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1 COACHING E LIDERANÇA EM ENFERMAGEM 1 Sumário NOSSA HISTÓRIA ................................................................................................................................ 2 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................................................. 3 2. CONCEITO COACHING ................................................................................................................ 5 3. EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE .............................................................................................. 8 4. APLICAÇÃO DO COACHING EM EQUIPES ....................................................................................10 5. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE DE ALTA PERFORMANCE....................................17 6. ESTRATÉGIAS NO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS .............................................................21 7. DESENVOLVENDO LÍDERES COACHES ........................................................................................25 8. CONECTANDO O SETOR DE RECURSOSHUMANOS AO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS ATRAVÉS DO COACHING ...................................................................................................................31 9. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL .......................................................................................................34 10. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES ..........................................41 11. QUAIS OS BENEFÍCIOS DO COACHING DE SAÚDE? .................................................................43 CONCLUSÃO .....................................................................................................................................44 REFERÊNCIAS ....................................................................................................................................52 2 NOSSA HISTÓRIA A nossa história inicia com a realização do sonho de um grupo de empresários, em atender à crescente demanda de alunos para cursos de Graduação e Pós-Graduação. Com isso foi criado a nossa instituição, como entidade oferecendo serviços educacionais em nível superior. A instituição tem por objetivo formar diplomados nas diferentes áreas de conhecimento, aptos para a inserção em setores profissionais e para a participação no desenvolvimento da sociedade brasileira, e colaborar na sua formação contínua. Além de promover a divulgação de conhecimentos culturais, científicos e técnicos que constituem patrimônio da humanidade e comunicar o saber através do ensino, de publicação ou outras normas de comunicação. A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma confiável e eficiente para que o aluno tenha oportunidade de construir uma base profissional e ética. Dessa forma, conquistando o espaço de uma das instituições modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica, excelência no atendimento e valor do serviço oferecido. 3 1. INTRODUÇÃO No decorrer do último século, as mudanças no trabalho e no âmbito organizacional se tornaramconstantes. O desempenho organizacional está intimamente relacionado ao desempenho individual e coletivo, assim como a sobrevivência e o sucesso das organizações dependem fortemente das competências dos indivíduos. Conforme McClelland (1973, apud FLEURY e FLEURY, 2001), as competênciasabrangem um conjunto de saberes necessários, ao longo do tempo, para o exercício de uma profissão e sebaseiam em três dimensões: conhecimentos, habilidades e atitudes. Esse cenário favoreceu o surgimento de novas ferramentas, dentre as quais o coaching vem recebendo destaque. De acordo com Krausz (2007), o coaching auxilia a ajustar competências e a orientarquais devem ser cultivadas, aperfeiçoadas ou estimuladas. Também desenvolve pessoas e as prepara paraas constantes modificações do ambiente coorporativo. Segundo a autora, essa metodologia consiste emum processo de desenvolvimento pessoal e profissional, com foco no presente e no futuro, que auxilia oindivíduo a atingir seus objetivos por meio da identificação, do entendimento e do aprimoramento de suascompetências. O coach, profissional 4 responsável por conduzir o processo, auxilia o cliente, o “couchee”, aatingir o máximo do seu potencial, incentivando-o na busca dos resultados e ensinando-o a aprender comseus próprios recursos e limites. No contexto empresarial, o coaching organizacional representa um meio de trabalhar com pessoase torná-las mais competentes e mais realizadas. Dessa forma, segundo Flaherty (1999), os indivíduos setornam capazes de contribuir de maneira mais intensa para suas organizações e de encontrar significado no que fazem. De modo bem similar, Chiavenato (2002) coloca que o coaching, dentro da organização,consiste em um relacionamento que gera novos conhecimentos, habilidades e atitudes e agrega valor àorganização. De acordo com Ferreira (2008), as discussões acerca da contribuição do coaching para o desenvolvimento de executivos ainda apresentam informações imprecisas e incipientes. Da mesma forma, percebe-se que o coaching é um tema que recebe pouca atenção no que diz respeito a pesquisas científicas. Nota-se, portanto, a necessidade de iniciativas que busquem aprofundar as questões sobre o assunto. Essesconhecimentos podem auxiliar no processo de seleção de alternativas que contribuam de maneira maisconsistente com o desenvolvimento de executivos. Os líderes que participaram de coaching trazem dados importantes para verificar as contribuiçõesdo processo para o indivíduo e para a organização. Isso significa que analisar executivos, gestores de organizações, que tenham participado de processos de coaching, permite identificar os principais benefíciospara o seu desempenho e atuação. Assim, é possível identificar uma oportunidade de análise que parte doindivíduo e de suas ações, para os impactos causados sobre o ambiente. Destaca-se, como objetivo geral deste estudo, a necessidade de identificar e analisar a contribuiçãodo coaching para o indivíduo e para a organização. Para que isso seja possível, é importante determinar ascompetências individuais desenvolvidas a partir do coaching, compreender como ocorreram a busca e oprocesso realizado, além de identificar e avaliar os resultados e as aprendizagens obtidas. 5 2. CONCEITO COACHING Figura 1 Coaching é uma forma de desenvolvimento na qual alguém denominado coach (“treinador”, em inglês), ajuda um aprendiz ou cliente a adquirir um objetivo pessoal ou profissional específico através de treinamento e orientação. O aprendiz é por vezes denominado coachee. Ocasionalmente, coaching pode significar uma relação informal entre duas pessoas, uma das quais mais experiente que a outra, que a ajuda e orienta, enquanto a outra aprende; o coaching difere de 6 mentoring por se focar em tarefas ou objetivos específicos, por oposição a objetivos mais gerais, ou o desenvolvimento como um todo. A palavra inglesa coach tem a sua origem entre os séculos XV e XVI, na cidade húngara de Kocs,onde foi desenvolvida uma carruagem coberta, conhecida como Koczi. O veículo foi idealizado paraproteger seus habitantes das intempéries regionais ao serem transportados de um lugar para outro. Essapalavra, ao longo da história, foi se transformando à medida que era pronunciada em línguas diferentes. Foi na Inglaterra, conforme Chiavenato (2002), na década de 70, que o coaching passou a ser associadoexclusivamente aos esportes. Nessa época, todo atleta ou equipe esportiva era guiada por um coach, umtreinador responsável por desenvolver os esportistas. Para Krausz (2007), coaching é um processo de desenvolvimento pessoal e profissional, com foconopresente e no futuro, que auxilia uma pessoa ou um grupo de pessoas a atingirem seus objetivos pormeio da identificação, do entendimento e do aprimoramento de suas competências. O coach, profissional responsável por conduzir o processo, auxilia o cliente, o couchee, a atingir o máximo do seu potencial,incentivando-o na busca dos resultados e ensinando-o a aprender com seus próprios recursos e limites. Atécnica visa a auxiliar no estabelecimento de metas de maneira organizada para o alcance de um determinado objetivo. O coach, inicialmente, realiza uma avaliação detalhada da situação atual do cliente e, então, orienta a elaboração de um plano de ação com objetivos e metas tangíveis, que possam ser monitoradas noprocesso. Coaching, dessa forma, representa foco, ação, resultado e melhoria contínua de acordo com oBehavioral Coaching Institute (2011).Castellani (2007) afirma que o coaching tem como objetivo capacitar as pessoas na sua autorrealização a partir do alcance de suas metas, alinhando-as para uma vida equilibrada com seus valores, missãoe propósito. Conforme o autor, as metas são trabalhadas levando-se em consideração aspectos pessoais eprofissionais. O coach, assim, auxilia o coachee não apenas na definição das metas, mas na estratégia paraatingir os resultados almejados e também na superação dos desafios. Além disso, o processo é realizado apartir do foco escolhido, na vida pessoal ou na profissional. O coaching, como um processo continuado e planejado de aperfeiçoamento e superação profissional, é baseado especialmente na aprendizagem-ação e na 7 maiêutica - uma das formas pedagógicas doprocesso socrático, que consiste em multiplicar as perguntas a fim de obter, por indução dos casos particulares e concretos, um conceito geral do objeto em estudo – consoante Chiavenato (2002). No mesmosentido, para Rego (2007), no âmbito de um relacionamento de parceria e de influência mútua, o coachapoia o coachee na definição e na concretização de objetivos profissionais. Assim, utiliza as atividades docliente como situações de aprendizagem para melhorar a autoeficácia, o desempenho, o desenvolvimento,a autoconfiança e a realização pessoal, bem como seu valor para a organização e o mercado de trabalho. A essência do coaching consiste em ajudar o indivíduo a resolver problemas e a transformar oaprendizado em resultados positivos. Conforme O’Neill (2001), o aprendizado individual é ampliado parao grupo de trabalho e, então, para a coletividade organizacional. Um coach possui qualificação para auxiliar as pessoas a expandirem suas competências, partindo de um posicionamento a outro, sustentado porprincípios e valores. De acordo com Lages e O’Connor (2008), existem diversos tipos de coaching. No entanto, as técnicas utilizadas, assim como o processo, são os mesmos. O que ocorre é que, dependendo da necessidade de cada indivíduo, o trabalho recebe foco diferente. Um coach pode se especializar em uma ou váriasáreas, e, em alguns casos, é necessário associar dois tipos de coaching. 