Buscar

tcc LARISSA (4)

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 24 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
O TDAH NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Glauce Cristina Motta de Oliveira
Larissa de Carvalho
Larissa Fernanda dos Santos Custodio Araújo
	
Volta Redonda, 2022.
18
Glauce Cristina Motta de Oliveira
Larissa de Carvalho
Larissa Fernanda dos Santos Custodio Araújo
O TDAH NA EDUCAÇÃO INFANTIL
Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura, pelo curso de Pedagogia, do Instituto Superior de Educação, do Centro Universitário Geraldo Di Biase. 
Professor – orientador: Adriana Ernesto
Volta Redonda, 2022.
CENTRO UNIVERSITÁRIO GERALDO DI BIASE
FUNDAÇÃO EDUCACIONAL ROSEMAR PIMENTEL
PRÓ-REITORIA DE ASSUNTOS ACADÊMICOS
INSTITUTO SUPERIOR DE EDUCAÇÃO
CURSO DE LICENCIATURA EM PEDAGOGIA
Glauce Cristina Motta de Oliveira
Larissa de Carvalho
Larissa Fernanda dos Santos Custodio Araújo
O TDAH NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Licenciatura pelo curso de Pedagogia, do Instituto Superior de Educação, do Centro Universitário Geraldo Di Biase. 
Aprovado pela Banca Examinadora abaixo assinada, com grau ______.
	
______________________________________________
Adriana Ernesto
Orientador
______________________________________________
XXXXXXXXXXX
Membro 1
______________________________________________
XXXXXXXXXXX
Membro 2
Volta Redonda, 2022.
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
TCC – Trabalho de Conclusão de Curso
TDH – Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade
TEA – Transtorno do Espectro Autista
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO....................................................................................
2. JUSTIFICATIVA..................................................................................
3. OBJETIVOS........................................................................................
3.1. Objetivo Geral ........................................................................
3.2. Objetivos Específicos ............................................................
4. METODOLOGIA.................................................................................
5. O APRENDIZADO NA PRIMEIRA INFÂNCIA E TDAH.....................
6. TDAH E SUAS ESPECIFICIDADES NA EDUCAÇÃO INFANTIL.......
7. O TDAH NA ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL.......................................................................................
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................ 
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS................................................ 
10. APÊNDICE ....................................................................................... 
1 – INTRODUÇÃO
No presente TCC (Trabalho de Conclusão de Curso), intitulado – O TDAH na Educação Infantil, propomo-nos a investigar e conhecer o impacto do TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade) na rotina escolar e, em especial, na primeira infância. No presente trabalho iniciaremos do pressuposto onde o TDAH afeta a habilidade de manter atenção, controlar as emoções e o nível de atividade. (GOLDSTEIN, 1998)
O interesse pelo tema abordado, O TDAH na educação infantil, surgiu ao desenvolver do curso de Licenciatura em Pedagogia, onde pode-se observar a forma que este transtorno poderia afetar o desenvolvimento infantil, não apenas no setor escolar, mas também num contexto geral.
Desta forma, será buscado entender a forma que o TDAH impacta no âmbito escolar e as formas mais eficazes de intervenção diante do exposto. Além disso, a escola e seus educadores devem estar preparados e capacitados para proporcionar o aprendizado adequado, em especial na educação infantil e primeira infância, visto que é o momento de formação inicial da criança.
2- JUSTIFICATIVA
O transtorno de Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH) apresenta características que dificultam a aprendizagem, apresentando aos profissionais da pedagogia desafios no que tange a educação. Além disso, afeta a criança no que diz respeito a auto estima, dificuldade de relacionamento e motivação, tendo assim, consequências não apenas cognitivas, mas também emocionais.
Desta forma, o profissional de pedagogia possui papel fundamental no enfrentamento desses desafios, para assim, buscar o desenvolvimento de forma mais eficaz nesse aprendizado e em tudo que o permeia, sempre buscando técnicas e novas formas de incluir essa criança, fazendo que a mesma se sinta parte deste processo.
3- OBJETIVOS
Neste tópico serão apresentados o objetivo geral e os objetivos específicos da pesquisa, onde através destes, será traçado o caminho para a chegada ao resultado do estudo sobre o tema motivação.
