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CRIMES CONTRA A VIDA.2019

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DIREITO PENAL III
PROFA. BRUNA
HOMICÍDIO – INFANTICÍDIO – AUXÍLIO AO SUICÍDIO – ABORTO
TRIBUNAL DO JÚRI
Homicídio simples
Art. 121. Matar alguem:
Pena - reclusão, de seis a vinte anos.
Caso de diminuição de pena - PRIVILEGIADO
§ 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, o juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
Homicídio qualificado
§ 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe;
II - por motivo futil;
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum;
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido;
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:  Feminicídio       (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição:  
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      
 I - violência doméstica e familiar;
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.      
Homicídio culposo
§ 3º Se o homicídio é culposo:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aumento de pena
§ 4o No homicídio culposo, a pena é aumentada de 1/3 (um terço), se o crime resulta de inobservância de regra técnica de profissão, arte ou ofício, ou se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima, não procura diminuir as conseqüências do seu ato, ou foge para evitar prisão em flagrante. Sendo doloso o homicídio, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) se o crime é praticado contra pessoa menor de 14 (quatorze) ou maior de 60 (sessenta) anos. 
§ 5º - Na hipótese de homicídio culposo, o juiz poderá deixar de aplicar a pena, se as conseqüências da infração atingirem o próprio agente de forma tão grave que a sanção penal se torne desnecessária. PERDÃO JUDICIAL
§ 6o  A pena é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado por milícia privada, sob o pretexto de prestação de serviço de segurança, ou por grupo de extermínio.      
§ 7o A pena do feminicídio é aumentada de 1/3 (um terço) até a metade se o crime for praticado:       
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      (Incluído pela Lei nº 13.104, de 2015)
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;   (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.   (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
* Conceito: injusta morte de uma pessoa praticada por outrem, consiste na eliminação da vida extrauterina. Nelson Hungria: É o tipo central de crimes contra a vida e é ponto culminante na orografia (montanha) dos crimes.
Homicídio doloso simples, privilegiado, qualificado, culposo, majorado, perdão judicial. 
Homicídio preterdoloso: Art. 129, §3º - lesão corporal seguida de morte.
HOMOCÍDIO DOLOSO: simples, privilegiado e qualificado
I – HOMICÍDIO DOLOSO SIMPLES
1. BEM JURÍDICO TUTELADO
VIDA HUMANA EXTRAUTERINA.
* Antes do nascimento, é o crime de aborto.
* Grande potencial ofensivo = 6 a 20 anos.
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa – não exige qualidade pessoal.
Crime monosubjetivo: pode ser praticada por pessoa isolada ou associada a outras. De concurso eventual. (ou unisubjetivo)
Concurso de pessoas: coautor: atos executórios.
Partícipe: não realiza atos executórios, mas colaboram para o delito. Ex.: Incentivo Verbal ou emprestar a arma.
* Autoria mediata: o executor é mero instrumento para atuar sem vontade própria ou consciência do que estar fazendo: como o doente mental ou menor de idade
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa.
Obs.: art. 17, CP – crime impossível por absoluta impropriedade do objeto – Não responde por tentativa de homicídio caso realize ato de execução visando matar determinada pessoa sem saber que ela já havia falecido. Ex.: Tiro em pessoa deitada já morta.
* Contra irmãos xifópagos: dois crimes de homicídio.
* Presidente da República (STF;Senado;Deputados): Art. 29, Lei 7.170: motivação política, crime contra a segurança nacional.
* genocídio: Art. 1º, Lei 2889/56 – grupo nacional, ético, racial ou religioso.
* Índio? Art. 59, Lei 6.001/73 – índio não integrado – causa de aumento de pena. 
 Art. 59. No caso de crime contra a pessoa, o patrimônio ou os costumes, em que o ofendido seja índio não integrado ou comunidade indígena, a pena será agravada de um terço. (Lei 6.001/73)
4. CONDUTA – tipo objetivo
TIRAR A VIDA DE ALGUÉM
* Vida extrauterina (também pode ser infanticídio). Lembre-se que vida intrauterina: é aborto. Momento: Quando se inicia extrauterina? 
	1ª Corrente
	2ª Corrente
	3ª Corrente
	Com o completo e total desprendimento do feto das estranhas maternas.
	Desde as dores típicas do parto.
	Com a dilatação do colo do útero.
 
Crime de execução livre: pode ser praticado por ação ou omissão. Meios direitos ou indiretos. Meios físicos, morais ou psíquicos*. * Apoplética: perde o ar com risadas. (Monteiro Lobato)
* Até por omissão – mãe que deixa de alimentar o filho. (comissivo por omissão). Dever jurídico
Crime de ação livre: qualquer meio de execução.
Crime impossível.
	Arma de brinquedo, descarregada ou defeituosa.
	Meio absolutamente ineficaz
	Crime impossível
Conduta atípica
	Arma ou projétil que falha
	Meio relativamente ineficaz
	Tentativa de homicídio
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO 	direito ou
				eventual
Direito: Animus necandi ou animus occidendi. 
Eventual: assume o risco de provocar a morte Ex.: Roleta russa.
Obs.: o tipo não exige finalidade específica, animando o comportamento do agente. Mas a finalidade especial pode caracterizar qualificadora ou privilegiadora.
	“RACHA”
	“EMBRIAGUEZ AO VOLANTE”
	Dolo eventual (STF – HC 101.698/RJ) - Júri
	Culpa consciente (STF – HC 107.801/SP) -Jjúri
*HIV – TENTATIVA DE HOMICIDIO – ART.131 – LESAO CORPORAL GRAVISSIMA
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA
Consumação: morte da vítima (crime material). Cessação da atividade encefálica.
Lei 9434/97 – lei de doação de órgãos – morte encefálica.
Crime instantâneo de efeitos permanentes: duração do momento consumativo – irreversível.
Crime de dano: efetiva lesão do bem jurídico tutelado - vida. 
Prova: exame necroscópico (médico legista). A materialidade do crime poderá ser feito por prova testemunhal.
Admite tentativa – crime plurissubsistente. 
Requisitos: 
a) que inexista prova inequívoca de que o agente queria matar a vítima.
“animusa necandi” – a intenção irá diferenciar a tentativa da lesão.
b) que tenha havido início da execução do homicídio;
Art. 14, II – antes disso, são apenas atos preparatórios (atos que por si só não podem causar o resultado morte). Ex.: Compra da arma. Ex.: Ficar esperando a vítima e esta muda de trajeto.
