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Pediatria Medicina Anhembi Morumbi 1 Lactente até os vinte e quatro meses de vida Crianças nascidas a termo geralmente nascem com mais ou menos 3 kg, 50 cm de comprimento e de 34 a 35 cm de perímetro cefálico. No final do primeiro ano de vida, a criança triplica o peso de nascimento, o comprimento aumenta cerca de 50% do comprimento de nascimento e o perímetro cefálico aumenta cerca de 12 cm. Obs: até o primeiro ano, o desenvolvimento é bastante significativo. • ALIMENTAÇÃO Leite materno de exclusiva demanda até os meses. Após isso, há a introdução de alimentação complementar de forma lenta e gradual outros alimentos, mantendo o leite materno até os 2 anos de idade ou mais. Essa alimentação deve ocorrer três vezes ao dia (se a criança receber leite materno) e 5 vezes ao dia (se estiver desmamada). A alimentação complementar devera ser oferecida sem rigidez de horários , respeitando-se sempre a vontade da criança. Deve-se também estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes nas refeições. • ETAPAS DO DESENVOLVIMENTO MOROTOR E ALIMENTAÇAO COMPLEMENTAR A partir dos 6 meses: retração da língua e fechamento do lábio após a retirada da colher; movimenta o corpo e a cabeça na direção do alimento (manifesta aceitação). Aos 9 meses se inicia o manuseio do talher. A alimentação complementar é a introdução de novos alimentos na dieta da criança. O início ocorre a partir dos 6 meses de vida com aleitamento materno até dois anos. Fornecer quantidade suficiente de água, energia, proteína, gorduras, vitaminas e minerais, com variedade de todos os grupos alimentares, além de uma higienização adequada dos alimentos. A água deve ser oferecida para a criança a partir da introdução da alimentação complementar. Pediatria Medicina Anhembi Morumbi 2 • MATURIDADE FISIOLÓGICA Os sistemas digestório e renal da criança pequena são imaturos. A salivação e amilase salivar são reduzidas nos primeiros 3 meses. A capacidade gástrica, ph gástrico, secreção gástrica de pepsina e a atividade de enterocinase e tripsina -> níveis baixos-> limitam a digestão de proteínas maiores. Alta permeabilidade do tubo digestivo -> antes de 4 meses -> reações de hipersensibilidade a proteínas estranhas. Rim imaturo -> sem capacidade de concentrar a urina. 6 meses -> maioria atinge estágio de maturidade fisiológica e neurológica para ingestão de semissólidos. Entre 4 e 6 meses -> estágio de maturidade fisiológica capaz de lidar com alimentos diferentes do leite materno. A alimentação complementar adequada depende do tipo de alimento fornecido; como, quando e onde e por quem a criança é alimentada; boa diversificação de alimentos -> atender as necessidades nutricionais de macro e micronutrientes; consistência adequada -> ingestão de quantidade razoável, sem muita demora, sem engasgos, com absorção adequada dos nutrientes; cuidado com a fonte, estoque, preparo e conservação dos alimentos. • PROGRAMAÇÃO METABÓLICA Período de introdução da alimentação complementar -> programação metabólica. Estímulo recebidos num período crítico -> efeitos prolongados e até por toda a vida. Introdução precoce da alimentação “programa” obesidade futura, pressão arterial, metabolismo do colesterol, resistência insulínica, aterosclerose, saúde óssea e imunológica, aprendizado, comportamento e longevidade. Nesse período estreito no desenvolvimento orgânico -> alimentação promove respostas adaptativas -> efeitos na estrutura e função do organismo, de persistência variável -> repercussões sobre a saúde ao longo da vida. Pediatria Medicina Anhembi Morumbi 3 • RECOMENDAÇÃO ENERGÉTICA PARA LACTENTES SEGUNDO FAIXAS ETÁRIAS 6-8 meses: 60% é o leite materno como principal fonte de energia, 40% ligada a alimentação complementar. 