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Fichamento -Pan-americanismo / monroismo • (1ª fase) • Pan americanismo - tem relação com a ideia de construir uma unidade no continente americano; • os EUA tinha o interesse de garantir uma identidade americana dentro do continente americano - surge ai um movimento que vai buscar essa unidade; • A luta que vai ser travada pelos EUA em prol da descolonização dos demais países que fazem parte do continente americano Monroismo • (1ª fase) • Presidente James Monroe: tem como meta a questão da unidade americana; • A busca da unidade americana era resultado da necessidade de se proteger dos outros continentes, principalmente europeu; Duas tendências do pan-americanismo Bolivarismo: • nasce na América latina (Bolívia), - ideal hispano de criar uma confederação que envolva os povos de cultura espanhola; • A visão era ter uma grande união da América Latina; Monroismo: • Surge dentro dos EUA e está ligado uma expectativa americana; • Tem como objetivo fortalecer este continente, principalmente os EUA e incorporar a América Latina a América do norte, ou seja, ao sistema capitalista; • O pan-americanismo foi um instrumento dos EUA para garantir sua hegemonia no continente americano, que tinha o objetivo de expandir o sistema capitalista e isso vai se dá através das políticas desenvolvimentistas. Segunda fase do pan-americanismo • 1945: Conferência das Nações Unidas sobre a Organização Internacional (São Francisco; • Em 1947: celebrou no Rio de Janeiro o Tratado Inter-Americanos de Assistência Reciproca (TIAR) que foi base e suporte estratégico requerido para criação da Organização dos Estados Americanos (OEA), sendo firmada na Carta de Bogotá (1948) no decurso da IX Conferência Internacional dos Estados Americanos Um núcleo centralizador do poder, que possibilitou aos EUA legalizar e aprofunda a sua intervenção e o seu predomínio no continente Passa a ser a Secretária geral da OEA – reorganizando seus diferentes departamentos técnicos – assuntos econômicos, sociais, estatísticos, cooperação técnica , educacionais, científicos, jurídicos e informação publica Passam a se articular no continente, atraves da OEA Uniao Catolica Internacional de Serviço Social – a OEA irá influenciar por meio da Divisão de Habitação e Planejamento - cria o Centro Inter-americano de Habitação (CINVA) - Vai influenciar na formação dos Assistentes Sociais – Habitação e no desenvolvimento de Comunidade, do planejamento e da pratica profissional integrada equipes multidisciplina Desenvolvimento de Comunidade • DC : foi pioneiramente utilizada, em 1942, pelo governo inglês, e o intuito era auxiliar os países na conquista da independência; • Se afirma como fundamental estratégia de ação de um país sobre outros; • Institucionalizado pela Organização das Nações Unidas após a Segunda Guerra Mundial: o Desenvolvimento de Comunidade foi postulado num momento histórico marcado pela chamada “Guerra Fria”; • A ONU assumiu a função estratégica de garantir a ordem social e preservar os regimes e ideologias democráticos Desenvolvimento de Comunidade • Manifestou-se então, nos anos 50, uma das primeiras definições do Desenvolvimento de Comunidade, segundo a ONU, trata-se de: • Um processo através do qual os esforços do próprio povo se unem aos das autoridades governamentais, com o fim de melhorar as condições econômicas, sociais e culturais das comunidades, interagir essas comunidades na vida nacional e capacitá-las e contribuir plenamente para o progresso do país; • o Desenvolvimento de Comunidade ganhou força pela Europa e pelos EUA surgindo uma série de conceitos advindos de conferências e seminários. Desenvolvimento de Comunidade • As preocupações da ONU para com as áreas subdesenvolvidas se aliam às preocupações da OEA e do governo americano; • Expande-se, assim, o DC no final da década de 50, numa perspectiva de modernização dos diversos setores de vida das populações subdesenvolvidas; Bases do Desenvolvimento de comunidade - Acríticas: negação/ não crítica - Aclassistas: negação/não reconhecimento da sociedade divida em classes antagônicas/ Sem perspectiva de classes Influências na atuação