materiais para embalagem: bobina de papel grau cirúrgico, envelope autosselante, envelope termosselante, folhas de papel crepado, bobinas Tyvec e embalagem SMS. Fonte: Adaptado de Trufos (2019). A seguir, veja quais são os tipos de acondicionamento: ➢ Material de plano de embalagem: método de embrulho em pacote; método de embrulho em envelope; ➢ Recipientes; ➢ Envelopes. 36 6.1 Métodos de desinfecção de artigos hospitalares Vários agentes químicos são usados para desinfetar itens ou equipamentos no setor de assistência à saúde, conforme a Organização Mundial da Saúde (2016). Esta seção lida especificamente com o uso de desinfetantes químicos após a limpeza de dispositivos termossensíveis. O desinfetante ideal deve ter alta atividade germicida, matar rapidamente uma ampla gama de microrganismos - incluindo esporos, ser quimicamente estável, ser eficaz na presença de compostos orgânicos, ser compatível com o material a ser desinfetado, ter a capacidade de penetrar em fendas (desejável), ter baixo custo e ser esteticamente aceitável. A atividade antimicrobiana de desinfetantes apresenta os desinfetantes químicos em ordem decrescente de resistência da atividade germicida contra vários microrganismos. À medida que a biocarga aumenta, a quantidade de tempo que um desinfetante precisa para agir também se eleva. Portanto, é essencial realizar uma limpeza criteriosa de todas as superfícies dos instrumentos. Vários componentes dos instrumentos precisam ser desmontados, limpos e desinfetados parte por parte. A presença de biofilme e/ou matéria orgânica, como soro, sangue, pus, fezes ou outras substâncias orgânicas, têm a capacidade não apenas de inativar a atividade antimicrobiana dos desinfetantes, mas também de impedir o contato com o desinfetante e, portanto, comprometer sua eficácia. Existem microrganismos resistentes ao agente químico, o que se refere primariamente ao espectro de atividade antimicrobiana dos vários agentes. A concentração de cada agente deverá ser a necessária para cada desinfetante, produzindo a ação antimicrobiana eficaz. Concentrações mais altas podem ter efeito prejudicial sobre o material, como corrosão. Alguns desinfetantes apresentam atividade eficaz no caso de fator físico ou químico antimicrobiano em determinada temperatura e/ou pH. A duração de exposição deve produzir (cada método e agente de desinfecção estão associados) uma quantidade específica de tempo necessário para atingir o resultado adequado. Alguns desinfetantes são instáveis na concentração de uso, como os agentes que liberam cloro, devendo ser descartados como recomendado pelo fabricante/ fornecedor do desinfetante, como demonstrado no quadro 2. 37 Quadro 2. Produtos e sua descrição PRODUTO DESCRIÇÃO Ortoftalaldeído (OPA) (Cidex OPA®). ➢ agente químico usado para desinfecção de alto nível. Corresponde ao grupo de aldeídos inorgânicos, que contém benzenocarboxaldeído. ➢ Instruções de uso: o tempo necessário para desinfecção de alto nível varia de acordo com padrões nacionais e os fabricantes. ➢ Concentrações para uso: recomenda-se a concentração de 0,55%. Depois de aberta, a solução pode ser reutilizada por 14 dias; se não for aberta, a vida de prateleira é de 2 anos. ➢ Modo de ação: mata microrganismos pela alquilação de componentes celulares e age diretamente sobre ácidos nucleicos. Glutaraldeído ➢ composto de aldeído disponível em soluções ácidas ou alcalinas. As soluções ácidas são estáveis e não exigem ativação, mas têm atividade mais lenta do que as soluções tamponadas alcalinas. Por isso, não são tão amplamente usadas quanto as soluções com pH alcalino. ➢ Instruções de uso: tempos de imersão variam entre os países, mas 10 minutos compreende o requisito mínimo para atividade bactericida, 20 minutos para atividade tuberculocida e tempos de contato mais longos (> 3 horas) para atividade esporicida. ➢ Concentrações para uso: a concentração de 2% é recomendada para o pH alcalino para desinfecção de alto nível. Soluções alcalinas são fornecidas como solução ácida, ativada com a adição de um tampão alcalino. Uma vez ativada, a solução passa a ter pH alcalino, o que reduz a vida de prateleira para 14 dias pós-ativação. Há também formulações que permitem prazos de validade maiores, de 28 dias. ➢ Modo de ação: age sobre microrganismos causando alquilação dos componentes celulares que alteram a síntese proteica de DNA e RNA. Formaldeído ➢ solução aquosa (formalina é uma solução de formaldeído a 40% estabilizada). ➢ Indicações: em virtude de seus efeitos tóxicos e irritantes, a formalina sob qualquer apresentação está excluída da lista de desinfetantes na América do Norte desde 1996. O uso de soluções de formaldeído deve ser desestimulado pelos efeitos prejudiciais à saúde produzidos por essa substância química. ➢ Modo de ação: produz inativação dos microrganismos por meio de alterações na síntese de ácidos nucleicos. 