8 3. EQUIPES DE ALTA PERFORMANCE Figura 2 Inicialmente, é preciso definir o que é performance. A palavraperformance vem do verbo em inglês “toperform” que significa realizar,completar, executar ou efetivar. Segundo o autor John Whitmore (2008),performance é a execução das funções exigidas de uma pessoa. A verdadeira performance é ir além do que é esperado, é superaras supostas expectativas, estabelecer os mais altos padrões pessoais. Dyer et al. (2011, p. 23) conceituam equipe de alta performancecomo sendo equipes “compostas de membros cujas habilidades,atitudes e competências lhes permitem atingir as metas da equipe”. Nestasequipes seus membros tomam decisões diante das metas definidas, comunicam-se com precisão, sabem administrar os conflitos e solucionar problemas em umambiente de incentivo e confiança para atingir seus próprios objetivos. Dyer etal. (2011, p. 23) ainda ressaltam que “os membros desta equipe estão cientes desuas próprias forças e fraquezas e têm a capacidade de mudar quando necessáriopara melhorar o desempenho de todo o grupo” Equipes de alta performance ultrapassam fronteiras tradicionais através dos resultados alcançados. As expectativas dos membros destas equipessão elevadas, e promovem estímulos motivadores para o alcance da altaperformance. Por exigir alto desempenho, seus integrantes procuram desenvolvere potencializar competências, habilidades e atitudes que se alinham aos objetivosda equipe. “As condições ambientais e a ausência de muitos recursos podemafetar o desempenho, porém, uma equipe de alta performance supera todas asdificuldades ambientais” (TONET et al., p. 72, 2009). 9 É preciso que cada pessoa tenha total domínio de si e manifesteas características que a leve a ser considerada um indivíduo dealta performance. Que consiga identificar suas potencialidadese limitações a ponto de desenvolvê-las quando necessário. Ametodologia de coaching é, portanto, um estilo de gerenciamentoessencial para a otimização do potencial e o desenvolvimento depessoas para que se obtenha uma excelente performance.Para que um grupo se transforme em uma equipe de altaperformance é necessário desenvolvê-los para evoluir e passara prestar atenção à sua própria forma de agir no processo diáriocom total consciência das interdependências das funções e para aresolução rápida e sensata dos problemas que abrangem todo umsistema. Uma equipe de alta performance é aquela que dispõe de umariqueza de diversidade e multiplicidade, usando o melhor de cada um;que demonstra elevada competência e alto grau de comprometimentoe responsabilidade. São pessoas alinhadas estrategicamente paracumprir a missão da organização em que estão inseridos os seusvalores e a sua visão de futuro, o que os levará ao alcance dosobjetivos comuns. Líderes devem estar preparados para desenvolver pessoas e transformarum grupo “comum” em uma Equipe de Alta Performance para que obtenham ummelhor desempenho e por consequência, resultados extraordinários. Esta preparação fará com que o líder se alterne entre líder coach – aquele quepotencializa pontos positivos de seus liderados e desenvolve os pontos negativos;e professor – que ensina e mostra aos outros know-how que representa o melhorque ele tem dentro dele. É imprescindível, por exemplo, que o líder reconheça quais são as características depessoas de alta performance, para que possa se autodesenvolver, dedicar-se a evoluir naquilo que ainda não se manifesta em seu comportamento, desta maneira ficamuito mais fácil identificar e desenvolver tais características em seus liderados. 10 4. APLICAÇÃO DO COACHING EM EQUIPES A ideia central da aplicação de coaching para o aumento da performanceé que se desenvolva, como primeiro passo, a consciência das mudançasnecessárias e se aplique, por meio das ações estipuladas, novos métodos paranovos resultados. Através do Coaching, podem ser desenvolvidas competências emocionais ecomportamentais direcionadas ao alcance de metas e objetivos, obtendo destaforma, resultados extraordinários em um curto espaço de tempo. Para isso o Coach deverá conhecer o ambiente, os conflitos eestar preparado para oferecer apoio aos liderados, ajudando-os aencontrar soluções eficazes com seus próprios recursos internos.Araújo (1999, p. 25) define coaching como “um processo queativa as redes de cooperação, possibilitando que o capital humano(intelectual, emocional, energético) circule livremente dentro dasorganizações (escola, empresa)”. Segundo a autora coaching é umagrande ferramenta para lidar com diferenças entre os membros daequipe usando o máximo possível do melhor de cada um a favor daequipe. Coaching aplicado a equipes aumentará a produtividade e aperformance iniciando pelo autoconhecimento,o que faz com que oCoach tenha mais recursos para avaliar atitudes de cada integranteda equipe sob a ótica de seus padrões mentais, suas crenças, valores e senecessário, conduzi-los a modificá-los para que a transformação proporcionesucesso organizacional. Muitas são as ferramentas de coaching que podem serutilizadas, cabe a análise sistemática para escolher a que terá melhor desempenhono processo momentâneo. O Processo resume-se em conscientizar a equipe do que precisa serdesenvolvido, depois determinar melhores ações para novos resultados e, então,manter a equipe no foco das mudanças propostas com melhoria contínua paraobtenção dos resultados desejados. Neste sentido é pertinente que se destaque dois grandes aliados que podemser utilizados para que ocorra o aumento da performance e se massifiquemresultados em um processo de coaching: a motivação e o aprendizado. 11 Vejamos cada um deles: a) Motivação Para Whitmore (2006, p. 109), “o segredo da motivação é o Santo Graal quetodos os líderes amariam descobrir. Os motivadores externos estão se tornando cadavez menos eficazes. Alguns gerentes duvidam de que a livre automotivação seriamais eficiente, mas forçar alguém a se motivar seria uma contradição”. Desenvolver pessoas é um grande desafio. Conforme Gil (2001), a Gestãode Pessoas ganhou destaque e importância a partir da década de 1980, momentoem que também passou a enfrentar desafios de ordem ambiental e organizacional. Segundo ele, isso se deve a alguns fatores relevantes, tais como: a globalizaçãoda economia, a evolução das comunicações, o desenvolvimento tecnológico e acompetitividade. Desde então, os gestores de pessoas passaram a buscar constantementea ampliação de conhecimento e ferramentas que potencializem a motivação dasequipes para o desenvolvimento de novos hábitos. E, na sequência treinar estegrupo para adquirir novas habilidades e desta forma conseguir aumentar suaperformance. Frequentemente as organizações discutem sobre motivação, muitas vezestrazendo debates controversos, devido ao fato de que algumas organizaçõesainda não estão convencidas de que o capital humano deve ter um tratamentoespecífico e diferenciado dos processos metódicos e exatos. A motivação indiscutivelmente é algo que vem de dentro, é preciso adotaratitudes que busquem acioná-la diariamente. Como nem todas as pessoas têmconsciência disso, o papel do líder é primordial nesta descoberta. Patterson et al. (2014, p. 19) informa que pesquisas recentes da psicologiae medicina, no laboratório “Mude tudo o que quiser”, em Wasatch de Utah nosEstados Unidos, comprovam que as mudanças não ocorrem somente pelamotivação, é preciso fazer uma análise das fontes de influência que podem estartrabalhando contra ou a favor de um indivíduo, porém, a motivação tem um papelimprescindível em nossas escolhas. Sabe-se também que para treinar novashabilidades é preciso que de alguma forma este indivíduo esteja motivado. Sãofatores que se completam. O texto abaixo relata as mudanças ocorridas no sistema de compensaçãodentro das organizações. Este sistema de compensação vai desde o saláriocompatível com a função, até a qualidade de vida pessoal e profissional 12 queaquele trabalho proporciona. Tendo em vista que este sistema é que motiva ounão um indivíduo, é imprescindível reconhecer esta evolução e adotar novosformatos de compensação segundo a cultura de cada empresa. O FENO O CHICOTE Desde que o trabalho foi criado, as pessoas vêm recorrendoa uma mistura de compensação (feno) com ameaça (chicote) paraestimular os outros a fazerem o que elas querem. Se voltarmos àépoca dos escravos, porém, era só a ameaça do chicote, sem asdevidas compensações. À medida que o tempo foi passando, ascompensações foram introduzidas na esperança de que as pessoasapresentassem um melhor resultado, e elas realmente tinhamum