ATO IDÔNEO (APTO A PRODUZIR O RESULTADO) E INEQUÍVOCO (LIGADO A CONSUMAÇÃO)
c) que o resultado morte não tenha ocorrido por circunstâncias alheias à vontade do agente;
Sobrevivência da vítima foi alheia ao agente.
Ex.: Conseguiu se esquivar da facada; bebeu apenas um gole de bebida envenenada; disparo na cabeça, mas que não atingiu a calota craniana; vítima socorrida; terceira pessoa desviou a mãodo homicida; agente que conseguiu atingir parte vital do corpo.
* Tentativa branca e cruenta: não atinge o corpo da vítima; cruenta causa lesão corporal
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS
* Será crime hediondo quando praticado em atividade típica de grupo de extermínio – homicídio condicionado.
Art. 15 - O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados.
* DESISTÊNCIA VOLUNTÁRIA: ART. 15, 1ª PARTE – OMISSÃO.
 Início dos atos executórios, mas o agente não prossegue. Ex.; Depois do primeiro disparo resolve parar. Lesão corporal ou periclitação da vida (art. 132).
* ARREPENDIMENTO EFICAZ: ART. 15, 2ª PARTE. – AÇÃO IMPEDITIVA DO RESULTADO
Realiza todos os atos executórios. Porém se arrepende e pratica novo ato para salvar a vítima. Ex.: Veneno e antídoto. Atinge em parte nobre, mas socorre e ela sobrevive.
II – HOMICÍDIO PRIVILEGIADO
Art. 121. (...) § 1º Se o agente comete o crime impelido por motivo de relevante valor social ou moral, ou sob o domínio de violenta emoção, logo em seguida a injusta provocação da vítima, ou juiz pode reduzir a pena de um sexto a um terço.
- Causa de diminuição de pena: direito subjetivo do réu.
# HIPÓTESES:
A) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR SOCIAL
Benefício a coletividade – NOBRE, ALTRUÍSTICO.
Ex.: Traidor da pátria.
B) MOTIVO DE RELEVANTE VALOR MORAL
Motivos individuais.
Piedade, misericórdia e compaixão.
Ex.: Eutanásia – o agente tira a vida da vítima para acabar com grave sofrimento de corrente de alguma enfermidade. Ex.: Desligar os aparelhos. Obs.: A ortotanásia que trata-se da cessação de tratamentos paliativos de pessoa com doença irreversível e fatal. Ex.; Diante de quadro irreversível de câncer, o médico cessa tratamento quimioterápico que só prolongaria o sofrimento do paciente. 
C) DOMÍNIO DE VIOLENTA EMOÇÃO LOGO EM SEGUIDA À INJUSTA PROVOCAÇÃO DA VÍTIMA:
Estado anímico. Intenso choque emocional. Ex.: Violenta emoção o marido que acha mulher em flagrante adultério.
	PRESSUPOSTOS
	INJUSTA PROVOCAÇÃO
	VIOLENTA EMOÇÃO
	ATO HOMICIDA EM SEGUIDA AO ATO PROVOCADOR
c.1 injusta provocação: condutas incitantes, inclusive animal.
Diferente da legítima defesa, a resposta na LD exige que o agente use de meios moderados.
Ex.: A vítima empurra e xinga o agente que responde efetuando disparos contra a vítima – apesar de não caracterizar a legítima defesa, há o privilégio.
A legítima defesa exige: injusta agressão; utilize de meios necessários; atual ou eminente 
c.2 violenta emoção:
Domínio: fortíssima alteração do ânimo. Não deve ser passageira. 
≠ atenuante exige apenas influencia de violenta emoção provocado pro ato injusto. Quando mata alguns dias depois de saber da relação extraconjugal.
c.3 ato homicida em seguida ao ato provocador: reação imediata – no mesmo contexto fático. Ausente este requisito, trata-se de vingança.
OBS.: Pai que mata estuprador da filha. Alguns entendem que seria relevante valor moral, defesa da honra da vítima. Outros entendem que se trata de valor social, pois sua intenção é eliminar o marginal. Será de uma maneira ou de outra homicídio qualificada.
III – HOMICÍDIO QUALIFICADO
Art. 121. (...) § 2° Se o homicídio é cometido:
I - mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; MOTIVO
II - por motivo futil; MOTIVO
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum; MEIO
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossivel a defesa do ofendido; MODO
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime: CONEXÃO
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Circunstâncias subjetivas: I, II e V. (MOTIVAÇÃO DO AGENTE)
Circunstâncias objetivas: III e IV. (MEIO E MODO DE EXECUÇÃO)
A) QUANTO AOS MOTIVOS
I – PAGA E PROMESSA DE RECOMPENSA
Homicídio mercenário. Paga (prévio pagamento). Promessa (posterior pagamento).
Não só dinheiro, poderá ser promoção de emprego, por exemplo. Mas deverá ser econômica, se sexual, a maioria entende que não será qualificadora (Bittencourt e Mirabete) de paga promessa, mas poderá ser de motivo torpe. Damásio entende que não há necessidade de ser econômica.
Existe a qualificadora ainda que o mandante não pague/cumpra a recompensa.
Exige: envolvimento de no mínimo duas pessoas. Crime de concurso necessário. Mandante e Executora. Inclusive intermediários. É condenado mesmo que não se possa identificar. 
Obs.: Art. 31, CP. “Art. 31 - O ajuste, a determinação ou instigação e o auxílio, salvo disposição expressa em contrário, não são puníveis, se o crime não chega, pelo menos, a ser tentado.”. No caso de o executor receber o dinheiro, mas foge com ele sem cometer o homicídio.
Ex.: Irmã Dorothy. Companheira que matou ganhador de prêmio lotérico sem familiares. Matar marido para viver com amante.
Obs: A qualificadora comunica-se com o mandante? A qualificadora é matar por dinheiro. 
1ªC) Não se comunica. Não é elementar. Apenas o executor mata por dinheiro. Os motivos do mandante são outros. Pois poderá ser o caso de pai que contrata pistoleiro para matar estuprador da filha. Mandante: homicídio privilegiado. Executor: Homicídio qualificado. (Capez, Fragoso, Greco)
2ª Comunica-se. O mandante é requisito essencial para a existência do crime, assim será elementar. (Mirabete, Silveira - STF)
I – MOTIVO TORPE
Motivação vil, repugnante, imoral.
Por preconceito: motivo torpe. Ex.: Matar pessoa por ela ser gay ou negra. Se for ação que visa o extermínio de grupo nacional, ético ou religioso será genocídio (art. 1º, Lei 2889/56). Ex.; Homicídio de 12 índios da tribo Yanomani. 