profissional • A “ Organização de comunidade em Serviço Social sustentava que “o Assistente Social da comunidade tornava-se um profissional... Quando ajuda as pessoas da comunidade a descobrirem seus problemas comuns... E ajuda a fazer algo para superar esses problemas”; • Revela uma perspectiva funcionalista no trato da questão social e seu desenvolvimento [...]; • A identificação das necessidades e alocação de recursos reduzem a questão social a problemas técnicos, construindo, a partir deles, uma fórmula central que contempla múltiplas variantes de intervenção profissional; Influências na atuação profissional • Seu esforço deveria dirigir-se substancialmente para organizar a população tendo em vista realizações materiais – construção de escolas, centros médicos, educação etc.; • A “organização de comunidade” passou a ser vista como outro procedimento da atuação profissional; • Entretanto, a situação da América Latina é essencialmente distinta da norte-americana, não podendo encontrar respostas apropriadas sobre premissas gestadas nos EUA Metodologia do DC • Elaborou-se a partir de um complexo esquema de execução: • Investigação preliminar; • Diagnóstico preliminar; • Planejamento preliminar da ação; • Execução e avaliação • O compromisso que a profissão assumiu com as formulações desenvolvimentistas fez com que ela se alimentasse basicamente daquele pensamento que então se produzia e reproduzia no interior dos círculos desenvolvimentistas. • Nas múltiplas recomendações aos assistentes sociais para o seu desempenho tinha guarida, também, a sugestão da seguinte sequência: • O primeiro passo no desenvolvimento comunitário consistiria em fomentar a discussão sistemática das necessidades sentidas pelos membros das comunidades; • Cumprido este passo proceder-se-ia ao planejamento sistemático e, a partir dele, a realização de trabalhos iniciais de auto ajuda, definidos em função da discussão anterior; Desenvolvimentismo e expansão profissional • “Os assistentes sociais foram integrados aos planos de desenvolvimento comunitário, já que se considerava que neste campo a sua intervenção seria de grande valia – quer porque mostrassem múltiplas aptidões coincidentes com os programas, quer porque na sua formação profissional prévia estavam contemplados conhecimentos acerca de trabalho com grupos e, em muitos casos, acerca da administração de serviços comunitários”; • “A emergência do desenvolvimentismo propiciou, no continente, uma alternativa que advogava como remédio para o atraso e como via para a conquista do bem estar social, a democracia, a integração, o progresso etc.; Desenvolvimentismo e expansão profissional •“Realização de planos de governo de nítida orientação desenvolvimentista, que acolhesse também, no seu interior, a realização profissional do serviço social, na escala em que numerosos governos passaram a compartilhar a linguagem das reformas sociais.”; •“Por tudo isto, os assistentes sociais do continente, com sua prática, avaliaram o programa desenvolvimentista, fornecendo assim um eloqüente testemunho de identidade e comprometimento; •Com isto, a possibilidade de melhores êxitos profissionais aumentou significativamente” Desenvolvimentismo e expansão profissional • A prática dos assistentes sociais ficava orientada segundo estes termos: • “ os trabalhos a se efetuar no interior da comunidade deveriam direcionar-se para satisfazer as suas necessidades fundamentais (...). os esforços deveriam ser dirigidos para se alcançar o mais alto graus de participação da população, tornando-a funcional ao exercício do poder local”; • O assistente social tinha a missão de operar como agente catalisadornas comunidades Intercâmbio internacionais e Serviço Social • I Conferência Internacional de Serviço Social - CISS - (1928- Paris); • II Conferência (1932 – Frankfurt); • III Conferência (1936- Londres); • A partir do “ pós-guerra” as conferências se tornaram órgão consultivo da ONU, Unesco e OMS; • Outras formas de organização internacional do serviço social: Congressos, Conferências, reuniões, UCISS; • América Latina: Congressos Pan-americanos (Santiago, 1945) - (posteriormente passou a chamar-se Congresso