9-11 meses: 55% é fonte de energia através do leite e 45% através da alimentação. A partir de 1 ano 69% é fonte de energia através da alimentação e 31% da fonte de energia é fornecida pelo leite. • ALIMENTAÇÃO COMPLEMENTAR E ALERGIA ALIMENTAR O leite, ovo, soja, trigo e amendoim são os principais alérgenos alimentares mais comuns nas crianças. A prevenção mais eficaz é o aleitamento materno exclusivo até 6 meses, complementado até os 2 anos ou mais. O suco de frutas não deve ser introduzido antes do primeiro ano de vida devido a ausência de fibras, sucos não pasteurizados -> contaminação por patógenos, favorece caries dentarias e favorece má nutrição (desnutrição ou obesidade). A partir de 1 ano, os sucos devem ser limitados a 120 a 150 ml por dia. Não deve oferecer na hora de dormir e encorajar o consumo da fruta inteira. VITAMINA D: suplementar todas as crianças independente do local de origem, a partir de 1 semana de vida. DOSE: 400 UI o primeiro ano de vida (2 gotas); aumentar para 600 UI (3 gotas) no segundo ano de vida. O ADITIL deve ser dado todos os dias, de preferência no mesmo horário. FERRO: deve-se suplementar quando a criança é grupo de risco (quando há depleção dos depósitos ao nascimento: deficiência de ferro na gestação e doenças maternas como hipertensão arterial e diabetes mellitus; baixo peso ao nascimento e prematuridade; clampeamento precoce do cordão umbilical; interrupção precoce do aleitamento materno; baixo nível socioeconômico; fraco vinculo mãe- filho; consumo inadequado de alimentos fonte (consumo de leite de vaca em menores de 1 ano de idade e nas dietas restritivas como vegetarianismo). O ferro em crianças sem fatores de risco e nascidos a termo com peso e idade gestacional adequado e com aleitamento materno exclusivo ate o sexto mes, deve ser administrada 1 mg de ferro elementar/kg/dia, iniciando aos 180 dias de vida ate o 24 mês de vida. Pediatria Medicina Anhembi Morumbi 4 ➔ DESENVOLVIMENTO • ESTÁGIO SENSÓRIO-MOTOR (PIAGET): Controle progressivo sobre reflexos inatos; repetição de sensações corporais agradáveis, primeiramente obtidos por acaso; manipulação de objetos, interesse em aprender suas propriedades; início do comportamento intencional (mais ou menos 8 a 12 meses) generalização a partir de experiencias passadas, para resolver problemas; noção de permanência de objeto (final do período). • DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM Percepção dos sons da fala: aos 6 meses começa a relacionar o som aos significados e dos 6 aos 12 meses discrimina os sons básicos da língua e começa a conhecer suas regras. Dos 6 aos 10 meses balbucia silabas e dos 9 aos 12 meses utiliza gestos para se comunicar. Dos 10 aos 18 meses, diz palavras isoladas; aprende muitas palavras novas dos 16 aos 24 meses; expandindo rapidamente o vocabulário; salto na compreensão dos 20 aos 22 meses. • DESENVOLVIMENTO EMOCIONAL TEORIA DO DESENVOLVIMENTO PSICOSSEXUAL – FREUD Fase Oral (até mais ou menos 18 meses): principal fonte de prazer e exploração do mundo pelo bebê envolve a boca – atividade como sugar e alimentar-se. Fase Anal (18 meses até 3 anos): prazer ligado a função excretora e ao controle dos esfíncteres; rigidez e controle; abandono das fraldas é um marco importante. • DESENVOLVIMENTO DA AUDIÇÃO 12 meses: começa a localizar o som acima da cabeça. Localização para o lado. Localização para baixo. Reconhece comandos verbais. 13 a 18 meses: reconhece comandos verbais mais elaboradas. Pediatria Medicina Anhembi Morumbi5 • DESENVOLVIMENTO DA VISÃO Pediatria Medicina Anhembi Morumbi 6 ➔ VACINAÇÃO ➔ DIAGNÓSTICO No final da consulta pediátrica deve-se ter atendido as respectivas abordagens: Crescimento; Estado Nutricional; DNPM; Alimentação; Vacinação; Ambiente Físico; Ambiente Emocional; Outros.