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XI EPCC 
Anais Eletrônico 
29 e 30 de outubro de 2019 
O USO DE BIOINDICADORES NO MONITORAMENTO DA QUALIDADE 
DOS RECURSOS HÍDRICOS 
 
Juliana Ribeiro de Almeida1, Raquel Cosin de Souza2, Fabíola Makiyama de Azevedo3, 
Gilsema dos Santos Cagni3, Maria de los Angeles Perez Lizama4 
 
1Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. Julianaqds@hotmail.com 
2Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Universidade Estadual de Maringá – UEM. kellcosin1@gmail.com 
3Acadêmica do Curso de Ciências Biológicas, Centro Universitário de Maringá – UNICESUMAR. Bolsista PIC – Projeto de Iniciação 
Cientifica da UniCesumar. fabiola.makiyama@gmail.com. 
4Colaboradora, Mestre, Mestrado em Tecnologias Limpas - UNICESUMAR. gscagni@hotmail.com 
5Orientadora, Doutora, Departamento de Pesquisa, UNICESUMAR. Pesquisadora do Instituto Cesumar de Ciência, Tecnologia e 
Inovação – ICETI. maria.lizama@unicesumar.edu.br 
 
RESUMO 
A água é um recurso natural primordial a todos os seres vivos, de essencial importância para a existência da 
vida, bem como para todo o equilíbrio ecológico. A falta ou a sua baixa qualidade interfere também no 
crescimento socioeconômico local, bem como na saúde humana. Diversas ferramentas podem ser utilizadas 
para verificar a qualidade dos corpos de água, como variações em suas características físicas, químicas e na 
composição e distribuição da biota no ecossistema. O objetivo deste estudo foi analisar cienciometricamente 
a produção e a composição dos grupos de organismos que são utilizados como bioindicadores ecológicos da 
saúde dos corpos de água. Desta forma, foram utilizados os preditores “bioindicadores” e “recursos hídricos” 
nas bases de dados Web of Science, Scielo e Google acadêmico, entre 2007 a 2018. Os resultados mostram 
que os macroinvertebrados são o grupo mais utilizado, principalmente por serem facilmente amostrados e 
identificados. Estudos sobre os bioindicadores datam da década de 90, mas, a partir do ano de 2015, houve 
incremento de estudos com o objetivo de realizar monitoramentos ambientais dos recursos hídricos. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Índices biológicos, Monitoramento ambiental, Qualidade de água. 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A degradação dos recursos hídricos tornou-se motivo de preocupação nas últimas 
décadas, impondo ao ser humano desafios em relação à escassez de água, poluição e 
degradação ambiental dos ecossistemas aquáticos. Diante desses acontecimentos, existe 
um crescente interesse por conhecer e monitorar esses ecossistemas, pois o conhecimento 
ecológico integra o funcionamento do sistema como um todo, desenvolvendo critérios 
físicos, químicos e biológicos, estes últimos denominados de biondicadores 
A CETESB (2012) define de uma forma abrangente que os bioindicadores podem se 
apresentar como animais ou vegetais sendo de natureza diversa, utilizados para verificação 
da qualidade ambiental. São organismos vivos que indicam de forma precoce a presença 
de alterações ambientais, sendo que podem identificar diversos tipos de modificações, 
antes que se agravem, além de determinar qual tipo de poluição pode afetar 
determinado ecossistemas. 
Por serem organismos resistentes a alguns níveis de contaminação, fornecem 
informações assertivas sobre a saúde dos ambientes respectivos a cada organismo, dessa 
forma percebe-se alteração nas funções vitais, fazendo o acúmulo de toxinas. Partindo 
dessa definição, considerar que os bioindicadores são comunidades ou organismos que se 
modificam por conta das transformações que sofre o meio ambiente, inclusive das suas 
funções vitais e ou composição química. Dentre os organismos que podem servir como 
indicadores estão os macroinvertebrados, peixes, parasitos e as comunidades 
planctônicas. 
Este estudo teve por objetivo realizar uma análise cienciométrica em relação aos 
grupos mais utilizados como bioindicadores, buscando entender quais os grupos de 
organismos são mais utilizados no monitoramento ambiental. 
 
 
mailto:Julianaqds@hotmail.com
mailto:fabiola.makiyama@gmail.com
mailto:maria.lizama@unicesumar.edu.br
 
XI EPCC 
Anais Eletrônico 
29 e 30 de outubro de 2019 
2 MATERIAIS E MÉTODOS 
Trata-se de um estudo voltado a revisões bibliográficas publicadas em revistas 
nacionais e internacionais. Os trabalhos analisados foram retirados do site de pesquisa da 
plataforma CAPES, em sua maioria encontrados no site 
http://www.periodicos.capes.gov.br, que abarca várias plataformas online como Web of 
Science, SCIELO, ASFA, etc. Além disso, foi utilizado o Google Acadêmico. 
A procura e análise pelos artigos científicos foi executada no período de maio de 
2018 a fevereiro de 2019 com a definição das palavras chaves: bioindicadores, recursos 
hídricos, alcançando um total de 71 artigos, onde pelo menos uns dois ou três apresentam-
se em mais de uma modalidade por apresentarem em um único artigo bioindicadores 
diferenciados. 
 