3.1. Geral 
- Investigar como o TDAH impacta diretamente no desenvolvimento da educação infantil.
3.2. Específico
- Ressaltar a importância da primeira infância na educação;
- Analisar o papel do educador e ambiente escolar no TDAH;
- Entender a forma que o TDAH pode afetar a educação infantil.
4. METODOLOGIA
A metodologia de análise que irá buscar responder aos objetivos propostos neste projeto compreende ao levantamento e revisão bibliográfica acerca do tema, e pesquisa de campo. 
O levantamento bibliográfico objetiva o aprofundamento no conhecimento do tema e sua exposição de modo mais claro. A pesquisa de campo deseja analisar a influência do TDAH na rotina da educação infantil.
A linha de pesquisa, proposta para alcançar o objetivo, será de cunho qualitativo. Será utilizado como instrumento principal a entrevista, entendida como um processo reflexivo e interativo, que pode revelar elementos objetivos e subjetivos dos sujeitos participantes.
A entrevista será realizada de forma estruturada com Pedagogos inseridos na rede Municipal de Educação no município de Volta Redonda-RJ, responsáveis diretamente pela educação infantil e que possuem contato diariamente com tema abordado nesta pesquisa.
5- O APRENDIZADO NA PRIMEIRA INFÂNCIA E TDAH
A lei Marco Legal da Primeira Infância (2016) registra primeira infância como o período de vida que se inicia na gestação e se estende até os seis anos de idade. Desta forma, podemos dizer que é uma fase de extrema importância, visto que é marcada por experiências, descobertas e inicia a formação das competências físicas, emocionais e sociais, além do desenvolvimento do setor cognitivo.
A infância, trata-se de uma fase de preparação para a vida adulta, além disso, nesse período a criança acaba por se moldar em relação a conhecimentos, hábitos, qualidades psíquicas e propriedades individuais que são de suma importância para a formação de sua inteligência e personalidade. (SOUZA, 2007)
Segundo Piccinin (2012, p. 38):
[...] a base para as aprendizagens humanas está na primeira infância. Entre o primeiro e o terceiro ano de idade a qualidade de vida de uma criança tem muita influência em seu desenvolvimento futuro e ainda pode ser determinante em relação às contribuições que, quando adulta, oferecerá à sociedade. Caso esta fase ainda inclua suporte para os demais desenvolvimentos, como habilidades motoras, adaptativas, crescimento cognitivo, aspectos sócio emocionais e desenvolvimento da linguagem, as relações sociais e a vida escolar da criança serão bem-sucedidas e fortalecidas
Com isso, sabe-se que qualquer estimulação de desenvolvimento infantil precisa ser iniciado desde a concepção até os três anos de idade, visto que nesta fase o cérebro desenvolve de forma rápida e abre muitas possibilidades de formação que influenciarão em sua saúde e consequentes resultados futuros. (UNICEF,2022)
Desta forma, cabe analisar que todo o futuro e a vida adulta muitas vezes é definido na infância, com suas vivencias, experiências, educação e aprendizados. Este desenvolvimento vai muito além de questões físicas, masenvolve também a parte psicológica, de convivência em grupos, relações interpessoais e crescimento pessoal.
Neste contexto, surge o importante papel do educador e da escola, como suporte, auxílio e até mesmo “formadores” do aluno, visto que, o aprendizado é um processo social e tudo que é aprendido na escola resulta em algo novo para o desenvolvimento da criança. (VYGOSTSKY, 2004)
Conforme a Secretaria Estadual de Saúde de São Paulo (2015, p.08):
“O desenvolvimento da criança é sempre mediado por outras pessoas, pelas famílias, pelos profissionais de saúde, da educação entre outros que delimitam e atribuem significados à sua realidade. ” 
A escola, desta forma, contribui na formação do cidadão como um todo, e o auxilia no desenvolvimento de seu potencial, propiciando um ensino de qualidade condições para percepção no âmbito familiar e social.
