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PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO Antecedentes históricos da Psicologia Educacional Diretrizes e bases da psicologia da educação Elementos essenciais da psicologia da educação As relações entre a psicologia e a

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5 
 
2 A PSICOLOGIA DA EDUCAÇÃO 
A psicologia da educação envolve os princípios da psicologia e apresenta 
interesse nos comportamentos humanos e em como estes são influenciados por 
processamentos mentais. Ou seja, como cada sujeito se manifesta em seu viver 
levando em conta seu modo único de perceber a vida. Desse modo, é possível 
conectar estes princípios às premissas da educação, considerando primordialmente 
os processos aos quais os sujeitos disponibilizam para o desenvolvimento da 
aprendizagem e para a aquisição de conhecimento. (MEIRA; ANTUNES, 2003). 
 
 
Fonte:psicologiamsn.com 
 
O ponto de encontro entre a psicologia e a educação ocorre ao entender que 
os sujeitos são constituídos também pela cultura estruturada ao longo da história da 
humanidade: humanizando-se por meio do vínculo e do pertencimento ao universo 
em que está inserido. Os sujeitos são seres sociais e a educação age como tessitura 
para a absorção do mundo em que o sujeito vive em si mesmo. 
A psicologia e a educação acompanham a história do pensamento humano. 
Podemos observar que desde que se possuem registros sobre o desenvolvimento do 
pensamento a psicologia e a educação caminham juntas. Ao lembrarmos os tempos 
mais remotos, por meio dos registros tribais nas cavernas sinalizando uma 
organização civilizatória com intenção de propagar os conhecimentos adquiridos seja 
por meio de observação ou vivências, percebemos os primeiros indícios de que a 
 
6 
 
educação acompanha toda a evolução da espécie humana. 
Na Grécia antiga, com o surgimento do pensamento crítico, o filosofo Sócrates 
estimula o desenvolvimento do processo de pensar, por meio de um aprendizado que 
ocorre com questionamento; esse processo atraía multidões, que se aproximavam 
para observar e aprender seus métodos, fazendo emergir o que mais tarde os filósofos 
nomeariam como maiêutica. Este movimento de Sócrates, que se disponibilizava a 
fazer perguntas em uma praça pública, inspira o surgimento de academias do 
pensamento, com seu discípulo Platão e em seguida com Aristóteles, e o Liceu, já 
configurando um estabelecimento de ensino (MEIRA; ANTUNES, 2003). 
Sob a perspectiva de que a escuta como ferramenta prática da psicologia surgiu 
com os métodos de Sócrates, bem como tais métodos serviram de motivação para a 
aquisição de conhecimentos e uma consequente busca por uma visão de mundo mais 
ampla, é possível imaginar que tanto a psicologia quanto a educação vieram do 
mesmo “berço” e que, por isso, possuem articulações desde a antiguidade. 
A psicologia da educação tem seu surgimento como área da psicologia na 
metade do século XX, constituindo-se ao articular teorias de conhecimento a uma 
proporcional ação pedagógica preferencialmente conectada a interesses e 
particularidades da sociedade. Desta maneira, a psicologia da educação se delineia 
por meio de um campo de atuação, cujo objeto são as relações estabelecidas entre 
os sujeitos e os processos de aprendizagem, e cujo foco da análise, do diagnóstico e 
da intervenção são os sujeitos e a acomodação de conhecimentos, bem como os 
sujeitos e a sua relação com o meio educacional, não restringindo seu cenário 
somente ao âmbito escolar, antes explorando diversos outros, como instituições, 
organizações e espaço público (MEIRA; ANTUNES, 2003). 
No entanto, a efetiva atuação da psicologia da educação necessita de um olhar 
mais ampliado bem como constante problematização do seu campo, sendo ambos 
cuidados indispensáveis para que não reduza sua prática a aspectos ligados ao 
controle de problemas ou distúrbios que visam o atendimento a demandas 
estabelecidas pelo ambiente escolar ou organizacional. A psicologia da educação 
possui compromisso com o sujeito, assim, seu desempenho deve potencializar a 
inclusão e o respeito às diferenças de cada indivíduo. 
Desta maneira, ao respeitar as demandas individuais de cada sujeito, a 
psicologia da educação pode ampará-lo considerando sua natureza social e 
 