É motivo torpe: Canabalismo; vampirismo; rituais macabros; motivação econômica; intenção de ocupar o cargo da vítima (vice-prefeito); esposa que não quis manter relações sexuais; por prazer, Morte de policiais por facção criminosa para impedir investigações; preso que mata outro preso de outra facção criminosa; morte de diretor de presídio.
* Impunidade de outro crime apesar de ser motivo torpe, possui qualificadora própria.
* Vingança; depende do caso concreto. Deverá haver um antecedente torpe. Ex.; Matar juiz por decisão rígida; traficante que mata usuário que não pagou dívida. 
Não é: ciúme. 
II – MOTIVO FÚTIL
Pequeno, insignificante. Falta de proporção.
Ex.: pai que mata filho que chorava. Marido que mata mulher que não fez jantar. Motorista que mata fiscal; ou por trancada no trânsito. Por piada. 
É necessária a prova quanto ao motivo. A ausência da prova não se presume.
* Se o agente afirma que matou sem motivo algum não será motivo fútil, mas torpe, pois considera-se que matou por prazer. 
* Discussão entre as partes. No caso de discussão forte no trânsito, por exemplo, não haverá qualificadora.
* Ciúme também não será fútil. Dependendo do caso concreto poderá ser desproporcional, namora que olhou para o lado.
OBS.; Não pode ser torpe e fútil ao mesmo tempo. 
B) QUANTO AO MEIO DE EXECUÇÃO.
III – VENENO: substância química ou biológica que causa morte.
Venefício. Introduzido na vítima de forma dissimulada. Ex.; Veneno de rato. 
Se for inoculado com emprego de violência, será qualificado por meio cruel. Ex.: Entre em quarto cheio de cobra.
Depende de prova pericial.
* Substâncias venenosas apenas para alguns. Ex.; Alergia, glicose. Para a maioria (Bittencour; Capez; Barros, Hungria) haverá a qualificadora. Para Mirabete, a substância deve ser leta, por isso não reconhece a qualificadora. Em qualquer caso, haverá necessidade de ciência do agente.
III – FOGO
Será considerado se morre da fumaça. Caldeirão de água.
Ex.: Mendigos. Traficantes em pilhas de pneus. Índio pataxó.
III – EXPLOSIVO: qualquer explosivo. 
III – ASFIXIA: Impedimento da função respiratória. Mecânica ou tóxica.
A) Mecânica: esganadura (comprime o pescoço da vítima - gravata); estrangulamento (aperta o pescoço com fio, pano, camisa); enforcamento (corda, peso da vítima); sufocação (obstruir a vias respiratórias – saco plástico);afogamento; soterramento e sufocação indireta (ou imprensamento – colocação de peso).
B) Tóxica: confinamento (vedação impedindo renovação de oxigênio – trancar em um caixão; porta-malas) e uso gás asfixiante (monóxido de carbono; cloro em estado gasoso). 
III – TORTURA: graves sofrimentos físicos ou mentais. Forma lenta, gradativa. 
Ex.; Não oferecer bebida; acorrentar vítima ao ar livre; crucificação; empalhamento, letas sessões de mutilamento.
≠ tortura qualificado pela morte. Crime preterdoloso.
Tortura para confessar o mandante. Depois a mata para assegurar a impunidade. Homicídio qualificado do inciso V + tortura simples.
III – MEIO CRUEL OU INSIDIOSO
Espancamento; martelo. Apedrejamento; atropelamento intencional; Amarrar a vítima em carro; transmissão de doença que provoca morte com sofrimento. 
Rápido e ânimo calmo.
Insidioso: velado, armadilha, meio fraudulento. Ex.: sabotagem de freio, paraquedas, trocar medicamentos.
III – RESULTA PERIGO COMUM: número elevado e indeterminado de pessoas.
Ex.: Desabamento; disparos de arma de fogo em multidão (baile)
Ex.; Pai que furtou avião, obrigou filha menor a acompanha-lo e depois de manobras perigosas, jogou o avião em um shopping center.
Não precisa causar danos a outras pessoas, mas apenas causar riscos. 
C) QUANTO AO MODO DE EXECUÇÃO
QUALIFICADORAS ESPECÍFICAS: TRAIÇÃO; EMBOSCADA E DISSIMULAÇÃO
FORMULA GENÉRICA: OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU IMPOSSIBILITE A DEFESA DA VÍTIMA
IV – TRAIÇÃO
Cometido mediante ataque súbito ou sorrateiro, atingindo a vítima, descuidada ou confiante, antes de perceber o gesto criminoso. Quebra de confiança – deve-se existir uma prévia relação de confiança entre as partes – que lhe permita uma facilidade.
Ex.: Golpe pelas costas. Matar alguém mulher enquanto esta dorme.
* Matar desconhecido dormindo – entra na fórmula genérica. 
QUEBRA DE CONFIANÇA + DIFICULDADE OU IMPOSSIBILIDADE DE DEFESA = TRAIÇÃO
* Não será somente matar um amigo, parente, mas deve encontrá-la desprevenida.
IV – EMBOSCADA
Aguarda escondido a chegada ou passagem da vítima para pegá-la de surpresa. Tocaia. Não precisa em local ermo ou que a vítima esteja encurralada.
Ex.: Assassinato do presidente Kennedy.
IV – DISSIMULAÇÃO
Ocultando sua prévia intenção homicida, emprega algum expediente fraudulento para dissimular a vítima. 
Dissimulação moral: farsa verbal. Ex.: Fingir-se de fã. Passeio de barco.
Ex.: Dois rapazes convidam um terceiro que usuário de maconha para fumar em cafezal. Maníaco do parque que se passava de fotógrafo. 
Dissimulação material: uso de disfarces. 
Ex.: Morte do presidente do Egito (1961). Um grupo infiltrou-se em desfile militar e ao chegarem defronte ao palanque, desferem disparos e granadas.
IV – QUALQUER OUTRO RECURSO QUE DIFICULTE OU TORNE IMPOSSÍVEL A DEFESA DO OFENDIDO.
Ex.: Colocar forte medicamento.
* Vítima presa ou imobiliza. Superioridade numérica (adestrador de cães em SP – gay, morto por skinheads). Vítima embriagada. Vítima em coma. 
Não qualifica: superioridade física; superioridade de armas; veneno; vítima menor de 14 anos e maior de 60 anos. 