38 Ácido peracético ➢ agente oxidante que age do mesmo modo que o peróxido de hidrogênio. Disponível sob a forma líquida e em pó, com pH variando entre os fabricantes. ➢ Instruções de uso: máquinas automáticas que usam ácido peracético são vendidas para “esterilizar” instrumentos médicos, cirúrgicos e odontológicos, incluindo endoscópios e artroscópios. Há soluções para a imersão manual de itens após a limpeza. ➢ Concentrações para uso: é usado em concentrações de 0,1 a 0,2% com um tempo de contato de 5 a 15 minutos. É considerado instável, particularmente quando diluído. Uma vez preparado, a atual recomendação do fabricante é que deve ser usado dentro de 24 horas. Indicadores biológicos não são adequados para monitoramento de rotina. Há tiras de teste disponíveis para alguns produtos para verificar se a solução está em concentração eficaz. ➢ Modo de ação: desnatura as proteínas e altera a permeabilidade da parede celular. Peróxido de hidrogênio ➢ agente oxidante usado para desinfecção de alto nível. ➢ Instruções de uso: o composto peroxigênio 3% comercialmente disponível é um desinfetante estável e eficaz quando usado em superfícies inanimadas. Era empregado em concentrações de 3 a 6% para desinfecção de lentes de contato gelatinosas, tonômetros, biprismas e ventiladores. Em decorrência de preocupações com a compatibilidade com itens folheados a bronze, zinco, cobre e níquel/prata, deve-se obter a aprovação do fabricante antes de usá-lo com equipamentos que podem apresentar problemas de corrosão, como endoscópios ou centrífugas. O peróxido de hidrogênio não é amplamente usado para desinfecção de endoscópios pelo fato de suas propriedades oxidantes poderem ser nocivas a alguns componentes do endoscópio. ➢ Concentrações para uso: sua apresentação varia entre 3 e 7,5%. Para realizar a desinfecção de alto nível, a indicação é de 6 a 7,5% por 30 minutos. A solução pode ser reutilizada por 21 dias. ➢ Modo de ação: mata microrganismos pela produção de radicais livres de hidroxila destrutivos que podem atacar lipídios de membrana, DNA e outros componentes celularesessenciais. Compostos à base de cloro ➢ estão disponíveis na forma líquida (hipoclorito de sódio “alvejante”) ou sólida [hipoclorito de cálcio ou dicloroisocianurato de sódio (NaDCC)]. Tabletes de NaDCC são estáveis e a atividade antimicrobiana da solução preparada a partir de tabletes de NaDCC pode ser maior que a de soluções de hipoclorito de sódio com o mesmo cloro total 39 disponível. Soluções aquosas de hipoclorito de sódio são amplamente usadas como alvejantes domésticos. ➢ Concentrações de uso: os hipocloritos, os desinfetantes de cloro mais amplamente usados, são vendidos como produtos domésticos. A concentração mínima para eliminar micobactérias é de 1.000 ppm (0,1%) por 10 minutos sobre uma superfície limpa. Objetos não devem ficar imersos por mais de 30 minutos em virtude da atividade corrosiva do elemento. ➢ Modo de ação: produz a inibição das reações enzimáticas, a desnaturação de proteínas e a inativação de ácidos nucleicos. Álcool ➢ Concentrações para uso: caso as concentrações sejam dadas em frações de 100 (“porcentagem”), devem ser claramente definidas como porcentagem por peso (g/g ou w/w) ou por volume (mL/mL ou v/v). O álcool (etanol ou propanol) é comumente usado em concentrações de 60 a 70%. ➢ Modo de ação: o mecanismo de ação bactericida/virucida refere-se à dissolução da membrana celular (bicamada fosfolipídica). Dióxido de cloro ➢ primeiro usado em um spa em Ostend, Bélgica, como desinfetante da água. Desde a década de 1950, vem sendo empregado para desinfetar água para beber, no tratamento de resíduos da água e para controle de limo. Atualmente, há alguns produtos à venda para desinfecção de instrumentos e ambiente. ➢ Concentrações para uso: desinfecção de alto nível pode ser atingida em 5 minutos; entretanto, 10 minutos são necessários para a atividade esporicida. Antes de usar qualquer item (endoscópios flexíveis, etc.), deve-se estabelecer a aceitação do usuário e a compatibilidade com instrumentos e processadores. Há tiras de teste disponíveis para alguns produtos para verificação de que a solução está em concentração eficaz. ➢ Modo de ação: o dióxido de cloro (ClO2) é um composto neutro do cloro no estado de oxidação +4. Desinfeta por oxidação, mas não clora. Fonte: Adaptado de Brasil (2001). 