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Criptococose: Infecção Fúngica em Humanos e Animais

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Criptococose: 
É uma importante infecção fúngica que acomete tanto animais quanto humanos. É a micose sistêmica mais comum 
em gatos. 
Etiologia: 
➔ Classe: Bastomycetes 
➔ Família: Cryptococcaceae 
➔ Gênero: Cryptococcus 
➔ Espécie: Cryptococcus neoformans- diferentes variedades 
Se comporta como uma levedura arredondada, ovalada ou elipsoide envolta por cápsula de mucopolissacarídeo, o 
que é essencial para a patogenicidade deste fungo- importante para a proteção do fungo; pode disseminar mais 
facilmente e causar problemas no organismo do animal. 
Fatores de virulência: 
➔ Cápsula polissacarídica 
➔ Produção de melanina 
➔ Capacidade de crescimento a 37°C 
➔ Produção de enzimas: fosfolipase, proteinase, urease e lacase- colonização da madeira em decomposição 
Epidemiologia: possui distribuição mundial, os pássaros raramente desenvolvem doença- alta T°corporal 
➔ C. neoformans variedade neoformans é o mais comum, é excretado nas fezes de pombos urbanos 
➔ C. neoformans variedade gattii encontrado em regiões tropicais e subtropicais, em fezes de morcegos e 
restos vegetais de Eucalyptus camaldulensis. 
As duas variedades encontram-se em excrementos de pombos e material vegetal em decomposição, tocos de 
árvores e permanecem viáveis por mais de 2 anos em reservatório de partículas infectantes passíveis de inalação. 
É uma zoonose, mais especificamente, uma saprozoonose, visto que o agente passa por transformações no 
ambiente externo- as fezes dos pombos podem infectar tanto os animais quanto os humanos. 
Característica de sobrevivência do fungo: excretas envelhecidas de aves → substrato orgânico mais favorável- fezes 
secas→ menor quantidade de bactérias e favorece o crescimento do fungo, visto que tem menor competição. 
Transmissão: vai ocorrer através da inalação de microrganismos no solo e excretas dos pombos, em forma de 
leveduras e/ou esporos do fungo inalados acometendo principalmente o trato respiratório superior e partículas 
menores atinge os alvéolos causando infecção pulmonar. 
A principal porta de entrada das leveduras e/ou esporos do Cryptococcus neoformans é o trato respiratório, mas 
pode ser através da inoculação cutânea direta. 
Patogenia: a presença da capsula de mucopolissacarídeo diminui a função dos plasmócitos, diminui a fagocitose, a 
migração leucocitíca e impede a ação das moléculas do sistema de complemento. 
➔ Acometimento do trato respiratório 
➔ Disseminação para diversos órgãos- acometimento de todo o organismo 
➔ Disseminação para sítios extrapulmonares ocorre via hematógena 
➔ SNC pode ser infectado por extensão direta através da placa cribriforme (do osso etmóide) da cavidade 
nasal) 
➔ Disseminação da infecção x imunidade do hospedeiro: animal que estão comprometidos imunologicamente 
(com FIV, e FeLV, por exemplo), má nutrição e tratamentos com corticóides são mais propícios da 
disseminação da infecção. 
Existe diferentes formas da criptococose- forma sistêmica: 
➔ Respiratória 
➔ Nervosa 
➔ Ocular 
➔ Tegumentar 
Nos felinos ocorre o predomínio da forma respiratória. Os seios nasais de felinos possuem uma filtragem mais 
eficiente de pequenas partículas, com isso ocorre a retenção do fungo no trato respiratório superior e predomina a 
forma localizada. Predileção pela cavidade nasal e microrganismo aerógenos depositam-se inicialmente e ocorre 
rinite e sinusite granulomatosas crônicas. 
A presença da cápsula induz a mecanismos imunossupressores, inibindo a fagocitose, inibição da ligação de IgG, faz o 
bloqueio da fixação de C3 e da via da ativação de complemento e supressão da proliferação da expressão das 
moléculas de adesão, levando a diminuição a imunidade do animal, promovendo o crescimento do fungo no local. 
Sinais clínicos: 
Respiratória: 
➔ estertores respiratórios 
➔ Corrimento nasal (mucopurulento, seroso ou sanguinolento) 
➔ Dispnéia inspiratória 
➔ Espirros 
A síndrome respiratória é a forma mais comum do acometimento nos felinos, os gatos apresentam principalmente a 
forma respiratória, em que ocorre a formação de massas firmes ou pólipos no tecido subcutâneo, especialmente na 
região nasal (nariz de palhaço). Em cães podem apresentar tosse. 
Neurológica: 
Na síndrome neurológica, o SNC e os olhos são os mais afetados, causando meningoencefalite em cães e meningite 
em humanos, principalmente em imunossuprimidos. Pode causar cerato-uveíte e forma granulomatosa na câmara 
anterior do olho. 
Síndrome cutânea: 
Ocorre especialmente nos felinos, lesões de pele na cabeça e pescoço. Lesões ulceradas no focinho, língua/palato, 
gengiva/lábios e membros. 
 