7 
 
pedagógica, atuando por meio de pesquisas, análise, planejamento, diagnóstico e 
desenvolvimento de intervenções com foco na prevenção ou na promoção dos 
processos de ensino-aprendizagem. 
O psicólogo educacional incorpora seus saberes a uma equipe interdisciplinar, 
buscando e facilitando a integração entre diversas áreas de conhecimento com vistas 
a auxiliar no desenvolvimento integral do ser. 
2.1 Antecedentes históricos da Psicologia Educacional 
A Psicologia Educacional teve um longo processo de desenvolvimento até 
adquirir uma relevância e se tornar uma disciplina no campo da Psicologia. No 
desenvolvimento de suas concepções teóricas e definição de seu objeto de estudo, 
teve a influência principalmente da Filosofia. Para entendermos os seus constructos, 
necessitamos conhecer os seus precursores e princípios teóricos ligados à educação 
e à aprendizagem, desde Aristóteles e Platão, que abordaram questões 
transcendentais, como os fins da educação, a natureza da aprendizagem e a relação 
professor-aluno, a Descartes, que defendia as ideias inatas como base do 
conhecimento. Já no século XVI, destacou-se Juan Vives (1492–1540), que enfatizou 
a importância da percepção e memória no processo educativo. No século XVIII e XIX, 
tivemos a contribuição de Johann Pestalozzi (1745–1827) e Johann Herbart (1776–
1841). Pestalozzi, influenciado por Rousseau, fundou numerosas escolas com a 
preocupação de “formar pessoas”, revolucionando os conceitos de sua época ao 
enfatizar a aprendizagem por observação e a aprendizagem experimental, dando 
menos ênfase à aprendizagem memorística, como também delineou a relação 
professor-aluno como um dos aspectos críticos na educação das crianças. Herbart, 
filósofo, psicólogo e pedagogo alemão, influenciado por Kant, propôs que, dentro do 
processo instrucional, deveriam ser apresentados os conhecimentos novos de 
maneira que cheguem a tomar parte do conteúdo mental, adotando a Psicologia 
Aplicada como eixo central da educação, tendo como princípio que a doutrina 
pedagógica, para ser científica, necessita ser comprovada experimentalmente 
(ARANCIBIA; HERRERA; STRASSER, 2008). 
O século XIX foi, sem dúvida, um dos mais importantes no desenvolvimento da 
Psicologia como ciência, como também no início da Psicologia Educacional. Na 
 
8 
 
Inglaterra, tivemos Francis Galton (1822–1911), que inventou os primeiros testes 
psicológicos para medição e avaliação da inteligência por meio da discriminação 
sensorial, mas foi Alfred Binet (1857–1920), psicólogo e pedagogo, que desenvolveu 
o primeiro teste de inteligência individual, em 1905, quando surge a Escala de 
Inteligência Binet-Simon. Para Arancibia, Herrera e Strasser (2008), Stanley Hall 
(1844–1924) fundou a primeiro laboratório americano de Psicologia, o verdadeiro 
pioneiro da Psicologia da Educação foi aluno de Wilhelm Wundt, que fundou o primeiro 
laboratório experimental em Psicologia, em Leipizg, em 1879. Hall considerava que 
era mais importante centrar-se no desenvolvimento dos professores para que estes 
pudessem conduzir melhor o processo de ensino-aprendizagem do que na 
aprendizagem das crianças. 
 
 
Fonte:www.comunica.ufu.br/ 
 
Para Santrock (2009), os três pioneiros da Psicologia Educacional foram Willian 
James, John Dewey e E. L. Thorndike. Considerado pai da Psicologia americana, 
Willian James (1842–1910), também se dedicou à formação dos professores. De 
acordo com Santrock (2009, p. 2-3), James, em suas publicações: 
 
[...] discutia as aplicações da psicologia na educação das crianças [...] 
enfatizou a importância de observar o ensino e a aprendizagem em sala de 
aula para aprimorar a educação. Uma de suas recomendações era começar 
a aula em um ponto além do nível de conhecimento e compreensão da 
criança para expandir a mente dela. 
 
 
9 
 
John Dewey (1859-1952), filósofo e pedagogo, revolucionou o sistema 
educacional norte-americano, queutilizava métodos educacionais com técnicas de 
memorização e transferência de conhecimento. As novas técnicas que propôs foram 
fundamentadas no pensamento liberal, surgindo, dessa forma, uma nova filosofia no 
cenário educacional, conhecida como a Escola Nova ou Escola Progressista, que 
considerava que a prática docente deveria se basear na liberdade do aluno para 
elaborar as próprias certezas, os próprios conhecimentos e as próprias regras morais. 
Segundo Pereira et al. (2009, p. 158), Dewey propôs que: 
 
[...] a aprendizagem seja instigada através de problemas ou situações que 
procuram de uma forma intencional gerar dúvidas, desequilíbrios ou 
perturbações intelectuais. O método “dos problemas” valoriza experiências 
concretas e problematizadoras, com forte motivação prática e estímulo 
cognitivo para possibilitar escolhas e soluções criativas. Que neste caso leva 
o aluno a uma aprendizagem significativa, pois o mesmo utiliza diferentes 
processos mentais (capacidade de levantar hipóteses, comparar, analisar, 
interpretar, avaliar), de desenvolver a capacidade de assumir 
responsabilidade por sua formação [...] A problematização requer do 
professor uma mudança de postura para o exercício de um trabalho reflexivo 
com o aluno, exigindo a disponibilidade do professor de pesquisar, de 
acompanhar e colaborar no aprendizado crítico do estudante, o que 
frequentemente coloca o professor diante de situações imprevistas, novas e 
desconhecidas, exigindo que professores e alunos compartilhem de fato o 
processo de construção e não apenas o de reconstrução e reelaboração do 
conhecimento. 
 
