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Resumo Direito Penal - Crimes contra a vida

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DISCIPLINA: 
DIREITO PENAL: CRIMES CONTRA A PESSOA, PATRIMÔNIO E PROPRIEDADE 
IMATERIAL 
 
 
Aula do dia 26 de Julho de 2022 
 
 
Tema: Crimes contra a vida 
 
 
 
PARTE ESPECIAL 
(Vide Lei nº 7.209, de 1984) 
 
TÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A PESSOA 
 
CAPÍTULO I 
DOS CRIMES CONTRA A VIDA 
 
Homicídio simples 
 
Art. 121. Matar alguem: 
 
Pena - reclusão, de seis a vinte anos. 
 
 
1. Bem jurídico: 
- a vida humana extrauterina (considerada a partir do início do parto). 
 
 
 
 
2. Sujeitos do delito: 
 
- sujeito ativo: qualquer pessoa, menos a própria vítima (porque aí se trata de suicídio). 
 
- sujeito passivo: “alguém”, ou seja, qualquer ser humano 
 
se for Presidente da República, do Senado, da Câmara ou do STF 
antes era o art. 29 c/c art. 26 da Lei no 7.170/83 (lei de segurança 
nacional), que foi revogada 
3. Tipo objetivo: 
 
 
- Verbo nuclear: 
 
matar (causar o fim da vida); 
 
 
 
- Objeto: 
 
alguém (ver sujeito passivo); 
 
 
 
- vida extrauterina: se for intrauterina, crime de aborto; 
 
Após o início do parto rompimento do saco amniótico; 
 
 
Entretanto, será crime de aborto se o aborto for provocado e o feto morrer 
depois da ruptura do saco amniótico, como consequência seja do método 
usado, seja por não ter condições de sobreviver fora do corpo da mãe; 
 
 
- não há necessidade de que o sujeito passivo possua vida viável; 
 
 
- se o sujeito ativo atinge um cadáver crime impossível. 
 
 
- Crime progressivo: 
 
antes da morte existe necessariamente a lesão ao corpo humano; 
 
 
- Crime de forma livre (incluindo modalidades comissivas e omissivas): 
 
- comissiva: ex. atirar contra a vítima, envenenar, etc.; 
 
- omissiva: ex. a mãe deixa de alimentar o filho (art. 13, § 2º , a). 
4. Tipo subjetivo: 
 
 
- dolo direto genérico (animus necandi ou occidendi); 
 
Vontade livre e consciente de matar alguém; 
 
 
- dolo eventual (prever o resultado e assumiu o risco de matar alguém). 
 
 
 
 
5. Consumação: 
 
 
- crime material (exige o resultado naturalístico); 
 
 
- consuma-se com a morte da vítima: 
 
cessação do funcionamento cerebral, circulatório e respiratório; 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula do dia 27 de Julho de 2022 
 
 
Tema: Crimes contra a vida (continuação) 
 
 
6. Homicídio simples hediondo: 
 
quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio, ainda que por uma só pessoa: 
(art. 1º, I, da Lei n. 8.930/94, que alterou a Lei n. 8.072/90 
 
7. Homicídio privilegiado (art. 121, § 1º): 
 
causa especial de diminuição de pena; 
 
entendimento majoritário de que a diminuição é obrigatória se reconhecida a 
causa; 
 
o poder do juiz fica restrito ao quantum a ser reduzido; 
 
a) Relevante valor moral ou social: 
 
“Relevante” tem o sentido de importante, de grande; 
 
 
 
- Valor social: 
motivo nobre (apoio da moralidade média) que diz respeito aos interesses 
coletivos. Exemplo: matar traidor da Pátria; matar um criminoso violento que 
aterroriza uma comunidade; 
- Valor moral: 
motivo nobre (apoio da moralidade média) que diz respeito apenas ao autor e/ou 
pessoas com quem tem relações diretas, aquele que diz respeito aos interesses 
pessoais do agente. Exemplo: eutanásia; 
 
 
Entretanto: 
 
eutanásia passiva ou ortotanásia (deixar de prologar a vida artificialmente); 
distanásia (morte vagarosa e sofrida, prolongada pelos recursos médicos); 
 
 
 
 
b) Violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima: 
 
às vezes chamado de homicídio emocional. 
 
