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Corpo uterino

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1 Universidade Nove de Julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) 
Corpo uterino 
O útero tem dois componentes principais: 
Endométrio e miométrio. O miométrio 
composto por musculatura lisa e o 
endométrio composto por glândulas em 
meio a um estroma celular. 
Os distúrbios mais comuns do útero resultam 
de distúrbios endócrinos, complicações da 
gravidez e neoplasias. 
Endometriose 
Presença de tecido endometrial “ectópico” 
em um local fora do útero. Esse tecido é 
composto por glândulas endometriais e 
estroma. 
Pode causar infertilidade, dismenorreia, dor 
pélvica etc. 
Mais presente em mulheres com vida 
reprodutiva ativa, entre a terceira e quarta 
década. 
 
Ovário apresentando grande cisto 
endometrióide “cistos de chocolate”. 
 
Patogenia: Existem algumas teorias 
1. Teoria regurgitante: Tecido 
endometrial se implanta em locais 
ectópicos via fluxo retrogrado do 
endométrio menstrual. 
O estrogênio que promove a proliferação e 
desenvolvimento celular acaba servindo 
para nutrição das células invasoras. As 
células vão perceber um processo 
inflamatório e gerar fatores de crescimento. 
Ocorre liberação de citocinas inflamatórias 
como IL-6, IL-8, TNF alfa. Que causará os 
sintomas como a dor pélvica e infertilidade. 
A aromatase leva ao aumento da produção 
de estrogênio pelas células estromais 
endometrióticas, o estrogênio age 
aumentando a sobrevida e a persistência do 
tecido endometriótico. 
2. Teoria das metástases benignas: O 
tecido endometrial do útero pode se 
espalhar por vasos e canais linfáticos. 
3. Teoria metaplásica: Outro tecido da 
região pélvica se tornou tecido 
endometrial. 
4. Teoria das células tronco: Propõem 
que as células tronco da medula 
óssea se diferenciam em tecido 
endometrial. 
Aspectos clínicos: Infertilidade, dismenorreia, 
dispareunia, dor pélvica, alterações 
intestinais, aderências na cavidade entre as 
tubas uterinas, ovários e outras estruturas e 
pode invadir a parede de órgãos 
comprometidos. 
Morfologia: As lesões endometrióticas 
sangram, produzindo assim nódulos. 
Pode ser precursora de carcinoma. 
Adenomiose 
Presença de tecido endometrial no interior 
da parede uterina (miométrio) 
Sintomas comuns com a endometriose, pode 
estar presente juntamente com a 
endometriose. 
Sem caráter de malignidade. Presente em 
mulheres acima de 40 anos. 
A presença de endométrio no miométrio 
induz a hiperplasia e hipertrofia do 
miométrio. 
 
2 Universidade Nove de Julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) 
 
 
Hiperplasia endometrial 
Causa importante de sangramento anormal 
e precursora de carcinoma endometrial. 
Aumento da proliferação das glândulas 
endometriais relativas ao estroma, resultando 
em maior proporção de glândulas para 
estroma em comparação ao endométrio 
proliferativo normal. 
Está associada a estimulação estrogênica 
prolongada do endométrio, que pode ser 
decorrente de anovulação, aumento da 
produção de estrogênio ou estrogênio 
exógeno. 
Condições associadas: Obesidade, 
menopausa, síndrome do ovário policístico, 
tumores de células granulosas funcionais do 
ovário etc. 
Patogenia: Inativação do gene supressor de 
tumor PTEN, o que faz com que a via 
PI3K/AKT se torne excessivamente ativa. 
Pode levar ao estímulo de expressão de 
genes dependentes de estrogênio, levando 
ao crescimento excessivo de tipos celulares 
que dependem do estrogênio para receber 
sinais tróficos. 
Histologia: 
1. Hiperplasia típica: aumento da relação 
glândula – estroma. Glândulas podem se 
encontram dilatadas. 
 
2. Hiperplasia atípica (neoplasia 
intraepitelial endometrial): Proliferação 
glandular com atipia nuclear. 
A hiperplasia atípica é relacionada com o 
aumento do risco de carcinoma 
endometrial. 
Tumores malignos do endométrio 
1. Carcinoma do endométrio 
Câncer invasor do trato genital feminino mais 
comum. 
Tipo 1: 55-65 anos; mutações no PTEN, KRAS, 
B-Catenina, PI3K/AKT, tem como precursor 
uma hiperplasia, situação clínica de 
estrogênio sem oposição, obesidade, 
hipertensão e diabetes. Comportamento 
mais indolente, disseminação através dos 
vasos linfáticos. 
 
Tumor polipoide localizado. A disseminação 
pode alcançar o miométrio e órgãos e 
estruturas adjacentes. 
Tipo 2: Mais de 70 anos; mutação no TP53, 
precursor o carcinoma intraepitelial 
endometrial seroso; situação clínica de 
atrofia do endométrio (menopausa – pouco 
estrogênio) e biotipo magro. 
Comportamento mais agressivo, 
disseminação intraperitoneal e linfática. 
Constituem tumores grandes e volumosos. É 
possível observar células com atipias, 
elevada proporção do núcleo – citoplasma, 
figuras mitóticas atípicas, hipercromasia e 
nucléolos proeminentes. 
 
3 Universidade Nove de Julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) 
 
Todos os tumores são classificados como 
grau 3. 
Aspectos clínicos: Produz sangramento 
vaginal irregular ou no período de pós-
menopausa. Aumento do útero nos estágios 
iniciais. 
 
Tumores do miométrio 
1. Leiomiomas 
Neoplasia benigna de musculo liso que 
podem ser múltiplas. 
Mutação no MED12. 
Morfologia: Tumores circunscritos, nítidos, 
arredondados, de cor cinza esbranquiçada. 
Na microscopia é possível observar células 
musculares bem diferenciadas, fusiformes, 
associadas com a hialinização. 
 
Podem ser assintomáticos, alguns 
apresentam sangramento anormal, 
frequência urinária devido a compressão na 
bexiga e dor. 
2. Leiomiossarcomas 
 Neoplasia maligna rara, acreditam-se que 
surjam a partir do miométrio ou de células 
precursoras do estroma endometrial. 
Mutação no MED12. 
Morfologia: Massas volumosas e carnosas 
que invadem a parede uterina, massas 
polipoides que se projetam para a luz da 
cavidade uterina. 
Atipia nuclear, índice mitótico e necrose 
zonal. 
 
Células tumorais irregulares no tamanho e 
núcleos hiper cromáticos, numerações 
figuras mitóticas.

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