40 7 ISOLAMENTO X PRECAUÇÕES Fonte: shre.ink/m1xm Para que a transmissão de agentes infecciosos ocorra no ambiente hospitalar, três elementos primordiais são necessários: ➢ a fonte dos agentes infecciosos; ➢ o hospedeiro susceptível ao patógeno; ➢ modo de transmissão do agente. As fontes dos agentes infecciosos podem ser humanas (paciente, familiar, visitante ou profissional da saúde) ou ambientais (equipamentos hospitalares). As fontes humanas podem estar infectadas – mesmo não apresentando sintomas –, no período de incubação ou sintomáticas, ou colonizadas de forma crônica ou transitória. A possibilidade de transmissão de uma doença infecciosa dentro de um ambiente hospitalar faz com que medidas de isolamento e precauções sejam necessárias para a contenção das doenças infectocontagiosas (DAGNINO, 2018). Dessa maneira, o paciente infectado passível de transmissão do agente patogênico é separado de outros indivíduos que estão susceptíveis, ou que possam transmitir o microrganismo, por uma antessala e um quarto privativo. O isolamento também se dá pela prática de medidas técnicas de assepsia e tem o intuito de evitar a disseminação de determinados agentes infecciosos entre pacientes ou a funcionários, visitantes ou familiares, bem como ao meio ambiente. 41 Os pacientes que requerem isolamento são aqueles afetados por doenças altamente contagiosas, com grande ou pequena virulência, podendo estas serem transmitidas pelo ar, por perdigotos ou por contato direto, ou indireto. Para que o isolamento seja correto, é imprescindível que o período de incubação das diversas doenças seja de conhecimento dos profissionais da saúde. Diferentes normas de biossegurança e precauções serão tomadas de acordo com os diferentes agentes causadores. Conforme mostra o quadro abaixo: Quadro 3. Doenças transmissíveis e seus respectivos agentes etiológicos, transmissão, precauções e isolamentos. Doenças Agente etiológico Transmissão Precauções Isolamento Caxumba Paramyxovirus Paramyxoviridae Disseminação de gotículas ou contato direto com a saliva. Padrão + gotículas Até 9 dias após o início do edema na região submandibul ar Coqueluche Bordetella pertussis Pessoa -pessoa. Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + gotículas 5 dias de terapia Dengue Flavivirus flaviviridae 1, 2, 3 e 4 Vetor Padrão - Difteria Corynebacterium diphtheriae Pessoa-pessoa. Secreções nasofaríngeas Padrão + gotículas Até 14 dias após a introdução da antibioticoter apia Febre amarela Flavivirus flaviviridae Vetor Padrão - Hanseníase Mycobacterium leprae Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + gotículas - 42 Hepatite B HBV* Parenteral, sexual e vertical Padrão + contato - Herpes zoster/ Varicela VVZ** Pessoa- pessoa. Secreções respiratórias e contato com lesões de pele Padrão + contato + aerossóis Até as lesões se apresentare m como crostas Leishmaniose tegumentar Leishmania amazonensis / L. guyanensis / L. braziliensi Vetor Padrão - Leishmaniose visceral Lutzomyia longipalpis / Lutzomyia cruz Vetor Padrão - Meningite Meningocócica Neisseria meningitidis Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + gotículas Até 24 horas após o início da antibioticoter apia Poliomielite Enterovirus Picornaviridae 1, 2 e 3 Fecal-oral / oral-oral Padrão + contato - Raiva Lyssavirus; Rhabdoviridae Mordedura, arranhadura e lambedura de animais contaminados Padrão Durante todo o tratamento. Rubéola Rubivirus; Togaviridae Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + aerossóis Até 7 dias após o apareciment o do exantema Sarampo Morbillivirus; Paramyxoviridae Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + aerossóis Enquanto durar a doença Tétano acidental Clostridium tetani Introdução dos esporos na pele Padrão - 43 ou mucosas lesionadas Tétano neonatal Clostridium tetani Transplacentária Padrão - Tuberculose Mycobacterium tuberculosis Pessoa- pessoa. Contato com secreções nasofaríngeas Padrão + aerossóis Até obtenção de 3 baciloscopias negativas *HBV (vírus da hepatite B) **VVZ (vírus varicela-zoster) Fonte: Adaptado de Dagnino (2018). 7.1 Normas de isolamento e cuidados com o paciente A área física de um isolamento (antessala e quarto privativo) deve estar fechada permanentemente. Além disso, recomendações de biossegurança devem ser afixadas na porta para que os visitantes estejam cientes. A antessala não é obrigatória, mas, quando presente, os equipamentos de proteção individual (EPIs) de reserva devem ser acondicionados limpos, além de haver um local adequado para o descarte quando estes forem utilizados. Uma pia e uma cabine para os jalecos ou aventais também são necessárias nesse ambiente. Caso a antessala seja ausente, os EPIs devem ser guardados fora do quarto e os aventais longe do leito do paciente. O quarto deverá ter banheiro com pia, vaso e chuveiro e deve permanecer sempre fechado. A maçaneta interna da porta do banheiro é considerada contaminada, assim, para abri-la, faz-se necessária a utilização de papel toalha. A delimitação de uma área isolada de um metro do paciente é necessária quando houver um indivíduo com uma doença que seja transmissível por perdigotos e com baixas capacidades de transmissão por contato ou dispersão. O coorte é realizado em um mesmo quarto ou setor, representando o
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