NOVAS QUAILIFICADORAS 
VI - contra a mulher por razões da condição de sexo feminino:  FEMINICÍDIO       
- circunstância subjetiva (controverso)
- violência sexual de gênero quanto ao sexo
- Relação de poder e submissão, praticada por homem ou mulher sobre mulher em situação de vulnerabilidade;
 
CONDIÇÕES DO SEXO FEMININO
§ 2o-A Considera-se que há razões de condição de sexo feminino quando o crime envolve:      
I - violência doméstica e familiar; 
- Definição na Lei 11.340/06
Art. 5o  Para os efeitos desta Lei, configura violência doméstica e familiar contra a mulher qualquer ação ou omissão baseada no gênero que lhe cause morte, lesão, sofrimento físico, sexual ou psicológico e dano moral ou patrimonial: (Vide Lei complementar nº 150, de 2015)
I - no âmbito da unidade doméstica, compreendida como o espaço de convívio permanente de pessoas, com ou sem vínculo familiar, inclusive as esporadicamente agregadas;
II - no âmbito da família, compreendida como a comunidade formada por indivíduos que são ou se consideram aparentados, unidos por laços naturais, por afinidade ou por vontade expressa;
III - em qualquer relação íntima de afeto, na qual o agressor conviva ou tenha convivido com a ofendida, independentemente de coabitação.
Parágrafo único.  As relações pessoais enunciadas neste artigo independem de orientação sexual.
II - menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
- cabe ao julgador estabelecer no caso concreto se o homicídio teve como vetor a diminuição da condição feminina. Aqui são circunstâncias de fato. 
* Conceito de mulher: reconhecida juridicamente. 
(Transexual? Identificado civilmente - O gênero feminino decorre da liberdade de autodeterminação individual, sendo apresentado socialmente pelo nome que adota, pela forma como se comporta, se veste e se identifica como pessoa. A alteração do registro de identidade ou a cirurgia de transgenitalização são apenas opções disponíveis para que exerça de forma plena e sem constrangimentos essa liberdade de escolha. Não se trata de condicionantes para que seja considerada mulher).
OBs¹: FEMICÍDIO: Matar mulher, na unidade doméstica e familiar (ou em qualquer ambiente ou relação), sem menosprezo ou discriminação à condição de mulher. 
FEMINICÍDIO: Se a conduta do agente é movida pelo menosprezo ou discriminação à condição de mulher.
OBS²: O feminicídio pressupõe violência baseada no gênero, agressões que tenham como motivação a opressão à mulher. É imprescindível que a conduta do agente esteja motivada pelo menosprezo ou discriminação à condição de mulher da vítima (SANCHES, 2016)
Informação adicional: https://www.conjur.com.br/2017-nov-15/cezar-bitencourt-feminicidio-aplicado-transexual. 
VII – CONTRA A AGENTE DE SEGURANÇA PÚBLICA
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau, em razão dessa condição.
- não tem correspondência com nenhuma agravante.
- Autoridade ou agente do artigo 142 ou 144 da CRFB (norma penal em branco): 
a) Art. 142: forças armadas
Art. 142. As Forças Armadas, constituídas pela Marinha, pelo Exército e pela Aeronáutica, são instituições nacionais permanentes e regulares, organizadas com base na hierarquia e na disciplina, sob a autoridade suprema do Presidente da República, e destinam-se à defesa da Pátria, à garantia dos poderes constitucionais e, por iniciativa de qualquer destes, da lei e da ordem.
b) Art. 144: órgãos de segurança pública
Art. 144. A segurança pública, dever do Estado, direito e responsabilidade de todos, é exercida para a preservação da ordem pública e da incolumidade das pessoas e do patrimônio, através dos seguintes órgãos:
I - polícia federal;
II - polícia rodoviária federal;
III - polícia ferroviária federal;
IV - polícias civis;
V - polícias militares e corpos de bombeiros militares.
 
* compreende guardas municipais e agente de segurança viária.
c) Integrantes do sistema prisional: agentes (diretor;agentes;guardas) mas também outros integrantes – comissão de classificação; comissãodo exame criminológico; conselho penitenciário, etc.
d) Força nacional de Segurança Pública: Departamento da FNSP (agrupamento de polícia da União)
e) contra cônjuge; companheiro; ou parente até terceiro grau – em razão da ligação familiar com o policial. 
PARTE IV – HOMICÍDIO CULPOSO.
- Art. 302, CTB – princípio da especialidade
Art. 302. Praticar homicídio culposo na direção de veículo automotor:
Penas - detenção, de dois a quatro anos, e suspensão ou proibição de se obter a permissão ou a habilitação para dirigir veículo automotor.
§ 1o  No homicídio culposo cometido na direção de veículo automotor, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) à metade, se o agente
I - não possuir Permissão para Dirigir ou Carteira de Habilitação;          
II- praticá-lo em faixa de pedestres ou na calçada;          
III - deixar de prestar socorro, quando possível fazê-lo sem risco pessoal, à vítima do acidente;          
IV - no exercício de sua profissão ou atividade, estiver conduzindo veículo de transporte de passageiros.          
PARTE V – HOMICÍDIO MAJORADO
- Homicídio culposo
A) INOBSERVÂNCIA DE REGRA TÉCNICA: o agente tem aptidão
b) OMISSÃO DE SOCORRO: afasta o concurso material com o art. 135.
C) NÃO PROCURA DIMUNIR AS CONSEQUÊNCIAS DO COMPORTAMENTO
D) FOGE PARA EVITAR A PRISÃO EM FLAGRANTE: ausência de escrúpulos.
- Homicídio Doloso:
a) menor de 14 anos ou maior de 60 anos: deve conhecer essa circunstância
b) (§6º) milícia privada (grupo armado de pessoas – civis ou não – que tem como fim desenvolver segurança em comunidades para restauras a paz, mediante coação, ignorando o monopólio estatal) ou grupo de extermínio (reunião de pessoas, matadores, justiceiros – civis ou não – com finalidade de matança generalizada de pessoas que consideram marginais ou perigosas) 
OBS: Art. 121, § 6º e art. 288-A : possível o concurso material.
§7º - FEMINICÍDIO – MAJORANTE
I - durante a gestação ou nos 3 (três) meses posteriores ao parto;      
Início pelas dores do parto.
O aumento da pena se justifica inclusive nas situações em que demonstrada a inviabilidade do feto, pois o objeto da proteção especial é a mulher em fase de gestação, não exatamente o fero. O aborto não é pressuposto da causa de aumento, e, caso do homicídio decorra a morte, querida ou aceita, do ser humano em gestação, o agente responde, em concurso formal, pelo homicídio majorado e pelo aborto. 
