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MDD4-Tratamento da Obesidade

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Mecanismo de Defesa e Doença 
Medicina Anhembi Morumbi 
 
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De acordo com a OMS, OBESIDADE é o EXCESSO DE GORDURA CORPORAL, 
em quantidade que determine prejuízos a saúde. Uma pessoa é considerada obesa 
quando seu IMC é maior ou igual a 30 kg/m2 e a faixa de peso normal varia entre 
18,5 e 24,9 kg/m2. 
 
 
 
Além do IMC, para determinar se uma pessoa é obesa, também deve-se analisar 
outras medições, como o Adipômetro e a Circunferência Abdominal. 
Os tratamentos realizados em caso de obesidade têm como objetivo a redução da 
gordura corporal e uma conscientização acerca dos hábitos de vida. 
➔ CIRURGIA BARIÁTRICA 
 
• CONDIÇÕES 
Pacientes entre 18 e 65 anos, em acompanhamento adequado por 2 anos, sem 
sucesso de perda ponderal, e IMC maior ou igual a 40 kg/m2 
 IMC maior ou igual a 35 kg/m2, na presença de 
comorbidades cuja perda de peso possa revertê-las ou melhorá-las. 
Pacientes com IMC maior ou igual a 30 kg/m2 e diabetes mellitus não controlado 
com tratamento clínico otimizado. 
 
 
 
 
 
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• CONTRAINDICAÇÕES 
1) Doença psiquiátrica grave não controlada 
2) Dependência atual de álcool ou drogas ilícitas 
3) Causas endócrinas tratáveis de obesidade (insulinoma, síndrome de 
Cushing) 
4) Risco cirúrgico e anestésico alto 
5) Condições que aumentam risco de hemorragia (varizes esofageânas e 
hipertensão portal) 
6) Doença inflamatória do trato digestivo superior 
7) Incapacidade de compreender as mudanças necessárias e seguir as 
orientações de tratamento pós procedimento. 
 
• QUANDO ENTRAR COM O TRATAMENTO FARMACOLOGICO? 
Falha na perda de peso (ou seja, redução do peso inferior a 5% do peso corporal) 
com o tratamento não farmacológico por 3-6 meses e: 
 IMC maior ou igual a 30 kg/m2 
 IMC maior ou igual a 27 kg/m2, na presença de comorbidades 
modificáveis pela perda de peso. 
➔ MEDICAMENTOS APROVADOS NO BRASIL 
1) SIBUTRAMINA 
A sibutramina é uma substância ativa de via oral. 
Referência: Biomag (Aché) 
Genérico: assinalado com G. 
Similar: Plenty (Medley); Redulip (Sandoz); Sibuctil (SEM); Síbus (Eurofarma) 
Doses: 10 e 15 mg 1 vez ao dia 
Inicialmente, a Sibutramina foi desenvolvida para tratamento da depressão, mas 
hoje ela não é mais indicada para esse fim. 
Esse medicamento pertence a classe das Catecolaminas. 
• MECANISMO DE AÇÃO 
A droga bloqueia receptores pré-sinápticos de dopamina, noradrenalina e 5-HT 
nos centros da alimentação e saciedade do hipotálamo, diminuindo a fome ao 
potencializar os efeitos anorexígenos desses neurotransmissores no Sistema 
Nervoso Central. 
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• EFEITOS 
1) Captação por neurônios pós-sinápticos no centro da alimentação. Isso faz 
com que haja diminuição da fome e, consequentemente, a ingestão de 
alimentos. 
2) Captação por neurônios pós-sinápticos no hipotálamo lateral, ativa os 
núcleos ventromediais do hipotálamo, vendo, assim, o aumento da 
sensação de saciedade. 
3) Captação por neurônios pós-sinapticos, o que aumenta a sensação de 
prazer e bem-estar. 
 