O conhecimento e o seu desenvolvimento eram considerados por Dewey como 
um processo social, integrando os conceitos de sociedade e indivíduo. Os princípios 
da escola progressista podem ser encontrados hoje no Construtivismo. E. L. 
Thorndike (1874–1949) destacou a avaliação e a medição da aprendizagem, 
introduzindo os princípios básicos científicos, sendo uma das principais tarefas da 
escola a de aprimorar as habilidades de raciocínio das crianças. Em 1903, publicou 
Educational Psychology, onde propôs um conjunto de leis da aprendizagem, e as mais 
importantes foram a lei do efeito e a lei do exercício. Iniciou uma tendência da 
Psicologia Educacional em direção da Psicologia Comportamental (behaviorista), 
sendo um dos primeiros psicólogos a compatibilizar a teoria da aprendizagem, 
psicometria e pesquisa aplicada para disciplinas ligadas à escola. Segundo Arancibia, 
Herrera e Strasser (2008, p. 18): 
 
 
 
 
10 
 
Thorndike estudou a psicologia desde o comportamento animal, sob a 
influência de James, aplicando os princípios da aprendizagem desenvolvidos 
em laboratório e as medidas quantitativas das diferenças individuais para 
criar a Psicologia Educacional [...] em 1910 publica seu artigo “The 
Contribution os Psychology to Education” no qual configura a psicologia da 
educação ao redor de três grandes temáticas: 1 - o papel do meio ambiente 
e da hereditariedade no comportamento; 2 - a aprendizagem e as leis que a 
regulam; e o 3 - estudo das diferenças individuais. 
 
 
Seu trabalho preparou o caminho para o behaviorismo, tendo sido 
contemporâneo de J. B. Watson e Ivan Pavlov, fazendo experimentos inicialmente 
com animais, criando caixas de quebra-cabeças, utilizando gatos. A sua tese de 
doutorado, “Inteligência animal: um estudo experimental dos processos associativos 
em animais”, foi a primeira em Psicologia a utilizar animais. 
A partir da década de 1920, a Psicologia da Educação recebe a influência de 
outros movimentos da Psicologia, como o Behaviorismo (Skinner), a Gestalt, a 
Psicanálise (Freud) e a Psicologia Cognitiva (Piaget e Vygotsky), entre outras. 
2.2 Diretrizes e bases da psicologia da educação 
Até à década de 1980, a psicologia na educação foi fortemente influenciada 
pela atuação clínica da psicologia. O ambiente de ensino era visto como extensão do 
setting terapêutico, em que a psicologia restringia a sua atuação à análise diagnóstica 
limitada a intervenções corretivas (MALUF; CRUCES, 2008). As pesquisas 
desenvolvidas até este momento eram reflexo de uma sociedade à sombra da ditadura 
e influíam de maneira tecnicista e restrita, descontextualizada e pouco crítica, 
principalmente em ações com as camadas mais pobres e fragilizadas. 
 
11 
 
 
Fonte: www.novaescola.org.br 
 
A psicologia começa a despertar seu olhar para aspectos sociais e, 
consequentemente para a educação, a partir da década de 1990, buscando 
problematizar a universalidade de teorias psicológicas, bem como suas métricas 
avaliativas e expandindo seu olhar sob a interdisciplinaridade como ferramenta para 
a compreensão do sujeito em meio a sua subjetividade. Houve uma necessidade de 
ampliar a escuta mediante as mudanças que iniciavam esse despertar e, a partir disto, 
as universidades buscaram reformular seus currículos para o curso de psicologia, 
inserindo disciplinas teóricas e práticas de acordo com as necessidades emergentes 
para uma formação qualificada (MALUF; CRUCES, 2008). 
Esta mudança mais significativa da psicologia com enfoque na educação foi 
resultado das pesquisas realizadas na época. Inúmeras delas foram realizadas pelo 
órgão regulador da psicologia no Brasil, o Conselho Federal de Psicologia (CFP), 
criado a partir da Lei nº 5.766 de 20 de dezembro de 1971, juntamente com os 
conselhos regionais de psicologia, sendo determinados a orientar, disciplinar e 
fiscalizar a prática profissional da psicologia, assim como acompanhar a sua 
aplicabilidade de acordo com o código de ética e disciplina da profissão. O CFP 
determina a consolidação de resoluções relativas à especialização em áreas onde a 
prática da psicologia possa se efetivar respeitando os avanços da ciência psicológica, 
a partir da escuta às emergências no despertar de áreas de conhecimento para a 
atuação do profissional de psicologia. Dentre estas áreas, podemos destacar a 
psicologia da educação com suas práticas ramificadas dentro de duas modalidades: 
a psicologia escolar/educacional e a psicopedagogia. 
 