 
- Emoção: estado de descarga nervosa que provoca momentânea perturbação do psiquismo; 
 
- Diferença entre “paixão” e “emoção”: 
 
paixão é a emoção em estado crônico, é a emoção que se protrai no 
tempo, surdamente, introvertidamente, criando um estado contínuo de 
perturbação afetiva; 
 
 
- requisitos: 
 
a) a existência de uma emoção arrebatadora; 
 
 
b) provocação injusta por parte da vítima; e 
 
 
c) reação imediata. 
 
 
- Exemplo: indivíduo que reage a uma grave humilhação pública infligida pela vítima com a 
intenção de diminuí-lo perante a comunidade; 
- a provocação da vítima pode ser direcionada a terceiro e não só ao sujeito ativo do crime; 
 
 
- não confundir com a atenuante genérica do art. 65, III, c, última parte, do Código Penal: 
 
influência (e não domínio) de violenta emoção; 
ausência do “logo em seguida” como requisito; 
 
- circunstâncias do homicídio privilegiado não se comunicam entre coautores ou partícipes. 
 
 
 
HOMICÍDIO QUALIFICADO (Formas originais) 
 
§ 2° Se o homicídio é cometido: 
 
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; 
II - por motivo futil; 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de 
que possa resultar perigo comum; 
 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne 
impossivel a defesa do ofendido; 
 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: 
Pena - reclusão, de doze a trinta anos. 
 
- hipóteses que demonstram maior periculosidade do agente e menor possibilidade de defesa da 
vítima; 
 
 
- homicídio qualificado é considerado crime hediondo nas formas consumada e tentada; 
 
art. 1º, I, da Lei n. 8.072/90 
 
 
- Formas de homicídio qualificado na versão original: 
 
 
1) segundo os motivos determinantes do crime (fútil e torpe); 
2) segundo os meios de execução (veneno, fogo, asfixia etc.); 
 
3) segundo os modos de execução (traição, emboscada etc.); 
 
4) segundo a finalidade do agente (assegurar a execução, ocultação, impunidade ou vantagem de 
outro crime). 
 
 
- Hipóteses: 
 
 
Inciso I – Motivo torpe: 
 
é o motivo desprezível, abjeto; 
 
exemplos: vingança (se relacionada à torpeza), ciúme, paga ou promessa 
de recompensa (homicídio mercenário). 
 
 
Inciso II – Motivo fútil: 
 
é o insignificante, frívolo, de pequena importância; 
 
exemplo: simples discussão de trânsito; esbarrão da vítima ao caminhar 
na rua. 
 
Observações e questões: 
 
- Dolo eventual exclui o motivo fútil (entretanto, há decisão contrária do STJ). 
 
- O motivo não pode ser fútil e torpe ao mesmo tempo. 
 
- Motivo injusto não é necessariamente fútil; 
 
- Acalorada discussão pode descaracterizar esta qualificadora; 
 
- Ausência de motivo. Duas correntes: 
 
a) equipara-se a motivo fútil; 
 
b) não se equipara (corrente majoritária). 
 
- Embriaguez. Duas correntes: 
 
a) exclui o motivo fútil; 
 
b) não exclui. 
Inciso III –meio insidioso ou cruel ou de que possa resultar perigo comum; 
 
 
Meio insidioso é aquele que se utiliza de fraude ou clandestinidade. 
Exemplo: armadilha; 
 
 
Meio cruel é aquele que impõe sofrimento físico ou moral grave ou 
demonstra uma brutalidade exacerbada. Exemplo: pisoteamento, 
espancamento, asfixia, tortura, matar a vítima queimada; 
 
 
Resultando perigo comum: põe em perigo um número indeterminado de 
pessoas. Exemplos: iniciar um incêndio num prédio para matar a vítima; 
 
 
- Definições: 
 
 
- Veneno: toda substância capaz de lesar ou matar ao ser introduzida no organismo. Se a vítima 
é enganada, é meio insidioso; se é forçada a tomá-lo, é cruel. 
 
