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Prévia do material em texto

Instrumentos
Apresentação
Os instrumentos são mais do que elementos técnicos, pois, juntamente com as técnicas, é 
considerado o instrumental técnico-operativo do Serviço Social. No entanto, o uso dos 
instrumentos pelo Serviço Social também passa pela dimensão ético-política, uma vez que o 
exercício profissional é norteado por valores e princípios éticos. Para uma atuação profissional 
crítica e competente, o assistente social deve conhecer as linhas teóricas que embasam a prática 
profissional.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai conhecer um pouco mais sobre os principais 
instrumentos utilizados no cotidiano de trabalho do assistente social, as principais linhas teóricas 
presentes no interior da categoria profissional e a importância da dimensão ético-política na 
utilização dos instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transformação social.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Reconhecer os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social. •
Discutir sobre as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional do 
Serviço Social. 
•
Explicar a importância da dimensão ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e 
realidade e de intervenção para a transformação social. 
•
Desafio
O assistente social tem a sua disposição instrumentos que favorecem o desenvolvimento de sua 
prática profissional. Dependendo do seu objetivo e dos recursos disponíveis, pode optar por aquele 
que melhor atende às suas necessidades.
Você é assistente social do Tribunal de Justiça de uma Comarca de entrância intermediária situada 
em um município de médio porte no Estado de Goiás e atua especificamente na Vara da Infância e 
da Juventude. Foi solicitado pelo Juiz responsável avaliar o pedido de destituição do poder familiar 
do genitor, acusado de agredir a filha de 14 anos. O processo foi movido pela mãe da adolescente 
por meio da Defensoria Pública. 
Assim, identifique as expressões da questão social evidentes na situação apresentada e os 
instrumentos que podem ser utilizados para o conhecimento da realidade posta em seu cotidiano 
de trabalho.
Infográfico
O Código de Ética do Assistente Social (Lei no 8.662/1993) condensa as principais normativas 
éticas que direcionam a atuação profissional. Ele aponta os princípios, direitos e deveres do 
assistente social na sua relação com os usuários, com outros profissionais e com instituições 
empregadoras. Além disso, estabelece condutas reprováveis e respectivas penalidades.
Confira neste Infográfico os princípios que norteiam a prática profissional com base no Código de 
Ética. 
 
Aponte a câmera para o 
código e acesse o link do 
conteúdo ou clique no 
código para acessar.
https://statics-marketplace.plataforma.grupoa.education/sagah/5d0a2a0d-27f1-4c81-8e14-84bf9872578f/ad6d138c-df43-4e14-a242-8878a50761b8.png
Conteúdo do livro
Os instrumentos podem ser considerados como elementos essenciais para a operacionalização da 
prática profissional. Seu uso relaciona-se com a dimensão técnico-operativa, mas também merece 
destaque a dimensão ético-política, uma vez que a prática profissional está embasada por valores e 
princípios contidos em um Código de Ética e respaldados pelo Projeto Ético-Político Profissional.
Na obra Estratégias e Técnicas em Serviço Social II, leia o capítulo Instrumentos, base teórica desta 
Unidade de Aprendizagem, no qual você vai conhecer os principais instrumentos utilizados no 
Serviço Social, as principais linhas teóricas presentes no interior da categoria profissional, além 
de compreender a importância da dimensão ético-política para a leitura e interpretação da 
realidade. 
Boa leitura. 
 
ESTRATÉGIAS 
E TÉCNICAS EM 
SERVIÇO SOCIAL II
Daniella Tech Doreto
Instrumentos
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Reconhecer os principais instrumentos utilizados pelo Serviço Social.
  Discutir sobre as principais linhas teóricas presentes no interior da 
categoria profissional do Serviço Social.
  Explicar a importância da dimensão ético-política na utilização dos 
instrumentos de leitura e realidade e de intervenção para a transfor-
mação social. 
Introdução
Os instrumentos são elementos essenciais ao trabalho do assistente social, 
e, juntamente com as técnicas, formam um conjunto articulado, conhecido 
como instrumental. Para a realização de seu trabalho, o assistente social 
aciona o instrumental técnico-operativo, que contribui para a viabilização 
da inserção da profissão em diversas formas de enfrentamento das ma-
nifestações da Questão Social. É importante situar, ainda, que, além do 
instrumental técnico, a dimensão ético-política deve ser considerada no 
exercício profissional do assistente social, sendo essencial na análise da 
realidade, assim como a dimensão teórico-metodológica, uma vez que tais 
dimensões são articuladas e não ocorrem de forma isolada uma das outras. 
Associado a esses aspectos, cabe discutir as principais correntes teóricas 
presentes na categoria profissional (p. ex., positivismo, fenomenologia e 
marxismo). 
Neste capítulo, você conhecerá os principais instrumentos utilizados 
pelo Serviço Social e as principais linhas teóricas presentes no interior da 
categoria profissional. Além disso, será discutida a importância da dimen-
são ético-política na utilização dos instrumentos de leitura e realidade e 
de intervenção para a transformação social. 