melhor rendimento por determinado período. Então, o próximopasso foi criar atrativos ainda maiores e mais bem apresentados,enquanto tentávamos abafar as pressões, disfarçando ou até mesmoencobrindo totalmente o que poderia representar uma ameaça, numjogo de faz de conta, até que precisássemos abrir mão das velhasestratégias. E mais uma vez a performance final teve um pequenoacréscimo. Atualmente nos deparamos com contenções na elevaçãosalarial e existem menos oportunidades de promoção. Estamosdesesperados por performance cada vez mais satisfatórias ecorremos atrás das compensações. O “chicote” está cada vez maissendo visto como politicamente incorreto. Em um curto espaço detempo, mas não tão breve, podemos perceber o quanto o sistemamotivacional está nos tornando falhos, apesar de nunca terfuncionado perfeitamente de qualquer maneira. Em larga escala, aspessoas no trabalho não atingem o seu potencial. Apenas podemoster um esboço de quanto poderiam render quando se apresenta umasituação de real emergência. A analogia dos agentes motivacionais com o feno e o chicoteé inspirada na performance de um asno. Na minha memória aperformance dos asnos não é nada inspiradora. Espero não estarcometendo nenhuma injustiça se eu disser que eles farão o mínimopossível a ponto de apenas se desvencilharem de uma tarefa. Setratarmos as pessoas como asnos, elas se comportarão de tal forma. Temos que mudar fundamentalmente nossa ideia sobre motivação. Se as pessoas pretendem realmente dar o melhor de si, precisamestar auto motivando-se. 13 As pesquisas têm igualmente mostrado que tanto a estabilidadeprofissional quanto a qualidade de vida no ambiente de trabalho sãograndes prioridades para uma considerável parcela da população. Quando ambos estes motivadores se encontram ausentes, odinheiro, o mais óbvio dos motivadores externos, se torna um agendede extrema prioridade, já que é o único resultado que se pode obternaquele trabalho específico, então será uma guerra por cada centavoa mais que se pode conseguir. Se o dinheiro, porém, é valorizado,ofertado e recebido como um ato de autovalorização, ele se justificapelo seu significado. • Maslow e a Motivação como Ferramenta no Processo de CoachingAbraham Maslow colaborou muito com a psicologia humanista, foi umimportante psicólogo americano entre as décadas de 1960 e 1970. Segundo ele, apsicologia humanista está diretamente ligada com a satisfação das necessidadeshumanas. Maslow acredita que quando as necessidades básicas que formam aqualidade de vida são preenchidas, as pessoas podem deslocar seu desejo paraaspirações cada vez mais elevadas. Abraham Maslow criou a Pirâmide de Maslow, conhecida também como a Teoria de Maslow. São colocadas nessa pirâmide as necessidades humanas emforma de escala, sendo que na base estão as necessidades primárias, ou seja, asque são urgentes e indispensáveis, e depois se apresenta outras necessidadessecundárias. Figura 3: Pirâmide das necessidades de Maslow indicando a atuação do Coaching 14 Segundo esta teoria, a motivação pessoal e profissional, acontecem a partirde uma mesma base. Os indivíduos irão engajar-se em atividades que as ajudema atingir os seus objetivos. As organizações costumam estar preparadas paracumprir as necessidades básicas e de segurança. Neste estágio o salário e osbenefícios é que sustentam a motivação de uma equipe. Alguns funcionários, especialmente as novas gerações, apresentam fortessinais de que motivam-se por serem autorrealizadores. Querem que seu trabalhoseja valorizado e que tenha um verdadeiro significado; um propósito. Não estãosomente preocupados apenas com o salário. O coaching é o maior aliado de organizações, gestores, gerentes e líderespara alcançar este estágio de motivação que leva ao aumento da performancedas equipes. Enquanto o sistema ditatorial pune, nega, tira poderes, desmotiva elimita o potencial dos indivíduos, o coaching faz justamente o contrário. b) AprendizadoAsempresas estão começando a perceber que precisam incitar oaprendizado se quiserem motivar e estimular suas equipes a mudarem de postura. Para o desenvolvimento de equipes através do coaching, entender o processode aprendizagem da PNL (Programação Neurolinguística), ajuda de formaaltamente significativa para obtenção de resultados almejados. O’Connor (2004, p. 1) diz que PNL – ProgramaçãoNeurolinguística estuda como estruturamos nossa experiênciasubjetiva – como pensamos sobre nossos valores e crenças e comocriamos nosso mundo. PNL – Programação Neurolinguística é o estudo da estruturada experiência subjetiva. Ela basicamente explora como seuspensamentos (neuro) são afetados por suas palavras (linguísticas),levam a ação (programação). 15 Figura 4 Figura 5 • Incompetência Inconsciente – Baixa Performance. O indivíduo não sabefazer alguma coisa e não tem consciência disso, ele só sabe dizer o que elenão sabe fazer. Por exemplo: uma criança com idade entre 4 ou 6 anos nãosabe dirigir um carro e tão pouco sabe que não sabe. Ela é incompetente emdirigir e inconsciente desse saber. • Incompetência Consciente – Baixa Performance. O indivíduo está cientede que não consegue ou não sabe fazer algo, ele admite isso, tanto para sicomo para outras pessoas. No exemplo de dirigir, um adolescente com idadeentre 10 ou 12 anos ainda não sabe dirigir, porém já tem a consciência dessenão saber. No processo de coaching este estágio proporciona aos clientesum estado de êxtase temporário. 16 Treinam as habilidades, mas não são muitobons nelas, no entanto, aprendem rápido nesse estágio, porque quanto menossabemos, maior o espaço para a melhora. • Competência Consciente – Performance Melhorada. A pessoa está cientede que é capaz de realizar algo, contudo, é preciso muito foco e concentraçãopara fazer tudo na ordem correta, até se tornar uma habilidade, um hábito. Voltando ao exemplo de dirigir: a pessoa se habilitou após o exame para aCarteira Nacional de Habilitação, aprendeu a dirigir e tem competência paratal e de forma consciente, mas precisa de muita concentração para acertar opasso a passo para dirigir corretamente. • Competência Inconsciente – Alta Performance. O indivíduo realizauma tarefa com prática, com uma habilidade que não exige esforço, osmovimentos são automáticos, naturais e integrados. No exemplo de dirigiro carro, consideramos os motoristas que dirigem naturalmente sem olharpara qual marcha está, acionam a seta automaticamente, etc. Portanto, sãocompetentes em dirigir e já o fazem inconscientemente. Estado de Flow (éum estado mental de operação em que a pessoa está totalmente imersa noque está fazendo). Estágio no qual todo seu esforço e prática valeu a pena. Muitos de nós temos Competência Inconsciente em alguma atividade, comodirigir um carro, porém, o que acontece ao termos um carro de Fórmula 1 nasmãos? O nível de aprendizagem muda? É muito provável que voltemos ao nívelde Incompetência Consciente, pois temos consciência de que não sabemos dirigireste tipo de automóvel. A partir deste exemplo, é possível perceber que mesmo possuindo muitashabilidades, não sabemos tudo, que sempre há algo para aprender. Portanto,devemos ver cada novo aprendizado como uma forma de crescimento pessoal e profissional. 17 5. ESTÁGIOS DE DESENVOLVIMENTO DA EQUIPE DE ALTA PERFORMANCE Já vimos anteriormente o que é performance e uma equipe de altaperformance, e segundo Whitmore (2008), uma equipe que pudesse ser avaliadacom dez em cada uma das qualidades apresentadas poderia ser consideradauma equipe de alta performance excepcional. As qualidades apresentadas por Whitmore (2008) são: • Apoiador • Confiança • Paciência • Comprometimento • Humor • Compatibilidade • Cooperação • Adaptabilidade • Amizade • Coragem • Entusiasmo • Generosidade A pergunta costuma ser: Como podemos levar uma equipe a este estado? Algumas pessoas poderiam dizer que é impossível, outras que, devido asdiversidades de comportamentos, é melhor lidar com as diferenças aprendendocom os atritos, mas, diriam isso talvez por não conhecerem o poder da cocriação,usar as diversidades sim, porém de forma que se completem e massifiquemsua força. Outras pessoas ainda diriam que não existe forma, no entanto, se oslíderes estiverem preparados podem chegar sem dúvida a este estado por meiodo desenvolvimento dos membros da equipe. O que exige-se de um líder é que ele entenda por quais estágios sua equipepassará no processo de desenvolvimento e também que esteja preparado paraencorajar e motivar os membros da equipe em cada um desses estágios e, destaforma, lidar com as mudanças que acontecem impreterivelmente. Vejamos os estágios no desenvolvimento de uma equipe de alta performance,conforme apresenta Whitmore (2008): a) Inclusão: Neste estágio as pessoas determinam se são, ou se sentem quefazem parte de uma equipe. O medo da rejeição e busca de aceitação nogrupo serão constantes. As pessoas podem optar pela introversão ou atémesmo por comportamentos controversos a estes para mascarar suaspreocupações e limitações. Se houver um líder coach que mantém o equilíbrioentre a condescendência e a 18 exigência, os liderados irão buscar aceitação eorientação através deste líder. É um período que chamamos de experiênciaonde um líder coach irá abordar e satisfazer as preocupações individuaispara que o grupo progrida de forma alinhada. Para algumas pessoas esteestágio dura mais do que para outras, por isso, o líder dever estar preparadopara lidar com as diversidades, do modelo de mundo de cada um, e perfiscomportamentais. b) Asserção: Assim que a maioria do grupo sentir-se pertencente a equipe, é omomento de expressão de poder e de ampliar as fronteiras. Estágio no qual osmembros do grupo descobrem seus pontos fortes e tendem a estar