Segundo Froebel (1826, p.13):
A educação é o processo pelo qual o indivíduo desenvolve a condição humana, com todos os seus poderes funcionando com harmonia completa em relação à natureza e a sociedade, além do mais, era o mesmo processo pela qual a humanidade, como um todo, se elevando do plano animal e continuou a se desenvolver até sua condição atual. Implica tanto a evolução individual quando a universal 
Nesta conjuntura, o professor se apresenta como agente educador e possui um caráter de transformador social, possuindo a responsabilidade de participar ativamente na educação do aluno. Com isso, pode-se dizer que este papel é ainda mais importante nas vivências dos alunos com TDAH, visto que a escola é o local de maior índice de diagnósticos, pois as crianças passam grande parte do tempo neste lugar.
De acordo com Rohde (2003, p. 204):
“(...) os professores devem ter cuidado para não diagnosticar, mas apenas descrever o comportamento e o rendimento do aluno, propondo um possível curso de ação. ”
Com isso, percebe-se que o papel do professor não é de diagnostico, porém é de suma importância para se chegar até ele, visto que através da convivência com o aluno, a observação de seu comportamento em aula e rendimento escolar, é possível apontar um caminho para investigação do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade.
Além disso, o educador possui uma função decisiva no desenvolvimento e aprendizado do aluno com TDAH, visto que sua postura e a forma como conduz esse processo interfere diretamente nos resultados, visto que alunos com o transtorno possuem capacidade criativa, porém apresentam grande facilidade de se distrair e deixar seus projetos pela metade.
Desta forma, cabe ao professor o incentivo, a atenção e ajuda para que a criança não se perca e consiga concluir suas atividades e consequentemente se desenvolver. A face de “insistência” do profissional nesse momento pode ser decisiva neste processo. 
Além disso, o espaço escolar é de extrema importância para cada etapa de formação da criança, em especial as com TDAH, e deve-se sempre buscar uma prática pedagógica que respeite às diferenças e encontre um caminho para lidar com elas.
Conforme Rohde (2003, p.115):
Em uma sociedade em transformação, na qual o conhecimento muda e se amplia em ritmo acelerado, é preciso garantir ao estudante o acesso a todas as fontes de produção de conhecimento, adaptando-as as características de cada um, inclusive às daqueles com TDAH.
Contudo, observamos uma grande importância de um trabalho em “equipe” para atingir todos os alvos da educação inclusiva, sendo necessário a junção de escola, professor, familiares e rede para se alcançar o ensino que é desejado.
2. TDAH E SUAS ESPECIFICIDADES NA EDUCAÇÃO INFANTIL
O TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) permeia o âmbito médico desde o início do século XX, porém apenas a partir de 1970 ganhou evidência nos diagnósticos. Além disso, somente em 1992 a OMS (Organização Mundial da Saúde), por meio da Classificação Internacional de Saúde (CID 10), reconheceu o transtorno de forma legal. (LEGNANI e ALMEIDA, 2008)
O Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade é uma das doenças infantis mais comuns, tratando-se de um transtorno neurológico, que possui sua origem no campo genético, e desta forma ocasiona ausência de concentração, impulsividade e desatenção em seu portador. (ABDA, 2022)
Conforme Barkley, (2007, p.50):
O Transtorno de Déficit de Atenção compromete a capacidade de inibir o comportamento em manter atenção, controle ou inibição dos impulsos. Elas lutam, às vezes com tenacidade, para manter sua atenção em coisas mais demorada, que as usuais. Especialmente aquelas mais maçantes, repetitivas e tediosas. Tarefas escolares desinteressantes, atividades domésticas extensas e palestras longas são problemáticas, assim como leituras extensas e trabalhos desinteressantes (BARKLEY, 2007, p. 50).
Com isso, as crianças que possuem este transtorno não possuem capacidade de fixar atenção em determinada tarefa por um longo espaço de tempo. E essa desatenção afeta sua vida na fase inicial, em especial no que tange a área escolar, e também seu futuro, na vida adulta, no mercado de trabalho e ambientes em que se insere, trazendo diversas dificuldades na família ou sociedade.