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Os instrumentos utilizados pelo Serviço Social
Quando falamos em instrumentos utilizados pelo Serviço Social, precisamos 
situá-los dentro de um contexto mais amplo, para que não o limitemos a 
uma condição meramente técnica. Nas palavras de Martinelli e Koumrouyan 
(1994), os instrumentos e as técnicas são elementos articulados que, juntos, 
constituem os chamados “instrumentais técnico-operativos”. Assim, por 
instrumental entende-se: 
[...] o conjunto articulado de instrumentos e técnicas que permitem a opera-
cionalização da ação profissional. Nessa concepção é possível atribuir-se ao 
instrumento a natureza de estratégia ou tática, por meio da qual se realiza 
a ação, e à técnica, fundamentalmente, a habilidade no uso do instrumental 
(MARTINELLI; KOUMROUYAN, 1994, p. 137).
Para as autoras, o uso do instrumental depende da habilidade técnica do 
agente, ou seja, do profissional responsável por operacionalizá-lo. As autoras 
complementam:
O instrumental é, por excelência, uma categoria relacional, uma instância 
de passagem que permite que se realize a trajetória que vai da concepção 
da ação à sua operacionalização, incluindo-se aí o momento da avaliação. 
Nesse sentido, o instrumental expressa o eixo operacional das profissões e 
abrange não só o campo das técnicas como também dos conhecimentos e 
habilidades. É, portanto, uma categoria que se constrói a cada momento, a 
partir das finalidades da ação que vai se desenvolver e dos determinantes 
políticos, sociais e institucionais a ela referidos (MARTINELLI; KOU-
MROUYAN,1994, p. 138.)
As autoras enfatizam também que as instituições devem produzir ins-
trumentais que garantam, por exemplo, o acompanhamento dos programas 
existentes, a mensuração dos resultados, a relação custo-benefício. Trata-se 
dos instrumentais quantitativos, ou seja, aqueles que respondem de forma 
mais imediata aos interesses da instituição ao qual se encontram vinculados 
e têm como característica principal a padronização de dados e informações 
necessários. Em geral, associam-se com a eficácia e a eficiência nas insti-
tuições. Em contrapartida, os instrumentais qualitativos direcionam-se para 
o resultado final da ação, para os resultados obtidos por meio da atuação 
profissional. Segundo as autoras: 
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[...] enquanto os instrumentaisquantitativos têm por características básicas 
a padronização, o formalismo tecnoburocrático e o rigor administrativo, os 
qualitativos diferenciam-se por serem de construção permanente; socialmente 
determinados e historicamente produzidos (MARTINELLI; NAUMROU-
YAN, 1994, p. 138).
Em relação ao Serviço Social, Trindade (2001) aponta que estamos falando de 
uma profissão inscrita na divisão social do trabalho e que se constitui enquanto 
especialização do trabalho coletivo, sofrendo, portanto, as influências da dinâmica 
social, de onde surgem as demandas para as instituições às quais os assistentes 
sociais estão vinculados. De acordo com a autora: “[...] para a consecução de seu 
trabalho, os assistentes sociais acionam um instrumental técnico-operativo, que 
contribui para a viabilização da inserção da profissão em diversas formas de 
enfrentamento das manifestações da Questão Social” (TRINDADE, 2001, p. 6).
Para o exercício profissional, é importante que o assistente social saiba 
analisar quais instrumentais podem ser utilizados, as especificidades de cada 
um e quais permitem atingir as suas finalidades. É necessário que o assistente 
social também possua autonomia na escolha do instrumental mais adequado 
para atingir seus objetivos e que tenha capacidade para relacionar teoria e 
prática, a fim de que sua intervenção não seja baseada no senso comum. Vale 
destacar que o instrumental escolhido possibilitará a intervenção na realidade 
que se apresenta ao profissional. 
Com base no exposto, podemos dizer que os instrumentos utilizados 
no Serviço Social auxiliam no desvelamento da realidade social e contri-
buem para que o profissional consiga obter os elementos necessários para 
realizar com êxito a sua prática profissional. Dentre os instrumentos mais 
utilizados, temos a entrevista, que, segundo Lewgoy e Silveira (2007, 
documento on-line), “[...] é um dos instrumentos que possibilita a tomada 
de consciência pelos assistentes sociais das relações e interações que se 
estabelecem entre a realidade e os sujeitos, sendo eles individuais ou co-
letivos”. De acordo como os autores, a entrevista é considerada como uma 
atividade profissional com finalidades a serem atingidas, em que pessoas 
estabelecem uma relação profissional por meio do conhecimento de suas 
histórias. Algumas fases são descritas por Lewgoy e Silveira (2007, docu-
mento on-line), sendo a primeiro delas, o planejamento, que consiste em 
uma forma de organização prévia do que será realizado, “[...] considerando 
que a ação esteja sustentada pelos eixos teórico, técnico e ético-político. 
O planejamento é uma mediação teórico-metodológica”. A segunda etapa 
descrita pelos autores é a execução da entrevista, ou seja, o momento da 
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ENTREVISTA
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coleta de informações, de estabelecer acordos, síntese e avaliação. Essa 
etapa pressupõe a habilidade do entrevistador no sentido de identificar as 
necessidades apresentadas pelo usuário, bem como para apreender o con-
teúdo passado tanto pela linguagem verbal quanto não verbal. A terceira 
etapa descrita pelos autores é o registro da entrevista, que consiste no ato 
de documentar os dados registrados, resguardando os preceitos éticos no 
que se refere à exposição dos fatos e compartilhamento das informações 
com outros profissionais (LEWGOY; SILVEIRA, 2007). 
