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Slide 3 - PROPEDEUTICA E PROCESSO DE CUIDAR DA CRIANÇA E DO ADOLESCENTE

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Profa. Dra. Camila Borghi
UNIDADE III
Propedêutica e Processo
de Cuidar na Saúde da
Criança e do Adolescente
A alimentação da criança nos primeiros anos de vida
 Aleitamento materno
 Introdução alimentar
 10 passos para a alimentação saudável 
Doenças na infância decorrentes de privação alimentar
 Desnutrição – TIPOS
 Anemia ferropriva
O que vamos falar hoje?
 Políticas públicas foram criadas buscando diminuir a mortalidade infantil;
 A desnutrição infantil teve quedas em seus índices (mais de 60%), porém ainda é uma das 
10 causas de mortalidade infantil;
 2022 – retornamos ao radar da fome mundial.
Brasil
“A infância é um período em que 
se desenvolve grande parte das 
potencialidades humanas.”
 Uma alimentação adequada, iniciada pela oferta do leite materno nos primeiros meses de 
vida, permite ainda um grandioso impacto na promoção da saúde integral tanto para a mãe 
quanto para o bebê.
 Uma alimentação adequada influencia positivamente no crescimento e desenvolvimento 
da criança.
Alimentação da criança nos primeiros anos de vida
“O aleitamento materno é a mais sábia estratégia natural de vínculo, afeto, proteção e 
nutrição para a criança e constitui a mais sensível, econômica e eficaz intervenção 
para redução da morbimortalidade infantil” – (BRASIL, 2015b, p. 7).
Aleitamento materno
 As taxas de aleitamento materno exclusivo no Brasil estão longe do recomendado.
 Cabe ao profissional de saúde identificar e compreender o aleitamento materno no contexto 
sociocultural e familiar. 
 O profissional precisa estar preparado para prestar assistência eficaz, solidária, integral e 
contextualizada, que respeite o saber e a história de vida de cada mulher, e que a ajude a 
superar medos, dificuldades e inseguranças.
 O enfermeiro é o profissional adequado para orientar e 
incentivar o aleitamento materno, pois está à frente no 
atendimento à mulher, seja durante todo o pré-natal, no 
puerpério e, depois, durante a puericultura, no 
acompanhamento do crescimento e 
desenvolvimento da criança.
Aleitamento materno
 Apesar de a alimentação variar enormemente entre as pessoas, o leite materno, 
surpreendentemente, apresenta composição semelhante para todas as mulheres que 
amamentam no mundo. Apenas as com desnutrição grave podem ter o seu leite afetado na 
qualidade e quantidade (BRASIL, 2015b).
 Na amamentação, o volume de leite produzido varia, dependendo do quanto a criança mama 
e da frequência com que mama. Quanto mais volume de leite e mais vezes a criança mamar, 
maior será a produção de leite.
 O leite materno possui TUDO o que o bebê precisa.
Leite materno 
Colostro
 Produzido nos primeiros 3 a 5 dias após o parto.
 Contém altos níveis de anticorpos, proteínas, minerais e vitaminas lipossolúveis.
 Baixos níveis de gordura e açúcar. Fácil digestão.
 Rico em imunoglobulinas, lactoferrina, lisozima e fator bífido 
(proteção gastrointestinal – microbiota).
 Efeito laxante, acelera a liberação do mecônio.
 Leite de transição (entre o colostro e o leite maduro). 
Aparece de 5 a 2 semanas após o parto.
 Aumenta a concentração da lactose, das gorduras 
e das calorias.
Leite materno
Leite maduro (produzido após a 2ª semana após o parto).
 Possui cerca de 22,5 Kcal/30 mL, atendendo à demanda calórica.
 Leite anterior: hidratante.
 Leite posterior: maior concentração de gorduras.
 Lipase: ajuda a digestão das gorduras do leite.
 Proteínas: cadeias menores, de fácil absorção (lactoalbumina).
 Lactose: melhora a absorção do cálcio.
 Cálcio, fósforo, Na+ e K+ – menores concentrações – menor sobrecarga renal.
Leite materno
 Composição nutricional do colostro x leite maduro x leite de vaca.
Leite materno
 Em sua definição é quando a criança recebe leite materno (direto da mama ou ordenhado), 
independentemente de receber ou não outros alimentos 
(OMS, 2007 apud BRASIL, 2015, p. 13).