12 
 
 O psicólogo especialista em Psicologia Escolar/Educacional desenvolve 
suas práticas no contexto da educação formal, em todos os níveis de 
ensino, ou seja, da educação infantil à pós-graduação, produzindo 
pesquisas, realizando diagnósticos e intervenções preventivas ou 
disciplinares ajustadas as necessidades do sujeito ou do grupo. 
 
 O psicólogo especialista em Psicopedagogia atua na análise e no 
desenvolvimento de intervenções com ênfase nos processos de 
aprendizagem de habilidades e competências. Almejando o entendimento 
dos processos cognitivos, emocionais e motivacionais, integrados e 
contextualizados na perspectiva social e cultural intercorrentes. 
 
Ambas as áreas buscam reconhecer os sujeitos com suas diferenças, 
potencializando o modo de aprender em meio às características individuais 
construídas a partir do contexto no qual está inserido. Assim é possível perceber um 
traço significativamente marcante da psicologia da educação, sua atuação 
intrinsecamente social, conspirando para um fortalecimento da busca por garantias de 
qualidade e direito a equidade. 
Visando apoiar a prática com atuação na educação, as pesquisas mais 
recentes apontam uma preocupação com a necessidade de atualizar constantemente 
os cursos de psicologia cuja ênfase seja a formação continuada de profissionais 
dispostos a atuar com educação, aspecto considerado essencial para a prática 
educativa com qualidade. Assim, deve-se dar atenção integral para as progressivas 
transformações sociais, bem como para o acompanhamento das demandas 
emergentes no contexto educacional, tanto do educador, quanto do órgão educativo 
ou da escola ou organização. 
Desta maneira, podemos destacar como indispensável para a prática tanto o 
percurso formativo quanto a sua constante renovação. É importante reforçar sua 
fundamentaçãosob os princípios da interdisciplinaridade, da ética e da sensibilidade 
para a contextualização social e afetiva. 
 
13 
 
2.3 Elementos essenciais da psicologia da educação 
A psicologia da educação sustenta sua prática sobre os processos de 
aprendizagem, buscando potencializar meios de efetivar seu desenvolvimento de 
maneira plena e satisfatória com atenção às características individuais de cada ser. 
Considerando primordialmente os processos mentais envolvidos, a psicologia da 
educação possui como norteador alguns elementos que considera essencial, para a 
dinâmica de sua atuação, tais como: a afetividade, a atenção, as emoções, as 
motivações, as percepções e a personalidade dos sujeitos envolvidos. 
A afetividade se constitui como elemento essencial permanente e promotor de 
uma tessitura entre os demais elementos. Preliminarmente a afetividade emerge 
marcada por fatores individuais e orgânicos para em seguida, ao longo do 
desenvolvimento, se definir como reflexo do contexto. Através e em meio à afetividade 
é despertada a atenção conectada aos interesses de cada sujeito. A atenção é 
estabelecida de acordo com as emoções e motivações. As emoções e motivações 
partem do âmbito individual e se comunicam com o contexto social de acordo com o 
desenvolvimento da afetividade (BECKER, 2001). 
 
Fonte: www.blog.cenatcursos.com.br/ 
 
Para a apreensão das motivações tanto de si, com a assimilação das emoções, 
como do meio, com o despertar da atenção para o processamento das informações 
ofertadas, ocorre uma expansão das percepções. A percepção depende de órgãos 
dos sentidos, como: tato, olfato, paladar, visão e audição, e também de aspectos mais 
http://www.blog.cenatcursos.com.br/
 