2.1 RESULTADOS E DISCUSSÕES 
 
A diversidade biológica é indicativa da qualidade de um sistema ecológico (MADI; 
UETA 2012), onde as perturbações no local, altera a fauna e flora aquática e seu entorno. 
Nos artigos revisados a metodologia para a identificação das amostras coletadas foram as 
mesmas, o ciclo de vida, características externas e as particularidades de cada espécie. 
O quadro 1 mostra a quantidade de artigos analisados desde 2001 até o ano de 
2018, tendo a maior frequência de artigos sobre macroinvertebrados, seguido por peixes, 
plantas, parasito/hospedeiro e parasitas. Dentre as categorias de artigos mostradas nos 
gráficos acima, temos uma ressalva a fazer sobre a utilização de dois artigos em mais de 
uma categoria, onde abrangera até três categorias diferentes para o mesmo artigo. 
 
 
 
 
 
Quadro 1. Número de artigos por categoria de bioindicador, entre 2007 e 2018. 
Fonte: do autor 
 
Tratando-se de organismos aquáticos, a comunidade de macroinvertebrados vem 
sendo cada vez mais estudada, contribuindo para aumentar o conhecimento ecológico 
sobre a dinâmica e funcionamento dos ecossistemas aquáticos, trabalhos voltados para a 
avaliação biológica de córregos urbanos ganham importância dentro da gestão ambiental, 
uma vez que observam a resposta das comunidades a esses ambientes. Devido à 
importância dos macroinvertebrados aquáticos como bioindicadores, nos últimos anos vêm 
crescendo o número de trabalhos voltados ao conhecimento sobre aspectos ecológicos 
desses organismos e do seu papel no funcionamento de pequenos rios 
A utilização de macroinvertebrados bentônicos (CALLISTO et. al., 2013) em estudos 
de impacto ambiental ainda é bastante incipiente no Brasil. Em relação à tolerância frente 
a adversidades ambientais, podemos classifica-los em três grupos principais que existem 
exceções dentro de cada grupo, organismos sensíveis ou intolerantes, organismos 
tolerantes e organismos resistentes. A comunidade de macroinvertebrados interage em 
diversos processos com o ambiente aquático, possuindo características relevantes, que 
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Bioindicadores aquáticos
http://www.periodicos.capes.gov.br/
 
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29 e 30 de outubro de 2019 
apontam algumas vantagens no uso desses organismos em relação à avaliação da 
qualidade da água. Habitam praticamente todos os ecossistemas aquáticos, que 
capacidade de locomoção limitada, fazendo com que sua existência ou ausência esteja 
relacionada com as condições do habitat, apresentam facilidade no uso de manipulações 
experimentais e resultados mais precisos, exibem ampla variedade de tolerância a vários 
graus de impacto. Presentes antes e após eventos antrópicos no ambiente de estudo, além 
disso, os insetos aquáticos atuam como fragmentadores e decompositores da matéria 
orgânica, sendo importantes elementos de cadeias e redes alimentares. 
Estudos com peixes também apresentam porcentagem elevada, bem como a flora 
(15% cada grupo). Os peixes apresentam-se como excelentes bioindicadores,pois muitos 
estudos têm demonstrado os efeitos negativos, por exemplo, com descargas de efluentes. 
Peixes e seus parasitos também podem ser utilizados como bioindicadores da 
antropização do ambiente. Estudos sobre as relações entre os parasitos e seus 
hospedeiros. 
Segundo Val et al. (2004), os peixes são capazes de promover ajustes em seu estado 
fisiológico, comportamental e bioquímico que lhes permita viver em condições 
desfavoráveis. Caso estas condições permaneçam por um longo período, a capacidade de 
adaptação diminui. Condições químicas adversas como hipoxia, presença de metais 
pesados e poluentes, estão entre os agentes agressores de maior relevância. De origem 
biológica, a hierarquia, a presença de patógenos e a privação alimentar também são 
agentes estressores. O uso de peixes como bioindicadores da qualidade da água, pode 
ajudar na produção de mapas de sensibilidade ambiental, avaliação de risco, planos de 
contingenciamento de poluentes, entre outros. 
Da mesma forma como o peixe é dependente do habitat, a diversidade parasitária 
em peixes depende diretamente do grau de diversidade do habitat, sendo possível a sua 
utilização também como um monitor extremamente sensível para detectar essas alterações 
na biodiversidade do ecossistema, que são características de ambientes alterados pela 
poluição 
ambiental (D’AMELIO; GERASI, 1997; GELNAR et al., 1997), bem como por 
qualquer disfunção que ocorra (GALLI, et al., 2001). 
O quadro 2 representa a quantidade de artigos publicados por ano, onde foram 
analisados em três baterias contendo quatro anos cada uma, neste caso não foram 
separados por categorias. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Quadro 2. Número de artigos por intervalo de anos, entre 2007 e 2018. 
Fonte: do autor 
 