A Organização Mundial da Saúde classifica o aleitamento materno a partir dos tipos, 
podendo ser:
 Exclusivo
 Predominante
 Complementado
 Misto ou parcial
Aleitamento materno
 Aleitamento materno exclusivo – quando a criança recebe somente leite materno, direto da 
mama ou ordenhado, ou leite humano de outra fonte, sem outros líquidos ou sólidos. 
Exceção: gotas ou xaropes contendo vitaminas, sais de reidratação oral, suplementos 
minerais ou medicamentos.
 Aleitamento materno predominante – quando a criança recebe, além do leite materno, 
água ou bebidas à base de água (água adocicada, chás, infusões), sucos de frutas e 
fluidos rituais.
Aleitamento materno – TIPOS
 Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite materno, 
qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo e não de 
substituí-lo.
 Aleitamento materno misto ou parcial – quando a criança recebe leite materno e outros tipos 
de leite (OMS, 2007 apud BRASIL, 2015, p. 13).
Aleitamento materno – TIPOS
Fonte: UNICEF/FIOCRUZ, 2007. Promovendo o aleitamento materno 
fig.1 Disponível em: http://www.redeblh.fiocruz.br/media/albam.pdf
O enfermeiro deve conhecer e utilizar as terminologias de acordo com as definições de 
aleitamento materno adotadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS) e reconhecidas no 
mundo inteiro. Assim, de acordo com as classificações do aleitamento materno, uma criança de 
6 meses de idade que ainda mama no peito recebe qual tipo de aleitamento materno?
Interatividade
Assim, de acordo com as classificações do aleitamento materno, uma criança de 6 meses de 
idade que ainda mama no peito recebe qual tipo de aleitamento materno?
Aleitamento materno complementado – quando a criança recebe, além do leite 
materno, qualquer alimento sólido ou semissólido com a finalidade de complementá-lo, 
e não de substituí-lo.
Resposta
 O enfermeiro deve orientar a mãe sobre como deve ser a pega da mama adequada pelo RN, 
observar e corrigir se houver falhas, evitando as complicações mamárias, como 
ingurgitamentos, fissuras mamilares e a mastite.
 Apesar de a sucção do recém-nascido ser um ato reflexo, ele precisa aprender a retirar o 
leite do peito de forma eficiente.
Pega correta
Aleitamento materno e a pega correta
Fonte: UNICEF/FIOCRUZ, 2007. Promovendo o aleitamento materno fig.3 e 4. 
Disponível em: http://www.redeblh.fiocruz.br/media/albam.pdf
Pega correta
Posicionamento adequado Pega adequada
1. Rosto do bebê de frente para 
a mama, com nariz na altura do 
mamilo.
1. Mais aréola visível acima da 
boca do bebê.
2. Corpo do bebê próximo ao da 
mãe.
2. Boca bem aberta.
3. Bebê com cabeça e tronco 
alinhados (pescoço não torcido).
3. Lábio inferior virado para fora.
4. Bebê bem apoiado. 4. Queixo tocando a mama.
Fonte: Adaptado de: Brasil (2015).
Boca do bebê 
deve ficar aqui
NÃO aqui
 O enfermeiro deve orientar a mãe sobre as posições favoráveis para a amamentação, de 
acordo com as possibilidades.
Pega correta e posições
Adaptado de: Brasil (2015).
 O número de mamadas pode variar.
 No primeiro mês, geralmente, as mamadas são mais frequentes. 
 O leite materno é digerido dentro de 2 horas, portanto a mamada ocorre a cada 2/3 horas 
(colostro e leite de transição/capacidade do estômago – pequeno).
 Livre demanda. Mamadas muito longas podem significar “pega” incorreta.
 A “pega” errada faz a maioria das mulheres pensarem que o seu leite é fraco, levando ao 
desmame precoce.
 O enfermeiro deve orientar a nutriz para que insista na 
amamentação e as implicações do desmame precoce.
Aleitamento materno
 A amamentação em livre demanda deve ser estimulada, portanto o tempo de permanência 
na mama em cada mamada não deve ser fixado. 
O tempo necessário para esvaziar uma mama varia: 
 fome da criança; 
 intervalo transcorrido desde a última mamada;
 volume de leite armazenado na mama.