 
- Asfixia: supressão da função respiratória, podendo ser mecânica (enforcamento ou 
afogamento) ou tóxica (sufocamento por monóxido de carbono). 
 
 
- Tortura: meio cruel, físico ou moral diferença do crime de tortura (Lei 9.455/97): dolo 
 
 
vontade é de matar com método que caracteriza tortura: homicídio qualificado pela 
tortura 
 
vontade de infligir intenso sofrimento físico ou mental: tortura qualificada pela morte 
(crime preterdoloso) 
 
 
 
 
Inciso IV – mediante recurso quedificulta ou impossibilita a defesa do ofendido; 
 
 
Exemplos: “À traição, de emboscada, ou mediante dissimulação” 
 
- Exemplos do inciso: 
 
 
- Traição: abusando, de alguma forma, da confiança da vítima. A traição deve se “consumar”. 
Assim, se a vítima perceber, não incide a qualificadora; 
 
 
- Emboscada: ataque súbito, de surpresa, com o uso de tocaia (esconderijo); 
 
 
- Dissimulação: o agente esconde sua intenção de matar (exemplo: disfarce); 
 
 
- Outros exemplos: vítima dormindo; superioridade exorbitante de agentes ou de armas. 
 
 
- incompatível com dolo eventual; 
 
 
- “Meio insidioso” x “Dissimulação”: 
 
 
Meio insidioso: o disfarce engloba até o ato de execução. Ex.: envenenar o café da 
vítima. 
 
Dissimulação: o ato de execução não é disfarçado (como efetuar disparos), mas sim a 
sua preparação, incluindo o acesso à vítima. Ex: ir ao estabelecimento comercial e 
fingir interesse em uma compra para daí puxar uma arma e matar o vendedor. 
 
 
 
Inciso V – Homicídio qualificado pela conexão (relação com outro crime) 
 
 
A) Conexão teleológica: 
 
 
- assegurar a execução: 
 
o crime-fim não precisa sequer ser tentado (basta a intenção); 
 
exemplo: matar o vigia, que impediria o crime de dano ao patrimônio; 
B) Conexão consequencial: 
 
 
- assegurar a ocultação: 
 
Exemplo: matar um possível delator de um crime ainda não descoberto; 
 
 
- assegurar a impunidade: 
 
Exemplo: matar testemunha de um crime já conhecido, sem autoria 
estabelecida; 
 
 
- assegurar vantagem de outro crime: 
 
Exemplo: matar o co-autor de um furto para garantir o proveito do crime; 
 
 
 
CONEXÃO OCASIONAL: 
 
homicídio apenas é praticado nas mesmas circunstâncias de tempo e lugar 
que outro crime, mas sem relação com este; 
 
Exemplo: furtar e matar a vítima do furto por vingança. 
- tentativa é admissível: 
 
Exemplo: atirar contra a vítima e não acertar (tentativa branca ou 
incruenta) ou atirar e acertar, mas a vítima sobreviver aos ferimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula do dia 2 de Agosto de 2022 
 
 
Tema: Crimes contra a vida (continuação) 
Homicídio (continuação) 
 
- Homicídio privilegiado-qualificado: 
 
 
 
- corrente majoritária: 
é possível o homicídio ser ao mesmo tempo qualificado (pena de 12 a 30 
anos) e privilegiado (com diminuição)? 
 
admite-se, desde que as qualificadoras sejam objetivas, 
(pois as causas de diminuição são todas subjetivas); 
 
Exemplo: pai, transtornado com o estupro e 
assassinato da filha, mata o estuprador asfixiado; 
 
 
porém não se admite se o agente mata por relevante valor moral (pela comoção 
pelo estupro) e simultaneamente por motivo torpe, por exemplo, a pagamento; 
 