14 
 
subjetivos como o clima afetivo e emocional do contexto. 
Não é possível uma aprendizagem passiva, os processos educacionais 
ocorrem sempre de maneira ativa e com dinâmicas pluralizadas. Por se constituir 
como centro receptor e produtor de percepções, cada sujeito se encontra em 
constante desenvolvimento de si, de sua personalidade e de seu modo de existir no 
mundo através das aprendizagens. Desta forma, a aprendizagem auxilia o sujeito a 
se conceber, bem como sua concepção permeia seu modo de aprender. 
A psicologia da educação possui como referência as teorias da psicologia em 
torno do comportamento, suas premissas, intenções e motivações e utiliza essas 
teorias como apoio para a atuação em favor da eficiência do processo de 
aprendizagem, considerando como ponto de potência sua relação com o ensino. Além 
disso, visa analisar as relações entre ensino-aprendizagem e as relações 
educacionais, assim como os fatores determinantes entre ambas (BECKER, 2001). 
Educador e educando são os protagonistas para os estudos da psicologia da 
educação, mas o papel da instituição ou da organização é determinante para a 
compreensão dos processos de ensino-aprendizagem com amplitude. Desta maneira, 
a produção de conhecimento da psicologia da educação surge como ferramenta 
instrucional também para os educadores em favor da compreensão destes, sobre 
seus métodos e sobre seus educandos. 
Para a psicologia da educação, a observação dos aspectos mais amplos de 
funcionamento dos sujeitos, com auxílio da compreensão dos elementos essenciais, 
é fundamental para a análise das dinâmicas de ensino-aprendizagem, em que, 
posteriormente, pode ser desenvolvido um diagnóstico que estruturará uma 
intervenção. Sendo assim, sua atuação não se restringe a conhecer o educando, mas 
a entender o desenvolvimento das relações que permeiam todo o âmbito educacional, 
por exemplo, entre educando-educando, educador-educando, educando-método de 
ensino, educador-instituição/organização, educador-educador, entre outras relações 
que possam emergir. 
2.4 As relações entre a psicologia e a educação 
Você já se perguntou quais relações existem entre a psicologia e a educação? 
Para compreendermos de que modo uma área dialoga com a outra, é importante 
 
15 
 
identificarmos as trajetórias percorridas, algumas teorias construídas, as principais 
tendências e, com isto, apresentar como a psicologia pode contribuir para o campo 
educacional. 
Podemos iniciar esse percurso pelo final do século XIX, quando a psicologia e 
a educação sofreram grandes influências filosóficas. Nas primeiras décadas do século 
XX, as teorias psicológicas eram comumente aplicadas nos espaços escolares. Para 
Becker (2003), os contextos existentes nos espaços educativos envolvem as relações 
interpessoais entre professores, alunos, gestores e responsáveis, e contam também 
com organizações de currículo, etapas e estratégias de ensino, com o apoio das 
ciências psicológicas. 
 
 
Fonte: www.br.mundopsicologos.com/ 
 
Alguns destaques como Vygotsky, Wallon e Piaget desenvolveram estudos 
sobre conceitos relacionados diretamente a aprendizagem, desenvolvimento infantil, 
memória, percepção, motivação, entre outros. E dentre as diversas áreas que as 
ciências psicológicas atuam, a psicologia da educação se constrói com objetivo de 
viabilizar aportes teóricos voltados para aprendizagem a fim de que a torne mais 
eficaz. Ao refletirmos que dentro do ato de aprender estão contidos, por exemplo, 
processos que envolvem conhecimentos, habilidades, aptidões, atitudes, motivações, 
podemos compreender o quanto são necessários referenciais que apoiem educadores 
e educandos. Ainda sobre as relações entre essas áreas, Freitas (1994, p. 37) 
destaca: 
http://www.br.mundopsicologos.com/
 
16 
 
[...] a relação entre a psicologia e a educação só pode ser aprendida 
dialeticamente e não de forma unilateral. As determinações de uma sobre a 
outra significa que os condicionantes de cada área entram em relação entre 
si e iniciam um processo de influência uns sobre os outros, contribuindo cada 
qual com sua especificidade e modificando-se como consequência dessa 
relação. 
 
 
Agora que já abordamos as relações entre psicologia e educação, passaremos 
à questão de como essas áreas se relacionam nos dias de hoje e quais questões 
merecem ser analisadas. A formação acadêmica do psicólogo faz com que esse 
profissional firme um compromisso global com a vida humana envolvendo saúde e 
educação. Já o professor irá se ocupar com duas vertentes em seu fazer pedagógico: 
uma, com paradigmas que envolvem racionalidade e técnica, e outra, com paradigmas 
que apontam para um fazer crítico e reflexivo. Se atua de acordo com a primeira 
perspectiva, desenvolverá competências por meio dos conhecimentos partilhados por 
cientistas como um suporte em sua prática, reproduzindo esses métodos de modo 
técnico. 
Embora saibamos que ainda existem educadores que se apoiam somente 
nessas técnicas, não devemos mais conceber que a formação do educador se limite 
à técnicas que, sozinhas, não são capazes de lidar com a complexidade que envolve 
questões educativas. Trata-se de uma rede de relações que variam de acordo com 
variadas circunstâncias, além das constantes situações particulares problemáticas 
que exigem muito mais que a técnica referida. A psicologia, com sua pluralidade, deve 
estar acessível ao professor, oferecendo subsídios por meio de um conjunto de 
saberes que os apoiem nas situações frequentemente enfrentadas. Como afirma 
Larocca (2000), 
Na verdade, a atuação do professor, na sala de aula e na escola, é 
ecologicamente complexa, coisa que quer dizer vivacidade e mudança, isto 
é, interação simultânea de múltiplos fatores e condições. Em Educação, a 
imbricação das variáveis intervenientes é de tal modo intensa que não 
existem “problemas a serem resolvidos”, mas “situações problemáticas” que, 
via de regra, apresentam-se como casos únicos, singulares e raramente 
enquadráveis. 
 