Aleitamento materno
 O leite materno contém todos os nutrientes essenciais para o crescimentoe o 
desenvolvimento da criança, ele possui numerosos fatores imunológicos que protegem a 
criança contra infecções (LEIFER, 2013).
 IgA, IgM e IgG, macrófagos, neutrófilos, linfócitos B e T, entre outros.
Aleitamento materno
Vantagens do aleitamento materno:
 Previne mortes entre as crianças de menor nível socioeconômico, principalmente 
relacionadas à diarreia.
 Protege contra infecções respiratórias e diminuição da gravidade dos episódios de 
infecção respiratória.
 Diminui o risco de alergia à proteína do leite de vaca, de dermatite atópica e de outros tipos 
de alergias, incluindo asma e sibilos recorrentes.
 Beneficia, em longo prazo, doenças crônicas (hipertensão, colesterol total) e menores riscos 
de apresentar diabetes tipo 2. 
 Prático em relação às condições de higiene, à disponibilidade 
e ao custo (BRASIL, 2015; LEIFER, 2013).
Aleitamento materno
Desvantagens em se iniciar os alimentos complementares antes dos seis meses:
 Maior número de episódios de diarreia.
 Maior número de hospitalizações por doença respiratória.
 Risco de desnutrição se os alimentos introduzidos forem nutricionalmente inferiores ao leite 
materno, como quando as fórmulas lácteas são muito diluídas.
 Menor absorção de nutrientes importantes do leite materno, como o ferro e o zinco.
 Menor duração do aleitamento materno (BRASIL, 2015, p. 15).
Aleitamento materno
 O aleitamento materno deve ser exclusivo até os seis meses de idade e complementado até 
os dois anos ou mais. 
 A partir de seis meses, recomenda-se a introdução de alimentos complementares, 
já que antes desse período o leite materno é capaz de suprir todas as necessidades 
nutricionais do bebê.
Aleitamento materno e alimentação complementar
 A formação dos hábitos alimentares se processa de modo gradual, principalmente durante a 
primeira infância. 
 É necessário que as mudanças de hábitos inadequados sejam alcançadas no tempo 
adequado, sob orientação correta. 
 Levar em consideração: valores culturais, sociais, afetivos/emocionais e comportamentais, 
que precisam ser cuidadosamente integrados às propostas de mudanças (BRASIL, 2014).
A alimentação da criança
Fonte: 
https://ua.depositph
otos.com/12058792
2/stock-photo-child-
girl-eating-slice-
watermelon.html
http://www.nutricioni
stapediatrica.com.br
/2016/11/meu-bebe-
fez-um-ano-o-que-
muda-na.html 
 A alimentação complementar deve prover suficientes quantidades de água, energia, 
proteínas, gorduras, vitaminas e minerais, por meio de alimentos seguros, culturalmente 
aceitos, economicamente acessíveis (BRASIL, 2014; BRASIL, 2017).
A alimentação da criança
Características que favorecem a introdução dos alimentos:
 Reflexos necessários para a deglutição desenvolvidos.
 Reflexo lingual.
 Manifesta excitação à visão do alimento.
 Sustenta a cabeça, facilitando a alimentação oferecida por colher.
 Início da erupção dos primeiros dentes, o que facilita na 
mastigação.
 Desenvolve ainda mais o paladar e, consequentemente, começa 
a estabelecer preferências alimentares.
Fonte: Brasil, 2015; Brasil, 2014; Brasil, 2017.
Crianças menores de 2 anos
1º passo
 Dar somente leite materno até os seis meses de idade.
2º passo
 A partir dos seis meses, oferecer de forma lenta e gradual, outros alimentos, mantendo o 
leite materno até os dois anos ou mais.
3º passo
 A partir dos seis meses, dar alimentos complementares no 
mínimo duas vezes ao dia e partir dos nove meses no mínimo 
três vezes ao dia.
4º passo
 A alimentação complementar deve ser oferecida em intervalos 
regulares e de forma a respeitar o apetite da criança.
10 passos para a alimentação saudável da criança 
5º passo
 A alimentação complementar deve ser espessa desde o início e oferecida de colher; começar 
com consistência pastosa e aumentar aos poucos até chegar à alimentação da família. 
Amassar os alimentos com garfo e cortar a carne bem picada ou oferecê-la moída.
6º passo
 Oferecer diferentes alimentos ao dia e oferecer água nos intervalos das refeições.
