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FRAGILIDADE DA ASSISTÊNCIA DA EQUIPE DE ENFERMAGEM NOS FINAIS DE SEMANA Kéren Augusto Sampaio1; Samara Roberta Sarri 2 ; Viviane Sousa de Oliveira³ 1Acadêmica do Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Maringá - UNICESUMAR. Projeto de Pesquisa. keren-95@hotmail.com ²Acadêmica do Curso de Enfermagem, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. Projeto de Pesquisa. sarrienfermagem@hotmail.com 3Orientadora, Mestre, Departamento de Pesquisa, UNICESUMAR. Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e Inovação – ICETI. Vsousa.enf@gmail.com RESUMO Aumentar a eficácia nos atendimentos em saúde por parte da equipe de enfermagem é uma realidade há muito discutida. Tal fato proporciona a evolução positiva do paciente, quando realizada de forma adequada, ou negativa quando realizada com falhas. Por esse motivo, o enfermeiro e sua equipe precisam trabalhar a fim de oferecer uma assistência permanentemente resolutiva a todos os pacientes, independentemente dos motivos que os levam a procurar assistência ou de sua gravidade. Nesse sentido, toda a equipe deve estar capacitada e habilitada para enfrentar toda e qualquer situação, de modo a prestar essa assistência de forma integral e de qualidade durante todos os dias da semana. Sobre esse assunto discuti-se a existência de discrepâncias no atendimento clínico nos finais de semana quando comparados com os demais dias. Por tal motivo, questiona-se se os atendimentos prestados aos finais de semana sofrem reflexos negativos, fragilizando a assistência oferecida pelas equipes de saúde, seja pela equipe em número reduzido, seja pelos plantões exaustivos. PALAVRAS-CHAVE: Assistência de Enfermagem; Cuidado Integral; Finais de Semana. 1 INTRODUÇÃO É direito de todo indivíduo ter acesso à saúde. E é função dos responsáveis pela assistência, garantir que essa a assistência oferecida seja de qualidade, podendo ser considerada ideal quanto a segurança, efetividade e eficiência quando relacionada aos serviços, atingindo a satisfação de seus usuários (ANVISA, 2013). Para garantir essa qualidade assistencial, o primeiro passo é a certificação de que a equipe escalada para o serviço encontra-se habilitada e capacitada para realizar as tarefas competentes ao setor em que está inserido. Todas as áreas de atuação estão propensas a falhas e na área da saúde isso não é diferente. Essa realidade, porém, torna os profissionais da saúde como os responsáveis pela evolução positiva ou negativa do seu paciente, e por lidar com vidas, as falhas nessa área são consideradas inadmissíveis e deveriam ser mínimas ou inexistentes. O profissional erra pela ausência ou não implementação de protocolos e diretrizes clínicas; pelo conhecimento inadequado e falta de oportunidade de formação; ausência de liderança definida; deficiência na estrutura física ou de trabalho coletivo; falta de coesão; falha de comunicação entre profissionais (REASON, 2000). O erro pode ter duas abordagens, pessoal ou sistêmica. A abordagem pessoal enfoca os erros dos indivíduos, responsabilizando-os por descuido, negligência, desatenção, falta de conhecimento, de experiência e desmotivação. A abordagem sistêmica se concentra nas condições sob as quais os indivíduos trabalham e busca construir defesas para prevenir erros e reduzir seus efeitos (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2004). A segurança do paciente já é considerada uma importante questão de saúde pública. A exemplo disso, o estudo ibero-americano de Eventos Adversos (EAs) correlaciona a alta prevalência de EAs com um importante problema de saúde pública: a segurança do paciente. Esse estudo aponta uma grande prevalência de lesões ocorridas em pacientes devido EAs, resultando em ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 incapacidade leve, moderada, permanente ou