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20/04/2021 1 Direito Penal Parte Geral Elementos e principais características da teoria do crime Prof.ª Me. Luana da Costa Leão • Unidade de Ensino: 3 • Competência da Unidade: Estudar os elementos e as características da teoria do crime. • Resumo: Aborda o conceito e a classificação da culpa e dos erros no Direito Penal. • Palavras-chave: Crime culposo. Teoria dos erros. • Título da Teleaula: Elementos e principais características da teoria do crime • Teleaula nº: 3 Contextualização Crime culposo Culpa Teoria dos erros (essencial e acidental) Tentativa Arrependimento no Direito Penal Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/question-mark-icon-comic-style-discussion- 1279387300. Acesso em 03 fev 2021. Código: 1279387300. Características dos crimes culposos Crime culposo O art. 18, inciso II, do Código Penal dispõe que o crime será culposo quando o agente der causa ao resultado por imprudência, negligência ou imperícia. Conceito de culpa A culpa consiste na inobservância de um dever objetivo de cuidado manifestado na existência de um resultado não desejado pelo agente, mas objetivamente previsível. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/childhood-education-study-success-like- concept-1824630704. Acesso em 03 fev 2021. Código:1824630704. 1 2 3 4 5 6 20/04/2021 2 Dever de cuidado objetivo O dever objetivo de cuidado consiste em reconhecer o perigo para o bem jurídico penalmente tutelado e preocupar-se com as consequências oriundas de uma ação descuidada, deixando de praticá-la ou optando por somente realizá-la quando adotar as precauções necessárias. Resultado e nexo causal O resultado é indispensável para a configuração do crime culposo. Portanto, é preciso verificar se a conduta descuidada do agente, o qual agiu com imprudência, negligência ou imperícia, foi a causa do resultado lesivo. Previsibilidade objetiva O resultado deverá ser objetivamente previsível, sendo esta a característica essencial dos crimes culposos. Utiliza-se o critério do homem médio, isto é, coloca-se no lugar do autor do fato uma pessoa. Modalidades de culpa Imprudência Negligência Imperícia Espécies de culpas Consciente x Inconsciente Consciente: O agente prevê um resultado, previsível, no entanto, confia em sua capacidade de evitá-lo. Inconsciente: embora previsível, o agente não é capaz de prever o resultado. 7 8 9 10 11 12 20/04/2021 3 Culpa imprópria O agente supõe que sua ação está acobertada por uma causa excludente de ilicitude que, se de fato existisse, tornaria a ação lícita. Culpa indireta É a produção de um resultado culposo de maneira indireta. Ocorre quando, por exemplo, um assaltante, ao abordar a vítima, faz com que ela se assuste e saia correndo, sendo atropelada por um veículo. Concorrência de culpas Há concorrência de culpas quando dois ou mais agentes agem culposamente, sem nexo entre eles, concorrendo para a prática de um fato definido como crime. Neste caso, cada um dos agentes responderá de forma isolada pelo resultado lesivo que porventura tenha produzido. Crime preterdoloso Há dolo no antecedente e culpa no consequente. Lesão corporal seguida de morte (art. 129, § 3°, do Código Penal) Erro de tipo e discriminantes putativas Conceito de erro de tipo O erro de tipo diz respeito à falsa percepção da realidade, uma vez que o agente supõe uma realidade distinta daquela que efetivamente existe. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/vector-illustration-woman-hold-big-pencil- 1277736235 Acesso em 03 fev 2021. Código: 1277736235. 13 14 15 16 17 18 20/04/2021 4 Erro de tipo essencial O erro de tipo essencial é aquele que recai sobre as elementares ou circunstâncias do fato típico, de modo que o agente, ao praticar a conduta, não tem a consciência de que está incidindo em um crime. Erro escusável É aquele em que qualquer um incorreria se estivesse sujeito àquela mesma situação e circunstância. Nesse caso, devem ser excluídos o dolo e a culpa, o que afasta consequentemente a caracterização do crime. Erro inescusável É aquele em que, se o agente tivesse tomado todas as cautelas devidas, teria evitado o erro. Nesse caso, há exclusão do dolo, podendo o agente responder pela culpa, caso esteja prevista no tipo penal. Erro de tipo acidental O erro de tipo acidental ocorre quando há uma falsa percepção da realidade no tocante aos elementos não essenciais do tipo. Dessa forma, a caracterização do erro de tipo acidental não influi na responsabilização do agente. Erro de tipo acidental Objeto Pessoa (erro in persona) Nexo causal Execução Resultado diverso do pretendido Erro provocado por terceiro Ocorre quando o erro é provocado por um terceiro. Dispõe o art. 20, § 2º, do CP que responderá pelo crime o terceiro que determina o erro. 19 20 21 22 23 24 20/04/2021 5 Erro de tipo essencial Descrição da situação-problema Jonas é caçador há cerca de dois anos. Certo dia, combinou com um amigo de caçarem juntos em uma selva conhecida pela multiplicidade de animais ferozes. Sozinho, Jonas escutou barulhos estranhos vindos de um arbusto, o qual balançava sem parar. Viu também um vulto no mesmo local. Descrição da situação-problema Como estava escuro, não teve visão ampla e, acreditando tratar-se de um animal feroz, disparou contra o arbusto. Em seguida, verificou que não se tratava de um animal, mas sim de seu amigo caçador que queria lhe pregar uma peça. Jonas será responsabilizado criminalmente pela morte de seu amigo caçador? Problematizando a situação-problema... Teoria dos erros Erro essencial Efeitos Resolução da situação-problema Jonas não será responsabilizado penalmente, visto que incorreu em erro de tipo essencial escusável ou invencível. Isso porque Jonas acreditou que havia matado um animal (e não uma pessoa), incorrendo em erro na elementar do art. 121 do CP -“alguém”. Resolução da situação-problema Ademais, considerando as circunstâncias (local conhecido pela multiplicidade de animais ferozes, escuro e barulhos atrás do arbusto) é possível aferir que qualquer pessoa com a diligência necessária teria incidido em erro, de modo que este será considerado invencível. 