7º passo
 Estimular o consumo diário de frutas, verduras e legumes 
nas refeições.
10 passos para a alimentação saudável da criança 
8º passo
 Evitar açúcar, café, enlatados, frituras, refrigerantes. Utilizar sal com moderação.
9º passo
 Cuidar da higiene no preparo e manuseio dos alimentos.
10º passo
 Estimular a criança doente e convalescente a se alimentar.
10 passos para a alimentação saudável da criança 
A definição do período adequado para iniciar a introdução dos alimentos deve levar em 
consideração a maturidade fisiológica e neuromuscular da criança e as necessidades 
nutricionais. Qual a melhor idade para a introdução alimentar e quais são as características 
fisiológicas e neuromusculares que precisam ser levadas em conta?
Interatividade
A partir dos seis meses. A aceitação e a tolerância da alimentação pastosa melhoram 
sensivelmente não só em função do desaparecimento do reflexo de protrusão da língua, como 
também pela maturação das funções gastrointestinal e renal e também do desenvolvimento 
neuromuscular (BRASIL, 2015). Outras características do lactente aos seis meses de idade 
favorecem a introdução de novos alimentos complementando o aleitamento materno, tais como 
a tolerância gastrointestinal e a capacidade de absorção de nutrientes atingem um nível 
satisfatório e, por sua vez, a criança vai se adaptando física e fisiologicamente para uma 
alimentação mais variada quanto à consistência e à textura.
Resposta
Fonte: Adaptado de: Hockenberry e Wilson (2014, p. 114).
 A nutrição adequada nos primeiros anos de vida é fundamental para o crescimento e o 
desenvolvimento saudáveis. 
 Inadequações no consumo de nutrientes podem comprometer o estado nutricional e levar ao 
desenvolvimento de carências ou excessos nutricionais. 
 As doenças carenciais aumentam a suscetibilidade das crianças a diarreias e infecções –
além de poder comprometer a maturação do sistema nervoso, visual, mental e intelectual 
(CARVALHO et al., 2015).
Doenças na infância decorrentes de privação nutricional
Desnutrição:
 Problema de saúde pública que, durante muitos anos, tem afetado a população, sobretudo 
em países em desenvolvimento, incluindo o Brasil.
 Atinge principalmente as crianças, com consequências danosas em seu desenvolvimento, 
especialmente o motor (FRAGA; VARELA, 2012).
Doenças na infância decorrentes de privação nutricional
 Doença de natureza clínico-social multifatorial cujas raízes se encontram na pobreza. 
 A desnutrição grave acomete todos os órgãos da criança, tornando-se crônica e levando a 
óbito, caso não seja tratada adequadamente (BRASIL, 2005; BRASIL, 2017).
Desnutrição
Pode iniciar:
 Vida intrauterina (baixo peso ao nascer). 
 Continuar na infância: interrupção precoce do aleitamento materno exclusivo e da 
alimentação complementar inadequada nos primeiros 2 anos de vida.
 Associada à privação alimentar ao longo da vida e à ocorrência de repetidos episódios de 
doenças infecciosas (diarreias e respiratórias) (BRASIL, 2005; BRASIL, 2017).
Desnutrição
 Considerada uma das doenças que mais mata crianças abaixo de cinco anos no mundo.
 No mundo e no Brasil, o tipo prevalente de desnutrição corresponde à baixa estatura.
 Baixa estatura: indicador de desnutrição e de pobreza, em que o fator ambiental 
e o fator genético são significativos na determinação da estatura final do indivíduo 
(SAWAYA, 2006).
Desnutrição
Consequências do consumo inadequado de alimentos na infância:
 aumento de doenças; 
 perda de peso;
 crescimento deficiente; 
 alterações importantes no metabolismo;
 baixa imunidade;
 danos na mucosa gastrointestinal; 
 perda de apetite; 
 má absorção do alimento (SAWAYA, 2006).
 O marasmo, o Kwashiorkor e o nanismo nutricional são 
tidos como as formas clínicas mais severas da desnutrição 
(SOARES et al., 2013).
Desnutrição
 A desnutriçãoinfantil pode ser investigada pelas medidas antropométricas, exames 
laboratoriais, manifestações clínicas e alimentares.
 Os indicadores antropométricos são mais utilizados (identificação de baixo peso para a idade 
ou para a estatura).