até o óbito (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE, 2004). É atribuída uma maior incidência de EAs nos finais de semana, fato esse que pode estar diretamente ligado à equipe assistencial reduzida, plantões com longas horas de duração, sobrecarga de trabalho e funções, desmotivação profissional, dificuldade em prestar assistência quanto à estrutura física e a inabilidade profissional. Nesse sentido, pretendemos identificar se a assistência em saúde realmente é mais frágil nos finais de semana quando comparado com a assistência prestada nos outros dias, e ainda verificar os motivos que geram essa fragilidade. 2 MATERIAIS E MÉTODOS Trata-se de um estudo de caráter qualitativo, descritivo e exploratório a ser realizado em serviços hospitalares e de urgência de um Município de porte médio populacional, situado na região noroeste do Estado do Paraná, Sul do Brasil. Na abordagem qualitativa a pesquisa não se baseia em um conceito teórico e metodológico unificado. Diversas abordagens teóricas e seus métodos caracterizam as discussões e a prática da pesquisa (FLICK, 2009, p. 37). Para realização desta, o pesquisador é destinado ir à campo em busca do seu foco de estudo, se embasando na visão de outras pessoas, levando em consideração apenas aspectos importantes e relevantes para conclusão do seu estudo. Essa pesquisa qualitativa conduz o pesquisar por três caminhos: pesquisa documental, estudo de caso e a etnografia. A pesquisa documental, refere-se ao estudo de documentos (jornais, diários, cartas, memorandos e relatórios), sendo considerada inovadora, já que documentos são sempre de extrema importância e muitas vezes trazem informações de longas datas. O estudo de caso, visa estudar as particularidades de uma pessoa, ambiente ou determinada situação, e é muitas vezes utilizado pelo pesquisador que deseja responder alguma questão. Essa pesquisa leva o pesquisador a mudar seus caminhos a cada novo dado encontrado, e esses dados podem ser variados. A pesquisa etnográfica busca descrever eventos de grupos, e interpretar esses eventos de acordo com cada cultura (GODOY, 1995). “A pesquisa exploratória estabelece critérios, métodos e técnicas para a elaboração de uma pesquisa e visa oferecer informações sobre o objeto desta e orientar a formulação de hipóteses” (CERVO E SILVA, 2006). Ela permite ainda que o pesquisador explore seus dados, suas fontes de pesquisa, sempre tendo como base à descoberta de novos achados (GONÇALVES, 2014). Nesse âmbito de pesquisas, tem-se ainda a pesquisa descritiva, onde o pesquisador pouco ou nada interfere nos estudos e nas análises envolvidas, tornando-se um pesquisador observador, que registra todos os acontecidos como expectador e modelador da forma como os dados serão encontrados (BARROS E LEHFELD, 2007). Primeiramente será realizado um levantamento bibliográfico sobre a temática, constituindo um aparato teórico- científico que possa servir às discussões aqui apresentadas. Vale lembrar que esse levantamento bibliográfico consiste num aparato das bibliografias existentes à cerca de determinado tema, onde o pesquisador minimiza sua busca limitando as referências a serem utilizadas, seja ao indicar o idioma que deseja encontrar o assunto ou através de palavras- chave para a busca, de forma a poupar tempo e reduzir as inúmeras opções de pesquisa. O cenário da pesquisa será duas instituições de Saúde Municipais, uma oferecendo serviços de Urgência e Emergência e outro com serviços hospitalares. A coleta de dados será realizada mediante entrevista utilizando um roteiro semiestruturado, elaborado para esse fim, com profissionais das equipes de enfermagem atuantes que aceitarem ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 participar da pesquisa voluntariamente, assinando o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) e estiverem no serviço por um período igual