25 26 27 28 29 30 20/04/2021 6 A legítima defesa putativa pode caracterizar um erro essencial? Esclarecimento de dúvidas Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/collection-portraits- thoughtful-people-bundle-smart-1445392427. Acesso em 03 fev 2021. Código: 1445392427. Inter criminis Conceito de inter criminis É o caminho do crime, isto é, são as fases que guiam a prática criminosa. Vai desde o surgimento da ideia de realizar o delito na mente do agente até sua consumação. Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/book-festival-concept-small-people-reading- 1209459016. Acesso em 03 fev 2021. Código: 1209459016. Cogitação A cogitação é a fase interna do percurso criminoso, pois se restringe à mente do agente. O Direito Penal não pode adentrar no mero desejo do agente, de modo que, enquanto não houver exteriorização, não há alcance da lei penal. Atos preparatórios Tem-se início a preparação para a prática criminosa. Há, a partir dessa fase, a exteriorização da vontade do agente. 31 32 33 34 35 36 20/04/2021 7 Atos executórios Adverte Bitencourt (2011) que os atos executórios são aqueles que se dirigem diretamente à prática do crime e à realização concreta dos elementos constitutivos do tipo penal. Atos executórios Neste esteio, quando se tem início a execução, o crime passa a ser punível para o Direito Penal. Consumação O crime só será consumado quando tiverem sido realizados todos os elementos da figura típica, ou seja, quando houver a subsunção perfeita do fato praticado ao tipo penal. Crime tentado Conceito de tentativa O art. 14, inciso II, do CP prevê que o crime é tentado, quando, iniciada a execução, não se consumapor circunstâncias alheias à vontade do sujeito ativo. Vontade do agente Na tentativa, após iniciados os atos executórios, não há realização completa do tipo penal por circunstâncias estranhas ao desejo de atuar do agente. 37 38 39 40 41 42 20/04/2021 8 Consequência da tentativa Salvo disposição em contrário, pune-se a tentativa com a pena correspondente ao crime consumado, diminuída de um a dois terços. Inadmissibilidade da tentativa Contravenção penal Crime habitual Crime unissubsistente Crime culposo Crime omissivo próprio Crime preterdoloso Desistência, arrependimento e crime impossível Desistência e arrependimento Art. 15. O agente que, voluntariamente, desiste de prosseguir na execução ou impede que o resultado se produza, só responde pelos atos já praticados. Arrependimento eficaz Ocorre o arrependimento eficaz quando o agente pratica todos os atos necessários para alcançar a consumação do crime, mas arrepende-se e pratica novo ato com o intuito de evitar o resultado. Desistência voluntária Na desistência voluntária o agente inicia os atos executórios, contudo desiste de prosseguir em sua ação criminosa. 43 44 45 46 47 48 20/04/2021 9 Arrependimento posterior Art. 16. Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. Requisitos Crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa; Reparação do dano; Até o momento em que houver o recebimento da denúncia ou queixa e Que seja por ato voluntário do agente. Crime impossível Art. 17. Não se pune a tentativa quando, por ineficácia absoluta do meio ou por absoluta impropriedade do objeto, é impossível consumar-se o crime. Crime tentado Descrição da situação-problema Lucas e André tiveram uma briga em uma festa. Logo em seguida, possuído pelo ódio, Lucas resolveu matar André. Para tanto, adquiriu uma arma no centro da cidade e foi esperar André na porta do trabalho com o intuito de matá-lo. Chegando lá, ao disparar tiros contra André, Lucas errou a pontaria e acertou uma lata de lixo que estava bem ao lado da pretensa vítima. Descrição da situação-problema Lucas responderá pela tentativa? Se a resposta for afirmativa, trata- se de tentativa cruenta ou incruenta? 49 50 51 52 53 54 20/04/2021 10 Problematizando a situação-problema... Tentativa Vontade do agente Modalidades Resolução da situação-problema Lucas responderá pela tentativa, uma vez que, iniciada a execução (ressalta-se que a aquisição da arma é mero ato preparatório), o crime não se consumou por circunstâncias alheias a sua vontade (má pontaria). Trata-se de tentativa incruenta, pois o objeto material (André) não foi alvejado. Qual a diferença entre a tentativa e a desistência voluntária? Esclarecimento de dúvidas Fonte: https://www.shutterstock.com/pt/image-vector/collection-portraits- thoughtful-people-bundle-smart-1445392427. Acesso em 03 fev 2021. Código: 1445392427. Recapitulando... Recapitulando Crime culposo Dever de cuidado objetivo Erro de tipo Consumação Tentativa 55 56 57 58 59 60
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