II - contra pessoa menor de 14 (catorze) anos, maior de 60 (sessenta) anos, com deficiência ou portadora de doenças degenerativas que acarretem condição limitante ou de vulnerabilidade física ou mental;   (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
permite um aumento variável de 1/3 até ½ - diferente do §4º
III - na presença física ou virtual de descendente ou de ascendente da vítima;   (Redação dada pela Lei nº 13.771, de 2018)
IV - em descumprimento das medidas protetivas de urgência previstas nos incisos I, II e III do caput do art. 22 da Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006.   (Incluído pela Lei nº 13.771, de 2018)
Obs.: Para a incidência das circunstâncias majorantes enunciadas nos incs. I, II e III, o agressor (ou agressora) delas tenha conhecimento, evitando-se responsabilidade penal objetiva
PARTE VI – PERDÃO JUDICIAL
- Causa extintiva de punibilidade
Jurisprudência aplicada: INFORMATIVO 542/STJ/2014
DIREITO PENAL. APLICABILIDADE DO PERDÃO JUDICIAL NO CASO DE HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR. O perdão judicial não pode ser concedido ao agente de homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB) que, embora atingido moralmente de forma grave pelas consequências do acidente, não tinha vínculo afetivo com a vítima nem sofreu sequelas físicas gravíssimas e permanentes. Conquanto o perdão judicial possa ser aplicado nos casos em que o agente de homicídio culposo sofra sequelas físicas gravíssimas e permanentes, a doutrina, quando se volta para o sofrimento psicológico do agente, enxerga no § 5º do art. 121 do CP a exigência de um laço prévio entre os envolvidos para reconhecer como "tão grave" a forma como as consequências da infração atingiram o agente. A interpretação dada, na maior parte das vezes, é no sentido de que só sofre intensamente o réu que, de forma culposa, matou alguém conhecido e com quem mantinha laços afetivos. O exemplo mais comumente lançado é o caso de um pai que mata culposamente o filho. Essa interpretação desdobra-se em um norte que ampara o julgador. Entender pela desnecessidade do vínculo seria abrir uma fenda na lei, não desejada pelo legislador. Isso porque, além de ser de difícil aferição o "tão grave" sofrimento, o argumento da desnecessidade do vínculo serviria para todo e qualquer caso de delito de trânsito com vítima fatal. Isso não significa dizer o que a lei não disse, mas apenas conferir-lhe interpretação mais razoável e humana, sem perder de vista o desgaste emocional que possa sofrer o acusado dessa espécie de delito, mesmo que não conhecendo a vítima. A solidarização com o choque psicológico do agente não pode conduzir a uma eventual banalização do instituto do perdão judicial, o que seria no mínimo temerário no atual cenário de violência no trânsito, que tanto se tenta combater. Como conclusão, conforme entendimento doutrinário, a desnecessidade da pena que esteia o perdão judicial deve, a partir da nova ótica penal e constitucional, referir-se à comunicação para a comunidade de que o intenso e perene sofrimento do infrator não justifica o reforço de vigência da norma por meio da sanção penal. REsp 1.455.178-DF, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 5/6/2014.
INFORMAÇÃO ADICIONAL:
I - O homicídio pode ser privilegiado-qualificado? 
Sim, desde que a circunstância qualificadora que concorre com o privilégio seja objetiva (ines. III e IV).
O homicídio privilegiado-qualificado é crime hediondo? 
Não. Fazendo uma analogia ao disposto no art. 67 do CP, conclui que o privilégio, sempre subjetivo, Não é circunstância preponderante, desnaturando a hediondez do delito (é a que prevalece no STF e STJ). 
AÇÃO PENAL: AÇÃO PENAL INCONDICIONADA
JURISPRUDÊNCIA COLACIONADA
A conduta social desajustada daquele que, agindo com intensa reprovabilidade etico-jurídica, participa, com o seu veículo automotor, de inaceitável disputa automobilística
realizada em plena via pública, nesta desenvolvendo velocidade exagerada – além de ensejar a possibilidade de reconhecimento do dolo eventual inerente a esse comportamento do agente -, justifica a especial exasperação da pena, motivada pela necessidade de o Estado responder, grave e energicamente, a atitude de quem, em assim agindo, comete os delitos de homicídio doloso e de lesões corporais. (STF – HC 71.800/RS – Rel Celso de Mello, DJ 03.05.1996).
Informativo nº 0590
Período: 16 de setembro a 3 de outubro de 2016.
SEXTA TURMA
DIREITO PENAL. INAPLICABILIDADE DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM HOMICÍDIO CULPOSO NA DIREÇÃO DE VEÍCULO.
Em homicídio culposo na direção de veículo automotor (art. 302 do CTB), ainda que realizada composição civil entre o autor do crime e a família da vítima, é inaplicável o arrependimento posterior (art. 16 do CP). O STJ possui entendimento de que, para que seja possível aplicar a causa de diminuição de pena prevista no art. 16 do Código Penal, faz-se necessário que o crime praticado seja patrimonial ou possua efeitos patrimoniais (HC 47.922-PR, Quinta Turma, DJ 10/12/2007; e REsp 1.242.294-PR, Sexta Turma, DJe 3/2/2015). Na hipótese em análise, a tutela penal abrange o bem jurídico, o direito fundamental mais importante do ordenamento jurídico, a vida, que, uma vez ceifada, jamais poderá ser restituída, reparada. Não se pode, assim, falar que o delito do art. 302 do CTB é um crime patrimonial ou de efeito patrimonial. Além disso, não se pode reconhecer o arrependimento posterior pela impossibilidade de reparação do dano cometido contra o bem jurídico vida e, por conseguinte, pela impossibilidade de aproveitamento pela vítima da composição financeira entre a agente e a sua família. Sendo assim, inviável o reconhecimento do arrependimento posterior na hipótese de homicídio culposo na direção de veículo automotor. REsp 1.561.276-BA, Rel. Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 28/6/2016, DJe 15/9/2016.
Informativo nº 0583
Período: 13 a 26 de maio de 2016.
SEXTA TURMA
DIREITO PENAL. HIPÓTESE DE INEXISTÊNCIA DE MOTIVO FÚTIL EM HOMÍCIDIO DECORRENTE DA PRÁTICA DE "RACHA".