Vale destacar, que alguns transtornos são mais aparentes e diagnosticados de forma mais rápida, porém o TDAH muitas vezes é enxergado como desobediência, impulsividade ou desatenção. Possuindo também diversos níveis de transtorno, o que pode causar variações no comportamento. (BARKLEY, 2002)
Nesse contexto, observamos a importância de um profissional qualificado e especializado para realizar o acompanhamento do portador deste transtorno, em especial no setor da educação, que normalmente é o mais atingido pela dificuldade de aprendizado e interação social. (BARKLEY, 2002)
De acordo com Barkley (2002, p. 113):
 Crianças com TDAH são, também, provavelmente, mais suscetíveis a apresentar deficiências de aprendizado (DA). Uma DA é uma discrepância significativa entre a inteligência de uma criança e seus outros escolares em testes de desempenho acadêmico. Entre 20 a 30% de crianças com TDAH apresentam ao menos um tipo de DA, em matemática, leitura ou ortografia.
Desta forma, apesar de não ser permitido ao professor realizar o diagnóstico da criança com TDAH, este exerce um papel de suma importância no que diz respeito a possuir conhecimentos necessários e conseguir observar uma criança com possível déficit, e assim propor ação para buscar um provável diagnostico.
Segundo Rohde (2003, p. 204):
“(...) os professores devem ter cuidado para não diagnosticar, mas apenas descrever o comportamento e o rendimento do aluno, propondo um possível curso de ação. ”
 Além disso, o ambiente escolar torna-se um dos maiores auxiliadores para encontrar este diagnostico, visto que as crianças passam a maior parte do tempo neste local. Entretanto, muitos pais possuem dificuldade de aceitação do transtorno e se acabam se assustando com esta possibilidade de o filho apresentar “diferenças”.
De acordo com Freitas (2010, p. 176) 
“Nem sempre os pais admitem que o filho seja portador do TDAH. Visando à redução do impacto do transtorno na vida da criança, atitudes simples, como o estabelecimento de uma rotina estável em casa pode ajudar, já que proporciona menor quantidade de estímulos diários. A maioria dos pais, quando surpreendidos pela sugestão de procurarem ajuda profissional, fica amedrontada e, por vezes, resiste em fazê-lo. ”
Contudo, o tratamento adequado ao controle do TDAH não é dificultoso, visto que a combinação de medicamentos, o ensinamento de técnicas aos portadores e orientações pertinentes a pais e professores, além da associação a Terapia Cognitiva Comportamental, pode gerar ótimos resultados. (ABDA, 2022)
Além disso, torna-se imprescindível que o professor consiga enxergar as necessidades do aluno, o que ele é capaz ou não de fazer, e estar preparado para lidar com o transtorno. Além disso, fazer com que a criança se sinta valorizada nos pequenos progressos, possibilitando assim, ainda mais avanços. (ABDA, 2022)
Segundo Rohde (2003, p. 206):
“Oaluno com TDAH impulsiona o professor a uma constante reflexão sobre sua situação pedagógica, obrigando-a uma flexibilização constante para adaptar seu ensino ao estilo de aprendizagem do aluno, atendendo, assim, as suas necessidades educacionais individuais. ”
Cabe salientar, que os alunos portadores do transtorno possuem capacidade de aprendizado, mesmo que com dificuldades no que tange a concentração. Com isso, cabe a escola e seus profissionais a realização de adaptação de atividades, sala de aula, os materiais utilizados, e em especial o professor, que irá se adequar as necessidades do aluno.
De acordo com Freitas (2010, p. 178):
“Uma vez diagnosticado, o professor tem condições de ajudar o aluno com TDAH sem, com isso, prejudicar a turma. Por meio de algumas estratégias, ele pode facilitar o cotidiano dessa criança na escola. ‘Ela deve ser incentivada a aprender da forma consensual, mas também não precisa ser desestimulada a nunca mais tentar formas diferentes de resolver os mesmos problemas. ” 
Desta forma, tanto a escola quanto o professor exercem um papel fundamental na inclusão da criança com TDAH, seu desenvolvimento e seu rompimento com barreiras e dificuldades, auxiliando assim, no seu processo até mesmo social, de relacionamentos interpessoais.
7. A INFLUÊNCIA DO TDAH NA ROTINA DA EDUCAÇÃO INFANTIL
Este tópico destina-se a apresentar e analisar os dados coletados na pesquisa de campo realizada com profissionais de pedagogia que atuam em uma instituição escolar infantil de Volta Redonda-RJ.
A pesquisa busca conhecer e analisar a percepção dos pedagogos mediante ao TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção e Hiperatividade) e como este transtorno afeta diretamente a rotina da educação infantil.
