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crimes contra a vida art 121

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= Crimes contra vida = 
Art. 121 do Código Penal: 
 • Confirmação/Declaração da morte: paralisação da função cerebral (morte encefálica). 
 • Comprovação: auto de exame cadavérico (comprovar a materialização). 
 • Animus necandi/ animus occidendi = dolo de matar. 
Objeto jurídico (o que ela protege): vida humana extrauterina. 
Objeto material: pessoa viva. 
 Espécies de homicídios: 
❖ Doloso: 
A) Simples (Art. 121 caput do CP). 
B) Privilegiado (Art. 121 §1º do CP). 
C) Qualificado (Art. 121 §2º do CP). 
D) Qualificado/Privilegiado (Controvertido. Majoritariamente é reconhecido, desde que as 
qualificadoras do §2º sejam da natureza objetiva). 
❖ Culposo: 
Em dois estatutos legais: norma geral (art. 121 §3º do CP) e norma especial (art. 302 da lei 
9.503/97, Código de Trânsito Brasileiro). 
Observação: a tipificação do homicídio simples (caput) será alcançada de forma residual, ou 
seja, o operador do direito ao analisar o fato concreto deve buscar verificar no primeiro 
momento se estão presentes as qualificadoras (§2º) ou as privilegiadoras (§1º). Não sendo o 
homicídio qualificado, não sendo homicídio privilegiado, o mesmo será considerado homicídio 
simples. 
 Homicídio privilegiado: 
As circunstâncias contidas no §1º são todas de natureza subjetiva (ou subjetivas), não se 
comunicando aos demais concorrentes do crime, nos termos do art. 30 do CP. 
❖ Motivo de relevante valor social: é o motivo que o senso médio (ou comum) da 
coletividade entende como nobre, a ponto do legislador “premiar” o autor desde 
homicídio (nobre). Exemplo: matar o traidor da pátria; alguns autores mencionam 
matar um traficante que alicia menores. 
❖ Motivo de relevante valor moral: Exemplo: eutanásia (homicídio piedoso / vida ≠ 
vitalidade); matar o estuprador de sua filha. 
❖ Impelido pelo DOMÍNIO de violenta emoção após injusta PROVOCAÇÃO: o 
domínio de violenta emoção é diferente da atenuante do art. 65, III, c, do CP que prevê 
atenuação da pena quando o crime é praticado sob influência de violenta emoção. No 
domínio (privilégio) há um descontrole emocional incontrolável que deixa o agente 
sem capacidade de reflexão momentânea, repentina. Exige-se também que o 
homicídio seja praticado num lapso mínimo que não possibilite uma capacidade de 
reflexão. Se logo após a injusta provocação o agente teve capacidade de refletir e 
agiu matando alguém, pode-se reconhecer a atenuante do art. 65, III, c, do CP, sob a 
influência de violenta emoção. Injusta provocação em algumas circunstâncias pode 
configurar injusta agressão. Se o agente estiver diante de uma injusta agressão, 
conforme o caso, ele pode estar amparado de legítima defesa, que afasta de ilicitude 
do fato. (domínio ≠ influência; provocação ≠ agressão) 
 Homicídio qualificado: 
Este é resultante: 
A) dos motivos determinantes do crime (incisos: I, II, VI e VII, §2º, art. 121 do CP); 
I – mediante paga ou promessa de recompensa, ou por outro motivo torpe; (interpretação analógica) 
 II – por motivo fútil; 
VI – contra a mulher por razões da condição de sexo feminino: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, integrantes do sistema 
prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da função ou em decorrência dela, ou contra 
seu cônjuge, companheiro ou parente consanguíneo até terceiro grau. 
B) dos meios de execução do crime (III, §2º, art. 121 do CP); 
III - com emprego de veneno, fogo, explosivo, asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa 
resultar perigo comum. 
C) do modo ou forma de execução do crime (IV, §2º, art. 121 do CP); 
IV - à traição, de emboscada, ou mediante dissimulação ou outro recurso que dificulte ou torne impossível a defesa 
do ofendido. 
