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1 Universidade nove de julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) Patologias ovarianas Cistos funcionais e não neoplásicos 1. Cistos foliculares e luteínicos Cistos foliculares mais comuns no ovário, originados de folículos graafianos não rompidos ou folículos que foram rompidos e imediatamente fechados. Influência do eixo hipotálamo. O hipotálamo libera GnRH (hormônio liberador de gonadotrofina) que atua na hipófise (adenohipófise) a liberar FSH e LH. No meio de um ciclo regular ocorre a ovulação. O FSH no início do ciclo faz com que os folículos primordiais façam uma hiperplasia das células da teca até que ele rompa e libere o ovulo para ser fecundado, nessa fase ocorre a elevação do estrógeno (fase folicular). Quando a mulher ovula se não houver a fecundação o ovulo vai atrofiar, que produz a progesterona sobre a influência do LH que irá aumentar (fase lútea), formando o corpo lúteo e depois o corpo albicans. Podem modificar o ciclo menstrual – irregularidade menstrual por modificar o perfil hormonal da mulher. Outros, não alteram. Geralmente são múltiplos, preenchidos por um líquido seroso claro. Podem regredir naturalmente. Cistos maiores que 2 cm podem em alguns casos serem palpados e vistos na US – Podem causar dor pélvica. Os cistos podem crescer muito e se romper e causar uma complicação se cair na cavidade peritoneal – Causando uma peritonite. Cistos luteínicos estão presentes em mulheres com idade reprodutiva. São revestidos por uma borda amarelo-brilhante contendo células da granulosa luteinizadas. Podem se romper e causam reação peritoneal. Alteração na regressão do corpo lúteo, formando um cisto que pode produzir progesterona, podendo alterar a questão hormonal da mulher e alterar o ciclo – bloqueando o FSH. 2. Ovários policísticos e hipertecose estromal Síndrome do ovário policístico (SOP) é um distúrbio endócrino caracterizado por hiperandrogenismo, irregularidades menstruais, ovários policísticos, anovulação crônica, acne facial em região mentual e diminuição da fertilidade. Associada a diabetes tipo 2, obesidade e aterosclerose prematura. Mulheres com SOP apresentam resistência à insulina (o aumento estimula a adenohipofise a produzir mais LH diminui a produção de FSH, sensibiliza as células da teca a produzirem mais andrógeno, o excesso de LH acaba inibindo o GnRH) e metabolismo do tecido adiposo alterado. A presença de cistos não necessariamente quer dizer que a pessoa tem a SOP, necessita ter o aumento dos andrógenos e um conjunto de sinais e sintomas. 2 Universidade nove de julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) Etiologia desconhecida – Desregulação das enzimas envolvidas na biossíntese de andrógenos e na produção excessiva de andrógenos. Caracterizada por numerosos folículos císticos que aumentam o tamanho do ovário. Associado com risco de hiperplasia endometrial e carcinoma. Hirsutismo é o crescimento anormal de pelos, característico de pacientes com SOP, esses são caracteres sexuais masculinos originados pelo excesso de estrógeno. Hipertecose estromal (Hiperplasia estromal cortical) é um distúrbio do estroma ovariano, mas comum em mulheres pós menopausa. Causa o aumento uniforme do ovário, com aspecto branco e marrom claro. Microscopia: Estroma hipercelular e luteinização das células estromais. Clínica semelhante ao SOP. Tumores ovarianos A maioria dos tumores são benignos, os malignos normalmente acometem mulheres mais velhas. Sintomas: Dor, distensão abdominal, sintomas no trato urinário e gastrointestinais decorrentes de compressão e sangramento vaginal. 1. Tumores epiteliais Neoplasias que surgem do epitélio mulleriano. Existem três tipos histológicos principais: Tumores serosos, mucinosos e endometrioides. Essas proliferações são classificadas como benigna, borderline e maligna. Os carcinomas podem ser do tipo I e tipo II, sendo que do tipo I são tumores de baixo grau, normalmente surgem de tumores borderline ou endometriose. Os do tipo II são mais frequentes carcinomas serosos de alto grau que surgem a partir de um carcinoma intraepitelial seroso. 2. Tumores serosos Neoplasias císticas mais comum de tumores malignos. Seroso é referente ao epitélio do tipo tubário esses tumores. Fatores de risco: nuliparidade, histórico familiar e mutações hereditárias. Mulheres que tomam anticoncepcional ou realizam ligações tubarias tem menor risco de desenvolverem câncer de ovário. Patogenia: Mutações hereditárias germinativas de BRCA1 e BRCA2 aumentam as chances de desenvolver o câncer. Carcinomas de baixo grau são bem diferenciados, podem surgir em associação com tumores serosos de borderline, Carcinomas de alto grau são moderadamente a pouco diferenciados, surgem a partir de lesões in situ nas fímbrias ou a partir de cistos de inclusões serosas no ovário. 3 Universidade nove de julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) Esses cistos surgem a partir da implantação de epitélio desconectado das tubas uterinas, em locais que a ovulação rompeu a superfície do ovário. Tumores de baixo grau apresentam mutações nos oncogenes KRAS, BRAF e ERBB2 e gene TP53 selvagem. Tumores de alto grau possuem mutações no TP53 e não apresentam mutações no KRAS e nem no BRAF. Morfologia: Lesão multicística. Os benignos apresentam parede lisa e brilhante, sem espessamento epitelial ou pequenas projeções papilares. Os tumores de borderline possuem um número maior de projeções papilares e os malignos apresentam grandes áreas de massa tumoral sólida irregulares 3. Tumores mucionosos São mais raros. Patogenia: Mutação no KRAS Morfologia: Superfície do ovário raramente está envolvida, uma minoria é bilateral. Produzem grandes massas císticas, são multiloculados, cheios de fluido gelatinoso e viscoso, rico em glicoproteínas. Presença de células colunares altas com mucina sem cílios que revestem o cisto. 4. Tumores ovarianos endometrioides Presença de glândulas tubulares semelhantes ao endométrio benigno ou maligno. Podem surgir no contexto de endometriose e estão associados ao tumor de borderline. Patogenia: Alterações que aumentem a via de sinalização da PI3K/AKT e mutações no gene de reparo de erro de dna e no beta- catenina. Mutações no TP53 são comuns. Morfologia: Áreas de crescimento sólidas e císticas. Teratomas benignos e malignos Tumores de células germinativas. 1. Teratomas benignos (maduros) Maioria é cístico, chamado de cistos dermoides. Mais comum em mulheres jovens em idade reprodutiva. Morfologia: Bilaterais, cistos uniloculares contendo pelos e materiais sebáceos. É comum encontrar estruturas dentarias e áreas de calcificação. 4 Universidade nove de julho – Ana Carolina Amorim Costa (T6B) Composto por epitélio escamoso estratificado com glândulas sebáceas, pelos e outras estruturas de anexos cutâneos. 2. Teratomas malignos (imaturos) Tecidos componentes lembram o tecido embrionário imaturo. Mais comum em adolescentes e mulheres jovens (18 anos). Morfologia: São volumosos com superfície externa lisa. Podem conter material sebáceo, cartilagem, osso, junto com áreas de necrose e hemorragia. Crescem rapidamente e podem disseminar. Tumores de estroma e cordões sexuais