 
Há que se ter em vista que a cada projeto educacional instrumentos e métodos 
são definidos considerando concepções éticas e filosóficas. A cada fato ocorrido em 
sala, novas decisõessão tomadas e recebidas de acordo com a subjetividade dos 
atores envolvidos no processo num constante desafio fruto dessas interações dentro 
 
17 
 
desses contextos sociais. Para enfrentar essas dinâmicas diárias os educadores não 
devem tentar simplificar essas relações e sim desenvolver habilidades por meio de 
processos formativos críticos e reflexivos. 
Além das tentativas de simplificar concepções na aplicação de métodos que 
não dão conta de solucionar problemas complexos, há também uma crítica quanto ao 
uso de certas teorias de psicologia para apoiar algumas políticas educacionais 
escolhidas por equipes de Secretarias Municipais e Estaduais de Educação. 
Comumente professores e equipes gestoras são capacitados de modo exaustivo 
sendo direcionados para o uso das teorias escolhidas não havendo diálogo entre as 
partes. Como resultado esses modismos teóricos vão sofrendo alterações nas 
mudanças periódicas dos governos, não se sustentam porque na prática não são 
capazes de lidar com a dinâmica enfrentada nas esferas educacionais gerando 
desgaste e resistência por parte dos educadores que a todo momento veem novas 
imposições como essas. 
Uma proposta bem fundamentada deve ser capaz de superar essas práticas e 
planejar uma formação de professores que construam um pensamento crítico, 
reflexivo e consciente de que educar é criar condições par ao exercício da cidadania 
de modo autônomo e democrático. Segundo Freire (1980, p. 26) e Larocca, (2000), 
 
[...] mais que possibilitar acesso às várias correntes teóricas, o projeto de 
pluralidade na Psicologia Educacional precisa amparar-se em três aspectos 
essenciais: a compreensão epistemológica, a práxis e a consciência histórica 
(Freire, 1980, p.26). Ou seja, a pluralidade, por si só, não remete à formação 
crítico-reflexiva. Para que possa servi-la será preciso propiciar clareza acerca 
dos objetos de estudo dos diferentes teóricos, dos princípios epistemológicos 
que os regem, dos pressupostos filosóficos que os sustentam e da história de 
cada elaboração (Larocca, 1999). Sem isso, o pluralismo vira ecletismo e 
favorecerá a manutenção de consciências ingênuas. 
 
 
As relações entre a psicologia e educação devem ser construídas por meio de 
temáticas problematizadoras voltadas para uma prática que se apoie em aportes 
teóricos metodológicos da psicologia. Esses aportes devem ter como foco a inserção 
em espaços escolares dentro de seus contextos sociais para que, a partir dessas 
interações, surjam novas propostas para intervir nesses cenários. A escola deve 
compreender que o homem é pluridimensional e que, acima de ofertar conteúdo para 
serem assimilados, é necessário enxergar que esses sujeitos são compostos por 
relações afetivas, culturais, sexuais, biológicas e sociais e esses elementos devem 
 
18 
 
ser trabalhados de modo integrado com propostas curriculares e pedagógicas das 
instituições. Freire (1980, p.82) dentro desse contexto, afirma: 
 
Na defesa de uma educação crítica e problematizadora ressalta as 
possibilidades de limitação e desafio representados pelo “aqui e agora” dos 
homens no mundo. É, por isso, que o real não pode ser perdido de vista pelo 
formador em Psicologia. É este real que permitirá que sejam feitas (re) leituras 
das teorias psicológicas e, como consequência, reestruturação e superação 
do conhecimento atual. 
 
Concluindo essas questões tratadas, é possível afirmar que, apesar de toda 
relevância da psicologia na esfera educacional, o que vemos é uma frequente 
diminuição dessa disciplina nas licenciaturas e cursos de formações de educadores. 
Além disso, esse espaço mínimo acaba por ser preenchido por uma organização 
curricular que privilegia a teoria em detrimento de sua articulação com a prática, se 
afastando de um fazer pedagógico que deve ser criticamente analisado e debatido 
nos espaços desses cursos. 
Dessa forma, espera-se que o futuro profissional tome essa proposição como 
algo que desperte a motivação necessária para se aprofundar nas ciências 
psicológicas tão intrinsecamente ligadas à educação e envolver-se nessa 
aprendizagem, que enriquecerá sua prática profissional. 
2.5 Estatuto da Psicologia escolar e educacional: alguns pressupostos 
Essa discussão exige, antes de mais nada, a explicitação de alguns conceitos 
presentes nos termos da expressão Psicologia Escolar e Educacional. 
 