motivadosa ponto de talvez, em algumas situações, ultrapassar alguns limites. Uma fasede desafios aos líderes, em que os membros da equipe precisam aprendera lidar com seus desejos internamente, para depois externar ao grupo. Neste momento, um bom líder conscientiza o grupo das responsabilidadesque devem responder para cada escolha feita, isso ajudará a não ofuscar apotencialidade de cada um. c) Cooperação: A palavra já nos remete a algo prazeroso no mundo dosnegócios, cooperação é algo que os líderes esperam muito. Neste estágionão significa que todos os momentos serão positivos, mas, se por exemplo,um membro da equipe tiver passando por um momento ruim, os demaisirão dar apoio e colaborar. O que não aconteceria no estágio de Inclusão eAsserção. Vale ressaltar que no estágio de cooperação pode-se perder osenso de discordância por deixar os membros bem confortáveis. Um lídercoach saberá como conduzir perfeitamente sua equipe neste estágio, afinal,este modelo de desenvolvimento corre paralelo as necessidades em termosde desenvolvimento individual na Pirâmide da Hierarquia de Maslow quevimos anteriormente. Se pudéssemos juntar imediatamente uma equipecoesa buscando a autorrealização chegaríamos rapidamente ao nível de altaperformance. d) Macrocosmo: Todos nós já vivenciamos em algum momento de nossa vidaeste estágio, em nossa vida pessoal e profissional, talvez teremos dificuldadepara reconhecê-lo, mas vivemos. Vem a partir do estágio da Cooperaçãoonde as energias estão direcionadas externamente para objetivos em comum. Conscientiza-nos de que o desenvolvimento dessa natureza geral é comumentre equipes de todos os tipos e tamanhos e nos dá maior segurança paraentender que podemos resistir, e retardar o desenvolvimento de uma equipeou encorajar e acelerar seus resultados. 19 Para Katzenbach e Smith (1994) os estágios para alcançar o nível de umaequipe de alta performance são cinco: a) Grupo de trabalho - Os membros destegrupo podem partilhar informações entre si, mas não sentem-se pertencentes a um grupo, trabalham de formaindividual, não veem nenhuma razão para se transformarem numa equipe; b) Pseudo – Equipe - Este tipo de grupo pode definir um trabalho a ser feito,mas não se preocupa com o desempenho coletivo, nem tenta consegui-lo.As interações dos membros inibem o desempenho individual, sem produzirnenhum ganho coletivo apreciável; c) Equipe Potencial – Neste estágio o grupo quer produzir um trabalho conjunto.No entanto, os membros precisam de ter muito claro sobre sua finalidade eobjetivos; d) Equipe Real - Uma equipe de poucas pessoas, no entanto, com habilidadescomplementares e comprometidas umas com as outras através de missão eobjetivos comuns. Os membros passam a confiar uns nos outros; e) Equipes de Alta Performance - Atende a todas as condições de equipe reale têm um comprometimento profundo entre seus membros com o intuito decrescimento pessoal de cada um, há neste momento uma sinergia total nogrupo. Já segundo Robbins e Decenzo (2004), os cinco estágios no desenvolvimentode equipes de alta performance, são: a) Formação - Caracterizado pela incerteza sobre o propósito, estrutura eliderança; b) Tormenta - É o conflito inicial entre os membros do grupo; c) Normalização - Estágio onde se desenvolvem os relacionamentos e os membros passam a demonstrar coesão; Coaching e Gestão para Resultados Através de Pessoas d) Desempenho - A estrutura é completamente funcional e aceita pelosintegrantes; e) Interrupção - Nesse estágio, ao término do trabalho ou projeto, a equipe épreparada para sua dispersão. 20 Conectando coaching aoDesenvolvimento de LiderançasA partir da concepção do saber fazer, neste capítulo você terá os seguintesobjetivos de aprendizagem: Estabelecer o quanto o coaching pode ser um forte apoio no desenvolvimento de lideranças e na retenção de talentos. Analisar as estratégias do coaching em um desenvolvimento de liderança incluindo como contratar um bom coach que possa contribuir com os recursos humanos. Contextualização O Coaching ainda é considerado uma metodologia relativamente nova noBrasil. Chegou a pouco da “maternidade”. Seu crescimento vem sendo explosivo emuitas organizações estão fazendo do coaching alta prioridade em sua estratégia dedesenvolvimento de lideranças, obtendo resultados extraordinários e sustentáveis. Ainda é um grande desafio para as organizações escolherem entre acontração de um coach externo ou optar por um coach interno. Este capítuloapresentará análises sob a ótica de dois autores apresentando vantagens edesvantagens de optar por fazer um processo de coaching com um coach interno(quando ele é funcionário da organização) ou por um coach externo (profissionalformado e habilitado para o exercício do Coaching). Tendo em vista que o coaching é uma metodologia de ação para resultadosque vem ganhando muita força dentro das organizações, destacamos aimportância de conectarmos a abordagem de coaching a gestão de talentos. Sintetizando, o foco principal do nosso estudo neste capítulo está na conexãodo coaching no desenvolvimento de lideranças e como isso pode refletir na gestãoe retenção de talentos. 21 6. ESTRATÉGIAS NO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS Segundo Chiavenato (2004), a abordagem clássica da liderança naadministração era dominar e controlar. A função era fazer com que seus lideradossimplesmente cumprissem ordens e atingissem os objetivos das organizações. Após aparição da Teoria das Relações Humanas, os líderes se transformaramem pessoas vitais para o sucesso da empresa. Estes líderes precisam ser agentesde mudanças e sua principal função é facilitar o alcance dos objetivos junto a seusliderados, desenvolvê-los e proporcionar oportunidades para seu crescimentopessoal e profissional. Até pouco tempo atrás esperava-se que os funcionários apenasobedecessem e evitassem causar problemas que pudessem ocasionar prejuízosdiretos a empresa. Conforme apresenta Stéfano (2009, p. 15), “[...] era como estudar em umaturma onde todo mundo tirasse no máximo nota 3. Se tirar nota 4 já é melhor. Para que se esforçar então para tirar nota 10?”. Com a globalização e, consequentemente, com as mudanças mundiaisorganizacionais que acontecem velozmente a cada dia, a competição aumentou,as regras são novas e, diante disso, espera-se uma liderança renovada. Omercado exige equipes mais ativas, mais comprometidas e eficientes, contudoestas equipes não nascem prontas, podem ser desenvolvidas pela liderança. Sobre o comprometimento das pessoas com o trabalho, ao analisar as TeoriasX e Y de Douglas McGregor apresentadas por Davis e Newstrom (2002), podemosperceber que a Teoria X denomina que as pessoas não gostam de trabalhar, quesão altamente resistentes a mudanças. Admite inclusive que as pessoas sãoegocêntricas por não perceberem as necessidades da organização a qual estãoinseridas e, que evitam constantemente assumir responsabilidades. Isto faziacom que os líderes adotassem uma postura autoritária para haver o cumprimentodos objetivos de uma organização. Depois, o mesmo autor apresenta a TeoriaY, que aborda a liderança de uma forma mais humana, uma vez que essa teoriapressupõe que as pessoas têm autocontrole, dominam auto direção às metasestabelecidas as quais se comprometem, e que elas não nasceram preguiçosas. 22 Diante disso, o líder é quem deve prover um ambiente propício ao crescimentoe desenvolvimento dos liderados, para suprir esta necessidade, começou-se atreinar líderes para atuarem como líderes coaches. Os líderes dos tempos atuais precisam manter o equilíbrio entrea condescendência e a exigência. Necessitam influenciar sua equipee saber exatamente o momento de comandá-la e inspirá-la a atingirobjetivos almejados. É preciso liderar de uma maneira diferente.Segundo Wolk (2012), liderar de uma maneira diferente requerdos líderes conhecimentos específicos em suas tarefas, técnicas eprofissionais, mas deixa claro que não será o suficiente para obterresultados extraordinários, pois resultados diferentes requeremações diferentes o que, por sua vez, requerem pessoas que pensemde maneira diferente. Logo, o Coaching no desenvolvimento delideranças, proporciona estas novas ações por meio de inúmerasferramentas potentes e cientificamente comprovadas. Marques (2012) apresenta-nos a Roda da Liderança (ferramenta utilizadapara análise de estado atual e suposto estado alcançado ao final do processode coaching para líderes). Com esta ferramenta analisam-se as principaiscaracterísticas que um líder deve ter e em uma escala de 0 a 10 (do momentopresente que vai de 0 a 100%), e cada líder se autoavalia e justifica sua nota. Como o coaching é uma metodologia de ação para resultados, onde énecessário tomar consciência do que precisa ser desenvolvido para depoisaplicar a método adequado, esta ferramenta se torna imprescindível, inclusive naobtenção de referenciais de resultados alcançados. Para obter autoconsciênciasobre como você desempenha seu papel como líder hoje, é interessante usar asperguntas a seguir, sei que vão lhe ajudar a refletir sobre a melhor nota a dar a simesmo. Vamos lá? Delegar – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a suacapacidade de delegar? Você costuma delegar funções e tarefas com facilidade? Analisa se a pessoa a quem você vai delegar está habilitada para fazer aquela tarefa? Se ela entendeu perfeitamente? Fica tranquilo ao repassar algo para outra pessoa fazer no seu lugar? Ousadia - De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a sua ousadia? 