Não incide a qualificadora de motivo fútil (art. 121, § 2°, II, do CP), na hipótese de homicídio supostamente praticado por agente que disputava "racha", quando o veículo por ele conduzido - em razão de choque com outro automóvel também participante do "racha" - tenha atingido o veículo da vítima, terceiro estranho à disputa automobilística. No caso em análise, o homicídio decorre de um acidenteautomobilístico, em que não havia nenhuma relação entre o autor do delito e a vítima. A vítima nem era quem praticava o "racha" com o agente do crime. Ela era um terceiro que trafegava por perto naquele momento e que, por um dos azares do destino, viu-se atingido pelo acidente que envolveu o agente do delito. Quando o legislador quis se referir a motivo fútil, fê-lo tendo em mente uma reação desproporcional ou inadequada do agente quando cotejado com a ação ou omissão da vítima; uma situação, portanto, que pressupõe uma relação direta, mesmo que tênue, entre agente e vítima. No caso não há essa relação. Não havia nenhuma relação entre o autor do crime e a vítima. O agente não reagiu a uma ação ou omissão da vítima (um esbarrão na rua, uma fechada de carro, uma negativa a um pedido). Não há aqui motivo fútil, banal, insignificante, diante de um acidente cuja causa foi um comportamento imprudente do agente, comportamento este que não foi resposta à ação ou omissão da vítima. Na verdade, não há nenhum motivo. HC 307.617-SP, Rel. Min. Nefi Cordeiro, Rel. para acórdão Min. Sebastião Reis Júnior, julgado em 19/4/2016, DJe 16/5/2016.
Informativo nº 0575
Período: 19 de dezembro de 2015 a 4 de fevereiro de 2016.
SEXTA TURMA
DIREITO PENAL. QUALIFICADORA DO MOTIVO TORPE EM RELAÇÃO AO MANDANTE DE HOMICÍDIO MERCENÁRIO.
O reconhecimento da qualificadora da "paga ou promessa de recompensa" (inciso I do § 2º do art. 121) em relação ao executor do crime de homicídio mercenário não qualifica automaticamente o delito em relação ao mandante, nada obstante este possa incidir no referido dispositivo caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja torpe. De fato, no homicídio qualificado pelo motivo torpe consistente na paga ou na promessa de recompensa (art. 121, § 2º, I, do CP) - conhecido como homicídio mercenário - há concurso de agentes necessário, na medida em que, de um lado, tem-se a figura do mandante, aquele que oferece a recompensa, e, de outro, há a figura do executor do delito, aquele que aceita a promessa de recompensa. É bem verdade que nem sempre a motivação do mandante será abjeta, desprezível ou repugnante, como ocorre, por exemplo, nos homicídios privilegiados, em que o mandante, por relevante valor moral, contrata pistoleiro para matar o estuprador de sua filha. Nesses casos, a circunstância prevista no art. 121, § 2º, I, do CP não será transmitida, por óbvio, ao mandante, em razão da incompatibilidade da qualificadora do motivo torpe com o crime privilegiado, de modo que apenas o executor do delito (que recebeu a paga ou a promessa de recompensa) responde pela qualificadora do motivo torpe. Entretanto, apesar de a "paga ou promessa de recompensa" (art. 121, § 2º, I, do CP) não ser elementar, mas sim circunstância de caráter pessoal do delito de homicídio,sendo, portanto, incomunicável automaticamente  a coautores do homicídio, conforme o art. 30 do CP (REsp 467.810-SP, Quinta Turma, DJ 19/12/2003), poderá o mandante responder por homicídio qualificado pelo motivo torpe caso o motivo que o tenha levado a empreitar o óbito alheio seja abjeto, desprezível ou repugnante. REsp 1.209.852-PR, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado em 15/12/2015, DJe 2/2/2016.
Informativo nº 0563
Período: 29 de maio a 14 de junho de 2015.
DIREITO PENAL. INDEVIDA EXASPERAÇÃO DA PENA-BASE DE HOMICÍDIO E DE LESÕES CORPORAIS CULPOSOS PRATICADOS NA DIREÇÃO DE VEÍCULO AUTOMOTOR.
Na primeira fase da dosimetria da pena, o excesso de velocidade não deve ser considerado na aferição da culpabilidade (art. 59 do CP) do agente que pratica delito de homicídio e de lesões corporais culposos na direção de veículo automotor. O excesso de velocidade não constitui fundamento apto a justificar o aumento da pena-base pela culpabilidade, por ser inerente aos delitos de homicídio culposo e de lesões corporais culposas praticados na direção de veículo automotor, caracterizando a imprudência, modalidade de violação do dever de cuidado objetivo, necessária à configuração dos delitos culposos. AgRg no HC 153.549-DF, Rel. Min. Nefi Cordeiro, julgado em 2/6/2015, DJe 12/6/2015.
INDUZIMENTO, INSTIGAMENTO OU AUXÍLIO A SUICÍDIO (Art. 122, CP)
Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio
Art. 122 - Induzir ou instigar alguém a suicidar-se ou prestar-lhe auxílio para que o faça:
Pena - reclusão, de dois a seis anos, se o suicídio se consuma; ou reclusão, de um a três anos, se da tentativa de suicídio resulta lesão corporal de natureza grave.
Parágrafo único - A pena é duplicada:
Aumento de pena
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA
OBS.: SUICÍDIO: ocorre quando o ser humano, de forma direta, voluntária e consciente, elimina a própria vida. Não é fato típico a eliminação de vida própria e sim de vida alheia.
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa.
3. SUJEITO PASSIVO: Qualquer pessoa, todavia esta deverá ser capaz.
* Se for incapaz: homicídio (a incapacidade facilitou a morte, sendo instrumento para a sua provocação)
* Dirigido a pessoa determinada: Não haverá crime no caso se a conduta for genérica, como peças de teatro, filmes, obras literárias, música, dirigidas ao público em geral.
4. CONDUTA: 
	PARTICIPAÇÃO MORAL
	PARTICIPAÇÃO MATERIAL
	INDUZIR
	INSTIGAR
	AUXILIAR
	Fazer nascer na vítima a ideia da morte.
	Reforçar ideia preexiste de morte.
	Efetiva assistência material para o ato, sem realizá-lo.
* Auxiliar: esclarecer como usar o objeto
* Induzir: maus tratos infingidos a alguém. Morre por desespero. (Dolo eventual)
* Prática de atos executórios: homicídio.
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto e eventual.
Ex.: Dolo eventual – pai que expulsa filho depressivo de casa, sabendo que com tal ato, poderá incutir a vontade de se matar diante da situação desesperadora, assumiu o risco de resultado fatal. Mas não será dolo eventual término do namoro ou casamento. * Por ação ou omissão. Não há auxílio por omissão. Pais, enfermeiro, 
* Por vexame de crime cometido contra vítima não se trata do crime do art. 122, CP.
Não se admite a forma culposa.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com o resultado morte ou lesão corporal grave.
Morte: crime consumado
Lesão grave (suicídio frustrado): consumado
Lesão leve: fato atípico.
Não admite tentativa.
OBS. NÃO SERÁ CONSTRANGIMENTO ILEGAL A COAÇÃO PARA IMPEDIR O SUICÍDIO.
