Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Mastite: As mastites são a inflamação das glândulas mamárias, geralmente tem quadro clínico agudo ou crônico- vai depender do que levou a doença. Leva a alterações físicas, químicas e microbiológicas do leite além das alterações do tecido glandular das glândulas mamarias. No exame clínico da glândula, observa-se um quadro inflamatório- com edema, calor, dor e endurecimento da glândula mamária. O tecido cicatricial da glândula mamária é um tecido conjuntivo frouxo (quando tem processo inflamatório tem a substituição pelo tecido conjuntivo fibroso), logo perde a capacidade de elasticidade, nas futuras lactações ocorre uma redução da produção de leite, visto que o armazenamento do leite passa a ser menor. Grande parte da mastite já é observada diretamente na palpação ou por exame visual do leite (pus, estrias de sangue). Avaliação pela palpação- se há formação de edema, se há calor, vermelhidão, formação de abcesso, área com fibrose, avaliação de linfonodos mamários. As características das mastites são medidas através da passagem de leucócitos para o leite e a descamação das células epiteliais o que interfere diretamente no CMT-teste para mastite-mensura o DNA das células somáticas, lesiona as células e expõe o DNA. É uma reação inflamatória normal do tecido, quando a mastite é controlada- tem um número elevado de células somáticas que é composto por células epiteliais e leucócitos, não significa que o animal seja enfermo, significa que o animal tem uma resposta imunológica. Há perda de produtos lácteos, mas os animais que possuem o CCS (células do sistema imune) alto tem uma longevidade produtiva maior que um animal que tem o CCS baixo, tem o CCS alto, mas não desenvolve o quadro clínico da mastite; enquanto um animal com CCS baixo pode desenvolver alguns episódios de mastite clínica. Etiologia: A etiologia é multifatorial-existem diversos agentes causadores- bovinos: ➔ Staphylococcus aureus – Mastite contagiosa ➔ Staphylococcus coagulase negativa (CN) ➔ Streptococcus agalactiae – mastite contagiosa ➔ Strepcoccus dysgalactiae – mastite ambiental ➔ Streptococcus uberis – mastite ambiental ➔ Escherichia coli – mastite contagiosa/ ambiental (maior parte) ➔ Corynebacterium bovis – mastite contagiosa ➔ Archanbacterium pyogenes – mastite ambiental ➔ Klebisiella – mastite ambiental ➔ Pseudomonas – mastite ambiental ➔ Pasteurella ➔ Nocardia ➔ Prototheca – espécie de alga ➔ Candida - levedura, tratamento é mais complicado Perdas econômicas: A parte clínica da mastite leva a uma queda de 30% na produção – descarte do leite, morte do animal e tratamento. A mastite subclínica leva a uma perda de 70% - redução da produção de leite. Epidemiologia: Tem perda de 1% dos sólidos totais do leite, o leite do animal com mastite apresenta – o que impacta nos laticínios: ➔ Células somáticas extremamente elevadas ➔ Aumento de albumina e imunoglobulinas e diminuição de caseína (proteína do leite) – rendimento do queijo diminui. ➔ Há uma inversão dos minerais – aumento de íons de sódio e cloro e diminuição de potássio e cálcio – queijo mais salgado ➔ Produção de gordura de leite diminui ➔ Produção de lactose diminui. As infecções ocorrem em períodos mais secos, em que a vaca está no terço final de gestação, crescimento exponencial do feto, restabelecendo a glândula mamária e ter a produção adequada de colostro e no período pós-parto. Classificação: Quanto à forma de manifestação: ➔ Aumento de tamanho, vermelhidão, aumento de temperatura, abcessos no úbere ➔ Presença de grumos no leite Mastite clínica Mastite subclínica: Não é perceptível, o diagnóstico é dado através da contagem de células somáticas, pelo CMT ou CECS (contagem eletrônica de células somáticas). Quanto ao