Outro instrumento inserido na prática profissional do assistente social é 
a observação. Considera-se ser este um instrumento bastante importante, 
pois normalmente aparece articulado a outros instrumentos. A observação 
não pode ser considerada como uma forma simplista de ver a realidade, mas 
sim como algo que também requer um planejamento, uma ação refletida, 
com objetivos determinados. Sousa (2008) aponta que se trata de um olhar 
atento para determinada realidade, realizado com o objetivo de construir um 
conhecimento sobre algo. 
Além da entrevista e da observação, a visita domiciliar também faz 
parte dos instrumentais utilizados pelo profissional de Serviço Social. De 
acordo com Mioto (2001), é por meio desse instrumento que o assistente 
social consegue conhecer as reais condições em que vivem os usuários, bem 
como apreender os principais elementos que compõem as suas relações e 
que nem sempre são visíveis mediante o uso de outros instrumentos. A visita 
domiciliar pode ser realizada pelo assistente social ou, conforme necessidade 
e realidade institucional, com a participação deste e demais membros da 
equipe interdisciplinar. 
A reunião é um instrumento utilizado pelos assistentes sociais e consiste 
em um espaço em que profissionais, que atuam em conjunto ou em equipes 
interdisciplinares, podem trocar informações, conhecimentos ou buscar alter-
nativas e respostas para determinadas demandas. A reunião possibilita, ainda, 
que questões importantes sejam discutidas e as decisões sejam tomadas do 
ponto de vista coletivo. 
É importante ressaltar que muitos dos instrumentais destacados estão 
articulados e podem ser utilizados simultaneamente. O estudo social é um 
processo metodológico que se utiliza de processos avaliativos mais efetivos 
para alcançar determinados objetivos. Ele pode dar origem a documentos 
importantes, como o Relatório Social, o Laudo Social e o Parecer Social. Vale 
destacar, ainda, que o estudo social pode ser operacionalizado juntamente com 
a observação ou com a entrevista. Ele pode ser definido como:
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OBSERVAÇÃO
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VISITA DOMICILIAR
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[...] um processo metodológico específico do Serviço Social, que tem por 
finalidade conhecer com profundidade, e de forma crítica, uma determinada 
situação ou expressão da questão social, objeto da intervenção profissional 
– especialmente nos seus aspectos socioeconômicos e culturais (CFESS, 
2003, p. 42). 
O estudo social possibilita ao profissional conhecer em profundidade a 
realidade dos seus usuários e das demandas trazidas por eles. Inicialmente, o 
estudo social era utilizado como suporte para o trabalho realizado no poder 
judiciário, como a aplicação de medidas previstas no Estatuto da Criança e 
do Adolescente, por exemplo. Esse processo metodológico está referendado 
no Projeto Ético-Político do Serviço Social. Após utilizar-se do estudo social 
como forma de conhecimento de uma determinada realidade, o assistente 
social geralmente elabora um relatório social, instrumento de registro de dados 
que condensa as principais informações coletadas, bem como as intervenções 
realizadas pelo profissional. Paralelamente ao estudo e ao relatório social, o 
profissional de Serviço Social está habilitado a realizar ainda o parecer social, 
instrumento que contém o resultado de uma análise realizada pelo assistente 
social sobre um assunto para o qual se deve tomar uma decisão. Ele d conter 
uma informação resumida, com foco na situação-problema analisada e nos 
objetivos do trabalho, sem perder de vista os fundamentos ético-políticos e 
técnicos próprios do Serviço Social (CFESS, 2003).
Foram descritos acima alguns dos principais instrumentos disponíveis ao 
profissional de Serviço Social que podem ser utilizados para instrumentalizar 
a sua prática. Destaca-se que eles estão diretamente relacionados não apenas 
à dimensão técnica, mas também à ética e à política. Assim, sua aplicação no 
cotidiano de trabalho exige um conhecimento prévio de todo o contexto que 
envolve a atuação profissional. 
As principais linhas teóricas do Serviço Social
A refl exão sobre as principais linhas teóricas que se desenvolvem no Serviço 
Social é muito importante, pois são elas que possibilitam ao profi ssional a 
compreensão da realidade e o direcionamento da atuação profi ssionalsob a 
luz de teorias. Para Yazbek (2009), a discussão sobre as correntes teóricas 
deve partir de uma análise sobre a incorporação pela profi ssão das ideias 
relacionadas ao pensamento social da Igreja Católica e das principais matrizes 
teórico-metodológicas presentes na sociedade burguesa. Para a autora, essa 
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análise nos permite compreender posicionamentos e estratégias que nortearam 
a prática profi ssional do assistente social desde o início de sua trajetória até 
os dias atuais. 
