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VVII EEPPCCCC 
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá 
Maringá – Paraná - Brasil 
 
ISBN 978-85-61091-05-7 
 
VI EPCC 
Encontro Internacional de Produção Científica Cesumar 
27 a 30 de outubro de 2009 
 
 
 
 
 
 
AVALIAÇÃO DOS PARÂMETROS FISIOLÓGICOS, ANALGÉSICOS E 
NEUROENDÓCRINOS UTILIZANDO DIFERENTES DOSES DE 
TRAMADOL EM CADELAS SUBMETIDAS À 
OVARIOSALPINGOHISTERECTOMIA 
 
 
Letícia Rodrigues Parrilha1; Mariana Venâncio dos Santos¹; Rodrigo 
Jesus Paolozzi2, Fernando Silvério Cruz². 
 
 
RESUMO: O Tramadol é um análogo sintético da codeína com grande potencial analgésico, as doses e os 
efeitos analgésicos dessa droga ainda são pouco conhecidos na Medicina Veterinária. O presente estudo 
tem como objetivo avaliar os efeitos analgésicos, cardiorrespiratórios e neuroendócrinos deste fármaco, 
bem como estabelecer uma dose eficaz e ao mesmo tempo evitar possíveis efeitos colaterais. Foram 
utilizados 24 cadelas, sem raça definida, adultas, de idade e peso variável, saudáveis, submetidas a 
Ovariossalpingoesterectomia. Os animais foram divididos em 3 grupos, GT1 (n=8): foi administrado pela via 
intra venosa tramadol na dose de (1mg/kg) 5 minutos após a indução anestésica com o propofol. GT2 (n=8): 
foi administrado tramadol pela via intravenosa na dose de (2mg/kg) 5 minutos após a indução anestésica 
com o propofol. GT4 (n=8) foi administrado tramadol pela via intravenosa na dose de (4mg/kg) 5 minutos 
após a indução anestésica com o propofol. Durante todo o procedimento cirúrgico foram avaliados 
parâmetros fisiológicos como freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR). temperatura retal (TR), 
pressão arterial sistólica (PAS), análise de hemogasometria. No pré, trans e pós operatório foram feitas 6 
coletas de sangue para análise de cortisol. Após o término do procedimento cirúrgico, as cadelas foram 
acompanhadas por um período de 12 horas, afim de avaliar o grau de analgesia, através de variáveis 
objetivas FR, FC, TR e PAS e variáveis subjetivas como a escala analógica visual. Quando comparado os 
tratamentos GT1, GT2 e GT4, maior sensação de dor foi observado no tratamento GT1 (1mg/kg), já 
analgesia significativa foi observada no tratamento GT4 (4mg/kg), mas acompanhado de distúrbios 
digestórios. Os dados passaram por análise estatística através da análise de variância. As diferenças entre 
as médias foram avaliadas através do teste de Tukey para intra grupos e o teste dunnet para entre grupos. 
 
 
PALAVRAS-CHAVE: Tramadol, Analgesia, Cadelas. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Atualmente, a dor pós operatória tem sido uma das grandes preocupações 
dos clínicos veterinários. Frequentemente, ela é controlada com a administração de 
analgésicos (VALADÃO,et.al.,2002), que visão diminuir a morbidade e mortalidade 
dos pacientes cirúrgicos (BASSANEZI, et.al.,2006). A analgesia inicia-se com a 
administração do anestésico geral e termina com a perda da consciência. O 
paciente perde progressivamente a sensação de dor, porém a atividade motora e os 
 
1 Acadêmicas do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR, Maringá – 
PR. leparri@hotmail.com, mavesa_1987@hotmail.com 
²Docente do Curso de Medicina Veterinária do Centro Universitário de Maringá – CESUMAR, Maringá – PR. 
rovetjp@hotmail.com,fernandosfcruz@hotmail.com. 
 