É possível observar que a partir de 2007, há um crescente número de estudos em 
relação aos bioindicadores, sendo que a partir de 2015, estes estudos foram ainda mais 
representativos, demonstrando que os organismos são importantes ferramentas para o 
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Ano de publicação
 
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Anais Eletrônico 
29 e 30 de outubro de 2019 
conhecimento dos recursos hídricos, bem como a biodiversidade local. Este conhecimento 
é importante para verificar a qualidade do ecossistema bem como a integridade da biota. 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Nesta revisão bibliográfica constatou-se que os animais bentônicos são mais 
utilizados para este fim pois são organismos de fácil captura, identificação, e custos baixos 
em equipamentos, porém, peixes e seus parasitos também são importantes ferramentas 
para monitoramento da qualidade ambiental. 
 
REFERÊNCIAS 
 
CALLISTO, M.; GONÇALVES J. R., J. F.; MORENO, P. Invertebrados Aquáticos como 
Bioindicadores, 2013. Disponível em: 
https://www.researchgate.net/profile/Marcos_Callisto/publication/242225288_Invertebrado
s_Aquaticos_como_Bioindicadores/links/00b7d52b6c719c8d5e000000/Invertebrados-
Aquaticos-como-Bioindicadores.pdf. 
CETESB, 2012. Protocolo para o biomonitoramento com as comunidades 
bentônicas de rios e reservatórios do estado de São Paulo. Disponível: 
http://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2015/01/protocolo-
biomonitoramento-2012.pdf. 
D’AMELIO, S.; GERASI, L. Evaluation of environmental deterioration by analysing fish 
parasite biodiversity and community structure. Parassitologia, v. 39, p. 237-241, 1997. 
GALLI, P. et al. Water quality as a determinant of the composition of fish parasite 
communities. Hydrobiologia, v. 452, p. 173-179, 2001. 
 
GELNAR, M. et al. Biodiversity of parasites in freshwater environment in relation to 
pollution. Parassitologia, v. 39, p. 189-199, 1997. 
 
MADI, R. R.; UETA, M. T. Parasitas como indicadores ambientais. In: SILVA-SOUZA, A. 
T.; LIZAMA, M. A. P.; TAKEMOTO, R. M. Patologia e sanidade de organismos 
aquáticos. Maringá: Massoni, p. 33-58. 2012. 
 
VAL, A. L.; SILVA, M. N. P. da.; VAL, V. M. F. de A. E. Estresse em peixes – ajustes 
fisiológicos e distúrbios orgânicos. In: RANZANI-PAIVA, M. J. T.; TAKEMOTO, R. M.; 
LIZAMA, M. A. P. Sanidade de organismos aquáticos. Editora Varela, p. 75-88, 2004. 
 
https://www.researchgate.net/profile/Marcos_Callisto/publication/242225288_Invertebrados_Aquaticos_como_Bioindicadores/links/00b7d52b6c719c8d5e000000/Invertebrados-Aquaticos-como-Bioindicadores.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Marcos_Callisto/publication/242225288_Invertebrados_Aquaticos_como_Bioindicadores/links/00b7d52b6c719c8d5e000000/Invertebrados-Aquaticos-como-Bioindicadores.pdf
https://www.researchgate.net/profile/Marcos_Callisto/publication/242225288_Invertebrados_Aquaticos_como_Bioindicadores/links/00b7d52b6c719c8d5e000000/Invertebrados-Aquaticos-como-Bioindicadores.pdf
http://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2015/01/protocolo-biomonitoramento-2012.pdf
http://cetesb.sp.gov.br/laboratorios/wp-content/uploads/sites/24/2015/01/protocolo-biomonitoramento-2012.pdf

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