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PCC ANTROPOLOGIA

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
CURSO: LETRAS - INGLÊS - FORMAÇÃO PEDAGÓGICA
DISCIPLINA: ASPECTOS ANTROPOLÓGICOS E SOCIOLÓICOS DA EDUCAÇÃO CÓDIGO DA DISCIPLINA: CEL0466
PRÁTICA COMO COMPONENTE CURRICULAR (PCC)
 
TITULO: OBSERVAÇÃO E ANÁLISE SOCIOLÓGICA REFLEXIVA DAS RELAÇÕES ENTRE A SOCIOEDADE E O MEIO AMBIENTE. 
ALUNA: MAIRA VENTURA FALCE
MATRICULA: 202002113197
JUIZ DE FORA 
05/2020
OBJETIVOS
· Estabelecer a relação entre cultura e educação na comunidade em que vive e nos seus arredores
· Demonstrar, por meio de um relatório, exemplos e evidências se a cultura está associada à educação
· Observar se cultura e educação se influenciam mutuamente.
 
1. INTRODUÇÃO
O presente trabalho tem por objetivo apresentar, através de um relatório indicador, a associação entre cultura e educação ambiental e sua influência mútua, na cidade de Juiz de Fora.
De acordo com a sociologia, a cultura se refere ã soma de exteriorizações humanas, e conduta de uma sociedade. Considerando que toda sociedade carrega um composto único de valores morais e éticos, a consideração e compreensão destas culturas se tornam indispensáveis. Sendo assim, entender as distinções culturais é também entender a “teia de significado" que casa sociedade contém sobre certos aspectos da realidade, ou seja, a partir da cultura podemos revelar como cada sociedade concebe o conceito de natureza, idealizando o que ela significa e configurando o modo como cada indivídua irá se relacionar. 
Juiz de Fora, assim como a maioria dos municípios do país, uns em maior e outros em menor escala, sofre com os aspectos culturais, sociais e ambientais, demonstrando um grande índice de desigualdade social. 
 
2. PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Considerando a atual pandemia que assola o país e diversas outras partes do mundo, os elementos de pesquisa e observação se vêm prejudicados. No entanto, há riqueza de informações sobre dados sociais, culturais e ambientais disponíveis na rede mundial de computadores que me permitem realizar a presente pesquisa de forma fidedigna e satisfatória. Ademais, nasci na cidade de Juiz de Fora e aqui vivi a esmagadora parte da minha vida, o que também me permite adicionar à dados de pesquisa minhas impressões pessoais observadas no decorrer de todos esses anos. 
3. DADOS DE PESQUISA E OBSERVAÇÃO
Juiz de Fora é um município brasileiro no interior do estado de Minas Gerais. Localiza-se na Zona da Mata Mineira, a sudeste da capital do estado, distando desta cerca de 283 km. Sua população foi contada, no ano de 2010, em 516.247 habitantes, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, sendo então o quarto mais populoso de Minas Gerais e o 36º do Brasil. Em 2018 sua população foi estimada em 564.310 habitantes. Ocupa uma área de 1.429.875 km², sendo que apenas 317.740 km² estão em perímetro urbano. A cidade faz parte do eixo industrial das cidades próximas à BR 040 e das próximas à BR 116. 
 Hoje é formada pela cidade de Juiz de Fora além dos distritos de Rosário de Minas, Torreões e Sarandira, subdivididos ainda em 111 bairros. Passou a ser conhecida como "Manchester Mineira" à época em que seu pioneirismo na industrialização a fez o município mais importante do estado. Com a grande crise econômica de 1929, a economia dos municípios mineiros ligados à cafeicultura sofreu grande abalo e Juiz de Fora só conheceu novo período de desenvolvimento a partir da década de 1960. Sua área de influência estende-se por toda a Zona da Mata Mineira, uma pequena parte do Sul de Minas e também do Centro Fluminense. 
O município conta ainda com uma importante tradição cultural, que vai desde o seu artesanato até o teatro, a música e o esporte. Juiz de Fora também é destaque no turismo, com seus diversos atrativos culturais, naturais e arquitetônicos. Alguns dos principais são o Museu Mariano Procópio, o Cine-Theatro Central e o Parque da Lajinha. Um dos principais eventos é o Carnaval de Juiz de Fora, que teve suas origens na época de emancipação do município. No final da década de 1930, até a década de 1960, o auge do Carnaval mudou de foco e a festa nos clubes pairou sobre Juiz de Fora. 
Dados do IBGE mostram que cinco bairros de JF reúnem quase 50% da população que ganha mais de 5 mínimos. 
Em 43% dos domicílios de Juiz de Fora, a renda não ultrapassa um salário mínimo. Esse é um dos indicadores apontados pelo Censo 2010, cujos resultados foram divulgados na última quarta-feira. De acordo com o levantamento, de um total de 162.507 domicílios, em 70.380 deles o rendimento foi de até R$ 510 (o salário da época em que o Censo foi realizado). Neste total não estão incluídas as 3.166 moradias nas quais os integrantes declararam-se sem rendimentos, que representam 1,94% do total. Entre os bairros com maior percentual de unidades domiciliares com rendimentos acima de cinco mínimos está o Morro do Imperador, com 58%, seguido, de Bom Pastor e Santa Helena, com percentual de 39,74% e 34,49%, respectivamente (ver quadro). Já entre os que se destacaram na menor faixa, que avalia residências onde a renda total é inferior a um quarto do salário mínimo, estão os bairros Represa, com 15,64%, e Vila Olavo Costa, com 12,86%. Para a pesquisa por bairros, o IBGE considerou uma lista de 80 localidades, que não incluem a Zona Rural do município
Em números absolutos, o Centro detém o maior números de residências com renda acima de cinco mínimos (2.256), seguidos de São Mateus (1.832), Bom Pastor (966) e Santa Helena (755). Já entre os que reúnem as menores rendas, também em números absolutos, estão Benfica (383), Ipiranga (282), Santa Cruz (282) e São Benedito (242).
 O Censo 2010 também aponta que quase 50% das famílias com rendimento superior a cinco salários mínimos estão localizadas em cinco bairros de Juiz de Fora: Centro, São Mateus, Bom Pastor, Santa Helena e Granbery. Já na faixa de renda de meio a um salário mínimo,13 dos 80 bairros listados pelo Censo na cidade concentram 51% dos domicílios. A pesquisa mostra ainda que em 3,19%, ou 5.199 domicílios, os ganhos totais chegam a, no máximo R$ 127,50. O número de moradias em que o salário é superior a cinco mínimos é de 13.232, o que representa 8,14% do total.
  Na avaliação que leva em consideração os rendimentos individuais da população acima de 10 anos, o levantamento do IBGE mostra que apenas 0,66% dos juiz-foranos possuem salário superior a 20 mínimos. Ainda conforme a pesquisa, grande parte da população, ou 45%, possui rendimentos abaixo de dois salários mínimos.
 Dados do Censo 2010 também mostram que os 10% mais ricos no país têm renda média mensal 39 vezes maior que a dos 10% mais pobres. Isso significa que um brasileiro que está na faixa mais pobre da população teria que reunir tudo o que ganha (R$ 137,06) durante três anos e três meses para chegar à renda média mensal de um integrante do grupo mais rico (R$ 5.345,22).
 Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) os 10% mais pobres ganhavam apenas 1,1% do total de rendimentos. Já os 10% mais ricos ficaram com 44,5% do total.
Os dados levantados pelo IBGE tornam-se mais palpáveis ao passear pela cidade.
Nos bairros indicados pela pesquisa como mais ricos, é possível observar a melhor estrutura das construções, praças mais bem cuidadas, áreas verdes, espaço para lazer e comércio bem organizado, teatros, cinemas, livrarias, centro comerciais, escolas chamadas de elite, e tantos outros estabelecimentos que agregam nos aspectos sociais, culturais e ambientais de uma sociedade. 
 Na contramão disso, nas áreas consideradas de menor renda, é perceptível que a ocupação do espaço urbano é bastante desordenada. Muito embora em muitos bairros existam praças, esses espaços parecem muitas vezes abandonados e maltratados (aqui, tanto pelo poder público quanto por seus próprios usuários). Vislumbra-se ainda em muitos locais em que o tratamento de esgoto não chegou, ou sequer há iluminação pública compatível com o local. O comércio é improvisado e às vezes até informal. Não podemos verificar nesses bairros estabelecimentosque forneçam grande acesso à cultura ou ao lazer.
 