!!! Porém: e se o agente, em razão de violenta emoção, arma uma emboscada? Parte da doutrina 
entende que tal combinação é inadmissível pois a violenta emoção deve ser imediata; 
 
- corrente minoritária: 
 
inadmissível, uma vez que não pode haver situações que agravem e amenizem 
a sanção ao mesmo tempo; 
 
- majoritariamente, entende-se que o homicídio privilegiado-qualificado não é crime hediondo; 
 
 
- Pluralidade de qualificadoras: 
 
Havendo duas qualificadoras, a primeira qualifica o crime (parte-se de 
novos mínimos e máximos in abstracto) e a segunda é considerada nos 
termos do art. 59 CP para elevar a pena-base (normalmente em 1/6). 
FEMINICÍDIO 
 
 
 
- forma de homicídio qualificado incluído em 2015; 
 
 
- conceito: 
 
homicídio doloso praticado contra a mulher por “razões da condição de sexo feminino”: 
 
motivado, ainda que parcialmente, por menosprezo ao sexo feminino: 
 
(denotando desprezo, menosprezo ou desconsideração pela dignidade da vítima por ser mulher); 
 
 
 
- “Razões da condição de sexo feminino”: 
 
 
- Versão do projeto previa: “por razões de gênero”: 
 
bancada religiosa pressionou para que a expressão “razões de gênero” fosse 
substituída por “razões da condição de sexo feminino”, com objetivo de 
excluir os transexuais do âmbito da lei; 
 
 
- interpretação autêntica da expressão: § 2º-A do art. 121. 
 
 
 
 
§ 2º-A: 
 
I-V iolência doméstica e familiar 
 
- Por interpretação sistemática (considerando a definição de “violência doméstica e familiar” 
do art. 5º da Lei n.º 11.340/2006), é necessária a motivação de gênero na conduta: 
 
Ex.1: marido mata a mulher porque acha que ela não tem “direito” de se separar 
dele; 
 
Ex.2: companheiro mata sua companheira porque ela não preparou o jantar. 
http://www.jusbrasil.com.br/topicos/10868890/artigo-5-da-lei-n-11340-de-07-de-agosto-de-2006
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/95552/lei-maria-da-penha-lei-11340-06
- Se não houver uma motivação baseada no gênero (“razões de condição de sexo feminino”), 
não há feminicídio ainda que a violência aconteça no ambiente doméstico ou familiar: 
 
Ex: irmão mata a irmã em disputa pela herança do pai falecido; mesmo que morem 
na mesma casa, não haverá feminicídio. 
 
 
II- Menosprezo ou discriminação à condição de mulher (inciso II) 
 
 
- motivado, ainda que parcialmente, por menosprezo ao sexo feminino: 
 
(denotando desprezo, menosprezo ou desconsideração pela dignidade da vítima por ser mulher); 
 
- Ex: funcionário de uma empresa mata a colega de trabalho por crer ser injusto que ela, sendo 
mulher, tenha ganhado uma promoção que ele almejava. 
 
 
 
 
- sujeito ativo: qualquer pessoa, incluindo outra mulher; 
 
 
desde que o crime seja cometido por “razões da condição de sexo feminino”; 
 
 
exemplos: 
mãe que compartilha de valores machistas; 
companheira homoafetiva (com valores machistas); 
 
- sujeito passivo: pessoa do sexo feminino; 
 
A intenção legislativa era restringir às pessoas com sexo biológico 
feminino, entretanto a expressão escolhida abre a possibilidade de 
incluir transexuais, especialmente os já submetidos à cirurgia de 
redesignação sexual; 
 
 
- A qualificadora do feminicídio é de natureza subjetiva, sendo incompatível com as causas de 
diminuição de pena; 
 
 
não se comunica aos demais coautores ou partícipes, em caso de 
concurso de pessoas; 
 
não é possível o homicídio privilegiado-qualificado. 
 
