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Politicas Publicas e Assistência Social


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Políticas Públicas e Assistência Social
Foi com a Constituição Federal de 1988 que houve o reconhecimento da assistência
social como componente da seguridade social, caracterizada no artigo 194 como
dever do estado e direito do cidadão, ampliando o rol das responsabilidades
públicas continuadas para o(a) gestor(a) municipal.
Com a criação da Legião Brasileira de Assistência (LBA), em 1942, o então Presidente
Getúlio Vargas, por intermédio de sua esposa, Darcy Vargas, instituiu um conjunto de
ações sociais, executadas de forma centralizada, que tinham função protetora,
integradora e preventiva, baseado em sistemas relacionais comunitários (família,
vizinhança, trabalho).
 A Legião Brasileira de Assistência (LBA) foi um órgão assistencial público brasileiro,
fundado em 28 de agosto de 1942, pela então primeira-dama Darcy Vargas, com o
objetivo de ajudar as famílias dos soldados enviados à Segunda Guerra Mundial,
contando com o apoio da Federação das Associações Comerciais e da
Confederação Nacional da Indústria.
Surgimento da primeira escola de Serviço Social, em 1936 em São Paulo, e da
categoria profissional de assistentes sociais.
Já entre os anos de 1960 e 1970, iniciou-se um movimento de ruptura com o
conservadorismo, e o caráter cientificista da assistência social passou a integrar o
campo das ciências sociais.
Os anos 1980 e 1990 foram marcados pela influência de movimentos sociais, pela
revisão dos aspectos técnico-burocráticos e, culminando nas mudanças legislativas
subsequentes, por um debate mais profundo sobre as desigualdades de classes. 
Foi então, com a Constituição Federal de 1988, que a Assistência Social ganhou
status de política pública, como dever do Estado e direito do cidadão que dela
necessitar.
Até o início da década de 1990, as práticas voltadas à população mais vulnerável
eram caracterizadas como “assistencialistas”. Com a instituição da Lei Orgânica da
Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742/1993, e a extinção da LBA em 1995, a política
de assistência social ganha novos contornos e estruturas.
O assistencialismo é considerado uma prática baseada na moral, composta de ações
voltadas ao indivíduo, para a garantia de mínimos vitais, que possuem um fim em si
mesmas.
A partir dos anos seguintes, começamos a verificar uma grande mudança. Em 2003, a
política de assistência social passa a se conformar na estrutura que conhecemos
como Sistema Único de Assistência Social (SUAS).
GIL MARCOS PEREIRA - 6ºPERIODO - PSICOLOGIA
Do assistencialismo à política pública de
assistência social
A Constituição Federal, em seu artigo 194, inseriu a assistência social no rol da
seguridade social não contributiva, ao lado da saúde e da previdência social, como
política de proteção social para quem dela necessitar. Mas foi somente em 1993 que
houve, de fato, uma reestruturação político administrativa no seu desenho de ofertas,
de gestão, de financiamento e de controle social, com a aprovação da Lei Orgânica
de Assistência Social (LOAS), Lei nº 8.742, de 7 de dezembro de 1993, no governo de
Fernando Henrique Cardoso.
Até o final da década de 1990, o governo FHC tinha implementado três programas:
Programa Brasil Criança Cidadã (BCC), extinto logo em 1999.
Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), criado em 1996.
Programa Sentinela, de combate ao abuso e exploração sexual de crianças e
adolescentes, criado em 1997.
No segundo mandato do FHC, a principal inovação foi a criação do Fundo Nacional
de Assistência Social (FNAS), que permitiu a descentralização de recursos federais
para os municípios de uma forma mais direta.
Ainda em 1998, também foi instituído o Programa de Garantia de Renda Mínima
(PGRM), posteriormente ampliado com o bolsa-escola e denominado Programa
Nacional de Renda Mínima Vinculado à Educação, em 2001, integrado
posteriormente no Programa Bolsa Família.
Por meio da Resolução nº 145, de 15 de outubro de 2004, o Conselho Nacional de
Assistência Social (CNAS) aprovou o texto da Política Nacional de Assistência Social
(PNAS), contendo princípios, diretrizes, objetivos, definição dos usuários e arranjo de
gestão, que inclui desenho de governança, formas de financiamento, controle social,
monitoramento e avaliação.
Mas, afinal, quais são os públicos da assistência social? São as famílias e os
indivíduos que vivenciam situação de vulnerabilidade e/ou risco social ou pessoal
decorrentes de:
pobreza;
falta de acesso às políticas públicas;
deficiência e dependência de cuidados;
vulnerabilidades próprias aos ciclos de vida: crianças, adolescentes e idosos;
trabalho infantil;
ato infracional (adolescentes);
violência, negligência e abandono;
situação de rua;
afastamento do convívio familiar por medida protetiva ou socioeducativa;
emergência social, etc.
Política Nacional de Assistência Social: a era SUAS
A assistência social está baseada nas necessidades do cidadão, independentemente
de quem seja ou de onde esteja (residente de área urbana ou rural) ou de sua renda.
A assistência social não se restringe ao recorte de renda e pode ser acessada de
forma espontânea ou por encaminhamento de outras políticas públicas, como em
contextos de violência doméstica, por exemplo. Não faz distinção se a pessoa é
brasileira ou estrangeira, ou se possui documentação para ingressar em algum
programa ou serviço. Isso porque um dos pilares da PNAS é o fortalecimento dos
vínculos familiares e comunitários.
Princípios e diretrizes da Política de Assistência
Social
Referência:
NERIS, Mariana de Sousa Machado. Políticas Públicas e Assistência Social. In: POLÍTICAS
Públicas Setoriais. Brasília, DF: Enap, 2021. cap. 1.