Vale relembrarmos que, na relação com a Igreja Católica, o Serviço Social 
entendia a Questão Social como um problema moral e religioso, e, sob essa 
perspectiva, a intervenção tinha como foco responsabilizar o indivíduo e a 
família sobre a satisfação das necessidades apresentadas e a resolução dos 
problemas (YAZBEK, 2009). De acordo com a autora: “[...] o contributo do 
Serviço Social, nesse momento, incidirá sobre valores e comportamentos de 
seus ‘clientes’ na perspectiva de sua integração à sociedade, ou melhor, nas 
relações sociais vigentes” (YAZBEK, 2009, p. 3). Nesse período, os referenciais 
adotados eram originários da doutrina social da igreja e no pensamento de 
São Tomás de Aquino (tomismo e neotomismo). É nessa relação com a Igreja 
Católica que surgem os primeiros objetivos políticos e sociais, orientados 
por direcionamentos de cunho humanista conservador e opostos aos ideários 
liberal e marxista. Essa visão predominou até os anos 40, quando o capitalismo 
começa a apresentar novas configurações, exigindo também uma reorientação 
da profissão, a qual se coloca diante da perspectiva positivista, que orienta 
a profissão na perspectiva conservadora, agora com mediação das Ciências 
Sociais. Sobre a teoria positivista, Yazbek (1984, p. 71) menciona que:
[...] busca de padrões de eficiência, sofisticação de modelos de análise, diag-
nóstico e planejamento; enfim, uma tecnificação da ação profissional que é 
acompanhada de uma crescente burocratização das atividades institucionais. 
Chagas (2015) aponta que a ideia central do positivismo é que a vida em 
sociedade é regida por leis universais e invariáveis, sendo a observação, com 
objetividade científica, a melhor forma de conhecer a vida social. Na visão 
da autora, o positivismo, que teve como um de seus fundadores Auguste 
Comte, “[...] apresentou-se como uma das teorias sociais que embasaram os 
primeiros passos da construção de um referencial teórico para o Serviço Social 
brasileiro” (CHAGAS, 2015, documento on-line). Tanto o positivismo como 
o Serviço Social possuem características conservadoras que denotam a “[...] 
naturalização da existência da pobreza”, partindo da premissa de que “[...] as 
desigualdades sociais eram naturais e, portanto, insuperáveis” (CHAGAS, 
2015, documento on-line). 
A década de 60 marca o início de mudanças no contexto econômico, político, 
social e cultural e imprime uma nova característica ao capitalismo mundial, 
bem como um estilo de desenvolvimento “excludente e subordinado”. O Serviço 
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Social também vivencia esse contexto e passa a questionar o tradicionalismo 
da profissão, desencadeando um processo de revisão global, voltado para a 
renovação da profissão. Aqui, começam as interlocuções com a teoria marxista 
e sua matriz teórica. 
Entretanto, a década de 70 registra uma aproximação dos assistentes 
sociais com a fenomenologia, cujas características eram verificáveis na 
profissão desde sua relação com o neotomismo e o positivismo (LIMA; 
COSTA, 2016). No entanto, as autoras relatam que é no Documento de 
Sumaré que essa corrente teórica fica de fato evidente. Tonet aponta que a 
fenomenologia traz como característica a visão existencial no trabalho social, 
e sua principal contribuição para a profissão é a ideia de ajuda psicossocial 
a partir de determinados princípios, como diálogos, transformação social 
e concepções de pessoa (NETTO, 1994). Sobre a fenomenologia enquanto 
corrente teórica, pode-se dizer que é uma ciência que se preocupa em estudar 
e classificar os fenômenos e pouco se interessa em considerar a história destes, 
sendo considerada como a-histórica. Ela não preconiza por transformações 
na realidade, preservando o conservadorismo, e, ao estudar a realidade, há 
somente o objetivo de descrevê-la ou mostrá-la como é, ou seja, estática, 
sem mudanças (LIMA; COSTA, 2016). Essa tendência observada no Serviço 
Social é considerada como uma reatualização do conservadorismo existente 
no início da profissão (NETTO, 1994). 
Nos anos seguintes ao Movimento de Reconceituação, a profissão “[...] 
questiona sua prática institucional e seus objetivos de adaptação social ao 
mesmo tempo em que se aproxima dos movimentos sociais” (NETTO, 1994, p. 
247). A tendência citada é observada até os anos recentes, quando tem sido, de 
fato, aplicada à realidade. Estamos nos referindo à teoria social de Marx, qual, 
segundo Chagas (2015), trata-se de uma oposição ao positivismo, que tentava 
compreender as transformações ocorridas na classe trabalhadora, identificada 
como aquela que poderia exercer um papel revolucionário. A proposta não era 
de uma ciência neutra e universal, e sim, o contrário (NETTO, 1994).
Lima e Costa (2016) apontam que a contribuição dessa corrente teórica 
para o Serviço Social é a compreensão de que a sociedade não é estática e nem 
a-histórica, a fim de que a profissão desenvolva uma criticidade em relação 
ao contexto político, econômico e social, deixando de considerar a sociedade 
como uma totalidade harmônica. Assim, essa corrente teórica passa a ser vista 
como uma nova possibilidade de interpretação do mundo, tendo interesse em 
defender os direitos da classe trabalhadora. 
A aproximação do Serviço Social com a teoria marxista permitiu reconhe-
cer a profissão no processo de produção e reprodução das relações sociais, 
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considerando a divisão social e técnica do trabalho e identificando o assistente 
social como um trabalhador assalariado (FAERMANN, 2016). Segundo o 
autor, é essa perspectiva que coloca a categoria “trabalho” como elemento 
central da vida social. Na visão do autor: 
[...] a sociedade capitalista é tratada de acordo com suas especificidades: a 
divisão social do trabalho, a propriedade privada, o conflito e os antago-
nismos de classes, as relações de exploração e de dominação e, ainda, as 
suas formas de alienação e de resistência (FAERMANN, 2016, documento 
on-line). 