O enfermeiro deve:
 Verificar a curva de crescimento da criança e identificar o estado nutricional.
Avaliação da desnutrição na infância
Diretrizes da avaliação do estado nutricional da criança referente à avaliação, 
classificação e tratamento
E
s
ta
d
o
 N
u
tr
ic
io
n
a
l
Avaliar Classificar Tratar
Emagrecimento 
acentuado 
visível ou edema 
em ambos os 
pés
Desnutrição
grave
 Prevenir, controlar e, se necessário, tratar 
a hipoglicemia.
 Prevenir a hipotermia.
 Oferecer vitamina A (caso não tenha recebido 
nos últimos 30 dias).
 Referir URGENTEMENTE ao hospital.
Peso para idade 
< –3
escores Z
Peso muito 
baixo
 Avaliar a alimentação da criança e as 
possíveis causas.
 Aconselhar a mãe/pessoa significativa a tratar a 
criança com dietas especiais (de acordo com a 
idade e com a clínica da criança).
 Oferecer vitamina A (caso não tenha recebido 
nos últimos 30 dias).
 Uso profilático de ferro (em menores de 24 
meses).
 Retorno para avaliação de ganho de peso e 
melhora clínica em 5 dias.
 Orientar sobre sinais de piora e de retorno 
imediato para avaliação e nova conduta.
Fonte: Adaptado de 
Brasil (2017, p. 19).
Diretrizes da avaliação do estado nutricional da criança referente à avaliação, 
classificação e tratamento
E
s
ta
d
o
 N
u
tr
ic
io
n
a
l
Peso para 
idade < –2
e > ou = –3 
escores Z
ou tendência 
da curva
peso/idade 
horizontal ou 
descendente
Peso muito 
baixo
ou ganho 
de peso 
insuficiente
 Avaliar a alimentação da criança e as possíveis causas.
 Orientar sobre a alimentação adequada.
 Uso profilático de ferro (em menores de 24 meses).
 Retorno para avaliação de ganho de peso em 
duas semanas.
 Orientar sobre sinais de piora e de retorno imediato para 
avaliação e nova conduta.
Peso para 
idade > +2
Peso 
elevado
 Avaliar a alimentação da criança e as possíveis causas.
 Orientar sobre a alimentação adequada.
 Verificar, estimular e orientar a prática de atividades físicas 
(adequadas à idade).
 Uso profilático de ferro (em menores de 24 meses).
 Retorno para avaliação em duas semanas.
 Orientar sobre os sinais de retorno, realizando o diagnóstico 
do estado nutricional.
Peso para 
idade < +2 e
> –2 escore Z
Peso 
adequado
 Elogiar a mãe/pessoa significativa pelo crescimento 
da criança.
 Reforçar as orientações sobre a alimentação saudável, 
adequada à idade.
 Uso profilático de ferro (em menores de 24 meses).
Fonte: Adaptado de 
Brasil (2017, p. 19).
Kwashiorkor 
 Ingestão calórica adequada, mas insuficiente de proteínas. 
 Geralmente são crianças alimentadas à base de carboidratos (mandioca e milho), muitas 
vezes única e restrita fonte de alimento.
 Língua de Gana significa “doença do primogênito, quando nasce o segundo filho”.
 Afeta crianças acima de 2 anos (principalmente 2 e 3).
 O tecido celular subcutâneo é preservado.
 Hipoalbuminemia – que leva ao edema.
 Apresenta hepatomegalia, devido à esteatose hepática 
e diarreia (BRASIL, 2005).
Formas clínicas graves da desnutrição
Kwashiorkor 
 Atraso do desenvolvimento neuropsicomotor.
 Apatia: nunca sorri e é chorosa, adota uma posição encolhida.
 Pele: ressecada, fria, sem brilho, com descamações e fissuras. 
 Cabelos: finos, secos, quebradiços e avermelhados. 
 Unhas são finas, quebradiças e sem brilho. 
 Emagrecimento relevante na região torácica e dos segmentos proximais.
 Edema nos segmentos distais. 
 Possuem retração das gengivas e lábios rachados 
(BRASIL, 2005).
Formas clínicas graves da desnutrição
Marasmo
 Desnutrição proteico-calórica do tipo seco, decorrente de déficit calórico-proteico.