• EFEITOS ADVERSOS 
Seus metabolitos ativos bloqueiam os receptores serotonérgicos 5-HT, 
adrenérgicos (B), dopaminérgicos (D), histamínicos (H1) – bloqueio esse 
responsável pelas reações adversas. 
1) Xerostomia (Boca Seca) 
2) Hipertensão 
3) Constipação 
4) Cefaleia 
5) Taquicardia 
6) Ansiedade 
7) Tremor 
8) Contração involuntária 
9) Disfunção hepática 
10) Náusea 
11) Insônia 
 
• CONTRAINDICAÇÕES 
1) Glaucoma: cloridrato de sibutramina monoidratado deve ser utilizado com 
cautela por pacientes com glaucoma de ângulo fechado. 
2) Causas orgânicas de obesidade (como por exemplo, hipotireoidismo não 
tratado) devem ser excluídas antes da prescrição de cloridrato de 
sibutramina monoidratada. 
3) Hipertensão pulmonar: embora a sibutramina não tenha sido associada a 
hipertensão pulmonar, determinados agentes redutores de peso de ação 
central que causam a liberação de serotonina nas terminações nervosas 
(mecanismo de ação diferente da sibutramina) foram associados a 
hipertensão pulmonar, uma doença rara, mas letal. Nos estudos realizados 
antes da comercialização da sibutramina, não foram relatados casos de 
hipertensão pulmonar com capsulas de sibutramina. 
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4) História ou presença de transtornos alimentares, como bulimia e anorexia. 
5) Pacientes com hipersensibilidade conhecida a sibutramina ou a qualquer 
outro componente da fórmula. 
6) Conhecimento ou suspeita de gravidez e durante a lactação. 
7) Pacientes recebendo inibidores da monoaminooxidase (É recomendado 
um intervalo de pelo menos duas semanas após a interrupção dos IMAOs 
antes de iniciar o tratamento com sibutramina (ver interações 
Medicamentosas). 
8) Pacientes recebendo outros medicamentos supressores do apetite de ação 
central. 
9) Epilepsia: cloridrato de sibutramina monoidratado deve ser utilizado com 
cautela por pacientes com epilepsias. 
10) Disfunção Renal: sibutramina deve ser utilizada com cautela em pacientes 
com insuficiência renal leve e moderada. A sibutramina não deve ser 
utilizada em pacientes com insuficiência renal grave, incluindo pacientes 
com insuficiência renal em estágio avançado e que realizam dialise 
11) Disfunção Hepática: cloridrato de sibutramina monoidratado não foi 
avaliado sistematicamente em pacientes com insuficiência hepática. 
Portanto, cloridrato de sibutramina monoidratado não deve ser 
administrado nesses pacientes. 
12) Distúrbios Hemorrágicos: foram relatados casos de sangramento em 
pacientes tratados com sibutramina. Enquanto a relação causa-efeito não 
for esclarecida, recomenda-se cautela em pacientes predispostos a 
apresentarem episódios de sangramento e naqueles em uso de 
medicamentos que sabidamente afetam a hemostasia ou a função 
plaquetária. 
13) Interferência com o Desempenho Motor e Cognitivo: embora a 
sibutramina não afete o desempenho psicomotor e cognitivo em 
voluntários sadios, qualquer medicamento de ação no SNC pode 
prejudicar julgamentos, pensamentos ou habilidade motora. 
14) Abuso: embora os dados clínicos disponíveis não tenham evidenciado 
abuso com a sibutramina, os pacientes devem ser monitorados 
cuidadosamente quanto a antecedentes de abuso de drogas e observados 
quanto a sinais de uso inadequado ou abuso. 
 
 
 
 
 
 
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• INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
 