Faermann (2016, documento on-line) ainda complementa:
Ademais, o recurso a essa orientação teórico-metodológica no Serviço Social 
proporcionou avanços no arsenal teórico, prático e investigativo da profissão, 
permitindo aos assistentes sociais ultrapassarem a condição de meros exe-
cutores de políticas, programas e projetos, para assumirem, nas últimas três 
décadas, a condição de planejadores e de gestores das políticas. Igualmente, 
possibilitou aos profissionais a compreensão da sociedade capitalista em uma 
perspectiva de classe, a investigação do capital enquanto relação social e a 
análise da questão social como resultado das contradições do modo de produção 
capitalista, na sua maneira conflitante de produzir e de se apropriar da riqueza 
socialmente produzida. Possibilitou, ainda, a apreensão da centralidade do 
trabalho na sociedade, das sequelas da questão social como matéria prima 
de sua intervenção e do caráter contraditório das políticas sociais, mediante 
exame rigoroso e substancial da realidade em sua totalidade. 
Diante disso, pode-se afirmar que o Serviço Social vivenciou ao longo 
de sua história fatos determinantes queimpuseram modos de agir e olhar a 
realidade. É de fundamental importância reconhecer as correntes teóricas 
presentes na profissão, de forma a identificar com clareza a função, os limites 
e as possibilidades da intervenção profissional, relacionando-os aos elementos 
presentes na teoria e na prática. A clareza dessas concepções teóricas, em 
particular a influência do marxismo na profissão, favorece a atuação, uma 
vez que, associado ao conhecimento, a incorporação das dimensões teórico-
-metodológica, ético-política e técnico-operativo permite ao profissional um 
melhor direcionamento e a adoção de estratégias para concretizar os direitos 
de seus usuários. Trata-se de algo complexo e interligado, visto que os ins-
trumentos disponíveis para o uso do assistente social também possibilitam 
alcançar os objetivos.
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A dimensão ético-política na utilização 
dos instrumentos do Serviço Social
O desenvolvimento da prática profi ssional apresenta muitos desafi os aos 
assistentes sociais, principalmente no contexto atual, em que o capitalismo e 
o neoliberalismo têm reforçado a concentração de riquezas nas mãos de uma 
minoria, as políticas sociais têm se mostrado seletivas e restritivas, com pouco 
alcance social, e as privatizações têm ganhado cada vez mais espaço. Assim, 
assegurar o direito dos indivíduos e reafi rmar o compromisso profi ssional com 
a classe trabalhadora, numa era de perdas de muitos direitos, tem se tornado 
um grande desafi o. 
Iamamoto (2001) nos aponta a importância de que o profissional do Serviço 
Social tenha competência para estabelecer propostas e negociações com a 
instituição empregadora no sentido de defesa das qualificações e do campo 
de trabalho. Assim, menciona que se exige um profissional que consiga ir:
[...] além das rotinas institucionais para buscar apreender, no movimento da 
realidade, as tendências e possibilidades ali presentes, passíveis de serem 
apropriadas pelo profissional, desenvolvidas e transformadas em projetos de 
trabalho (IAMAMOTO, 2001, p. 12). 
Iamamoto (2001) após realizar uma análise sobre os desafios impostos ao 
profissional, estabeleceu três dimensões que devem ser apropriadas pelo assis-
tente social: dimensões ético-política, técnica-operativa e teórico-metodológica. 
Nossa atenção será dada à dimensão ético-político. No entanto, vale reforçar que 
as três dimensões propostas são articuladas e aparecem de forma interligada no 
exercício profissional. Isso porque a dimensão teórico-metodológica refere-se 
ao rigor teórico e metodológico, que possibilita a análise da realidade para 
além do que está posto na realidade. A dimensão técnica-operativa refere-se 
a um conjunto de habilidades que o profissional deve ter para atuar ao mesmo 
tempo junto à população usuária e às instituições empregadoras (SOUSA, 
2008). Já sobre dimensão ético-política, o autor considera que o Assistente 
Social não é um profissional “neutro”. Sua prática se realiza no marco das 
relações de poder e de forças sociais da sociedade capitalista — relações essas 
que são contraditórias. Assim, é fundamental que o profissional tenha um 
posicionamento político frente às questões que aparecem na realidade social, 
para que possa ter clareza de qual é a direção social da sua prática. Isso implica 
em assumir valores ético-morais que sustentam a sua prática — valores esses 
que estão expressos no Código de Ética Profissional dos Assistentes Sociais 
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(Resolução CFAS nº. 273/93) e que assumem claramente uma postura profis-
sional de articular sua intervenção aos interesses dos setores majoritários da 
sociedade (SOUSA, 2008).
Considera-se que a dimensão ético-política pode ser efetivada quando o 
assistente social exerce sua prática profissional de forma consciente e crítica 
e quando adota um posicionamento de defesa dos direitos dos usuários (BAR-
ROCO, 2008; IAMAMOTO, 2001). Esta postura de compromisso com os 
direitos dos usuários e enfrentamento da Questão Social está em consonância 
com o Código de Ética Profissional e com o Projeto Ético-Político, o que 
evidencia a relação entre esta dimensão e os valores e princípios preconizados 
pela Legislação.