23 Você quer ter certeza de tudo sempre? Toma atitudes sensatas, mas um pouco além do que “seus olhos podem realmente ver”? Arrisca novas formas sabendo que deve cumprir normas, mas que pode ir além comsuas ideias para melhorias? Trabalho em Equipe – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a sua capacidade de trabalhar em equipe e o quanto consegue fazer sua equipe fazer o mesmo? Foco – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a sua capacidade de manter o foco? Você faz inúmeras coisas em um dia, mas consegue manter o foco em uma de cada vez? Desenvolvimento da Equipe – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmoanalisando a sua capacidade de desenvolver sua equipe? Você consegue analisarquais os pontos de melhoria de seus liderados e utilizar-se de ferramentas que osese envolvam? Visão de Futuro – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a suacapacidade de projetar o futuro? Você consegue fazer facilmente um planejamentoa curto, médio e longo prazo para você? E para a sua equipe? Priorizar – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a suacapacidade de priorizar ações no seu dia a dia? Você consegue listar o seuplanejamento diário, semanal ou mensal e priorizar com exatidão cada item destalista por grau de importância? Dar Feedback – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando asua capacidade de dar feedback a sua equipe? Você consegue dar feedbackquinzenais aos integrantes de sua equipe? E consegue dar feedback positivoconstante? Criatividade – De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a suacriatividade? Você costuma pensar fora da caixa (ver as coisas por ângulosinusitados)? Inspirar - De 0 a 10 que nota você dá a si mesmo analisando a sua capacidadede inspirar pessoas? As pessoas costumam seguir você simplesmente porque seinspiram no seu exemplo e em sua forma de ser? 24 Figura 6 25 7. DESENVOLVENDO LÍDERES COACHES Figura 7 Na estratégia de desenvolvimento de lideranças devemos identificar comodesenvolver líderes, e na gestão de desenvolvimento e retenção de talentos,definir quem são e quando estes membros da equipe serão trabalhados eestimulados com o coaching. Coaching Executivo provê desenvolvimento sob medidapara executivos selecionados, ajudando a enfocar questõesimportantes – sucessão ao próximo nível, transiçõeschave, desenvolvimento contínuo -, além de abordarpotenciais descarriladores. Ele acelera o desenvolvimentode líderes atuais, assegurando que tenhamos os talentosbem posicionados para alcançar os objetivos de negócios.(UNDERHILL; McANALLY; KORIATH, 2010, p. 66). Em épocas onde a procura pelo produto é alta e, às vezes, aempresa se prevalece do mercado emergente, líderes ineficientesacabam passando despercebidos muitas vezes porque a empresaprospera simplesmente por existir. Mas quando o mercado muda ea concorrência começa a ficar mais acirrada e a necessidade de terdiferencial em produtos e serviços aumentam, apenas o líder maisefetivo se sobressai e permanece na organização. O líder efetivo de hoje é o líder que entende exatamente qual éo seu papel no desenvolvimento da equipe. Ele entende o quanto ocapital humano deve realmente ser valorizado e não apenas descritocomo importante. É o verdadeiro líder coach. 26 Stéfano (2009), afirma que, Líder Coach é aquele que gera odesenvolvimento e o amadurecimento profissional de sua equipe, ensinando-os apensar como líderes, para que eles se responsabilizem por criar alternativas. Líder coach: uma nova abordagem para a gestão de pessoas As organizações precisam de líderes que saibam produzirriquezas e mobilizar pessoas em um ambiente de hiper mudanças. Para prosperarem nesse cenário, os líderes precisam transformarseu modo de pensar, sentir e agir diante do mundo. Ao longo da história da Administração, desde seus primórdios, apartir dos trabalhos de Taylor e Fayol, muito se pensou em termos deorganização do trabalho de modo a torná-lo mais eficiente garantidomaior produção e resultado para as organizações. Por mais que a ênfase dessa ordenação do processo produtivono período da administração clássica tenha sido focada em questõesrelacionadas à mecanização da indústria, à racionalização dosmétodos e a sua padronização, visando à obtenção de melhoresresultados, o fato é que as decorrências de sua aplicabilidaderecaiam sempre no aspecto humano, tal qual a capacidade doindivíduo adaptar-se a essas mudanças e, a partir daí, conseguirobter os melhores resultados. O modelo de concepção do trabalho no período pós-RevoluçãoIndustrial foi decisivo para o surgimento e desenvolvimentodas empresas, notadamente as indústrias e, por consequênciadesse crescimento, a necessidade de obtenção do máximo deaproveitamento das máquinas e equipamentos. O cenário econômico e social da época, com advento doprocesso de mecanização da produção, provocou uma ruptura nomodelo de sociedade feudal e agrária, expandindo as cidades ecriando hábitos de consumo, bem como propiciando aos detentoresdos meios de produção a acumulação de capital, origem do modo deprodução capitalista. As abordagens clássicas de Taylor e Fayol estabeleceram o fiocondutor dos modelos de gestão organizacional permeada por princípiosde divisão do trabalho, hierarquia, padronização de procedimentos,especialização, autoridade, entre outros ainda presentes em todos osmodelos estruturais das organizações de hoje. A tarefa da administração, considerando tais princípios,consiste em realizar coisas através de pessoas, de modo eficientee eficaz. Todavia, para que isso ocorra, faz-se necessáriointerpretar adequadamente os objetivos estabelecidos no topo 27 dapirâmide organizacional, transformando-os em ação e resultados(RODRIGUES, 2008). A efetivação dessas ações requer quatro componentesessenciais: Planejamento, Organização, Direção e Controle. Estaschamadas funções administrativas constituem o método racionalpara obtenção dos melhores resultados, utilizando-se aí dos métodose técnicas necessários para a aferição dos níveis de produção eprodutividade. Dessa forma o trabalho é idealizado, pensado e organizadoracionalmente no nível de direção das empresas, para que no níveloperacional, sua execução possa refletir em ganhos de produtividade,eficiência e eficácia. A evolução histórica do pensamento administrativo, em verdade,ratifica os princípios gerais da administração, ancorando-se, desdeos primórdios, na racionalidade e nas demais características ligadasà acumulação de capital e à força de trabalho, ou seja, o esforçohumano necessário à aquisição dos meios de subsistência humana. Opondo-se à excessiva massificação da produção surgiu aabordagem Humanista, iniciada por Elton Mayo, que compreendeu atambém chamada revolução ideológica enfatizando a importância doindivíduo, sua relação com o meio e com fatores externos e internos aoambiente de produção, que intervém na capacidade produtiva. Tal circunstancia favoreceu o surgimento da abordagemcomportamental relacionada a motivação, influência do grupo, fatorsocial e integração social dos indivíduos. No decorrer da década de 1930, Kurt Lewin desenvolveupesquisas referentes à dinâmica de grupo que influenciou conceitosteóricos de autoridade e motivação, sendo precursor do movimentoconhecido como desenvolvimento organizacional em que seestabelece a importância da cultura organizacional, nos processos de mudança das organizações. Com o passar do tempo uma série de novas abordagens foramsurgindo, entre elas a abordagem sistêmica que possibilitaria umnovo olhar para a complexidade do mundo; o empowerment, quedefende maior poder as pessoas, aos grupos e as sociedades; ofenômeno da globalização que trouxe uma série de mudanças etransformações nas estruturas organizacionais até chegarmos aosdias atuais de um 28 mundo cada vez mais complexo, mais incerto,mais interligado e, sobretudo, mais conectado. Para Rodrigues (2006), contemporaneamente, o que se buscaem termos de teoria das organizaçõesé uma constante quebra deparadigmas, por conta da própria reestruturação produtiva e acirradacompetitividade, a exigir dos administradores, visão sistêmica dotodo organizacional, senso crítico e flexibilidade. Com isso a noção de trabalho sofre modificações, com o intuitode se adequar à realidade mercadológica, hoje direcionada para aquestão das competências. Segundo Araújo (2011, p. 9), as organizações precisam delíderes que saibam produzir riquezas e mobilizar pessoas em umambiente de hiper mudanças. Para prosperarem nesse cenário oslíderes precisam transformar seu modo de pensar, sentir e agir diantedo mundo. Lacombe (2005) salienta que o êxito de uma empresa derivade sua habilidade de conhecer o seu cliente e o que ele deseja,sendo necessária para isso a formação de uma equipe em contínuoaperfeiçoamento de modo a garantir-lhe vantagem competitiva. Nesse sentido, a organização do trabalho descentralizada e astarefas de trabalho integradas horizontalmente são característicasessenciais dos novos conceitos de produção, que exigem umcomportamento independente na solução de problemas, além deuma melhor capacidade de trabalho em grupo; de pensar e agir emsistemas interligados e de assumir a responsabilidade no grupo detrabalho (Rodrigues, 2006). O espaço de ação dos trabalhadores é ampliado e ganhaimportância em relação as qualificações intelectuais e sociais,através de uma maior necessidade de comunicação e cooperação. Os processos de modernização nas empresas favorecemtambém o desenvolvimento de estruturas de trabalho integral e depotenciais de ação subjetivos. O que se busca é uma participaçãoefetiva do trabalhador no planejamento e organização do trabalho,focada nos objetivos estratégicos da organização. Se os líderes não se libertarem do apego às posições e a rigidezdas estruturas hierárquicas as organizações não poderão manterou atingir os padrões de excelência e produtividade desejados(ARAÚJO, 2011). 