1) Substâncias de Ação sobre o SNC: o uso de cloridrato de sibutramina 
monoidratado concomitantemente com outras drogas de ação no SNC, 
particularmente agentes serotoninérgicos, não foi sistematicamente 
avaliado. É aconselhável cautela se cloridrato de sibutramina 
monoidratado for administrado com outras drogas de ação central 
2) Inibidores da Monoaminooxidase (IMAOs): o uso concomitante de 
cloridrato de sibutramina monoidratado com inibidores da 
monoaminooxidase (IMAOs) é contraindicado. Deve haver um intervalo 
mínimo de 2 semanas após interrupção dos IMAOs antes de iniciar o 
tratamento com cloridrato de sibutramina monoidratado. 
3) Substâncias que podem aumentar a pressão arterial e/ou a frequência 
cardíaca: o uso concomitantede cloridrato de sibutramina monoidratado e 
outros agentes que podem aumentar a pressão arterial e/ou a frequência 
cardíaca não foi sistematicamente avaliado. Esses agentes incluem 
determinados medicamentos descongestionantes, antitussígenos, 
antigripais e antialérgicos que contêm substâncias como a efedrina ou 
pseudoefedrina. 
4) Substâncias inibidoras do metabolismo do citocromo P450 (3A4): a 
administração concomitante de inibidores enzimáticos tais como a 
cetoconazol, a eritromicina e a cimetidina podem aumentar as 
concentrações plasmáticas da sibutramina. Recomenda-se cautela na 
administração concomitante da sibutramina com outros inibidores 
enzimáticos. 
5) Álcool: a administração concomitante de dose única de sibutramina com 
álcool não resultou em interações com alterações adicionais do 
desempenho psicomotor ou funções cognitivas. Entretanto, o uso 
concomitante de excesso de álcool com cloridrato de sibutramina 
monoidratado não é recomendado. 
OBS: CONTRACEPTIVOS ORAIS = a sibutramina NÃO AFETA a eficácia dos 
contraceptivos orais. 
 
 
 
 
 
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2) ORLISTAT 
Nome do Produto: Xenical (Roche) 
Nome Genérico: Orlistat 
Capsulas de 120 mg – caixa com blister contendo 42 e 84 
Posologia: 1 comprimido por refeição (3 vezes ao dia) 
Usar durante ou até 1 hora após as refeições. Caso você não faça uma refeição ou 
sua refeição não contenha gordura, você não precisará tomar Orlistat. 
Primeiros efeitos são observados 24/48 horas após a administração. A perda de 
peso, geralmente, é observada em duas semanas após o uso. 
Uso de polivitamínico (2 horas antes ou depois do uso de Orlistat. 
Refeições com baixo teor de gordura e mais de três vezes por dia a eficácia é 
baixa. 
 
• MECANISMO DE AÇÃO 
Inibidor irreversível das lipases gastrintestinais que hidrolisa os triacliglicerois 
(triglicérides) no trato gastrintestinal em ácidos graxos livres e monoacilglicerois, 
promovendo dessa forma a sua excreção. 
Mais ou menos 30% dos triglicerídeos ingeridos são eliminados nas fezes. 
Ajuda a reduzir triglicerídeos. 
 
• PONTOS INTERESSANTES 
O medicamento não é absorvido (pouca interação com medicações) 
Não apresenta (muito raros) efeitos no SNC 
Pode ser utilizado com medicamentos que agem no SNC 
Uso mais prolongado 
Pode ajudar em pacientes que tenha constipação. 
 
 
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• INTERAÇÕES MEDICAMENTOSAS 
CICLOSPORINAS: redução dos níveis sanguíneos de ciclosporina foi observada 
durante a administração concomitante com Orlistat. (Imunossupressor) 
AMIODARONA: redução do efeito terapêutico da amiodarona foi observada 
durante a administração concomitante com Orlistat. (Antiarritmico de classe III – 
bloqueia canal de potássio). 
• EFEITOS ADVERSOS 
Perdas ou evacuações oleosas, flatulência (acúmulo de gases no intestino) com 
perdas oleosas, urgência para evacuar, aumento das evacuações, desconforto/dor 
abdominal, gases, fezes liquidas, hipoglicemia (nível de açúcar reduzido no 
sangue), hipovitaminose (A, D, E, K). 
• CONTRAINDICAÇÕES 
Pacientes com síndrome da má absorção crônica. 
Colestase (redução do fluxo biliar) 
Hipersensibilidade conhecida ao Orlistat ou a qualquer um dos componentes de 
sua formulação. 
3) LIRAGLUTIDA (SAXENDA OU VICTOZA) 
Uso injetável – Preparação 
Administração: Via subcutânea (no abdômen, coxa ou parte superior do braço) 
Atenção: não administrar por via intramuscular ou intravenosa. 
• MECANISMO DE AÇÃO 
Agonista de GLP-1 com 97% de homologia ao GLP-1 nativo. 
Liga-se ao receptor GLP-1 nas células beta do pâncreas, levando a secreção de 
insulina na presença de concentrações elevadas de glicose. Simultaneamente 
reduz a secreção indevidamente alta de glucagon, também de forma glicose-
dependente. Usado para tratar DM2. 
GLP-1 reduz motilidade gástrica e intestinal, aumentando a sensação de 
saciedade. 
Reduz a velocidade de esvaziamento gástrico (reduz fome e saciedade). 
 