tipo de agente: Ocorre de uma vaca infectada para uma vaca sadia, no momento da ordenha, a ocorrência geralmente está na forma subclínica, isso faz com que ela se torne crônica. A principal forma de transmissão é pelo uso da toalha que utiliza em um teto infectado e transmite para um teto sadio; pode ocorrer pela mão do ordenhador, pela não higienização do equipamento de ordenha. Transmissão é feita do ambiente para a vaca sadia, geralmente tende a ocorrer nos momentos entre as ordenhas e o quadro é clínico com evolução aguda. Animais entrando em poças d’aguas, deitados em terras umedecidas, estruturas sem higiene. Sinais clínicos: ➔ Anormalidades na secreção ➔ Anormalidades no tamanho da glândula mamária ➔ Alterações na consistência e temperatura ➔ Frequentemente tem reação sistêmica – começa como mastite e desenvolve um quadro sistêmico, desenvolvendo uma sepse ➔ Diagnóstico: caneca de fundo escuro (formação de grumos no leite). ➔ Sem sinais clínicos aparentes, diagnosticada através de meios indiretos e possui maior importância econômica (pois, é subnotificada). Contagem de células somáticas: - CMT: ➔ Determina quantidade de DNA, se fizer no início (por ter resíduo de colostro) ou no final (descamação) da lactação pode ter resultados falso-positivos. Executada a cada 21 dias. Mistura homogênea de leite (2ml) com o reagente (2ml) e visualiza a viscosidade, visto que rompe a célula e libera o DNA, o DNA mistura com o reagente e forma uma reação gelatinosa (quanto mais gelatinosa mais a presença de DNA). - Contagem eletrônica é mais específica, consegue detectar as células de linfócitos, neutrófilos, porém tem um custo um pouco maior para o produtor. Conceito do Iceberg: Nas mastites tem a presença dos casos clínicos (perceptível por isso ocorre o tratamento) - é o que vê. Os casos subclínicos não é perceptível por isso é subnotificado. Cultura e antibiograma: Utiliza-se amostras de leites para cultura e antiobiograma: ➔ Despreza os primeiros 3 jatos ➔ Faz limpeza e desinfecção dos tetos ➔ Coleta amostras individuais por teto ➔ Frascos estéreis ➔ Identificados ➔ Conservados no gelo Tratamento: É importante desde que ele respeite a especificidade e sensibilidade para aquele agente etiológico. O grau de resposta deve eliminar a infecção do quarto mamário, leite deve voltar à composição normal (sair do estado de grumo), quando tem uma mastite mais acentuada deve-se fazer associação de antibióticos intramamários e parenterais. - Mastite clínica: ➔ Cada antibiótico tem seu protocolo ➔ 6 aplicações com intervalo de 12h - intervalo entre as ordenhas; as vezes o agente é Mastite contagiosa: Mastite ambiental: Mastite clínica: Mastite subclínica: resistente ao antibiótico que está sendo usado. ➔ Várias ordenhas por dia – aumentar as vezes de ordenha ➔ Coletar material antes de iniciar o tratamento ➔ Se não ceder em 24h reavaliar o tratamento ➔ Terapia de manutenção Controle e profilaxia: ➔ Manejo correto de ordenha: lavagem do teto sem lavar úbere; água livre de micro- organismo, teste da caneca do fundo escuro, limpeza com iodo, clorexidine e hipoclorito de sódio esperar 30s para secar o teto, secar com um papel toalha em cada teto, calotas as teteiras entre 1-2 min após a lavagem dos tetos devido a ação da ocitocina. Pós-dipping (solução) após a utilização da teteira e depois o animal deve ficar em pé por aproximadamente 30-40 min para que ocorra o fechamento adequado do fechamento do teto. ➔ Programa dos seis pontos: • Tratamento de todas as vacas secas • Tratamento imediato de todos os casos clínicos • Bom funcionamento do equipamento de ordenha • Correto manejo da ordenhadeira • Descarte e/ou segregação das vacas com mastite crônica • Boa higiene e conforto na área de permanência dos animais.
Compartilhar