ou superior a seis meses. As informações coletadas serão transcritas e analisadas pela técnica de análise de conteúdo, modalidade temática que compreende a três momentos: A pré-análise - a organização do materialexistente para análise que pode ser flexível; A exploração do material – identificação da comunicação, momento em que surge a categorização; e o tratamento dos resultados, a inferência e a interpretação – que resulta em inferências e interpretação de todos os depoimentos (MINAYO, 2007). No que tange os preceitos éticos, o presente projeto será submetido à apreciação do Comitê Permanente de Ética em Pesquisa envolvendo Seres Humanos da UNICESUMAR (COPEP/ UNICESUMAR) em conformidade às prerrogativas fixadas pela resolução n 466 de 12 de Dezembro de 2012, do Conselho Nacional de Saúde (CONSELHO NACIONAL DE SAÚDE, 2012). 3 RESULTADOS ESPERADOS Espera-se com a presente pesquisa determinar se existe diferença de atendimentos por dias semanais e identificar a existência de uma fragilidade assistencial nos finais de semana, averiguando os fatores norteadores que classificam os serviços assistências nos finais de semana como frágeis. 4 CONSIDERAÇÕES FINAIS Pela análise bibliográfica pertinente, temos que as equipes de trabalho reduzidas nos finais de semana, somando-se a fatores emocionais, conhecimento científico e exaustão pessoal podem ser fatores que levam o profissional a errar na sua prática assistencial. REFERÊNCIAS ANVISA - Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde Investigação de Eventos Adversos em Serviços de Saúde. ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária, 2013. ANVISA- Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Série Segurança do Paciente e Qualidade em Serviços de Saúde Assistência Segura: Uma Reflexão Teórica Aplicada à Prática. CÂMARA, Fernando Portela. Coluna Psiquiatria contemporânea: O erro médico em foco. Rev. Psychiatry on line Brasil, vol.18, Nº 3, março de 2013. COLI, Rita de Cássia Pires; ANJOS, Marcio Fabri dos; PEREIRA, Luciane Lucio. Postura dos enfermeiros de uma unidade de terapia intensiva frente ao erro: uma abordagem à luz dos referenciais bioéticos Rev. Latino-Am. Enfermagem 18(3) mai-jun 2010. DIAS, Jéssica David; MEKARO, Karen Sayuri; TIBES, Chris Mayara dos Santos; ZEM- MASCARENHAS, Sílvia Helena. Compreensão de enfermeiros sobre segurança do paciente e erros de medicação. Revista mineira de Enfermagem. Vol. 18(4), MG, 2014. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 DUARTE, Sabrina da Costa Machado; STIPP, Marluci Andrade Conceição; SILVA, Marcelle Miranda da; OLIVEIRA, Francimar Tinoco de. Eventos adversos e segurança na assistência de enfermagem. Rev. Bras. Enferm. vol.68 no.1 Brasília Jan./Feb. 2015. FLICK, U. Introdução à pesquisa qualitativa. 3ed. Porto Alegre: Artmed, 2009. OMS, Organização Mundial da Saúde, 2004. REASON, James. Human error: models and management. Março, 2000. SCHMIDT, Eder; VALLE, Daniel Almeida do; MARTINS, Joana Sobrinho Campolina; BORGES, Júlia Linhares; JUNIOR, Sérgio Luiz de Souza; RIBEIRO, Uiara Raiana Vargas de Castro Oliveira. A iatrogenia como desdobramento da relação médico-paciente . Rev Bras Clin Med. São Paulo, 2011 mar-abr;9(2):146-9. GODOY, Arilda Schmidt. Introdução à pesquisa qualitativa e suas possibilidades. RAE - Revista de Administração de Empresas, São Paulo, v. 35, n. 2, p. 57-63, 1995. CERVO, Amado Luiz; SILVA, Roberto da; Metodologia Científica. PRENTICE HALL BRASIL, v.6 2006. LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de Metodologia Científica. ATLAS EDITORA, v. 7, 2010. GONÇALVES, Hortência de Abreu. Manual de Metodologia da Pesquisa Científica. AVERCAMP EDITORA, V.2, 2014. ANAIS X EPCC UNICESUMAR – Centro Universitário de Maringá ISBN 978-85-459-0773-2 Powered by TCPDF (www.tcpdf.org) http://www.tcpdf.org
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