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• EFEITOS ADVERSOS 
1) Náusea 
2) Vômitos 
3) Enjoo 
4) Refluxo 
5) Excretado no leite materno 
6) Alergia 
 
• CONTRAINDICAÇÃO 
1) Doença de refluxo grave 
2) Pancreatite previa 
3) Gestantes e lactantes 
 
➔ USO OFF LABEL 
1) BUPROPIONA + NALTREXONE 
• MECANISMO DE AÇÃO 
BUPROPIONA: inibidor seletivo da recaptação neuronal de catecolaminas 
(noradrenalina e dopamina), com efeito mínimo na receptação de indolaminas 
(serotonina) e que não inibe a monoaminoxidase (MAO). (Antidepressivo e 
tratamento do tabagismo). 
NALTREXONE: Atua como um antagonista competitivo nos receptores opioides. 
 
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BUPROPIONA 
• INDICAÇÃO 
Dependência a nicotina: redução da fissura (não observado em ensaios clínicos 
com outros antidepressivos). 
Eventualmente: Depressão 
Pacientes que sofrem perda drástica de libido e/ou ganho de peso 
• EFEITOS ADVERSOS 
1) Agitação 
2) Insônia 
3) Cefaleia 
4) Boca Seca 
 
• CUIDADOS 
1) Atravessa a barreira hematoencefálica e a placenta 
2) Distribuído no leite materno 
 
NALTREXONE 
• INDICAÇÃO 
Utilizado em associação com outros medicamentos ou na terapêutica para ajudar 
as pessoas que são dependentes de drogas, como por exemplo a heroína 
(opiaceos). 
Está indicado como terapêutica de apoio na manutenção da abstinência 
(autorrejeição) em doentes dependentes de álcool. 
A naltrexona atua bloqueando os receptores ao nível do cérebro com o objetivo 
de bloquear a ação dos opiáceos. 
Os indivíduos deixam de sentir a euforia que sentiam anteriormente após 
tomarem opiáceos. 
• EFEITOS ADVERSOS 
1) Agitação 
2) Insônia 
3) Cefaleia 
4) Boca Seca 
5) Tontura 
6) Dor de cabeça 
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TOPIRAMATO 
• MECANISMO DE AÇÃO 
Modulador de GABA causando efeito inibitório no SNC. Por isso é indicado para 
pacientes com “comer emocional”. 
Inibe anidrase carbônica, reduzindo a quebra de catecolaminas. 
• INDICAÇÃO 
Epilepsia e uso profilático de enxaqueca. 
FLUOXETINA 
• MECANISMO DE AÇÃO 
Inibidor Seletivo da Recaptação de Serotonina (ISRS) 
• EFEITOS ADVERSOS 
1) Náusea 
2) Constipação 
3) Boca Seca 
4) Diarreia 
5) Agitação, tremor, tontura 
6) Disfunção Sexual 
 Homens: Retardo da ejaculação e disfunção erétil 
 Mulheres: Redução da libido e anorgasmia 
 
LISDEXANFETAMINA 
Aprovado no Brasil e EUA para distúrbio alimentar. 
• MECANISMO DE AÇÃO 
Aumenta dopamina no SNC, reduzindo o apetite. 
• EFEITO ADVERSO 
Episódios psicóticos em doses recomendadas, superestimulação, inquietação, 
vertigem, insônia, euforia, discinesia, disforia, depressão, tremor, cefaleia, 
exacerbação de tiques motores e fônicos e síndrome de Tourette, convulsões, 
acidente vascular cerebral.

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