- Causas de aumento de pena do feminicídio: 
 
-§ 7º; 
 
Inciso I: 
- razão: por se encontrar a mulher em um estado físico e psicológico de maior fragilidade e 
sensibilidade: 
 
maior reprovabilidade da conduta; 
 
Inciso II: 
- qualquer das modalidades de deficiência (física, auditiva, visual, mental ou múltipla): 
 
conceito de deficiência no Decreto n.º 3.298/99, art. 3º, I (veja-se também o 
art. 4º); 
 
Inciso III: 
 
na “presença virtual”, é necessária a simultaneidade? 
http://www.jusbrasil.com.br/legislacao/109697/decreto-3298-99
Inciso IV: 
 
em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos 
incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 
 
 
Aula do dia 3 de Agosto de 2022 
 
 
Tema: Crimes contra a vida (continuação) 
Homicídio (continuação) 
 
Homicídio contra integrantes das forças armadas e forças de seguranças 
 
§ 2°, VII: 
 
contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal 
contra integrantes do sistema prisional 
contra integrantes da Força Nacional de Segurança Pública, 
 
 
no exercício da função ou em decorrência dela 
 
OU 
 
contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em 
razão dessa condição 
 
 
 
 
 
 
 
Homicídio com emprego de arma de fogo de uso restrito ou proibido 
 
 
§ 2°, VIII 
 
Incluído em 2019 
Homicídio contra menor de 14 (quatorze) anos 
 
- inciso IX; 
 
- incluído pela Lei nº 14.344, de 2022 
 
- causa de aumento de pena: 
 
- § 2º-B; 
 
- I - 1/3 até a metade se a vítima é pessoa com deficiência ou com 
doença que implique o aumento de sua vulnerabilidade;- II - 2/3 se o autor é ascendente, padrasto ou madrasta, tio, irmão, 
cônjuge, companheiro, tutor, curador, preceptor ou empregador da 
vítima ou por qualquer outro título tiver autoridade sobre ela. 
 
 
 
 
 
- CAUSA DE AUMENTO DE PENA NO HOMICÍDIO DOLOSO: 
 
1- art. 121, § 4º, segunda parte, do CP: 
 
“§ 4º [...] Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) 
se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 
60 (sessenta) anos.” 
 
proteção ao hipossuficiente: 
 
a) menor de 14 anos; 
 
b) maior de 60 anos. 
 
2- art. 121, § 6º, do CP: 
 
 
praticado por milícia privada; 
 
praticado por grupo de extermínio. 
 
 
 
 
 
HOMICÍDIO CULPOSO 
 
 
 
- 121, § 3º, do CP: 
 
 
 
- Tipo subjetivo: 
 
 
culpa 
culpa consciente; 
culpa inconsciente; 
 
 
 
 
- homicídio culposo, salvo no caso de excesso na legítima defesa (ou outra excludente de 
antijuridicidade), é incompatível com o dolo de produzir lesão corporal na vítima 
 
 
combinação de dolo de lesão + resultado culposo morte: 
(como decorrência da tentativa de lesionar) 
 
 
art. 129, § 3º, do CP 
(lesão corporal seguida de morte) 
 
 
 
 
 
 
- Causa de aumento de pena no homicídio culposo: 
 
 
- art. 121, § 4º, primeira parte, CP prevê: 
 
 
a) Inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício: 
- Distinção entre inobservância de regra técnica na causa de aumento e na imperícia: 
 
 
Na imperícia (art. 18, II, CP): o agente desconhece a regra técnica, havendo inabilidade: 
Não se aplica o aumento; 
Exemplo: o médico não conhece as regras do procedimento cirúrgico, e 
acaba cometendo um erro em uma cirurgia; 
 
 
Na causa de aumento: o agente conhece a obrigatoriedade da regra técnica, mas não a observa: 
 
Exemplo: conhece as regras de prevenção de contaminação do 
procedimento cirúrgico, mas não faz a assepsia que deveria fazer. 
 