 
 
VVII EEPPCCCC 
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá 
Maringá – Paraná - Brasil 
reflexos estão presentes (ANDRADE,2008), quando empregada no pré-anestésico 
potencializa o efeito dos anestésicos utilizados, diminuindo as doses dos mesmos, 
evitando a maior incidência de efeitos adversos, além de fornecer uma analgesia 
trans e pós operatória de qualidade. 
A dor por sua vez é considerada uma experiência sensorial e emocional 
desagradável, que é associada ou descrita em termos de lesões teciduais 
(ANDRADE,2008), sua percepção depende do córtex cerebral (ADAMS,2003). Hoje 
ainda a dor não é tratada de forma adequada. Muitos estudos mostram que tanto 
em animais como no homem que são submetidos a procedimentos cirúrgicos 
apresentam dores moderadas no pós-operatório imediato. Essa situação só 
acontece devido a maioria dos profissionais considerar a dor como parte importante 
no processo de cura do paciente, desconhecendo dessa forma, os efeitos deletérios 
que ela pode causar, muitas vezes, pela insegurança na utilização dos analgésicos, 
como opióides (ANDRADE, 2008). Portanto nos últimos anos vem se utilizando um 
opíoide sintético análogo da codeína, que através de estudos mostra uma 
porcentagem reduzida de efeitos adversos, denominado Tramadol (1-m-metilfenil-
2-dimetilaminoetil-ciclohexan-1-01). O tramadol é um analgésico opióide atípico por 
agir através de dois mecanismos, sendo por inibição da recaptação de 
noradrenalina e serotonina,e pela ligação ao receptor mµ, sendo esta ligação de 
menor afinidade quando comparado com a morfina, que esta por sua vez apresenta 
uma ligação 5-10 vezes maior (BASSANEZI, et.al.,2006). Pode ser administrado por 
diversas vias, sua ação analgésica varia em torno de 6 a 8 horas, podendo ocorrer 
sedação quando administrados em doses altas (ANDRADE,2008). A 
biotransformação é hepática e a eliminação na sua maior parte ocorre pela urina 
(90%) e uma pequena porcentagem pelas fezes (10%). É muito eficaz no 
tratamento da dor moderada pós-operatória, seja ela de origem de tecidos moles ou 
ósseos. 
O reconhecimento da dor é avaliado através da somatória de parâmetros 
fisiológicos e avaliação endócrina. A avaliação fisiológica por sua vez consiste na 
demonstração de sinais como sialorréia, aumento da freqüência cardíaca e 
respiratória, miose, aumento da pressão arterial sistólica (PAS), temperatura retal e 
vocalização. Enquanto alterações endócrinas consiste na mensuração sérica de 
cortisol, que tende a apresentar valores significativos, decorrentes do procedimento 
cirúrgico e principalmente da dor pós-operatória (BASSANEZI,et.al.,2006). 
Desta forma o emprego deste analgésico no presente estudo é comparar por 
estudos já divulgados, a baixa incidência de efeitos adversos advindos deste 
medicamento, e estabelecer uma dose eficaz obtendo bons resultados de 
analgesia, trans e pós operatória. 
 
3.4. Justificativas: 
 
O estudo teve como finalidade averiguar uma dose para produzir uma 
analgesia eficaz e o conhecimento real de uma dose (ainda não esclarecida) em 
cadelas que serão submetidas a ovariosalpingohisterectomia (OSH), afim de 
promover maior analgesia, e menores efeitos colaterais. 
 