A instituição de ensino onde as profissionais estão inseridas faz parte da Rede Municipal de Educação Infantil de Volta Redonda-RJ, e possui capacidade para seis turmas de educação infantil (creche) que comporta em média dezenove alunos por turma, e seis turmas de educação infantil (pré-escola) que aproximadamente possui vinte e um alunos por turma. 
Atualmente, a escola conta com duzentos e doze alunos, e apenas um aluno é diagnosticado com TDAH, os demais com necessidades especiais, encontram-se em investigação, e a princípio possuem laudo de TEA (Transtorno do Espectro Autista) ou atraso no desenvolvimento.
Foram realizadas entrevistas com duas pedagogas, onde apesar da instituição possuir mais profissionais da área, estas atuam diretamente no que tange a educação inclusiva e possuem contato mais direto com alunos acometidos pelo transtorno.
As profissionais relataram gostar de seu trabalho, e já trabalham na instituição por 6 anos e 11 anos respectivamente. Em relação ao trabalho realizado na instituição as profissionais relataram de forma bem similar, onde estas ficam responsáveis por dar norte aos demais professores na atuação profissional, orienta como devemavaliar os alunos, auxilia-los e realmente serem efetivos no aprendizado, em especial na educação inclusiva, que exige uma maior atenção e dedicação do profissional.
Desta forma, podemos constatar o que é dito por Saviani (1985), o pedagogo viabiliza o acesso à cultura, gerenciando as etapas de formação cultural, ou seja, ele é o responsável por gerir o arranjo das práticas pedagógicas, possuindo um papel de conciliador das etapas de ensino e aprendizado, consolidando assim, a constância das atividades e finalidades do desenvolver pedagógico.
Com isso, quando questionadas como enxergam o papel do pedagogo no ambiente escolar ambas pontuaram que é de suma importância, onde possuem um protagonismo até mesmo como mediador, entre as famílias, os alunos e professores que atuam diretamente com as crianças, e sempre buscam analisar de forma crítica e imparcial tudo que é apresentado por qualquer uma das partes.
Como sabemos, o papel do pedagogo é sobretudo de mediação, condução do processo de aprendizado, ou seja, “a Pedagogia ocupa-se, de fato, dos processos educativos, métodos, maneiras de ensinar, mas antes disso ela tem um significado bem mais amplo, bem mais globalizante. Ela é um campo de conhecimentos sobre a problemática educativa na sua totalidade e historicidade e, ao mesmo tempo, uma diretriz orientadora da ação educativa” (LIBÂNEO, 2004, p.29).
As profissionais relataram que analisam a primeira infância como a base de todo o processo, sendo importantíssimo o trabalho realizado neste período de vida da criança, onde ocorre a formação da personalidade, do senso crítico e define completamente a educação e o aprendizado que a mesma terá durante toda a vida.
 De acordo com Piccinin (2012) a fundamentação para o aprendizado humano está na primeira infância, nos primeiros anos de vida, definindo assim seu desenvolvimento futuro e sendo decisivo em sua vida adulta, e naquilo que o mesmo, como indivíduo, poderá ofertar a sociedade.
No que tange aos alunos portadores do Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade, as pedagogas relataram que não enxergam neles dificuldades de aprendizado, mas sim falta de atenção e muita agitação, o que muitas vezes colabora até mesmo para a agitação dos alunos não portadores do transtorno, e acaba gerando problemas no que tange a “controlar” a turma.
 Desta forma, confirmamos o que é dito por Freitas (2010) onde o aluno com TDAH ele não aprende não pela dificuldade de aprender, ou porque não sabe a matérias, mas sim porque não consegue prender sua atenção e se concentrar, enfatizando assim também, a importância dos professores nesse contexto, utilizando de estratégias que possam desenvolver um aprendizado efetivo.
Conforme relatado pelas profissionais, as principais demandas apresentadas atualmente pelos alunos com TDAH e suas famílias diz respeito a dificuldade de aceitação do transtorno e a busca por um diagnóstico mais preciso, visto que muitas vezes a agitação, falta de atenção, entre outros fatores, são vistos como falta de vontade de aprender ou preguiça, e a criança é rotulada apenas como “bagunceira”.