29 Decorre daí a perspectiva de se trabalhar com pessoas de modoa torná-las mais competentes e mais realizadas por meio de métodose técnicas de liderança coaching. O primeiro passo para entender o processo de coaching está naoportunidade que se dá às pessoas para que elas desenvolvam ocomprometimento consigo mesmo no sentido de se obter resultados,ou seja, sair de uma situação atual para uma situação desejada, apartir do estabelecimento de foco para o resultado que se espera e aação que irá garantir o alcance do resultado pretendido. Segundo José Roberto Marques o coach pode ser entendidocomo um processo que visa o aumento do desempenho de umindivíduo, grupo ou empresa, a partir da utilização de metodologias,ferramentas e técnicas conduzidas por um profissional (coach) emparceria com o cliente (coachee). A parceria ou pacto firmado entre coach e coachee proporcionaa criação de um ambiente sinérgico, ou seja, o local seguro ondeambos se comprometem a darem o melhor de si para a aceleraçãodas metas e objetivos desejados. O processo de coaching possibilita o desenvolvimento daarte de co-criar, em que o coach desenvolve o papel de apoiador,compartilhador e, sobretudo, incentivador do coaching para o alcancedos resultados que almeja, tal qual uma âncora, uma alavanca, pormeio de uma conexão com o outro. Parceria, amor incondicional, ouvir na essência. Estes são ostermos que caracterizam o processo de coach. Parceria no sentido de ajudar o outro a conseguir obter umresultado desejado em um determinado período de tempo, numprocesso contínuo de sinergia visando a melhoria do desempenhopara obter resultados cada vez melhores, ou ainda, sair do estadoatual para o estado desejado. Tais assertivas transcendem as concepções tradicionais deliderança, personificadas na figura do chefe. Os líderes verdadeirosconhecem seu poder pessoal e o utiliza em favor dos objetivosorganizacionais e do bem-estar de sua equipe. O Líder coachproporciona a partir daí o movimento sinérgico em torno da artedo co-criar, ativando o potencial das pessoas para serem aindamelhores; auxiliando no desenvolvimento e no aprimoramento desuas competências. Desenvolver líderes coaches por meio de treinamentos com a metodologiade coaching faz com que se intensifiquem resultados. Traz ao líder a consciênciadas mudanças necessárias para obtenção de novos resultados com sua equipe,e 30 desenvolve o que for preciso para isso. O Processo de Coaching com foco emliderança tem a função principal de promover aprendizado e desenvolvimento. Líderes Coaches devem ser preparados para o uso das ferramentas decoaching apropriadas no desenvolvimento de equipes, só assim poderão terresultados congruentes ao que as organizações precisam neste novo momentomercadológico.A seguir veremos a diferença de treinamentos “convencionais” e detreinamentos com coaching. Treinamento ou Coaching? Um artigo publicado na Training andDevelopmentJournal,em novembro de 1979, mostrou as diferenças de resultados entretreinamentos “convencionais” e de treinamentos com coaching. Foi constatado que em grupos que participam de treinamento,mas não recebem coaching com foco nos novos comportamentos ouideias treinadas, a tendência é rapidamente diminuir o uso do que foiaprendido, até que eventualmente o grupo volte aos mesmos hábitosque tinha antes do treinamento. Isto acontece por dois motivos: 1) Pela tendência natural de o cérebro humano continuar a fazer oque já está neurologicamente programado; 2) Pela ansiedade gerada devido à tentativa de implantação demétodos ou hábitos novos. Quando se instala algo novo, osresultados iniciais são geralmente piores do que os resultadosque se tinha com os métodos antigos. Esta baixa temporáriaacontece por causa do processo dos níveis de aprendizado, ondeuma pessoa tem temporariamente resultados piores do que antes,enquanto está aprendendo o novo. Sem incentivo contínuo, atendência é voltar para o conforto do que já se conhecia e aosresultados garantidos. Por outro lado, aquele que atravessa pelosníveis de aprendizado consegue ter resultados muito melhorescomparados aos que teria se simplesmente tivesse permanecidocom hábitos antigos. Para o grupo que teve coaching após o treinamento, os hábitosnovos foram implantados e mantidos. Também passaram pelosníveis de aprendizado, mas com o coaching constante, conseguirampermanecer no processo, solidificar o que foi aprendido no treinamentoe obter resultados superiores aos que tinham antes. 31 Usar o coaching para o desenvolvimento de lideranças sem dúvida massificasignificativamente resultados através de pessoas altamente comprometidas,estimula-se o indivíduo a não buscar culpados diante de erros, sejam eles emmétodos ou conflitos interpessoais, e sim, praticar a autoanálise e verificação doocorrido de forma sistêmica. Desta maneira, a resolução acontece de forma maispositiva para a empresa e, por consequência, para toda a equipe. 8. CONECTANDO O SETOR DE RECURSOSHUMANOS AO DESENVOLVIMENTO DE LIDERANÇAS ATRAVÉS DO COACHING O coaching também teve impacto sobre o papel do setor deRecursos Humanos que geralmente faz grande parte do trabalhono início de um processo de coaching, estabelecendo parâmetrose examinando os coaches internos ou externos que têm a melhorabordagem para o trabalho que precisa ser desenvolvido com aequipe da organização. Conforme apresenta Underhill, McAnally e Koriath (2010),em geral, líderes e coaches apreciam a participação contínua dosRecursos Humanos no decorrer do processo de coaching. Segundoeles, as organizações poderiam fazer mais para o acompanhamentoalém do início, a fim de melhorar os encargos do processo. Vejamoso que os autores acrescentam sobre como as organizações poderiamser mais participativas no processo de coaching: 1) Assegurar boa compatibilidade entre coach e coachee; 2) Verificar a satisfação do líderque está passando por um processo de coaching; 3) Assegurar que o coach esteja seguramente orientado quanto ao estadodesejado; 4) Avaliar os impactos do processo; 5) Fazer controles no meio e no final do encargo.Trazendo o Coaching para dentro da empresa. Entendemos que o conceito de Coaching é o processo defacilitar a aprendizagem e o desempenho de outra pessoaatravés da ótima utilização do seu potencial, com a finalidadede alcançar os resultados por ela almejados. O processo deCoaching estimula a capacidade das pessoas de reinventareme encontrarem alternativas válidas, apesar das restrições docontexto em que atuam (KRAUSZ, 2007, p. 27). 32 A partir desta definição é importante que o Recursos Humanos analise oscritérios de definição de qual o melhor processo de coaching para a organizaçãonodesenvolvimento de pessoas. O fato de ser interno (quando ele é funcionárioda organização) ou externo (profissional habilitado para o exercício do Coaching)não afeta a qualidade do processo, deste que o coach escolhido (interno ouexterno) foque em resultados, saiba escutar, faça recomendações úteis e ajude olíder manter-se no rumo. O Coaching externo vem crescendo significativamente entre abordagensescolhidas pelas organizações, no entanto, o coaching interno também apresentaum interesse crescente por poder trabalhar em tempo integral e, muitas vezes, atémesmo paralelo a outras responsabilidades dentro da empresa. Conectando a Abordagem de Coaching à Gestão de Talentos Inicialmente, vamos entender melhor o que é Gestão deTalentos. Gestão de Talentos é um conjunto complexo de processosintegrados que fornecem um benefício obviamente fundamental paraqualquer organização: o desenvolvimento das potencialidades deseus colaboradores. (COSTA, 2010). Profissionais que chamamos de “talentos” são pessoas que,conforme Almeida (2004, p. 16), “trazem em sua bagagem umconjunto privilegiado de competências, ou seja, conhecimentos,habilidades e atitudes, que a diferencia de outras”. Diante decada função dentro de uma organização existem diversos tipos detalentos, cada um requer capacidades congruentes com o contextode trabalho. A base do valor econômico mudou, estamos em uma nova era onde pessoas quese comunicam melhor e tem maior capacidade de relacionamento interpessoalvem se sobressaindo a pessoas que têm somente capacidades técnicas. A buscapor profissionais que tenham estas habilidades em equilíbrio está acirrada e exigeque os líderes estejam cada vez mais preparados para reter tais talentos nasempresas assim que os encontrar. As empresas precisam estar preparadas para contratar novos talentos epara reter os que já estão presentes na organização, que foram contratados edesenvolvidos, pois a evolução explosiva do Coaching requer que as organizaçõesunifiquem suas metas de desenvolvimento de líderes coaches e a 33 retenção detalentos. É preciso que cada organização escolha qual o melhor sistema paraGestão de Talentos e o mantenha ativo e atuante. Segundo Chowdhury (2003, p. 79), as “pessoas de talento querem fazerparte de uma empresa na qual podem confiar, uma empresa que as estimule”. Oautor também apresenta maneiras que uma empresa pode utilizar para atrair ereter talentos: 1) Tratar os talentos como clientes; 2) Adotar um sistema de gerenciamento de talentos; 3) Prometer recompensa e reconhecimento futuros por meio de opções deações, outras opções proprietárias e pacotes baseados em desempenho; 4) Manter um ambiente de trabalho flexível e uma cultura positiva; 5) Oferecer instalações adequadas de treinamento e pesquisa; 6) Praticar a administração e a liderança visionárias e; 7) Realizar revisões de desempenho e plano de carreira. A falta de talentos nas empresas torna-se, sem dúvida, o maior obstáculo para o crescimento das organizações. Para Chowdhury (2003, p. 92), as “empresasnecessitam desenvolver o seu próprio talento em vez de apenas contratá- los”. Na definição de Milkovick e Boudreau (2000, p. 338), “desenvolvimento éo processo de longo prazo para aperfeiçoar as capacidades e motivações dosempregados a fim de torná-los futuros membros valiosos da organização. Odesenvolvimento inclui não apenas o treinamento, mas também a carreira eoutras experiências”. Logo, desenvolver talentos é um papel imprescindível noque diz respeito à gestão destes talentos; os estimula para novos desafios, bemcomo contribui para sua permanência na empresa. Empresas que conectam uma abordagem de coaching no desenvolvimentode seus líderes e que usam este desenvolvimento na estratégia de gestão detalentos, têm grande oportunidade de melhorias e na minimização da rotatividadede pessoas na organização. 