CONCLUSÃO
Perante o empossamento desigual do solo urbano, os grupos sociais mais carentes passam a habitar em zonas de pouco valor comercial, o que resulta na já presente desigualdade social, e dessa forma, os grupos de maior vulnerabilidade social, são forçados a invadir, involuntariamente e leigamente, áreas de preservação que, muitas vezes, já são ou tornam-se áreas de risco ambiental. 
Nessa lógica, Juiz de Fora vive um dos maiores cenários de injustiça econômica, social e cultural do país, inclusive, salientando uma sobreposição das classes dominantes sobre as classes dominadas, enquadrando a visão de Karl Marx sobre hegemonia cultural. As desigualdades educacionais estão diretamente relacionadas a outros tipos de desigualdades, visto que o ensino transmitido aos mais desfavorecidos tem por objetivo prepará-los para o trabalho industrial, enquanto o ensino oferecido à classe dominante tem o intuito qualificá-los para o Ensino Superior e para a ocupação de cargos burocráticos e administrativos, os preparando com modos ecologicamente corretos de se relacionar com o meio ambiente, e os instruindo com aspectos morais para o bom convívio em sociedade.
Anísio Teixeira, intelectual e pesquisador da educação nacional, afirmava que educação não é privilégio e que a escola pública, teria que ser concebida não como "instrumento de benevolência de uma classe dominante, por generosidade ou temor, mas como um direito do povo". Uma mudança significativa para transformar esse quadro de desigualdade cultural, deveria ser iniciada através do investimento público em um amplo programa de educação básica, e mais igualitária.
Os contrastes sociais na região do Distrito Federal revelam que, a cidade projetada não
Juiz de Fora é, congruente à maioria das cidades do país, um retrato do abismo que existe entre classes menos favorecidas e classes mais favorecidas. De um lado a vida confortável nas casas e apartamentos luxuosos dos bairros nobres da cidade. De outro, a pobreza, a vida difícil de quem precisa sobreviver na miséria, muitas vezes, sem condições básicas de higiene, sem acesso à educação, à cultura, ao lazer. É a desigualdade cada vez mais presente na sociedade. 
Não há dúvidas de que as condições sociais e educacionais, à que um indivíduo está inserido, influenciam mutuamente em suas relações culturais, refletindo assim no modo e na qualidade com que concebe o meio ambiente que vive.
REFERÊNCIAS
BALIEIRO, Fernando F. Aspectos antropológicos e sociológicos da educação. 1. 
Ed. Rio de Janeiro: SESES, 2014.
MADEIROS, Heleriany; GRIGIO, Alfredo; PESSOA, Zoraide. Desigualdades e justiça ambiental: um desafio na construção de uma cidade resiliente. Disponível em: <http://www.scielo.mec.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2182-
12672018000100012>. Acesso em: 22 maio 2020.

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