Diante dos aspectos mencionados, podemos refletir a importância delas 
para a leitura da realidade mediante o compromisso com a transformação 
social. Nesse sentido, Guerra (2003, p. 11) aponta que:
Se as demandas com as quais trabalhamos são totalidades saturadas de de-
terminações (econômicas, políticas, culturais, ideológicas) então elas exigem 
mais do que ações imediatas, instrumentais, manipulatórias. Elas implicam 
intervenções que emanem de escolhas, que passem pelos condutos da razão 
crítica e da vontade dos sujeitos, que se inscrevam no campo dos valores uni-
versais (éticos, morais e políticos). Mais ainda, ações que estejam conectadas 
a projetos profissionais aos quais subjazem referenciais teórico-metodológicos 
e princípios ético-políticos. 
Como pode ser observado, a dimensão ético-política compõe um exercício 
profissional direcionado para a construção de novos valores, baseados no 
compromisso dos profissionais com o enfrentamento da Questão Social e 
suas múltiplas expressões. Apenas possuindo a consciência da importância do 
seu papel, o assistente social conseguirá desvendar a realidade e desenvolver 
estratégias para seu trabalho independentemente do espaço socio-ocupacional 
que estiver inserido (IAMAMOTO, 2001).
Para que o profissional realize uma leitura crítica da realidade, é neces-
sário que tenha uma capacitação teórico-metodológica, ético-política e 
técnico-operativa, de forma que lhe possibilite a apreensão crítica dos 
processos sociais analisados a partir de uma perspectiva de totalidade; 
análise do movimento histórico da sociedade brasileira, apreendendo as 
particularidades do desenvolvimento do capitalismo no país; a compre-
ensão do significado social da profissão e de seu desenvolvimento socio-
-histórico desvelando as possibilidades de ação contidas na realidade e 
Instrumentos10
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a identificação das demandas presentes na sociedade, visando formular 
respostas profissionais p enfrentamento da questão social, considerando 
as novas articulações entre o público e o privado (ABEPSS, 2003 apud 
VASCONCELOS, 2006, p. 15).
Baseado no seu compromisso com os princípios assegurados no Código 
de Ética e no Projeto Ético-Político, o assistente social, com a proposta de 
analisar a realidade de forma crítica, vislumbrou a necessidade de considerar 
as determinações impostas pelas relações existentes no mundo capitalista, 
rompendo com uma visão endógena e focalista, baseando sua análise a 
partir das contribuições marxistas deixadas para a profissão. Dessa forma, 
os profissionais realizam a análise da realidade na tentativa de compreen-
der todo o contexto que referencia o universo profissional, aproximando 
o conhecimento previamente existente e as especificidades da profissão 
presentes no desenvolvimento da prática cotidiana. Guerra (2007) destaca 
que o conhecimento da realidade se constitui em um elemento indispensável 
para que os profissionais compreendam a realidade em suas aproximações 
com a Questão Social. 
A análise crítica da realidade que está posta ao profissional de Serviço Social é de 
fundamental importância, pois, sem ela, a prática cotidiana não adquire a completude 
necessária para efetivar direitos dos usuários, visto que o assistente social trabalha com 
as variadas expressões da Questão Social, que sofre influência direta das realidades 
social, econômica, política e cultural. Concretamente, isso significa conhecer o sistema 
político e ideológico vigente no país, a política econômica e os aspectos culturais que 
predominam entre a população. Além disso, o assistente social deve direcionar também 
o seuolhar para as situações que estão postas na realidade imediata do seu usuário, 
como as relações familiares que este mantém, e como se apresenta a dinâmica familiar, 
as relações de amizade, a situação de trabalho, entre outras, que se manifestam no 
seu cotidiano. A análise das realidades social, política, cultural e econômica, em um 
nível maior ou menor, deve perpassar a realidade em que a prática profissional está 
inserida. Se o profissional não tiver o conhecimento necessário sobre essa conjuntura, 
dificilmente conseguirá realizar adequadamente a leitura da realidade vivenciada por 
seu usuário. Para isso, as dimensões ético-política, teórico-metodológica e técnico-
-operativas devem estar presentes no seu cotidiano, auxiliando o desenvolvimento 
de sua prática. 
11Instrumentos
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BARROCO, M. L. S. Ética e serviço social: fundamentos ontológicos. 6. ed. São Paulo: 
Cortez, 2008.
CFESS (org.). O estudo social em perícias, laudos e pareceres técnicos: contribuições ao 
debate no judiciário, na penitenciária e na previdência social. São Paulo: Cortez, 2003.
CHAGAS, B. R. F. Positivismo e marxismo: o debate sobre a neutralidade científica 
e a construção do projeto profissional do serviço social brasileiro. Serviço Social em 
Revista, v. 17, nº. 2, jan./jun. 2015. Disponível em: https://www.researchgate.net/pu-
blication/293010350_Positivismo_e_marxismo_o_debate_sobre_a_neutralidade_
cientifica_e_a_construcao_do_projeto_profissional_do_Servico_Social_brasileiro. 