D) da conexão com outro crime (V, §2º, art. 121 do CP). 
V - para assegurar a execução, a ocultação, a impunidade ou vantagem de outro crime. 
1. conexão teleológica; 2. conexão consequencial. 
Observação: 
• Motivo torpe: que evidencia a total desvinculação do sujeito ativo dos valores morais 
humanos. 
• Motivo fútil: desproporcional a causa do fato. 
→ HOMICÍDIO QUALIFICADO PELA PAGA OU PROMESSA DE RECOMPENSA: 
• Chamado de homicídio mercenário. 
Estas qualificadoras exigem um concurso necessário de pessoas, no qual há um 
mandante, que tem seu motivo próprio, não comunicável com outro autor (art. 30 do CP), e 
o(s) executor(es), cujo motivo para pagar é financeiro, econômico. 
A doutrina diverge quanto a comunicabilidade desta qualificadora paga ou promessa de 
recompensa ao mandante do crime. 
→ QUANTO AO MEIO DE EXECUÇÃO: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
Emprego de veneno: 
Para que incida essa qualificadora, o veneno deve ser ministrado de forma insidiosa, 
clandestina, enganadora, de modo que a vítima não saiba que está vendo envenenada. O 
veneno aqui utilizado pode ser o veneno específico (exemplos: cianureto, chumbinho de rato, 
etc) ou qualquer substância mineral ou natural que faça mal ao organismo da vítima 
(exemplos: açúcar para o diabético). 
Exemplo: o sujeito ativo querendo matar alguém que está sob seus cuidados e é diabético 
coloca em sua bebida, todo dia, açúcar, glicose, enganando a vítima afirmando que é 
adoçante. 
Se a vítima vier a morrer é homicídio consumado qualificado pelo emprego de veneno. 
Se o fato é descoberto, circunstâncias alheias as vontades do agente, haverá tentativa de 
homicídio qualificado pelo emprego de veneno. Se a vítima é obrigada, constrangida, 
ameaçada, a ingerir veneno haverá homicídio qualificado pelo meio cruel (não será pelo 
emprego de veneno porque esta qualificadora exige desconhecimento do envenenamento 
pela vítima). 
• Palavra-chave: desconhecimento. 
Tortura: 
Tortura é infringir a vítima um sofrimento desnecessário. 
Atenção: não confundir o homicídio qualificado pelo emprego da tortura (dolo de matar) 
com o crime de tortura qualificada pelo resultado morte (art.1 § 3 da lei 9455/97), pois 
neste crime o dolo do agente é de torturar, mas o excesso de tortura provoca a morte, que 
não era desejada nem aceita, mas previsível, este crime é preter doloso. É possível que exista 
concurso material de crimes entre tortura, alcançada pelo agente, e o crime de homicídio 
praticado após a tortura. Pode-se afirmar que a distinção destes crimes está no elemento 
subjetivo: dolo. 
→ DA CONEXÃO COM OUTRO CRIME: 
Conexão Teleológica: 
O homicídio é praticado para assegurar a execução de outro crime. 
Exemplo: mata-se o segurança do empresário para sequestrá-lo e pedir resgate. 
Conexão Consequencial: (consequência de um crime anterior) 
• Ocultação de um crime: mata-se para impedir que sociedade descubra que um(s) crime(s) 
foi praticado(s), o fato criminoso é desconhecido e o agente quer que este fato fique sempre 
oculto. 
Exemplo: matar a testemunha de outro crime para que o crime não seja descoberto 
• Impunidade de um crime: mata-se para impedir a descoberta da autoria do crime que já 
se sabe ter ocorrido. 
Exemplo: a polícia descobriu a existência de um crime (não é mais oculto) e está chegando 
à descoberta da autoria. O sujeito ativo tomou conhecimento que há uma testemunha, e, 
mata-a para assegurar a impunidade do fato. 
→ CRIME HEDIONDO: 
Todo homicídio qualificado é crime hediondo (art. 1 da lei 8072/90). 