34 9. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL Inteligência Emocional é definida pela psicologia como o poder deidentificar as suas emoções e das outras pessoas e como trabalhar cada umadessas emoções. O indivíduo emocionalmente inteligente tem condições deincentivar a si próprio e de prosseguir mesmo diante das adversidades diárias;transfere sentimentos para contextos adequados, sabe gerenciar a si mesmopor meio do autoconhecimento e, por consequência, tem maior habilidade degerenciar outras pessoas. Para iniciar os estudos, vamos conhecer um pouco sobre a história daInteligência Emocional? Vamos lá! A Origem da Inteligência Emocional Qualquer um pode zangar-se – isso é fácil. Mas zangar-secom a pessoa certa, na medida certa, na hora certa, pelomotivo certo e da maneira certa – não é fácil. Aristóteles Os primeiros conceitos de Inteligência Emocional surgiram quando CharlesDarwin (1872) em uma de suas obras, deu relevância à expressão emocionalquando falava de sobrevivência e adaptação. Depois ampliou-se em 1920 quando Robert L. Thondike, utilizou o termo“inteligência social” como descrição para a capacidade das pessoas emcompreender e motivar os outros. David Wechsler (1940), defendeu nossos modelos de inteligência comoincompletos até o momento que os fatores das emoções não podiam ser descritos. Já em 1983, Howard Gardner iniciou a ideia de incluir os conceitos deinteligência intrapessoal (conhecimento e gerenciamento de si mesmo), e deinteligência interpessoal (conhecimento e gerenciamento com o outro) juntode sua teoria de inteligências múltiplas. Para ele, a capacidade cognitiva não éexplicada inteiramente pelos indicadores de inteligência como o Q.I. E a primeira vez que o termo “Inteligência Emocional” foi usado, foi em 1985por Wayne Payne, em sua tese de doutorado. Logo em 1989, Stanley Greenspanum 35 modelo de Inteligência Emocional, seguido por John D. Mayer ePeter Salovey em 1990. Quando Salovey e Mayer publicaram seu artigo seminal,ninguém poderia prever como o campo acadêmico que eles fundaram prosperaria15 anos depois. O crescimento nesta área deve muito a Mayer e Salovey que juntamentede seu colega David Caruso - um consultor de negócios – trabalharamincansavelmente em prol da aceitação científica da Inteligência Emocional. Assimque formularam uma teoria de Inteligência Emocional defensável e forneceramformas de mensurar como isto poderia funcionar na vida real, eles estabeleceramum impecável padrão de pesquisa de campo. O termo Inteligência Emocional tornou-se conhecido mundialmente após apublicação do livro Inteligência Emocional, em 1995, por Daniel Goleman. Existem atualmente três principais modelos de Q. E (Coeficiente Emocional)e com eles, dezenas de variações. Cada um destes modelos representa umaperspectiva diferente. O modelo apresentado por Salovey e Mayer se apoia comfirmeza na tradição de inteligência concebida pelo trabalho original sobre Q.I. Jáo modelo trazido por ReuvenBar-On (1997) se baseia na pesquisa sobre bemestar. E Goleman (1995) se concentra no desempenho no trabalho e na liderançaorganizacional, misturando a teoria do Q.E. com décadasde pesquisa sobremodelação de competências que separam indivíduos notáveis de medianos. Neste capítulo daremos foco ao estudo do Modelo de Goleman (1995) ecomo podemos aumentar os resultados nas equipes com sua aplicação. Estamos falando de Inteligência Emocional, e antes de conhecer suadefinição, vamos entender o que é emoção? Então vamos lá! Leia o texto aseguir: O que é emoção? Uma palavra sobre o que quero dizer sob a rubrica emoção,termo cujo significado preciso psicólogos e filósofos discutem hámais de um século. Em seu sentido mais literal, o Oxford EnglishDictionary define emoção como “qualquer agitação ou perturbaçãoda mente, sentimento, paixão; qualquer estado mental veemente ouexcitado”. Eu entendo que emoção se refere a um sentimento e seuspensamentos distintos, estados psicológicos e biológicos, e a umagama de tendências para agir. Há centenas de emoções, juntamentecom suas combinações, variações, mutações e matizes. Na verdade,existem mais sutilezas de emoções do que as palavras que temospara defini-las. 36 Os pesquisadores continuam a discutir sobre precisamentequais emoções podem ser consideradas primárias — o azul,vermelho e amarelo dos sentimentos dos quais saem as misturas — Ou mesmo se existem de fato essas emoções primárias. Algunsteóricos propõem famílias básicas, embora nem todos concordemcom elas. Principais candidatas e alguns dos membros de suasfamílias: • Ira: fúria, revolta, ressentimento, raiva, exasperação,indignação, vexame, acrimônia, animosidade, aborrecimento,irritabilidade, hostilidade e, talvez no extremo, ódio e violênciapatológica. • Tristeza: sofrimento, mágoa, desânimo, melancolia,autopiedade, solidão, desamparo, desespero e, quando patológica,severa e depressão. • Medo: ansiedade, apreensão, nervosismo, preocupação,consternação, cautela, escrúpulo, inquietação, pavor, susto, terror e,como psicopatologia, fobia e pânico. • Prazer: felicidade, alegria, alívio, contentamento, deleite,diversão, orgulho, prazer sensual, emoção, arrebatamento,gratificação, satisfação, bom humor, euforia, êxtase e, no extremomania. • Amor: aceitação, amizade, confiança, afinidade,dedicação, adoração, paixão ágape. • Surpresa: choque, espanto, pasmo, maravilha. • Nojo: desprezo, desdém, antipatia, aversão, repugnância,repulsa. • Vergonha: culpa, vexame, mágoa, remorso, humilhação,arrependimento, mortificação e contrição.Claro, esta lista não resolve toda a questão de como caracterizara emoção. Por exemplo, que dizer de combinações como ociúme, uma variante da ira que também funde tristeza e medo? Edas virtudes como esperança e fé, coragem e perdão, certeza eequanimidade? Ou alguns dos vícios clássicos, sentimentos comodúvida, complacência, preguiça e torpor — ou o tédio? Não hárespostas claras; continua o debate científico sobre como classificaras emoções. A defesa da existência de umas poucas emoções básicasdepende em certa medida da descoberta por Paul Ekman, naUniversidade da Califórnia, em San Francisco, de que as expressõesfaciais de quatro delas (medo, ira, tristeza e alegria) são reconhecidaspor povos de culturas de todo o mundo, inclusive povos pré- letradossupostamente intocados pela exposição ao cinema ou à televisão— o que sugere sua universalidade. Ekman mostrou fotos queretratavam expressões faciais de precisão técnica a pessoas emculturas tão remotas como a Fore da Nova Guiné, uma tribo isolada,na Idade da Pedra, das montanhas distantes, e constatou que 37 todosem toda parte reconheciam as mesmas emoções básicas. Essauniversalidade das expressões faciais da emoção provavelmentefoi notada pela primeira vez por Darwin, que a viu como indício deque as forças da evolução haviam gravado esses sinais em nossosistema nervoso central. Definição de Inteligência Emocional Inteligência emocional é descrita pela Psicologia como a capacidade dereconhecer nossas próprias emoções e dos outros, e a capacidade de lidar comtais sentimentos. Indivíduos emocionalmente inteligentes possuem mais condições de lidarcom as situações adversas do dia a dia, têm maior controle sobre si, resolvemconflitos com mais facilidade e têm bons relacionamentos interpessoais. Para Weisinger (2001, p.14), “inteligência emocional é simplesmente ouso inteligente das emoções – isto é, fazer intencionalmente com que suasemoções trabalhem a nosso favor, usando-as como uma ajuda para ditar seucomportamento e seu raciocínio de maneira a aperfeiçoar seus resultados”. Segundo Salovey e Mayer (2000), Inteligência Emocional é a capacidadede perceber e exprimir a emoção, assimilá-la ao pensamento, compreender eraciocinar com ela. Ambos dividiram Inteligência Emocional em quatro domínios. Vejamos: a) Percepção das emoções - inclui habilidades envolvidas na identificação desentimentos por estímulos, como a voz ou a expressão facial, por exemplo. Apessoa que possui essa habilidade identifica a variação e mudança no estadoemocional de outra. b) Uso das emoções – implica na capacidade de empregar as informaçõesemocionais para facilitar o pensamento e o raciocínio. c) Entender emoções - é a habilidade de captar variações emocionais nemsempre evidentes; d) Controle (e transformação) da emoção - constitui o aspecto mais facilmentereconhecido da Inteligência Emocional – é a aptidão para lidar com os própriossentimentos. Já Goleman (1998) define Inteligência Emocional como a capacidade quetemos de identificar nossos próprios sentimentos e os dos outros, a capacidadede nos motivarmos e de gerir bem nossas emoções conosco e em nossosrelacionamentos. 