Acesso em: 18 fev. 2019.
FAERMANN, L. A. Teoria social de Marx: conhecimentos e contribuições ao trabalho do 
Assistente Social. Serviço Social em Revista, v. 18, nº. 2, p. 34–51, jan./jun. 2016. Disponível 
em: http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/viewFile/22804/19101. 
Acesso em: 18 fev. 2019.
GUERRA, Y. A instrumentalidade do serviço social. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2003.
IAMAMOTO, M.V. A questão social no capitalismo. Temporalis, v. 2, nº. 3, jan./jun. 2001.
LEWGOY, A. M. B.; SILVEIRA, E. M. C. A entrevista nos processos de trabalho do assis-
tente social. Revista Textos e Contextos, v. 6, nº. 2, p. 233–251, jul./dez. 2007. Disponível 
em: http://revistaseletronicas.pucrs.br/fo/ojs/index.php/fass/article/view/2315/3245. 
Acesso em: 18 fev. 2019.
LIMA, N. G. H.; COSTA, H. A. C. Serviço social e a teoria da complexidade: uma rela-
ção possível? In: Simpósio Mineiro de Assistentes Sociais: 80 anos de Serviço Social 
tendências e desafios, 4., 2016. Anais [...]. Belo Horizonte, 2016. Disponível em: http://
cress-mg.org.br/hotsites/Upload/Pics/9f/9f1e3707-d5e6-4321-b6ce-b8f991383a19.
pdf. Acesso em: 18 fev. 2019.
MARTINELLI, M. L.; KOUMROUYAN, E. Um novo olhar para a questão dos instrumentais 
técnicos-operativos em serviço social. Revista de Serviço Social & Sociedade, v. 15, nº. 45, 
ago. 1994.
MIOTO, R. C. T. Perícia social: proposta de um percurso operativo. Revista Serviço Social 
e Sociedade, v. 22, nº. 67, 2001.
NETTO, J. P. Ditadura e serviço social. São Paulo: Cortez, 1994.
SOUSA, C. T. A prática do assistente social: conhecimento, instrumentalidade e inter-
venção profissional. Emancipação, v. 1, nº. 8, 2008. Disponível em: http://www.revistas2.
uepg.br/index.php/emancipacao/article/view/119. Acesso em: 18 fev. 2019.
TRINDADE, R. L. P. Desvendando as determinações socio-históricas do instrumental 
técnico-operativo do Serviço Social na articulação entre demandas sociais e projetos 
profissionais. Temporalis, v. 2, nº. 4, jul./dez. 2001.
Instrumentos12
VASCONCELOS, A. M. Serviço social e práticas democráticas em saúde. In: MOTA, 
A. E. et al. (org.). Serviço social e saúde: formação e trabalho profissional. São Paulo: 
Cortez, 2006.
YAZBEK, M. C. Os fundamentos históricos e teóricos-metodologicos do serviço social 
brasileiro na contemporaneidade. In: CFESS. Serviço social: direitos sociais e competências 
profissionais. Brasília: CFESS, 2009.
YAZBEK, M. C. (org). Projeto de revisão curricular da Faculdade de Serviço Social da 
PUC/SP. In: Serviço Social e Sociedade, nº. 14. São Paulo, Cortez, 1984. 
13Instrumentos
Dica do professor
A prática profissional do assistente social é composta por três dimensões articuladas e com 
características específicas: dimensões ético-política, técnico-operativa e teórico-metodológica. A 
dimensão teórica-metodológica está presente no cotidiano do Serviço Social quando o profissional 
busca a apreensão do método e da teoria que embasam sua atuação e o relacionam com a prática.
Confira nesta Dica do Professor um pouco mais sobre a dimensão teórico-metodológica da 
profissão. 
 
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Exercícios
1) Os instrumentais utilizados no Serviço Social possibilitam a concretização dos objetivos 
profissionais nas diversas formas de enfrentamento das manifestações da questão social. Os 
instrumentos podem ser qualitativos ou quantitativos. O que são os instrumentos 
qualitativos? 
A) São aqueles com formulações e padronização básicas e que fortalecem o formalismo 
tecnoburocrático e o rigor administrativo.
B) São aqueles que têm construção permanente, são socialmente determinados e historicamente 
construídos.
C) São aqueles que asseguram a qualidade do trabalho profissional.
D) São aqueles que qualificam e ao mesmo tempo quantificam o exercício profissional.
E) São aqueles que fornecem respostas dinâmicas mediante uso dos instrumentais. 
2) A visita domiciliar é um instrumento frequentemente utilizado pelo assistente social em seu 
cotidiano. No entanto, o uso desse instrumento requer uma análise da situação em que se 
propõe utilizá-la, bem como um conhecimento sobre esse instrumento. Qual alternativa a 
seguir apresenta uma afirmativa correta sobre a visita domiciliar?
A) A visita domiciliar não necessita de planejamento prévio para ser realizada.
B) Não se recomenda a realização de visita domiciliar pelo assistente social, em conjunto com 
equipes multi ou interdisciplinares, pois trata-se de um instrumento exclusivo do Serviço 
Social.
C) A visita domiciliar exige que o profissional tenha conhecimento de outros instrumentais, 
como entrevistas e capacidade de observação, como forma de ler a realidade que se 
apresenta.