Inter-americano de SSO, E as Conferências Pan-americanas, passaram a chamar-se Conferência Internacional do Bem Estar Social); • História do serviço social marcada pela combinação da dimensão local ou nacional. A projeção do neo-panamericanismo e a reorientação do Serviço Social • Seminários regionais de assuntos sociais (OEA/1950 e 1951); • Consagra a liderança da união pan-americana (UPAS) no Serviço Social • • 1º Seminário – realizado em maio/1950 em Quito – Bolivia, Equador, Colombia, Panamá, Perú e Venezuela • 2º Seminário – El Salvador – novembro/1950 – Costa Rica, Cubas, El Salvador, Guatemala, Haiti, Honduras, México, Nicaragua, República Dominicana e EUA • 3º e último seminário – Porto Alegre em 1951 – Argentina, Brasil, Chile, Paraguai e Uruguai. • Temas tratados • 1. Cooperativas: visando estudar métodos que permitam uma maior participação dos membros na organização, desenvolvimento e administração das mesmas, e analisar as possibilidades que as mesmas oferecem como meio educativo, para melhoria da vida social e economica da comunidade; • 2. Educação operária: para estudar métodos que capacitem os trabalhadores a participar integralmente na organização e na administração de movimentos “operários construtivos”, com a finalidade de atender aos seus próprios interesses e colaborar com as instituições e grupos das comunidades que dependem; • 3. Serviço Social: para estudar as experiências realizadas e as formas para estimular e coordenar os programas e esforços dos diferentes grupos e das variadas instituições sociais, para melhorar a sua organização e administração, afim de que funcionem democraticamente, e como integrantes da comunidade; • 4. Habitação e planejamento: para estudar o modo de vincular os problemas habitacionais e o desenvolvimento urbano e outros problemas sociais, analisar os métodos de financiamento de projetos de habitação popular e seleção dos usuários e investigar a relação deste tema com a vida da comunidade • A organização de comunidade, ou seja, a mobilização de todos os recursos de uma área para enfrentar as suas necessidades comuns, foi a idéia central dos seminários; • Nos programas, também colocou-se a necessidade de enfocar a problemática da comunidade a partir de uma perspectiva multidisciplinar: articulação com outros promotores do “bem estar social” para alcance dos objetivos Congressos Pan-americanos de Serviço Social • Principais instrumentos para consolidação do DC; orientou o estímulo do interesse pelos método de caso social individual, e a implantação do Serviço Social de grupo; • Elementos presentes nos congressos: • - Apelo ao impulsionamento de reformas sociais, utilizando-se a linguagem do “bem comum” e do “bem estar social”; • - Comprometimento com os programas desenvolvimentistas; • - Ênfase na exigência do planejamento no Serviço Social; • - Entendimento do Assistente Social como agente da transformação social - fortemente impregnado de um tom moral, quase religioso • “O Assistente Social deve ser um agente da transformação. O que implica tanto uma mudança no indivíduo como nas estruturas e instituições sociais. O Assistente social interpreta a problemática social como testemunha direta das experiências vividas pelas pessoas com as quais se ocupa. Diante das situações como crianças dormindo nas ruas, cobertas com jornais, ou amontoados em barracos, vítimas potenciais de acidentes e risco de morte ou inanição, enquanto seus pais correm as cidades em busca de pão ou emprego – diante de situações assim, o Assistente Social não pode permanecer indiferente, como um mero observador. Deve interpretar esta situação tornando-se um porta voz das necessidades dos indivíduos e do seu direito a promover mudanças” (p.166). • A perspectiva desenvolvimentista influi notavelmente no Serviço Social porque coincide funcionalmente com o chamado Desenvolvimento de Comunidade – • Implicava uma considerável renovação da profissão (introdução teórico- prático, sobre a política social e planejamento) Referencias • CASTRO, M.M. História do Serviço Social na América Latina. 12 ed. São Paulo: Cortez, 2011. Capítulo IV
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