7. CAUSAS DE AUMENTO
Parágrafo único - A pena é duplicada:
I - se o crime é praticado por motivo egoístico;
II - se a vítima é menor ou tem diminuída, por qualquer causa, a capacidade de resistência.
A) MOTIVO EGOÍSTICO: Ficar com a herança, ocupar cargo, suplente de cargo público.
B) MENOR ou DIMINUÍDA A SUA CAPACIDADE DE RESISTÊNCIA
QUAL SERIA A IDADE? Menor de 18 anos ou entre 14 e 18 anos. Divergência na doutrina.
1ª C) NUCCI: idade entre 14 e 18 anos, em analogia ao artigo 217-A (estupro de vulnerável) – menor seria aqueles compreendidos entre 14 e 18 anos, porque para o código menor de 14 anos não tem idade para consentir ato sexual e por isso não teria capacidade para consentir com a eliminação de sua própria vida, configurando o homicídio.
2ªC) FRAGOSO, GRECO: Menor de 18 anos. O legislador se quisesse afastar o menor de 14 anos teria feito, a limitação de idade é dirigida aos crimes contra a dignidade sexual. Para esta corrente, haverá homicídio quando a vítima possui imaturidade moral, sem qualquer capacidade de resistência, como na terna idade. De qualquer forma, o juiz deverá verificar o caso concreto.
* Eliminada a capacidade de resistência: homicídio. O crime exige em diminuída (vítima embriagada, sob efeito de substâncias entorpecentes, deprimida, angustiada, enfermidade grave)
OBS: PACTO DE MORTE - Se participar dos atos executórios, o que sobrevive responderá por homicídio. Se ambos sobrevivem, tentativa de homicídio (ambos praticaram atos executórios). Se apenas um praticou os atos executórios, e ambos sobreviveram, este responderá por tentativa de homicídio e ooutro pelo art. 122, CP. 
OBS. GREVE DE FOME: Para os garantidores (ex.: penitenciárias). 
OBS.: TESTEMUNHA DE JEOVÁ. Capaz que recusa transfusão de sangue. (Art. 146, §3º, I - não configura constrangimento ilegal a intervenção cirúrgica, sem o consentimento do paciente ou representante legal, se justificada por iminente perigo de vida)
8. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA
INFANTICÍDIO (Art. 123, CP)
Infanticídio
Art. 123 - Matar, sob a influência do estado puerperal, o próprio filho, durante o parto ou logo após:
Pena - detenção, de dois a seis anos.
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA.
Obs.: Trata-se de uma forma especial de homicídio ou um homicídio privilegiado dada a redução e pena. Possui características próprias. Utiliza-se o critério da especialidade no concurso aparente de normas para enquadrar no infanticídio e não no homicídio.
GENITORA → CONTRA SEU PRÓPRIO FILHO
+ ESTADO PUERPERAL 
→ DURANTE OU LOGO APÓS O PARTO.
2. SUJEITO ATIVO: Crime próprio: exige qualidade especial do sujeito ativo: 
MÃE (parturiente) + ESTADO PUERPERAL
3. SUJEITO PASSIVO: Crime próprio: NASCENTE OU RECÉM-NASCIDO.
* Erro quanto a pessoa: responde pelo crime de infanticídio, apesar de não ser seu filho, considera-se as suas características. Assim, não responde por homicídio.
4. CONDUTA
MATAR → LOGO DEPOIS DO PARTO + ESTADO PUERPERAL
A) Elemento cronológico: durante ou logo após o parto.
B) Elemento etiológico: estado puerperal – este perdura do início do parto até as condições de pré-gravidez (puerpério) – o estado causa transformações psíquicas e emocionais – retirando a capacidade de entendimento da mãe.
* Puerpério: período cronologicamente variável, de âmbito impreciso, durante o que se desenrolam todas as manifestações involutivas e de recuperação da genitália materna havidas após o parto. A relevância e as extensão desses processos são proporcionais ao vulto de transformações gestativas experimentadas, isto é, diretamente subordinadas à duração da gravidez. (Jorge de Rezende)
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direito e eventual.
Modalidade culposa: 1ªC) NÃO RESPONDE POR CRIME NENHUM – FATO ATÍPICO – pois como exigir prudência de mulher desequilibrada.
2ªC) Homicídio culposo. Sendo o estado puerperal decisivo na dosagem da pena.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: com a morte.
Admite tentativa.
OBS.: Crime de abandono de recém-nascido com resultado morte (art. 134, §2º, CP). Crime preterdoloso.
7. CONCURSO DE PESSOAS – ART. 29 E 30	
 Art. 30 - Não se comunicam as circunstâncias e as condições de caráter pessoal, salvo quando elementares do crime.
Ex.: As circunstâncias se comunicam ao pai que pratica o crime junto com a mãe
	Art. 124-128, CP – ABORTO
Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
Pena - detenção, de um a três anos.
Aborto provocado por terceiro
Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante:
Pena - reclusão, de três a dez anos.
Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante:  
Pena - reclusão, de um a quatro anos.
Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é alienada ou débil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência.
ABORTO: INTERRUPÇÃO DA GRAVIDEZ COM A CONSEQUENTE MORTE DO PRODUTO DA CONCEPÇÃO (ÓVULO – 2 primeiros meses; EMBRIÃO – 2 meses seguintes; OU FETO – período restante). 
TIPO DE ABORTO: NATURAL; ACIDENTAL; CRIMINOSO (provocado) E LEGAL (excludente de ilicitude).
ABORTO CRIMINOSO: 	A) AUTOABORTO – ART. 124, 1ª PARTE;
			B) CONSENTIMENTO PARA O ABORTO – ART. 124, 2ª PARTE;
			C) PROVOCAÇÃO DO ABORTO COM O CONSENTIMENTO DA GESTANTE- ART. 126;
			D) PROVOCAÇÃO DE ABORTO SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE – ART. 125;
			
ABORTO PROVOCADO PELA GESTANTE OU COM SEU CONSENTIMENTO (Art. 124, CP)
Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque:
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA intrauterina.
Início da gravidez: tema controvertido - nidação do óvulo fecundado na parede do útero materno. 
OBS¹: Pílula do dia seguinte (entre a fecundação e a nidação). Destruição de embrião in vitro também não crime.
A – AUTOABORTO
A própria gestante pratica as manobras abortivas que levam à morte do feto. Ex.: Ingestão de medicamento abortivo; quedas intencionais. 
2.O SUJEITO ATIVO: Crime de mão própria – DIRETAMENTE PELA MULHER GRÁVIDA.
COAUTOR: responde pelo art. 126, CP (exceção à teoria monista).
* Partícipe: é possível, farmacêutico que vende medicação sabendo sua intenção sem receita médica.