2 MATERIAL E MÉTODOS 
 
Foram utilizadas 24 cadelas, sem raça definida, adultas, de idade e peso variável, e 
saudáveis, selecionados mediante exames físico e laboratorial (hemograma), provenientes 
da rotina cirúrgica do Hospital Veterinário do Cesumar, encaminhados para realização de 
OSH. Foram submetidos a jejum hídrico e sólido, de 3 e 12 horas rescpectivamente. Todos 
VVII EEPPCCCC 
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá 
Maringá – Paraná - Brasil 
os animais foram submetidos ao mesmo protocolo anestésico. Na medicação pré-anestésica 
(MPA) foi administrado maleato de acepromazina 0,2% (0,05 mg/kgIV), após 15 minutos foi 
realizada a avaliação paramétrica e coleta de sangue arterial para o exame de 
hemogasometria, realizada através da cateterização da artéria femoral. Na indução 
anestésica (após 15 minutos da MPA) foi realizada cateterização da veia cefálica para 
administração dos fármacos utilizados para o procedimento anestésico e fluidoterapia com 
Ringer lactato, durante todo o procedimento. A indução foi realizada com Propofol seguindo-
se a intubação endotraqueal, para a anestesia inalatória. Os animais foram divididos de 
forma aleatória em três grupos: GT1 (n=8): foi administrado pela via intra venosa tramadol 
na dose de (1mg/kg) 5 minutos após da indução anestésica com o propofol. GT2 (n=8): foi 
administrado tramadol pela via intravenosa na dose de (2mg/kg) 5 minutos após da indução 
anestésicacom o propofol. GT4 (n=8) foi administrado tramadol pela via intravenosa na dose 
de (4mg/kg) 5 minutos após a indução anestésica com o propofol. Em todos os grupos, os 
fármacos foram diluídos em solução salina de modo a perfazer um volume final de 3 ml, uma 
vez que se trata de um estudo as cegas. Durante todo o procedimento cirúrgico foram 
avaliados os seguintes parâmetros : frequência cardíaca (FC) e pressão arterial sistólica 
(PAS) através do Doppler vascular, com adaptação de um manguito no membro anterior 
direito, saturação de oxigênio na hemoglobina por meio de oxímetro de pulso adaptado na 
língua do animal, temperatura retal (TR) por meio de um termômetro digital, frequência 
respiratória (FR). Após o término do procedimento cirúrgico os animais foram encaminhados 
para a sala de recuperação anestésica, onde foi observado o tempo de extubação e o 
período de recuperação total desse animais. Durante as primeiras 12 horas (1, 3, 6 e 12 
respectivamente) após o término da cirurgia os animais foram avaliados com relação ao grau 
de analgesia (utilizando-se as variáveis obejtivas FR, FC, TR e PAS e variáveis subjetivas 
como vocalização, grau de agitação, salivação, dilatação de pupila, postura e resposta a 
manipulação. No pós operatório foi realizado antibioticoterapia e curativo local, com limpeza 
da ferida cirúrgica duas vezes ao dia. Foi utilizada análise de medidas repetidas para todas 
as variáveis mensuradas ao longo do tempo dentro de cada grupo. Os contrastes entre as 
médias de grupos foram verificados, calculando-se a diferença mínima para alfa=0,05 
através de método de Tukey. A estatística foi considerada significativa quando p<0,05 (ZAR, 
1996). 
 