Observação: o crime de homicídio simples somente será hediondo condicionalmente se 
praticado em atividade típica de grupo de extermínio. 
→ É POSSÍVEL O HOMICÍDIO QUALIFICADO/PRIVILEGIADO? 
Resposta: o tema é controvertido majoritariamente é possível, desde que as qualificadoras 
sejam objetivas (art. 121, § 2, III e IV). 
→ TEREMOS FEMINICÍDIO QUANDO A VÍTIMA FOR TRANSSEXUAL/TRAVESTI? 
a) Teoria biológica: não poderá ser vítima de feminicídio, pois sua estrutura é masculina. 
B) Teoriapsicológica: poderá ser vítima, pois, psicologicamente, ele se considera mulher. 
c) Teoria judicial: somente será vítima se existir decisão judicial determinando registro no 
cartorário de mudança de sexo. 
Observação: este tema necessita do elemento subjetivo do crime onde deve-se comprovar 
que o agente tem ciência que a vítima de fato se sente mulher. Todavia existem críticos a 
esta possibilidade, na medida que se estaria violando princípio da legalidade estrita, 
aplicando-se analogia in malam partem em prejuízo do sujeito ativo, na medida em que ele 
não pode responder o feminicídio quando matou alguém que biologicamente é homem. 
→ HOMICÍDIO FUNCIONAL: 
VII – contra autoridade ou agente descrito nos arts. 142 e 144 da Constituição Federal, 
integrantes do sistema prisional e da Força Nacional de Segurança Pública, no exercício da 
função ou em decorrência dela, ou contra seu cônjuge, companheiro ou parente 
consanguíneo até terceiro grau. 
(Posição majoritária - basta apenas uma qualificadora para aumento de pena, as ademais 
serão consideradas circunstâncias agravantes.) 
Art. 122 do Código Penal: 
• Induzimento, instigação ou auxílio a suicídio ou a automutilação. 
Objeto jurídico protegido: vida e incolumidade individual (integridade). 
Sujeito passivo do crime: pessoa determinada com capacidade de discernimento, de 
resistência, à conduta. 
Observação: não haverá crime quando o indivíduo escreve uma obra literária ensinando como 
ter uma morte indolor, já que não há vítima determinada. (fato atípico) 
Meio de execução: induzir (fazer surgir a ideia autodestrutiva ou automutiladora), instigar 
(fomentar, estimular a ideia que já existe na psique na vítima), prestar auxílio materialmente 
para que a vítima, e, somente ela, realize os atos de autodestruição da vida ou de 
automutilação de sua integridade física. 
Observação: se o sujeito ativo executar algum ato de execução teremos o crime de homicídio 
ou de lesões corporais conforme o dolo do agente. 
Exemplo: haverá o crime do art. 122 quando o sujeito ativo dar a corda para que a vítima se 
enforque, sozinha, vindo ela a sofrer lesão corporal leve ou se nada sofrer da tentativa (art. 
122 caput). Ou se ela sofrer lesão corporal grave ou gravíssima (art. 122 § 1º), ou se ela 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art142
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/Constituicao/Constituicao.htm#art144
morrer (art. 122 § 2º). Haverá contudo, crime de homicídio consumado, por exemplo, se o 
sujeito ativo vendo que vítima quer suicidar-se dar a corda e o banco para ela se pendurar no 
telhado de sua casa; vendo a vítima com uma corda no pescoço e sobre o banco, percebendo 
sua hesitação, e, a pedido da vítima, chuta o banco para que o enforcamento ocorra, praticou 
o sujeito ativo ato de execução de homicídio. 
→ É POSSÍVEL ESSE CRIME SER PRATICADO OMISSIVAMENTE? 
Resposta: o tema é controvertido; 
a) para Damásio de Jesus, entre outros, não é possível pois todos os verbos do tipo exigem 
uma ação; 
b) Guilherme de Souza Nucci, encampando a doutrina Majoritária, admite ser este crime 
praticado em sua forma omissiva somente quando o agente for garantidor, nos termos do art. 
13 § 2º do CP. 