Diagnóstico: 
➔ Exame microscópico com preparações a fresco ou coradas com tinta de nanquim para fazer a observação da 
cápsula 
➔ Citopatológico 
• Material: lesões nasais, cutâneas, aspirados de linfonodos, líquor e fluido 
de lavado bronco-alveolar 
• Impressão da amostra em uma lâmina para posterior coloração e 
visualização 
• Corantes: Wright, azul de metileno e a coloração de Gram 
 
➔ Cultura e isolamento 
• Material: lesões nasais, cutâneas, aspirados de linfonodos, líquor e fluido de lavado bronco-alveolar 
• Ágar-dextrose de Sabouraud 
• Crescimento demorado: alguns dias até seis semanas 
➔ Biópsia- histopatológico 
• Material: amostras teciduais 
• Cryptococcus neoformans é facilmente evidenciado pelo halo claro, vazio, que aparece em torno dos 
elementos fúngicos representados pela cápsula, que não é corada. 
 
➔ Sorológico 
• Material: soro, fluido cérebro espinhal ou urina 
• Testes de aglutinação em látex para antígeno criptocópco (mais utilizado) 
• ELISA 
➔ PCR 
Diferencial: 
➔ Esporotricose- lesões cutâneas 
➔ Encefalite viral- sinais neurológicos 
➔ Encefalite bacteriana 
➔ Meningoencefalite protozoária e ricketsia 
➔ Meningoencefalite granulomatosas 
➔ Neoplasias- CCE 
Tratamento: 
Cetoconazol: 
➔ Eficiente em alguns felinos 
➔ Pode provocar inapetência, vômito, diarréia, perda de peso 
➔ Aumento nas atividades das enzimas hepáticas 
➔ Eficácia terapêutica contra criptococose cutânea 
➔ Pouco efetivo no tratamento de micose ocular e do SNC 
Itraconazol: 
➔ Tratamento inicial de escolha para cães e gatos 
➔ Usado quando não há envolvimento do SNC, nem risco iminente de morte- não atua nas lesões de SNC 
➔ Mais efetivo que o cetoconazol, com menos efeitos colaterais 
➔ Custo mais elevado 
Fluconazol: 
➔ Alternativa quando o SNC está envolvido 
➔ Melhor penetração do SNC do que o itraconazol 
➔ Eliminado por excreção renal- cuidado com o paciente com prejuízo renal- excreção renal 
➔ Desvantagens: preço elevado. 
Flucitosina: 
➔ Utilizada para induzir o sinergismo à anfotericina B, no tratamento de criptococose 
➔ Usada quando há envolvimento do SNC 
➔ Uso isolado- pode induzir resistência fúngica 
Anfotericina B: 
➔ Como medicação única é moderadamente efetivo contra criptococose 
➔ Nos casos de doença disseminada com risco à vida 
➔ Nefrotoxicidade

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