 
 
b) 
- deixar de prestar imediato socorro à vítima; 
 
- não procurar diminuir as consequências do seu ato; 
 
- fugir para evitar prisão em flagrante. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Perdão judicial no homicídio culposo 
 
 
- art. 121, § 5º, CP; 
 
- constitui uma obrigação e não uma faculdade, caso seja reconhecido o pressuposto; 
 
- casos de grave sofrimento físico ou moral. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula do dia 9 de Agosto de 2022 
 
 
Tema: Crimes contra a vida (continuação) 
 
 
 
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação (Redação dada pela Lei nº 
13.968, de 2019) 
 
Art. 122. Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou a praticar automutilação ou prestar-lhe auxílio 
material para que o faça: (Redação dada pela Lei nº 13.968, de 2019) 
 
Pena - reclusão, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos. 
 
 
 
 
1. Bem jurídico: 
 
a vida humana (bem indisponível). 
 
 
 
2. Sujeitos do delito: 
 
 
- Sujeito ativo: qualquer pessoa; 
 
 
- Sujeito passivo: qualquer pessoa: 
 
o suicida ou o “automutilador”; 
 
se o suicida ou o “automutilador” não tiver capacidade de 
discernimento, haverá homicídio ou lesão corporal grave. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13968.htm#art2
3. Tipo objetivo: 
 
 
- verbos nucleares: 
 
Induzir: dar a ideia, incutir a ideia na cabeça da vítima; 
Instigar: reforçar a ideia preexistente; 
Prestar auxílio: fornecer ajuda material; 
 
 
 
 
- objeto: 
 
alguém; 
 
 
 
 
- objeto indireto: 
 
a suicidar-se; 
 
a praticar automutilação; 
 
 
 
- tipo misto alternativo; 
 
 
 
- exemplo: 
 
emprestar a arma de fogo (prestação de auxílio); 
 
 
- o auxílio não pode caracterizar ato de execução, caso contrário haverá homicídio consentido ou 
lesões coporais consentidas: 
 
exemplo: puxar a corda que enforca a vítima; 
É possível crime omissivo? 
 
1) posição majoritária: não; 
 
2) minoritária: sim. 
 
Exemplo: diretor de presídio que deixa o preso morrer 
em razão de greve de fome. 
 
 
- Provocação indireta ao suicídio (conduta de maltratar e, com isso, levar outra pessoa ao suicídio)? 
 
Tipificado no código penal militar (art. 207, § 2º). 
 
 
 
 
 
 
3. Tipo subjetivo: 
 
 
- dolo direto genérico: 
 
a vontade livre e consciente de induzir ou instigar ou ainda de prestar 
auxílio para que alguém cometa suicídio ou automutilação; 
 
 
- dolo específico (desejar efetivamente a morte)? 
 
não é necessário; 
 
 
- dolo eventual? 
 
 
 
 
 
4. Consumação: 
 
- crime material; 
 
- o crime consuma-se no momento em que há a tentativa de suicídio ou de automutilação; 
- tentativa é inadmissível; 
 
(segundo a maioria da doutrina. Porém, tal entendimento poderá ser alterado 
ante à nova redação do artigo). 
 
 
 
5. Formas Qualificadas: 
 
- § 1º 
 
se resulta lesão corporal grave ou gravíssima (ver 129, §§ 1º e 2º, CP); 
 
- § 2º 
 
se resulta morte. 
 
 
6. Causas de Aumento de Pena: 
 
- § 3º; 
 
- “A pena é duplicada”; 
 
I - motivo egoístico, torpe ou fútil; 
 
II - vítima menor (de 14 até 18 incompletos) ou tem diminuída a capacidade de resistência; 
 
- § 4º a conduta por meio da rede de computadores, de rede social ou transmitida em tempo real; 
 
- § 5º agente líder ou coordenador de grupo ou de rede virtual. 
 