D) A visita domiciliar deve ser realizada quando solicitada pelo dirigente da Instituição da qual 
faz parte o assistente social.
E) A visita domiciliar não consegue fornecer o conhecimento da realidade exigido no trabalho 
profissional, por isso é pouco utilizada.
3) Dentre os instrumentos disponíveis ao Serviço Social para concretização de sua prática, 
temos a entrevista. Qual alternativa apresenta uma afirmativa correta sobre esse 
instrumento?
A) A entrevista é utilizada por muitos profissionais, mas não é considerada um instrumental, pois 
é uma técnica utilizada em pesquisas científicas.
B) A entrevista se materializa por meio de um diálogo e mediante realização de perguntas e 
respostas. Por já ter perguntas pré-definidas, qualquer funcionário da instituição pode fazer a 
entrevista no lugar do assistente social.
C) A entrevista pode ser considerada como uma atividade profissional com finalidades a serem 
atingidas, em que pessoas estabelecem uma relação profissional por meio do conhecimento 
de suas histórias.
D) A entrevista não pode ser utilizada em conjunto com outros instrumentos.
E) A entrevista é um instrumento incorporado à prática profissional após a ruptura da profissão 
com o conservadorismo. 
4) Dentre as principais correntes filosóficas presentes no Serviço Social, temos o positivismo, a 
fenomenologia e o marxismo. Qual alternativa a seguir representa uma afirmativa correta 
sobre o positivismo?
A) O positivismo apresenta uma visão existencial no trabalho social e sua principal contribuição 
para a profissão é a ideia de ajuda psicossocial apartir de determinados princípios, sendo 
diálogos, transformação social e concepções de pessoa.
B) O positivismo tenta entender as transformações ocorridas na classe trabalhadora, identificada 
como aquela que poderia exercer um papel revolucionário na sociedade, que não é 
considerada estática nem a-histórica.
C) A ideia central do positivismo é que a vida em sociedade é regida por leis universais e 
invariáveis, sendo a observação, com objetividade científica, a melhor forma de conhecer a 
vida social.
D) O positivismo reconhece a importância da classe trabalhadora e do contexto histórico, no 
entanto, mantém uma visão assistencial e de ajuda psicossocial.
O positivismo nunca deixou de existir como corrente teórica do Serviço Social e, mesmo após 
o movimento de ruptura com o conservadorismo da profissão, ainda permanece como a visão 
E) 
predominante entre os assistentes sociais.
5) O teoria proposta por Marx foi muito importante para o Serviço Social, especialmente no 
momento de intenção de rompimento com o conservadorismo da profissão. Qual alternativa 
representa uma afirmativa correta sobre a teoria social de Marx?
A) A teoria social de Marx possibilita uma apreensão da crise mundial e sem precedentes na 
história, sua contribuição no serviço social centra-se exclusivamente nas dimensões 
macroeconômicas. 
B) O contato do Serviço Social com o marxismo contribuiu efetivamente para um processo de 
ruptura teórica e prática com a tradição profissional conservadora, sendo responsável, ainda, 
por muitos problemas decorrentes dessa aproximação.
C) A aproximação do Serviço Social com a teoria marxista permitiu reconhecer a profissão no 
processo de produção e reprodução das relações sociais, considerando a divisão social e 
técnica do trabalho e identificando o assistente social como um trabalhador assalariado.
D) A teoria social de Marx trouxe como premissa a perspectiva a-histórica dos fenômenos 
sociais e a imutabilidade das situações. 
E) A aproximação com a teoria social de Marx foi um fenômeno europeu, não tendo relação 
nenhuma com o Serviço Social no Brasil.
Na prática
Após o movimento de reconceituação e o rompimento da profissão com o conservadorismo 
existente, ainda encontram-se culturas institucionais identificadas com teorias positivistas de 
características conservadoras. 
Na atualidade, a categoria profissional dos assistentes sociais optou por uma prática baseada nas 
contribuições de Marx e sua teoria, pois é esta a que melhor explica o contexto atual sem 
desconsiderar a sua história. Por vezes, o assistente social se vê como profissional assalariado, 
desafiado a materializar sua atuação profissional transformadora.
Confira um exemplo de um modelo institucional baseado na teoria positivista e as estratégias 
profissionais adotadas para a transformação de uma cultura institucional conservadora. 
 
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Saiba +
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do professor:
Teoria social de Marx: conhecimentos e contribuições ao 
trabalho do assistente social
Confira no artigo uma análise sobre as contribuições da teoria social de Marx para o Serviço Social 
e aspectos importantes para a prática profissional.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
O objeto, a finalidade e os instrumentos do processo de 
trabalho em saúde na atenção à violência de gênero em um 
serviço de atenção básica
Este artigo é resultado de um estudo que teve como finalidade analisar as práticas profissionais na 
atenção à saúde da mulher em situação de violência, identificando os elementos do processo de 
trabalho e sua relação com a emancipação da opressão de gênero. Artigo importante para conhecer 
um pouco mais sobre os instrumentos do ponto de vista da prática profissional.
Aponte a câmera para o código e acesse o link do conteúdo ou clique no código para acessar.
http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/ssrevista/article/viewFile/22804/19101
https://www.scielosp.org/article/icse/2014.v18n48/47-60/pt/

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