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO 
 
Dentre os três grupos de tratamentos avaliados (GT1 (n=8): administrado pela via 
intra venosa tramadol na dose de (1mg/kg) 5 minutos após da indução anestésica com o 
propofol. GT2 (n=8): administrado tramadol pela via intravenosa na dose de (2mg/kg) 5 
minutos após da indução anestésica com o propofol. GT4 (n=8) administrado tramadol 
pela via intravenosa na dose de (4mg/kg) 5 minutos após a indução anestésica com o 
propofol), em 24 cadelas submetidas a ovariosalpingohisterectomia, não houve diferença 
significativa quanto aos parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca (FC) e pressão 
arterial sistólica (PAS), temperatura retal (TR), frequência respiratória (FR). 
SPILLER et.al; 1997; DUTHIE, 1998, relatam que diferentemente de outros 
opióides é improvável a presença de depressão respiratória significativa, quando usado 
em dosagem recomendada, o que se confirma com os resultados encontrados no 
presente estudo. 
Os efeitos cardiovasculares dos opióides são bastante variáveis e podem ser 
influenciados pela droga, dose e espécie do animal envolvido (MONTEIRO et.al.; 2009). A 
ausência de alteração na FC, foi relatado em estudo realizado por Duthie, (1997), quando 
utilizado o tramadol em infusão intravenosa pós-operatória. O presente estudo está em 
concordância com os relatos prévios. 
VVII EEPPCCCC 
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá 
Maringá – Paraná - Brasil 
De acordo com estudo realizados por Monteiro et.al. (2009), hipotensão foi 
observado no mínimo uma vez em 2 dos 6 cães que receberam o tratamento com 
tramadol, já Tarkkila et.al. (1997), mostrou que o uso do tramadol parenteral, parece não 
ter efeitos clinicamente relevantes na taxa cardíaca ou pressão arterial, resultados 
semelhantes foram encontrados no presentes estudo, onde não houve diferença nos 
valores de PAS. 
Em relação a temperatura retal (TR), Monteiro et.al. (2009), afirma uma diminuição 
encontrada no uso de opiódeis como: Morfina, Butorfanol e Tramadol, o que confronta 
com os achados do presente estudo, no qual não foram encontrados diferenças 
significativas nos valores de TR quando comparadas entre grupos. 
Quando comparado os tratamentos GT1, GT2 e GT4, maior sensação de dor foi 
observado no tratamento GT1 (1mg/kg), fato este que pode ser explicado pela baixa dose 
utilizada do fármaco, quando comparada as doses mais elevadas dos grupos seguintes. 
Já analgesia significativa foi observada no tratamento GT4 (4mg/kg), mas acompanhado 
de alta incidência de êmese, mostrando alteração evidente do sistema digestório. 
Segundo Andrade e Cassu, (2008), este efeito é devido a ligação do Tramadol ao 
receptor µ, que quando estimulado atinge o Centro do Vômito. Quando utilizado em doses 
inferiores ao grupo GT4 (4mg/kg), o fármaco não desencadeia esse efeito, por se ligar 
fracamente ao receptor µ. 
Na avaliação neuroendócrina os níveis de cortisol não apresentaram alterações 
significativas entre grupos, diferentemente do estudo realizado por Mastrocinque e 
Fantoni, (2001), em que confirmam que o teste de cortisol é adequado para a avaliação 
da dor. 
 
4 CONCLUSÃO 
 
Conclui-se que o fármaco tramadol que vem ganhando cada vez mais espaço na 
Medicina Veterinária, é um medicamento que pode ser administrado com segurança, 
devido a analgesia satisfatória, além da baixa incidência de efeitos colaterais e alterações 
nos parâmetros fisiológicos. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
ADAMS, H.R.; Farmacologia e Terapêutica Veterinária. Rio de Janeiro:Guanabara 
Koogan, 2003. p. 361. 
 
ANDRADE, F.A.; Manual de Terapêutica Veterinária. São Paulo:Rocca, 2008. p.433-518. 
 
BASSANEZI, B.S.B.; FILHO, A.G.O; Analgesia pós-operatória. Revista Col.Bras.Cir. São 
Paulo, 2006. 
 
DUTHIE, D.J.R.; Remefentanil and tramadol. British Journal of Anaesthesia, Leicester, 
v.81, p.51-57, 1998. 
 
MASTROCINQUE, S.; FANTONI, D.T.; Modulação da Resposta Neuroendócrina à dor 
pós-operatória em cães. Revista Clínica Veterinária, v.6, n.31, p.25-29, 2001. 
 
MONTEIRO, E.R.; et.al.; Comparative study on the sedative effects of morphine, 
methadone, butorphanol or tramadol, in combination with acepromazine, in dogs. 
Veterinary Anaesthesia and Analgesia, v.36, p.25-33, 2009. 
 
VVII EEPPCCCC 
CESUMAR – Centro Universitário de Maringá 
Maringá – Paraná - Brasil 
SPILLER, H.A.; et.al.; Prospective multicenter evaluation of tramadol exposure. J Toxicol 
Clin Toxicol, v.35, p.361-364, 1997. 
 
TARKKILA, P.; TUOMINEN, N.; LINDGREN, L.; Comparison of respiratory effects of 
tramadol and pethidine. Eur J Anaesthesiol, v.15, p.64-68, 1998. 
 
VALADÃO, C.A.A.; DUQUE, J.C.; FARIAS, A.; Administração Epidural de Opióides em 
cães. Ciência Rual. Santa Maria, v.32, n.2, 2002.

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