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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FABIANO PEREIRA ALMEIDA DO AMARAL JUSTIÇA CEGA AOS OLHOS DO OBJETIVISMO, FILOSOFIA DE AYN RAND Rio de Janeiro 2020 UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ FABIANO PEREIRA ALMEIDA DO AMARAL JUSTIÇA CEGA AOS OLHOS DO OBJETIVISMO, FILOSOFIA DE AYN RAND Tese apresentada à Universidade Estácio de Sá, como parte das exigências do Programa de Pós- Graduação em Direito, na área de concentração em Acesso à Justiça e Efetividade do Processo, para a obtenção do título de Doutor. Orientador: Prof. Dr. Guilherme Calmon Nogueira da Gama Rio de Janeiro 2020 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) Amaral, Fabiano Pereira Almeida do. Justiça cega aos olhos do Objetivismo, filosofia de Ayn Rand - Rio de Janeiro, 2020. f. 421; 30 cm. Tese (Doutorado em Direito) – Universidade Estácio de Sá, 2020. Bibliografia: f. 261-265. 1. Justiça. 2. Direito. 3. Direito – Filosofia. I. Título. II. Universidade Estácio de Sá – campus Centro, Rio de Janeiro. CDD Ao meu filho, Marcelo, e aos futuros filhos, exclusivamente, os únicos a quem devo algo no universo. AGRADECIMENTOS À minha esposa, Anna Beatriz, deixo de fazer referência pela deselegância no autoagradecimento, já que somos um só. Em minha alma gêmea, eu me descobri, descobri a lógica da vida, descobri a felicidade plena. Aos meus pais, Nelson e Ana, e aos meus avós maternos, José e Octavia, pelos valores morais ensinados. Especialmente ao meu pai e ao meu avô, pois são homens cuja virtude da integridade me fez ser fiel às ideias. Esta tese não existiria sem as premissas éticas deles. Ao meu orientador, Prof. Dr. Guilherme Calmon Nogueira da Gama, pelas precisas pontuações, pelas ótimas sugestões oferecidas e pela completa liberdade na pesquisa científica. Aceitou-me orientar quando docentes não me admitiram ou me afastaram por discordância de posicionamento. Através dos séculos existiram homens que deram os primeiros passos, por novas estradas, armados com nada além de sua própria visão. Ayn Rand RESUMO Este estudo, lastreado em conceitos alinhados e integrados nas áreas da Metafísica, da Epistemologia, da Ética, da Política e da Estética, naquilo que guardam relação com a filosofia de Ayn Rand – o Objetivismo –, busca estabelecer, por meio de exemplos hipotéticos contemporâneos, a intrínseca relação entre teoria e prática, principalmente no que diz respeito à sua aplicação hodierna ao Direito. Sustenta-se a atualidade do Objetivismo, que influencia, ainda hoje, em vários aspectos, o cenário do planeta. Investigam-se respostas às inquietações na área do Direito nos estudos filosóficos randianos, com alicerce na estreita vinculação entre as duas esferas de conhecimento, a Filosofia e o Direito, sem perder de vista o caráter objetivo da verdade, os direitos naturais de todos os indivíduos (incluída a busca da felicidade) e os conceitos envolvidos no individualismo versus coletivismo, admitindo-se somente aquele. Defende-se, como parâmetro de controle, não a lei formal, mas a lei natural, o que sustenta a ideia de que a justiça se efetiva com a observância do direito natural inerente ao indivíduo, e não com a aplicação da lei formal, se com aquele conflitar. Repudia-se a interferência estatal no âmbito dos direitos naturais, atribuindo-se-lhe tão somente o poder que lhe for delegado pelos indivíduos, observados os axiomas estatais. A legitimidade do estado, pois, circunscreve-se à defesa das violações aos direitos à vida, à liberdade, à propriedade e à busca da felicidade. Clama-se por características absolutamente objetivas aos textos legais, de modo a não abrigar subjetividade em sua interpretação e, consequentemente, em sua aplicação, assegurando ao indivíduo julgamentos justos, no sentido mais autêntico da palavra justiça, a qual traz, em sua essência, a ética e o código moral. Por derradeiro, afirma- se que a teoria do direito positivo ilimitado abre espaço para maus julgamentos, desvinculando-se, no mais das vezes, da realidade e representando uma limitação ao indivíduo, razão pela qual protesta-se pela excelência da jurisdição natural. Palavras-chave: Justiça. Objetivismo. Direitos Naturais versus Direito Positivo. Ayn Rand. Jurisdição Natural. ABSTRACT This study, based on concepts aligned and integrated in the areas of Metaphysics, Epistemology, Ethics, Politics and Aesthetics, in what are related to Ayn Rand’s philosophy — Objectivism —, seeks to settle, through contemporary hypothetical examples, the intrinsic relationship between theory and practice, especially with regard to its modern application to law. The current nature of Objectivism sustains, even today, in several aspects, the planet’s scenario. Answers to concerns in the area of Law are investigated in Randian philosophical studies, based on the close link between the two spheres of knowledge, Philosophy and Law, without losing sight of the objective character of truth, the natural rights of all individuals (including the pursuit of happiness) and the concepts involved in individualism versus