Exemplo: o carcereiro que não recolhe o cinto do preso sabendo que o mesmo quer suicidar-
se; o diretor que diante de uma greve de fome, em determinado momento crítico, não 
intervém para que a morte ocorra. 
Observação: não configura crime o constrangimento para impedir o suicídio, conforme art. 
146 § 3º o CP. 
Art. 123 do Código Penal: 
• Infanticídio. 
• Crime próprio, somente a mãe é autora do tipo penal, todavia, ela tem que matar o seu filho 
recém-nascido durante ou logo após o parto, influenciada, intensivamente, pelo estado 
puerperal. 
→ QUAL TEMPO DEVE SE RECONHECER O ESTADO PUERPEAL (LOGO APÓS O 
PARTO)? 
Resposta: o tema é controvertido. 
a) Pelo prazo de 40 dias. 
b) Até o advento da primeira menstruação. 
c) Após a readequação dos órgãos reprodutores femininos ao local normal. 
• Princípio da especialização. 
• Perícia - pode ser inimputável ou inimputável. 
→ CONCURSO DE PESSOAS NO INFANTICÍDIO: 
Hipóteses ocorrentes e solução jurídica: 
1º) A mãe, sob a influência do estado puerperal, após induzida, instigada, ou auxiliada por 
terceiro, mata seu próprio filho – há concurso de pessoas. A mãe responde por infanticídio e 
o terceiro também por infanticídio (art. 29 e 30 do CP). A mãe é autora e o terceiro, participe. 
2º) A mãe, sob a influência do estado puerperal, juntamente com um terceiro, mata seu 
próprio filho – aqui também ambos respondem por infanticídio. Temos aqui coautores. 
3º) A mãe, sob a influência do estado puerperal, induz, instiga ou presta auxílio para que um 
terceiro mate o filho daquela – solução jurídica: a doutrina entende que o terceiro é autor do 
crime de homicídio e a mãe responderia, por analogia, com uso do art. 29 § 2 º do CP por 
infanticídio. 
Arts. 124 ao 128 do Código Penal: 
• Aborto. 
• Eliminação na vida ultra uterina. 
Espécies de aborto: 
A) Natural/Espontâneo: não é crime. 
B) Abordo social/econômico: é crime. 
C) Aborto eugenésico: é crime. 
D) Aborto sentimental/humanitário: não é crime (art. 128, II, CP). 
E) Aborto necessário: não é crime (art. 128, I, CP). 
F) Aborto de feto anencefálico: não há crime pois não há vida ultra uterina. Esse é o 
posicionamento do STF. 
G) Aborto dentro das primeiras doze semanas da gravidez: o STF está julgando se este 
fato configura é ou não crime. Por enquanto haverá crime. 
 Aborto provocado pela gestante ou com seu consentimento 
 Art. 124 - Provocar aborto em si mesma ou consentir que outrem lho provoque: 
 Pena - detenção, de um a três anos. 
 Aborto provocado por terceiro 
 Art. 125 - Provocar aborto, sem o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de três a dez anos. 
 Art. 126 - Provocar aborto com o consentimento da gestante: 
 Pena - reclusão, de um a quatro anos. 
 Parágrafo único. Aplica-se a pena do artigo anterior, se a gestante não é maior de quatorze anos, ou é 
alienada ou debil mental, ou se o consentimento é obtido mediante fraude, grave ameaça ou violência 
 Forma qualificada 
 Art. 127 - As penas cominadas nos dois artigos anteriores são aumentadas de um terço, se, em 
consequência do aborto ou dos meios empregados para provocá-lo, a gestante sofre lesão corporal de natureza 
grave; e são duplicadas, se, por qualquer dessas causas, lhe sobrevém a morte. 
 Art. 128 - Não se pune o aborto praticado por médico: 
 Aborto necessário 
 I - se não há outro meio de salvar a vida da gestante; 
 Aborto no caso de gravidez resultante de estupro 
 II - se a gravidez resulta de estupro e o aborto é precedido de consentimento da gestante ou, quando 
incapaz, de seu representante legal.

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