 
7. Vítima menor de 14 anos, sem discernimento ou que não pode oferecer resistência: 
 
 
- § 6º 
 
responderá por lesão corporal gravíssima (129, § 2º, CP); 
 
 
- § 7º 
 
responderá por homicídio (121 CP). 
 
 
 
 
 
Aula do dia 10 de Agosto de 2022 
 
 
 
 
 
Tema: Crimes contra a vida (continuação) 
 
 
 
Infanticídio 
 
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após: 
Pena - detenção, de dois a seis anos. 
 
 
1. Bem jurídico: a vida do nascente (aquele que está nascendo) e do neonato (recém-nascido). 
 
 
 
 
2. Sujeito do delito: 
 
Sujeito ativo: a mãe (crime próprio); 
Sujeito passivo: o nascente ou neonato. 
 
 
3. Tipo objetivo 
 
- verbo nuclear: 
 
matar; 
- influência do estado puerperal: 
 
estado puerperal é o período que vai do deslocamento e expulsão da 
placenta até a volta do organismo materno às condições anteriores à 
gravidez; 
 
por influência, entende-se a perturbação psíquica sofrida em função do 
estado puerperal resultante na diminuição da capacidade de entendimento 
ou autodeterminação da parturiente; 
 
 
- durante ou logo após o parto: 
 
logo após: enquanto perdurar o estado emocional (assim, o “logo após” 
não segue o sentido literal da palavra). 
 
 
 
 
 
4. concurso de pessoas: 
 
- três correntes: 
 
1) comunica-se a condição ao coautor ou partícipe em razão do art. 30; 
 
2) não se comunica, apesar da regra do art. 30, eis que se trata de condição 
personalíssima; 
 
3) depende: 
 
se for coautor, responderá por homicídio; 
sendo partícipe, responde por infanticídio. 
 
 
5. Tipo subjetivo 
 
- o dolo: 
 
Vontade livre e consciente de “matar o próprio filho, durante o parto ou logo após”; 
- não existe punição pela forma culposa: 
 
a mãe matar de forma culposa, sob a influência do estado 
puerperal, é fato atípico. 
 
 
 
6. Consumação 
 
- consuma-se com a morte do nascente ou do neonato; 
 
- tentativa admissível. 
 
 
 
 
 
ABORTO 
 
 
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
 
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: (Vide ADPF 54) 
 
Pena - detenção, de um a três anos. 
 
 
 
 
 
Aborto provocado por terceiro 
 
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 
Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 
 
 
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
 
Pena -reclusão, de um a quatro anos. 
 
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou 
é alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 
http://www.stf.jus.br/portal/peticaoInicial/verPeticaoInicial.asp?base=ADPF&s1=54&processo=54
 
 
- art. 124 é crime de mão própria; 
 
 
- aborto interrupção da gestação: esta se inicia com a nidação: 
 
implantação do embrião no útero materno, 
cerca de 14 dias após a fecundação; 
 
 
- contemplam apenas a modalidade dolosa; 
 
 
- consuma-se com a morte do feto em consequência da interrupção da gravidez (no ventre ou após 
a expulsão): 
 
Importante que a manobra abortiva tenha se iniciado antes do início do parto; 
após início do parto, o crime é de homicídio ou infanticídio; 
- tentativa é admissível. 
 
 
IRRELEVÂNCIA DO CONSENTIMENTO NO ABORTO DO ART. 126: 
 
- Art. 126, parágrafo único 
 
 
 
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA: 
 
- erroneamente chamada de “forma qualificada”: 
 
- Art. 127: 
 
se a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; aumentadas de um terço; 
se a gestante morre. 
ABORTO PERMITIDO: 
 
- Art. 128: 
 
aborto praticado por médico (admitem-se exceções): 
 
 
- Inciso I - Aborto necessário ou terapêutico; 
 
- Inciso II- Aborto sentimental ou humanitário; 
 
 
- Veja-se ainda o Descumprimento de Preceito Fundamental 54: 
 
interrupção terapêutica da gestação de feto anencéfalo.

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