collectivism, admitting only that. It defends, as a control parameter, not the formal law, but the natural law, which supports the idea that justice is effective with the observance of the natural right inherent to the individual, and not with the application of formal law, if with that conflict. State interference in the natural rights is repudiated, with only the power delegated to it by individuals, with due regard for state axioms. The state’s legitimacy, therefore, is limited to the defense of violations of the rights to life, freedom, property and the pursuit of happiness. It calls for more objective characteristics to the legal texts, so as not to harbor subjectivity in its interpretation and, consequently, in its application, ensuring to the individual fair judgments, in the most authentic sense of the word justice, which brings, in its essence, ethics and moral code. Finally, it is stated that the theory of unlimited positive law opens space for bad judgments, detaching itself, in most cases, from reality and representing a limitation to the individual, which is why it protests for the excellence of natural jurisdiction. . Keywords: Justice. Objectivism. Natural Rights versus Positive Law. Ayn Rand. Natural Jurisdiction. SUMÁRIO INTRODUÇÃO...........................................................................................................11 1. AYN RAND E SUA FILOSOFIA: OBJETIVISMO................................................15 1.1. Quem é Ayn Rand..........................................................................................15 1.2. Objetivismo.....................................................................................................19 1.2.1. Metafísica..............................................................................................30 1.2.2. Epistemologia........................................................................................34 1.2.3. Ética......................................................................................................39 1.2.3.1 Individualismo versus Coletivismo............................................41 1.2.3.2 Egoísmo versus Altruísmo........................................................45 1.2.4 Política..................................................................................................57 1.2.5 Estética.................................................................................................672. DIREITOS NATURAIS À LUZ DO OBJETIVISMO...............................................70 2.1. Direito versus Permissão..........................................................................75 2.2. Axioma da Não Agressão (ANA) ou Princípio da Não Agressão (PNA)...79 2.2.1. Uso Retaliativo da Força.............................................................83 2.3. Direito Natural...........................................................................................90 2.3.1. Direito Natural à Vida..................................................................90 2.3.2. Direito Natural à Liberdade.........................................................96 2.3.3. Direito Natural à Propriedade....................................................105 2.3.4. Direito Natural à Busca da Felicidade.......................................114 2.4. Direitos Naturais versus Direitos Fundamentais/Direitos Humanos.......122 3. O ESTADO SOB A INFLUÊNCIA DO OBJETIVISMO.......................................128 3.1. Legitimidade e Amplitude do Poder do Estado.......................................128 3.1.1. Robin Hood versus Ragnar Danneskjöld………………………..138 3.1.1.1. Imposto é roubo………………………………………….148 3.2. Axiomas do Estado Objetivista de Direito………………………………...159 3.2.1. Axioma metafísico: Lei da Identidade (A é A)…………………..163 3.2.1.1. Causalidade Natural versus Causalidade Jurídica......167 3.2.2. Axioma epistemológico: Verdade…………………...……….......172 3.2.3. Axioma ético: Certo…………………...…………………………...183 3.2.4. Axioma político: Direitos idênticos……………………………….187 3.3. Direito Objetivo……………………………………………………………….193 3.3.1. Direito Emergencial em caso de Guerra ou em Graves Crises Sistêmicas……………………………………………………………………………...….197 4. JURISDIÇÃO NATURAL: DIREITO NATURAL COMO PARÂMETRO DE CONTROLE DAS LEIS E DA CONSTITUIÇÃO………………………………………203 4.1. Julgamento Moral versus Julgamento Estatal…………………...…….…203 4.2. Inexistência de Desobediência Civil……….………………………………210 4.2.1. A Metáfora da Corrupção e a Churrasqueira…..……………….217 4.3. Diferença em relação a Ativismo Judicial…………………………………228 4.4. Jurisdição Natural versus Jurisdição Constitucional……………………..235 4.4.1. Direito Natural: Direito autônomo e fonte inviolável do Direito positivo?...................................................................................................................242 4.4.2. Critérios e parâmetros para a realização da Jurisdição Natural……………………………………………………………………………………...248 CONCLUSÃO……………………………………………..………………………………258 REFERÊNCIAS………………………………………………………………………...…261 ANEXOS….……………………………………………………………………………..…266
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