Com isso, elas relataram que essa falta de aceitação dos pais acaba por retardar o diagnóstico, e consequentemente impedir que o aluno enfrente suas dificuldades e se desenvolva. Além disso, elas destacaram a importância de haver um vínculo de confiança não apenas entre criança e professor, mas também entre responsáveis e professores, visto que desta forma, com essa união podem colaborar para vencer os desafios apresentados.
Cabe ressaltar também, que para uma criança ser diagnosticada com TDAH a mesma precisa ser analisada em todos os ambientes onde convive, sendo desta forma, de suma importância a analise entre escola e ambiente familiar para se fechar um diagnóstico. (ROHDE, 2000) 
Sendo assim, com “o estabelecimento e a manutenção do vínculo escola/família. O professor deve estar em sintonia com os pais para que possam orientar e trabalhar com a criança hiperativa. ” Freitas (2010, p. 178). A partir disso, temos grandes aliados para propiciar a criança com TDAH o suporte necessário para seu desenvolvimento.
Em relação a desafios apresentados aos profissionais diante de alunos portadores do transtorno, as profissionais relataram que o maior desafio se encontra em se reinventar como profissional e sempre buscar uma forma nova de “prender a atenção do aluno”, fazer com que ele fique interessado e se sinta motivado a interagir com a turma, com os amiguinhos e até mesmo com a própria professora.
Além disso, ressaltaram que mesmo sendo um desafio é algo motivador, visto que faz com que todos possam aprender mediante as diferenças, sendo assim “incluir não é favor, mas troca. Quem sai ganhando nesta troca somos todos nós em igual medida. ” Werneck (1997, p. 58). 
Contudo, quando questionadas em relação a como a escola e professores podem colaborar para o desenvolvimento do aluno com TDAH as profissionais foram enfáticas no que tange a mão de obra qualificada, onde ressaltaram a importância de preparo, acompanhamento, metas e suporte compatível ao aluno.
Além disso, destacaramque todo o processo deve ser acompanhado de perto, para entender se realmente está surtindo efeitos, se a criança está evoluindo realmente, e nesse cenário é importante também ter uma equipe multiprofissional, para que o aluno seja acompanhado de forma completa.
Mediante a entrevista realizada é perceptível que apesar das dificuldades enfrentadas pela escola, profissionais, pais e, em especial, as crianças com TDAH, é possível se vencer os desafios e buscar um caminho para que seja efetivado o aprendizado, o desenvolvimento e a inclusão deste aluno no ambiente escolar.
8. CONSIDERAÇÕES FINAIS
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente vivenciamos diversas mudanças no que tange à educação, em especial pela maior popularização da tecnologia, o que traz grandes desafios as escolas e seus profissionais. Estes acabam por buscar formas para obter a atenção de seus alunos, visto que o mundo dos celulares, tablets e computadores se mostram fascinantes.
Contudo, a educação ainda continua sendo a base de formação de qualquer indivíduo, e a partir de sua fundamentação bem consolidada, em especial na primeira infância, é perceptível na vida adulta seus resultados.
Neste contexto de aprendizado, formação e também diferenças, encontramos a educação inclusiva, responsável diretamente pela educação de crianças que necessitem de alguma atenção especial. 
Neste trabalho, foi abordado especificamente o TDAH (Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade), e a partir deste estudo é perceptível a importância da escola e de profissionais capacitados para auxiliar não só o aluno, mas também seus familiares.
O trabalho exercido pela escola juntamente com a família pode propiciar para a criança portadora do transtorno maior aprendizado, maior desenvolvimento e maiores chances de em sua vida adulta poder levar uma vida normal. Além disso, sabe-se que o diagnostico muitas vezes tende a assustar a família, que em um primeiro momento não sabe lidar com a situação e se vê perdida.
O papel do pedagogo no ambiente escolar como mediador nessas relações é de suma importância, sempre em prol de um bem maior, que é a criança, e proporcionar a mesma o acesso a seus direitos e fazer com que esta se sinta inserida e parte do ambiente que convive, visto que maior parte do seu tempo é passado na escola.
Vale destacar, a importância de profissionais atualizados, que busquem sempre se preparar, realizar novos cursos e aprimorar suas habilidades, para assim conseguir motivar, orientar e fixar ao máximo a atenção destas crianças.