38 Para Goleman (1998) a Inteligência Emocional pode sercategorizada em cinco habilidades. Vejamos: a) Autoconhecimento Emocional – é a capacidade do indivíduo em reconhecer as próprias emoções e sentimentos quando ocorrem; b) Controle Emocional – é saber lidar com os próprios sentimentos, adequandoos a cada situação vivida; c) Automotivação – aprender a se motivar, dirigir as emoções a serviço de umobjetivo ou realização pessoal; d) Reconhecimento de emoções em outras pessoas - colocar-se no lugar dooutro e reconhecer suas emoções; e) Habilidade em relacionamentos interpessoais – utilização das competências sociais, sua interação com outras pessoas.Autoconhecimento emocional, controle emocional e automotivação, sãohabilidades chamadas de intrapessoais, importantíssimas para o autoconhecimento. Reconhecimento de emoções em outras pessoas e habilidade emrelacionamentos interpessoais são as habilidades interpessoais essenciais para aorganização de grupos, negociações, empatia e sensibilidade social, capacidadesque são descritas por Goleman (1998), veja: a) Organização de Grupos – Envolve iniciativa e coordenação de grupos, éuma habilidade essencial para líderes. b) Negociação de Soluções – Utilizada enfaticamente na resolução de conflitos,característica de mediadores. c) Empatia – É a capacidade de se colocar no lugar do outro, de identificar ecompreender os desejos e sentimentos dos indivíduos, sempre analisandosob a ótica do bem comum. d) Sensibilidade Social - É a capacidade de detectar e identificar sentimentos emotivos pelos quais as pessoas fazem o que fazem. Líderes com Inteligência Emocional Drucker (1996, p. 152) define líderes dizendo que: “Decididamente, líderesguiam porque geram um compromisso apaixonado em outras pessoas para quesigam as estratégias e alcancem o sucesso. Por fim, a liderança não é intelectualnem cognitiva. Liderança é emocional”. E, Goleman (2002) categoriza líderescomo ímãs emocionais. 39 Líderes com alto grau de Inteligência Emocional vêm obtendo resultadossignificativos com suas equipes, reafirmando assim, a fundamentação apresentadaa partir da década de 1990 quando houve mudanças em algumas concepçõestradicionais de liderança, partindo para a busca de uma liderança mais efetiva.É muito importante que os profissionais que ocupam cargos deliderança possuam, cada vez mais, habilidades de lidar com suasemoções e, desta forma, ter maior facilidade com o desenvolvimentodesta habilidade em sua equipe. Diante da pressão que muitos líderes vivenciam, acabam nãotendo energia física e muito menos emocional para desenvolver ascompetências de Inteligência Emocional que são necessárias para seupróprio desenvolvimento e o de sua equipe. Logo, para minimizar esseproblema, é primordial que as empresas inicialmente conscientizem-seda necessidade de contarem com líderes aptos a liderar efetivamentee criem programas para desenvolvimento de líderes com InteligênciaEmocional, potencializando e desenvolvendo as competências que seencontram deficientes em cada um deles. Hay e McBer, empresas de consultorias, fizeram uma pesquisa ondereuniram amostras aleatórias com quase 4.000 executivos. A pesquisa apresentouseis estilos de liderança. Cada um destes estilos com origens em diferentescomponentes da Inteligência Emocional. Um tanto interessante saber que apesquisa indica que os melhores líderes são os que contam com mais de umtipo de liderança, os que utilizam a maioria dos estilos são os que apresentamo melhor resultado com sua equipe. São exatamente os líderes que atuam noestilo de liderança momentâneo pertinente a necessidade do momento. O líderque mantem-se equilibrado entre a razão e a emoção. Os estilos de liderança apresentados pela pesquisa são: • Líderes Coercitivos: exigem imediata submissão. • Líderes Autoritários: mobilizam as pessoas em direção a uma visão. • Líderes Agregativos: criam laços emocionais e harmonia. • Líderes Democráticos: criam consenso através da participação. • Líderes de Transformação: contam com excelência e a auto direção. • Líderes Treinadores: desenvolvem as pessoas para o futuro. 40 Entre inúmeras novidades apresentadas nesta pesquisa uma nos chamaatenção pelo assunto que estamos abordando. A pesquisa descobriu que cada estilode liderança provém de diferentes componentes da Inteligência Emocional. Diante disso, é preciso que cada líder busque identificar seu estilo deliderança e desenvolva-se para que exista o equilíbrio entre a condescendência ea exigência em sua liderança. Desta forma, conseguir desenvolver uma equipede alta performance que tragam resultados também de alta performance para asorganizações. Competências de um Líder comInteligência Emocional Para Goleman, Boyatzis e McKee (2002), líderes efetivos estãoem sintonia com quem os rodeia, através de comportamentos decompaixão, consciência plena, comportamentos de esperança econfiança. Estes líderes inspiram seus liderados a segui-los. Estascaracterísticas, as quais veremos na figura a seguir, fazem parte dascompetências de Inteligência Emocional e podem ser desenvolvidas. Conforme a figura a seguir, as competências apresentadas porGoleman (1998), estão agrupadas em quatro grandes dimensões: Figura 8 41 10. INTELIGÊNCIA EMOCIONAL NO DESENVOLVIMENTO DE EQUIPES Os empregados mais simples e os executivos de altos níveistêm dificuldades semelhantes para liderar seu mundo psíquico. Foram treinados para trabalhar exteriormente, mas não paraum papel de destaque em seu interior (CURY, 2009, p. 21). A Inteligência Emocional não está necessariamente relacionada com o graude intelecto das pessoas, se assim fosse, não teríamos pessoas com alto grauintelectual perdendo o controle, insultando liderados e colegas de trabalho, sendoapáticos, entre outras atitudes que estão em desacordo com que explica a I.E(Inteligência Emocional), dentro das organizações. Já vimos inúmeras definições de Inteligência Emocional e para elucidarque ela não se relaciona somente com o grau de intelecto das pessoas, Soto(2008) apresenta que Inteligência Emocional é o conjunto das funções cerebraise mentais que diz respeito às emoções. Explica como, em resposta aos estímuloscotidianos ou auto estímulos psíquicos (ideias, lembranças, emoções), ativarum conjunto de partes, sistemas e conexões entre a área emocional e as áreascerebrais indispensáveis para a atenção, percepção, memória e lógica. Há algum tempo as organizações começaram a se interessar pelo assunto,pois estão percebendo cada vez mais o quanto pessoas com InteligênciaEmocional são imprescindíveis para que, inclusive, construa-se sinergia emgrupos e desta forma alcancem resultados almejados de forma rápida e eficaz. As pessoas com prática emocional bem desenvolvida têm maisprobabilidade de se sentirem satisfeitas e de serem eficientesem suas vidas, dominando os hábitos mentais que fomentamsua produtividade; as que não conseguem exercer nenhumcontrole sobre sua vida emocional travam batalhas internasque sabotam a capacidade de concentração no trabalho e delucidez de pensamento. (GOLEMAN, 1998, p. 49).Segundo Weisinger (2001, p. 16),quando os empregados usam sua inteligência emocional,ajudam construir uma organização emocionalmente inteligente,na qual cada um se responsabiliza pelo crescimento dasua própria inteligência emocional, pela aplicação da suainteligência emocional no relacionamento com as outraspessoas e pela aplicação das aptidões da sua inteligênciaemocional na organização como um todo. 42 Weisinger (2001) ainda afirma, que a Inteligência Emocional provém dequatro componentes, que agem como os elementos do DNA do indivíduo, quandoalimentados pela experiência nos permitem desenvolver habilidades e aptidõesespecíficas, que vão formar a base da nossa Inteligência Emocional. Esses quatro componentes são: • A capacidade de perceber, avaliar e expressar corretamente uma emoção; • A capacidade de gerar ou ter acesso a sentimentos quando eles puderemfacilitar sua compreensão de si mesmo ou outrem; • A capacidade de compreender as emoções e o conhecimento derivado delas; • A capacidade de controlar as próprias emoções para promover o crescimentoemocional e intelectual. Estamos desde o início deste caderno de estudos, falando sobre o Coachingcomo Gestão para resultados, e conforme vimos, a Consciência é o primeiro passopara qualquer mudança, para o desenvolvimento de I. E. não é diferente. Com aanálise do teste feito anteriormente fica mais fácil para que os líderes executemum plano de ação de desenvolvimento, atuando como líder coach ou contratandoum coach externo que possa desenvolver as características necessárias em cadaliderado. A partir do exposto, entendemos como sendo importante compreender comoexpandir sua inteligência emocional para conseguir melhores resultados, tanto emsua vida pessoal e profissional quanto no desenvolvimento de sua equipe. 43 11. QUAIS OS BENEFÍCIOS DO COACHING DE SAÚDE? Ao trabalhar a compreensão do seu estado físico e mental, o coach de saúde proporcionará ao cliente uma série de benefícios, a partir destes procedimentos: Auxílio ao coachee para lidar com seus aspectos comportamentais e aprender a enfrentar seus desejos e receios, abandonando assim os maus hábitos (como beber e fumar); Ajuda para mudar seu estilo de vida, por meio de hábitos saudáveis; Estímulo ao cliente para dar início a uma dieta ou matricular-se em uma academia; Trabalhar com as suas competências, estimulando assim sua criatividade; Estabelecer o que é realmente importante em sua vida; Viabilizar o desenvolvimento de táticas adequadas, visando aprimorar a influência dos ambientes sociais, profissionais e familiares. Portanto, o Coaching de Saúde auxilia o tratamento não apenas da doença, mas também nas crenças e emoções que podem ser a causa. 44 CONCLUSÃO O líder coach é omodelo de liderança de hoje e dofuturo Insight do líder: O valor de um líder será identificado desde o primeiro momento que
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