 
Fonte: www.guiadoestudante.abril.com.br/ 
http://www.guiadoestudante.abril.com.br/
 
19 
 
Entendemos educação como prática social humanizadora, intencional, cuja 
finalidade é transmitir a cultura construída historicamente pela humanidade. O homem 
não nasce humanizado, mas torna-se humano por seu pertencimento ao mundo 
histórico-social e pela incorporação desse mundo em si mesmo, processo este para o 
qual concorre a educação. A historicidade e a sociabilidade são constitutivas do ser 
humano; a educação é, nesse processo, determinada e determinante (ANTUNES, 
2003). 
A escola pode ser considerada como uma instituição gerada pelas 
necessidades produzidas por sociedades que, por sua complexidade crescente, 
demandavam formação específica de seus membros. A escola adotou ao longo da 
história diversas formas, em função das necessidades a que teria que responder, 
tendo sido, em geral, destinada a uma parcela privilegiada da população, a quem 
caberia desempenhar funções específicas, articuladas aos interesses dominantes de 
uma dada sociedade. Essa realidade deve ser, no entanto, compreendida também a 
partir de suas contradições, sobretudo a concepção de escola como instância que se 
coloca hoje como uma das condições fundamentais para a democratização e o 
estabelecimento da plena cidadania a todos, e que, embora não seja o único, é 
certamente um dos fatores necessários e contingentes para a construção de uma 
sociedade igualitária e justa. Sob essa perspectiva, a escola, tal como nós a 
concebemos, tem como finalidade promover a universalização do acesso aos bens 
culturais produzidos pela humanidade, criando condições para a aprendizagem e para 
o desenvolvimento de todos os membros da sociedade. 
A pedagogia pode ser entendida como fundamentação, sistematização e 
organização da prática educativa. A preocupação pedagógica atravessa a história, 
sustentando-se em diferentes concepções filosóficas, constituindo-se sob diversas 
bases teóricas e estabelecendo várias proposições para a ação educativa. Com o 
desenvolvimento das ciências a partir da modernidade, o conhecimento científico 
tornou-se sua principal base de sustentação. 
A Psicologia Educacional pode ser considerada como uma subárea da 
psicologia, o que pressupõe esta última como área de conhecimento. Entende-se área 
de conhecimento como corpus sistemático e organizado de saberes produzidos de 
acordo com procedimentos definidos, referentes a determinados fenômenos ou 
conjunto de fenômenos constituintes da realidade, fundamentado em concepções 
 
20 
 
ontológicas, epistemológicas, metodológicas e éticas determinadas. Faz-se 
necessário, porém, considerar a diversidade de concepções, abordagens e sistemas 
teóricos que compõem o conhecimento, particularmente no âmbito das ciências 
humanas, das quais a psicologia faz parte. Assim, a psicologia da educação pode ser 
entendida como subárea de conhecimento, que tem como vocação a produção de 
saberes relativos ao fenômeno psicológico constituinte do processo educativo 
(ANTUNES, 2003). 
 
Fonte: www.creciendoenespanol.blogspot.com.br 
A Psicologia Escolar, diferentemente, define-se pelo âmbito profissional e 
refere-se a um campo de ação determinado, isto é, o processo de escolarização, tendo 
por objeto a escola e as relações que aí se estabelecem; fundamenta sua atuação 
nos conhecimentos produzidos pela psicologia da educação, por outras subáreas da 
psicologia e por outras áreas de conhecimento. 
Deve-se, pois, sublinhar que psicologia educacional e psicologiaescolar são 
intrinsecamente relacionadas, mas não são idênticas, nem podem reduzir-se uma à 
outra, guardando cada qual sua autonomia relativa. A primeira é uma área de 
conhecimento (ou subárea) e, grosso modo, tem por finalidade produzir saberes sobre 
o fenômeno psicológico no processo educativo. A outra constitui-se como campo de 
atuação profissional, realizando intervenções no espaço escolar ou a ele relacionado, 
tendo como foco o fenômeno psicológico, fundamentada em saberes produzidos, não 
só, mas, principalmente, pela subárea da psicologia, a psicologia da educação 
(ANTUNES, 2003). 
http://www.creciendoenespanol.blogspot.com.br/
 
21 
 
2.6 A psicologia do ensino aprendizagem na prática do professor 
Um modelo pedagógico pode ser conceituado como “um sistema de premissas 
teóricas que representa, explica e orienta a forma como se aborda o currículo e que 
se concretiza nas práticas pedagógicas e nas interações professor-aluno-objeto de 
conhecimento”. 
 