O aluno com TDAH não possui impossibilidade de aprender ou limitação no que tange a criatividade, porém são alunos que requerem maior esforço e atenção do educador, para que assim, possam se sentir mais motivados, envolvidos com as atividades e consigam concluir aquilo que lhe é proposto.
Desta forma, o profissional precisa conseguir enxergar as dificuldades e limitações apresentadas pela criança, e assim, trabalhar de forma que esta não se sinta diminuída perante as outras. O trabalho realizado deve buscar sempre enaltecer as pequenas conquistas, progressos e permitir que o aluno sinta sua evolução e se sinta motivado.
Em suma, o TDAH não deve ser visto como limitação, mas sim como um desafio a ser vencido no setor educacional e por seus profissionais, onde deve-se buscar estratégias e traçar metas consistentes para obter êxito na educação e formação desses alunos.
9. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ABDA. Associação Brasileira de Déficit de Atenção/Hiperatividade. Disponível em http://www.tdah.org.br Acesso 10 Out. 2022.
Associação Brasileira do Déficit de Atenção (ABDA). A Criança com TDAH e a Escola. 2010. Disponível em: http://www.tdah.org.br/textos/textos/item/117-a-crian%C3%A7a-com-tdah-e-aescola.html. Acesso em: 08 Out.2022.
BARKLEY, R. A. Transtorno de défict de atenção/hiperatividade (TDAH): guia completo para pais, professores e profissionais da saúde. Tradução Luiz Sérgio Roizman. Porto Alegre: Artmed, 2002.
BRASIL. Marco legal da primeira infância,2016. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2016/lei/l13257.htm Acesso em: 09/10/2022
FREITAS, J. S., et al. TDAH: Nível de Conhecimento e Intervenção em Escolas do Município de Floresta Azul, Bahia. Itabuna: Gerais: Revista Interinstitucional de Psicologia, 2010, p. 175-183.
GOLDSTEIN, S. E. GOLDSTEIN, M. Hiperatividade: Como Desenvolver a Capacidade de Atenção da Criança. Trad. Maria Celeste Marcondes. Campinas, SP: Editora Papyrus, 1994.
OMS. Classificação estatística internacional de doenças e problemas relacionados à saúde: CID-10. São Paulo: EDUSP, 1996.
ROHDE L. A., MATTOS, P. & COL. (2003). Princípios e práticas em TDAH. Porto Alegre: Artmed, 2003 ROHDE, L. A. et. Al. Transtorno de Déficit de Atenção/hiperatividade. Revista brasileira de psiquiatria, 2000.
ROHDE L. A., MATTOS, P. col. (2003). Princípios e práticas em TDAH. Porto Alegre: Artmed, 2003.
UNICEF. Fundo das Nações Unidas para Crianças. Disponível em: https://brasil.unicef.org.br/ Acesso em: 10/10/2022
VIGOTSKY, L.S, A defectologia e o estudo do desenvolvimento e da educação da criança normal. São Paulo, v. 37, n. 4, p. 861-870, dez. 2011. 
VIGOTSKY, Lev, Semenovich. Pensamento e Linguagem. Volume 1 São Paulo: Martins Fontes; 1987. VIGOTSKY, Lev, Semenovich. O desenvolvimento Psicológico na Infância. São Paulo: Martins Fontes; 1999
APÊNDICE:
ROTEIRO DE ENTREVISTA
1- Qual o nome da instituição em que trabalha? 
2- Quanto tempo trabalha o profissional na instituição? Gosta do seu trabalho? 
3- Quais são as atividades que realiza na instituição? 
4- Como o profissional percebe a importância do pedagogo no ambiente escolar? 
5- Como o profissional enxerga o aprendizado na primeira infância? 
 6- Contribui para efetivar os diretos dos alunos com necessidades especiais?
7- Como o profissional analisa o processo de aprendizado mediante a presença do TDAH? 
8- Quais as principais demandas apresentadas pelos alunos portadores de TDAH e suas famílias? 
9- Quais os maiores desafios profissionais diante do TDAH?
10- Como o profissional acredita ser a melhor forma da escola e professores colaborarem para o desenvolvimento do aluno com TDAH?

Continue navegando