 Geralmente ocorre quando a mãe não pode amamentar, resultando em uma criança 
extremamente magra, decorrente da perda de gordura corporal e de tecido muscular.
 Potencializado com situação socioeconômica, escolaridade materna, número de filhos, 
privação alimentar.
Formas clínicas graves da desnutrição
Marasmo
 Lactente (menores de 2 anos).
 Grave privação ou absorção prejudicada de proteína, carboidratos, lipídeos, 
vitaminas e minerais.
 Desenvolvimento atrasado/lento. 
 Perda severa de peso: <60% para a idade.
Formas clínicas graves da desnutrição
Marasmo
 Perda muscular grave, com perda de gordura.
 Ausência de edema detectável.
 Ausência de fígado gorduroso.
 Apatia.
 Cabelo ralo, fino e seco. 
 Pele seca, fina e enrugada (BRASIL, 2005).
Formas clínicas graves da desnutrição
A desnutrição é uma das doenças que mais mata crianças com menos de 5 anos em todo 
mundo. Além disso, tem efeito no crescimento e desenvolvimento da criança, podendo afetá-la 
desde o período intrauterino até a fase adulta. De acordo com as diretrizes do ministério da 
saúde, caso uma criança esteja a partir da sua avaliação de peso/idade entre o Score Z < –2 e 
> ou = –3 e/ou com uma tendência da curva horizontal ou descendente, qual orientação você 
daria à família?
Interatividade
A partir das diretrizes do MS, as orientações seriam:
 Avaliar a alimentação da criança e as possíveis causas.
 Orientar sobre a alimentação adequada.
 Uso profilático de ferro (em menores de 24 meses).
 Retorno para avaliação de ganho de peso em duas semanas.
 Orientar sobre sinais de piora e de retorno imediato para avaliação e nova conduta.
Resposta
A vitamina A é um importante nutriente:
 Função na integridade cutânea, proteção de estruturas e funções oculares, sistema 
imunológico e redução da morbimortalidade por doenças infecciosas, como diarreia, 
sarampo e malária.
Fatores que acarretam a deficiência: 
 Ingestão insuficiente de alimentos-fonte desse micronutriente: produtos de origem animal, 
frutas e hortaliças. 
 Sociodemográficos. 
 Sinergia entre a carência dessa vitamina com 
processos inflamatórios.
Deficiência de vitamina A
 Algumas crianças com deficiência de vitamina A podem apresentar manifestações clínicas 
oculares, como cegueira noturna, alterações na córnea com alto risco de cegueira 
permanente (BRASIL, 2002). 
 O enfermeiro, mediante suspeita, deve solicitar o exame laboratorial, comprobatório e 
encaminhar a criança para avaliação médica.
 Tratamento: administração da vitamina A, VO ou IM (BRASIL, 2017).
Deficiência de vitamina A
Anemias: 
 Processo patológico no qual a concentração de hemoglobina (Hb), contida nos glóbulos 
vermelhos, encontra-se anormalmente baixa.
 Associadas à desnutrição (BRASIL, 2017).
Anemias na infância
 A deficiência de ferro é a responsável pela maior parte das anemias encontradas, sendo 
denominada de anemia ferropriva.
 Atualmente, é um dos principais problemas de saúde pública do mundo.
 No Brasil, a prevalência entre menores de cinco anos é de 20,9%, sendo que na Região 
Nordeste é de 25,5% (BRASIL, 2012). 
Anemia ferropriva
O ferro apresenta como funções: 
 o transporte de oxigênio para as células, 
 na síntese de células vermelhas do sangue (hemácias) (NETTO, 2011).
Anemia ferropriva
Principais fatores de risco para anemia ferropriva: 
 Baixa escolaridade materna. 
 Número elevado de pessoas residentes no mesmo domicílio. 
 Reduzida duração do aleitamento materno exclusivo.
 Baixo peso ao nascer (NETTO, 2011).
Anemia ferropriva
As principais consequências da deficiência de ferro são:
 Comprometimento do sistema imune, com aumento da predisposição a infecções.
 Aumento do risco de doenças e mortalidade perinatal para mães e recém-nascidos.
 Aumento da mortalidade materna e infantil.
 Redução da função cognitiva, do crescimento e do desenvolvimento 
neuropsicomotor de crianças.
 Diminuição da capacidade de aprendizagem em crianças escolares (BRASIL, 2013, p. 9).