 
Fonte: psicologiasdobrasil.com.br 
Há diferentes enfoques nas abordagens pedagógicas que se orientam tanto 
pelo contexto histórico mundial ou pelas posições que as teorias tomam sobre as 
finalidades sociais da escola, ou ainda pela criticidade das teorias em relação à 
sociedade, enfim, por uma diversidade de classificações que pretendem dar conta da 
compreensão da prática educacional. Nesse sentido, foi necessário adotar um critério 
que favorecesse a discussão sobre os fundamentos do processo de ensino e 
aprendizagem. 
A psicologia é a ciência que estuda o comportamento humano e seus 
processos mentais, ou seja, ela estuda o que motiva o comportamento humano, o que 
o sustenta, o que o finaliza, e seus processos mentais, que passam pela sensação, 
emoção, percepção, aprendizagem, inteligência. 
Segundo Antunes (2003), a psicologia encontra-se, como uma das disciplinas 
que precisa ajudar o professor a desenvolver conhecimento e habilidades, além de 
competências, atitudes e valores que o possibilite ir construindo seus saberes-fazeres 
 
22 
 
docentes, a partir das necessidades e desafios que o ensino, como prático social, lhes 
coloca no cotidiano. Dessa forma, poderá contribuir para que o professor desenvolva 
a capacidade de investigar a própria atividade, para, a partir dela, construir e 
transformar os seus saberes-fazeres docentes, num processo contínuo de construção 
de sua identidade como professor. 
A perspectiva sócioconstrutivista concebe o ensino como uma intervenção 
intencional nos processos intelectuais, sociais e afetivos do aluno, buscando sua 
relação consciente e ativa com os objetos de conhecimento. Esse entendimento 
implica, resumidamente, afirmar que o objetivo maior do ensino é a construção do 
conhecimento pelo aluno, de modo que todas as ações devem estar voltadas para 
sua eficácia do ponto de vista dos resultados no conhecimento e desenvolvimento do 
aluno. 
Tais ações devem pôr o aluno, sujeito do processo, em atividade diante do meio 
externo, no qual deve ser inserido no processo como objeto de conhecimento, ou seja, 
o aluno deve ter com esse meio (que são os conteúdos escolares) uma relação ativa, 
uma espécie de desafio que o leve a um desejo de conhecê-lo. 
Partindo da visão da personalidade como constituída com base em um 
processo relacional, que, portanto, se forma também nas relações dentro da escola, 
percebe-se então que, dessa maneira a aliança entre Educação e Psicologia é 
incontestável e bastante antiga, não tendo sido preciso esperar o momento recente 
da constituição da Psicologia como ciência independente da grande mãe, a Filosofia, 
para buscar respostas sobre como se aprende, quem é o sujeito da aprendizagem, 
como se deve ensinar, levando em conta as características psicológicas dos alunos, 
se é ou não válido aplicar punições e prêmios, qual é a importância da informação no 
desenvolvimento humano, em que consiste o ato de comunicação, o que interessa e 
dá prazer ao aluno quanto ao aprendizado escolar (ANTUNES, 2003). 
 
23 
 
 
Fonte: www.orfeu.org 
No entanto qualquer que seja o ângulo dessa reflexão, vamos constatar que, 
em nosso viver, a relação com o outro é uma questão central. Por conta dessa 
questão, a travessia do homem e da humanidade em geral, foi sempre marcada por 
aproximações, afastamentos, simpatias, antipatias, egoísmo, altruísmo, ódio, amor 
etc. Isso faz com que permanentemente estejamos preocupados em saber muitas 
coisas sobre o indivíduo: o que pensa, de que gosta, quais são suas forças e 
fraquezas, como pode ser agradado, seduzido, manipulado, emocionado, ou, ainda, 
como pode sair do egoísmo e ir ao encontro do outro, compor com outros uma 
coletividade, enfim, como pode ser educado para comunicar-se e conviver fraternal e 
cooperativamente com seus semelhantes. 
Assim a psicologia também, aplicada à educação e ao ensino, busca mostrar 
como através da interação entre professor e alunos é possível a aquisição do saber e 
da cultura acumulados. Portanto o papel do professor nesse processo é fundamental. 
Ele procura estruturar condições para a ocorrência de interações professor-alunos-
objeto de estudo, que levam à apropriação do conhecimento (ANTUNES, 2003). 
A Psicologia no âmbito escolar deve também contribuir para otimizar as 
relações entre professores e alunos, além dos pais, direção e demais pessoas que 
interagem nesse ambiente. É neste contexto e neste lugar que a Psicologia poderá 
contribuir para uma visão mais abrangente dos processos educativos que se passam 
no contexto educacional. Pois, uma vez que, as contribuições da psicologia inseri da 
na equipe educacional, prepara os conteúdos a serem ensinados visando estabelecer 
outros e novos patamares para a compreensão dos fatos que ocorrem no dia a dia da 
escola, propiciando uma reflexão conjunta que possibilite o levantamento de 
http://www.orfeu.org/

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