3.O SUJEITO PASSIVO: produto da concepção – óvulo fecundado, embrião ou feto.
Para MIRABETE: Estado e a comunidade.
B – CONSENTIMENTO PARA O ABORTO
A gestante permite que outra pessoa realize manobras abortivas que provoquem a morte do feto. A pessoa que pratica as manobras responde pelo art. 126. 
2.B. Crime de mão própria.
Participação: namorado que paga pelo aborto. Familiares ou amigas que acompanhem na clínica de aborto.
Consentimento: maior de 14 e menor de 18 anos. 
3.B. Produto da concepção.
4. CONDUTA: MULHER GRÁVIDA + MEIOS EXECUTIVOS QUÍMICOS, FÍSICOS OU MECÂNICOS OU CONSENTE QUE LHO PROVOQUE.
* Não pune autolesão.
Meios de execução: ingestão de medicamentos; raspagem e curetagem; sucção do feto; introdução de objetos pontiagudos pelo canal vaginal para provocar contração uterina; choque elétrico; ou por omissão, médico que deixa de receitar medicamentos para evitar um aborto natural; ou a própria gestante que não toma o medicamento receitado.
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO DIREITO e eventual apenas para o auto aborto.
* Não se pune a modalidade culposa: se provocado por terceiro responde por lesão corporal culposa (Art. 129, §6º, CP)
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a MORTE DO FETO.
Admite tentativa (crime plurissubsistente)
* se o feto permaneça vivo ou no útero ou expulso com vida - tentativa; 
* se o feto nasce com vida, mas morre em decorrência das manobras abortivas, o aborto será considerado consumado.
* Nasce com vida, todavia uma nova agressão (ou omissão) cause a sua morte: homicídio ( ouinfanticídio).
OBS.: ABORTO SOCIAL OU POR CAUSAS ECONÔMICAS: motivos do aborto causa social: não serem casadas; serem jovens causas econômicas: falta de condição financeira para criar o filho. Criminoso.
7. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA
ABORTO PROVOCADO POR TERCEIRO (Art. 125 E 126, CP)
COM E SEM CONSENTIMENTO DA GESTANTE
I – SEM CONSENTIMENTO (ART. 125, CP) 
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA INTRAUTERINA
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa.
3. SUJEITO PASSIVO: DUPLA SUBJETIVIDADE – PRODUTO DA CONCEPÇÃO E GESTANTE.
4. CONDUTA: INTERROMPER, VIOLENTA E INTENCIONALMENTE, UMA GRAVIDEZ – SEM O CONSENTIMENTO.
Obs.: Menor de 14 anos. Fraude. Sem consentimento. (§ÚNICO)
	HIPÓTESES
	A. Quando não há qualquer autorização por parte da gestante. Ex.: Agride gestante para causar o abortamento.
	B. Houve uma autorização, mas esta não é valida juridicamente. Art. 126, § único: a) mediante fraude; b) mediante grave ameaça; c) emprego de violência; d) não maior de 14 anos; e) alienada o débil mental
Obs.: Estupro de vulnerável – menor de 14 anos e alienada mental – o aborto será lícito se houver consentimento representante legal.
* Matar mulher que sabe que está grávida: art. 125 + art. 121
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto E EVENTUAL. Não pude a modalidade culposa.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a destruição do produto da concepção. Admite tentativa. 
7. AÇÃO PÚBLICA INCONDICIONADA 
II – COM CONSENTIMENTO (ART. 126, CP)
1. BEM JURÍDICO TUTELADO: VIDA HUMANA INTRAUTERINA
2. SUJEITO ATIVO: Crime COMUM – qualquer pessoa.
* Enfermeira que auxilia na curetagem: participação.
* Clínica abortiva: associação de pessoas – ciente da destinação – respondem por associação criminosa do art. 288 e pelos crimes de aborto provocado ou colaborado.
3. SUJEITO PASSIVO: PRODUTO DA CONCEPÇÃO.
4. CONDUTA: INTERROMPER, VIOLENTA E INTENCIONALMENTE, UMA GRAVIDEZ – COM O CONSENTIMENTO VÁLIDO DA GESTANTE.* Premissa: consentimento da gestante – até a consumação do ato. Consentimento livre e espontâneo. Se a gestante desistir: responde pelo art. 125, CP.
§ único: Obtido por meio de violência, grave ameaça e fraude: não é válido. Também não será válido se for menor de 14 anos ou alienada mental.
5. TIPO SUBJETIVO: DOLO direto. Não pude a modalidade culposa.
6. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA: consuma-se com a interrupção da gravidez. Admite tentativa. 
* Art. 20, LCP – anuncia meios abortivos.
7. AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA.
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA E FORMA QUALIFICADA – ART. 127, CP
Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte.
* APENAS PARA O ART. 125 E 126, CP.
- LESÃO CORPORAL OU MORTE: crime preterdoloso. 
- Não precisa que o aborto se consume. 
- Feto sobrevive e mãe morre: tentativa de aborto + aumento de pena pela morte.
CAUSAS ESPECIAIS DE EXCLUSÃO DA ILICITUDE – ABORTO LEGAL
Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico:  
Aborto necessário
I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante;
Aborto no caso de gravidez resultante de estupro
II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando incapaz, de seu representante legal.
a) Aborto necessário: não há outro meio de salvar a gestante. Não precisa de consentimento ou autorização judicial. * Estado de Necessidade.
Condições: aborto praticado pelo médico; perigo de vida da gestante; impossibilidade de outro meio para salvá-la. 
Ex.: Gravidez tubária.
b) Aborto sentimental: resultante de estupro. Precisa de consentimento, mas não precisa de autorização judicial. Nem condenação do estuprador. Procedimento de justificação e autorização (Portaria 1.145/MS). Pune-se o auto aborto.
Condições: aborto praticado pelo médico; gravidez resultante de estupro; prévio consentimento da gestante ou de seu representante legal (formal).
* Estupro de vulnerável: doutrina admite.
 
OBS¹: Aborto eugênico: a lei não permite. Ocorre quando há a possibilidade que o feto nasça com graves anomalias psíquicas ou físicas.
* Fato acéfalo: malformação congênita, não possui a parte vital do sistema nervoso central. STF: feto anencefálico – ADPF54 – deformação irreversível do feto/malformação do tubo neural – 100% de certeza – considerado fato atípico e independente de autorização judicial. Cultura de morte. 
OBS²: Aborto honoris causa – praticado para ocultar a gravidez adulterina – criminoso.
OBS³: Aborto miserável – motivado por incapacidade financeira de sustentar a vida do filho – criminoso.

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