Anemiaferropriva
Há dois tipos de ferro nos alimentos: 
 Ferro heme (origem animal) – biodisponibilidade maior.
 Ferro não heme (encontrado nos vegetais) – biodisponibilidade menor.
 Alimentos que melhoram a absorção desse tipo de ferro:
 Ricos em vitamina C (laranja, acerola, limão e caju). 
 Ricos em vitamina A: frutas (mamão e manga) e hortaliças (abóbora e cenoura) 
(BRASIL, 2013).
Anemia ferropriva
Principais sinais e sintomas: 
 Fadiga generalizada. 
 Anorexia.
 Palidez de pele e mucosas.
 Dificuldade de aprendizagem e apatia. 
 Confirmação: os sinais e os sintomas da carência de ferro são inespecíficos, necessitando-se 
de exames laboratoriais (sangue) (BRASIL, 2012).
Anemia ferropriva
 As reservas de ferro nos neonatos até os seis meses de idade, recebendo a amamentação 
exclusiva, são suficientes. 
 A partir dos seis meses de idade, o Ministério da Saúde recomenda que, para a prevenção 
da anemia ferropriva, as crianças recebam 1 mg de ferro elementar/kg, diariamente, até 
completar 24 meses.
 As parasitoses intestinais não são causas diretas da anemia, mas podem piorar as condições 
de saúde das crianças anêmicas (BRASIL, 2013).
Anemia ferropriva
Recomendações do Ministério da Saúde de como avaliar, classificar e tratar 
a anemia ferropriva em crianças
Fonte: Adaptado de 
Brasil (2017, p. 19).
P
a
li
d
e
z
 P
a
lm
a
r
Avaliar Classificar Tratar
Palidez palmar 
grave ou Hb < 5 
g/dl
Anemia grave
 Referir urgentemente 
ao hospital.
Palidez palmar 
leve ou Hb de 5 
g/dl
a 10,9 g/dl
Anemia
 Realizar tratamento com ferro.
 Realizar teste de malária em 
área de risco.
 Tratar com anti-helmíntico se a 
criança tiver um ano de idade ou 
mais e não tiver tomado 
nenhuma dose nos últimos 
6 meses.
 Avaliar a alimentação da criança 
e orientar a mãe/pessoa 
significativa sobre alimentos 
ricos em ferro.
 Marcar retorno após 14 dias.
Convido vocês a participarem do chat após a aula!
Convite para a participação do chat
 CARVALHO, C. A. et al. Consumo alimentar e adequação nutricional em crianças brasileiras: revisão 
sistemática. Rev. Paul. Pediatr., São Paulo, v. 33, n. 2, p. 211-221, 2015. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/rpp/v33n2/pt_0103-0582-rpp-33-02-00211.pdf. Acesso em: 27 jun. 2018.
 FRAGA, J. A. A.; VARELA, D. S. S. A relação entre a desnutrição e o desenvolvimento infantil. Rev. Assoc. Bras. 
Nutr, v. 4, n. 5, p. 59-62, jan./jun. 2012. Disponível em: 
https://www.rasbran.com.br/rasbran/article/view/129/105. Acesso em: 27 jun. 2018.
 LEIFER, G. F. Enfermagem obstétrica. 11. ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2013.
 NETTO, M. P. et al. Fatores associados a anemia em lactentes nascidos a 
termo e sem baixo peso. Ver Assoc Med Bras., São Paulo, v. 57, n. 5, p. 
550-558, Set./Out. 2011. Disponível em: 
http://www.scielo.br/pdf/ramb/v57n5/v57n5a14.pdf. Acesso em: 27 jun. 
2018.
Referências 
 SAWAYA, A. L. Desnutrição: consequências em longo prazo e efeitos da recuperação nutricional. Estud. Av., 
São Paulo, v. 20, n. 58, p. 146-158, set./dez. 2006. Disponível em: http://www.scielo.br/pdf/ea/v20n58/14.pdf. 
Acesso em: 27 jun. 2018.
 SOARES, L. R. et al. A transição da desnutrição para a obesidade. Brazilian Journal of Surgery and Clinical 
Research (BJSCR), Maringá, v. 5, n. 1, p. 64-68, dez. 2013. Disponível em: 
https://www.mastereditora.com.br/periodico/20131130_150631.pdf. Acesso em: 27 jun. 2018.
Referências
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