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1 SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO PARÁ – IFPA COORDENAÇÃO DO CURSO DE LICENCIATURA EM QUÍMICA DISCIPLINA: QUÍMICA INSTRUMENTAL DOCENTE: Msc. ROGILSON SILVA PORFIRIO DISCENTE: JORGE LUÍS LIMA DA COSTA MATRÍCULA: 20180864230 LUAN SOARES MATRÍCULA: 20180864260 IINGLEDES SILVA MATRÍCULA: 20180864225 TIAGO LOBATO MATRÍCULA: 20180864324 DANIELA CARVALHO MATRÍCULA: 20170864731 QUÍMICA INSTRUMENTAL Trabalho apresentado à disciplina Química Instrumental turma C863NB do curso de Licenciatura em química como requisito para obtenção de nota parcial do 2° bimestral. Professor (a): Prof. Rogilson Silva Porfirio BELÉM – PARÁ DEZEMBRO – 2022 2 1- ESPECTROFOTÔMETRO O termo espectroscopia (ou em alguns casos espectrofotometria) é a designação para toda técnica de levantamento de dados físico-químicos através da transmissão, absorção ou reflexão da energia radiante incidente em uma amostra. O resultado gráfico obtido, o sinal do detector uma função do comprimento de onda - ou mais comumente a frequência - é chamado espectro. Sua impressão gráfica pode ser chamada espectrograma ou, por comodidade, simplesmente espectro. A espectrofotometria é uma das técnicas analíticas mais utilizadas para determinações quantitativas de espécies químicas, devido à robustez, instrumentação relativamente simples e de baixo custo e ao grande número de aplicações desenvolvidas. Esta técnica se baseia na medida da absorção de radiação eletromagnética nas regiões visível e ultravioleta por espécies químicas (moléculas ou íons) em solução. Na análise quantitativa, a atenuação do feixe de radiação é, dentro de certos limites, proporcional à concentração da espécie química a ser determinada. As espécies químicas de interesse geralmente estão presentes em solução líquida, embora seja também possível medidas em fase sólida ou gasosa. Outros termos, como espectrometria de absorção molecular e espectrofotometria de absorção em solução tem sido também utilizados para designar esta técnica analítica. Originalmente o termo espectroscopia designava o estudo da interação entre radiação e matéria como uma função do comprimento de onda (λ). De fato, historicamente, espectroscopia referia-se a ao uso de luz visível dispersa de acordo com seu comprimento de onda, e.g. por um prisma. Figura 1. A) Esquema da dispersão da luz solar em um prisma e decomposição da luz em cores distintas e raias escuras (linhas espectrais). B) Gráfico da intensidade da radiação em função comprimento de onda – chamado de espectro. Fonte http://scope.pari.edu/ e http://www.pbs.org/wgbh/nova/teachers/activities/3113_origins_01.html http://scope.pari.edu/ http://www.pbs.org/wgbh/nova/teachers/activities/3113_origins_01.html 3 O fundamento da espectroscopia é a interação de uma radiação eletromagnética e a matéria constituinte da amostra. A energia incidente pode ser refletida, transmitida ou absorvida. Haverá interação não somente se houver ressonância entre dois entes: a onda eletromagnética e uma partícula (átomo, molécula ou íon) mas também se a energia for mais alta que a necessária para ocorrer uma transição eletrônica. As condições para que haja essa absorção são: i) A freqüência da onda incidente coincidir com uma freqüência natural de um tipo de oscilação do sistema; ii) Sejam respeitadas as regras de seleção quânticas atinentes ao sistema e à faixa de freqüências particular envolvida. São três os principais tipos de processo pelos quais a radiação interage com a amostra e é analisada: i) Espectroscopia de absorção - Correlaciona a quantidade da energia absorvida em função do comprimento de onda da radiação incidente. ii) Espectroscopia de emissão - Analisa a quantidade de energia emitida por uma amostra contra o comprimento de onda da radiação absorvida. Consiste fundamentalmente na re-emissão de energia previamente absorvida pela amostra iii) Espectroscopia de espalhamento (ou de dispersão)- Determina a quantidade da energia espalhada (dispersa) em função de parâmetros tais como o comprimento de onda, ângulo de incidência e o ângulo de polarização da radiação incidente. 2) INSTRUMENTAÇÃO Em geral, espectrômetros ou espectroscópios são equipamentos destinados à análise de radiação, mormente ondas eletromagnéticas (incluindo-se nestas a luz visível). Desta forma, servem para a análise físico- química cujo processo é chamado espectroscopia. Os espectrômetros compreendem uma fonte de energia radiante, um sistema colimador (fenda, lentes...), um local destinado à amostra, um sistema monocromador e um sistema detector. É comum ainda se confundirem estes termos com espectrofotômetro. Entretanto, ao termo espectrofotômetro reserva-se o sentido de ser um espectrômetro que utiliza radiação na zona da luz, ou seja, entre o infravermelho e o ultravioleta (inclusive). Neste sentido, existem espectrofotômetros UV-visível (ou apenas visível), de infravermelho e de fluorescência (ou fluorímetros). Nos equipamentos de espectroscopia basicamente são comuns os seguintes componentes: Fontes de radiação (ex. lâmpada UV, Fonte de IR, luz Síncrotron), 4 Colimadores, Recipientes para amostras, Monocromadores (prismas ou redes de difração), Detectores/Transdutores (ex: fotodiodo, fotomultiplicador, CCD), Processador, Saída (ex: monitor de computador). 2.1- O ESPECTROFOTÔMETRO UV-VÍSIVEL Os espectrofotômetros são instrumentos de análise que permitem: i) Selecionar o comprimento de onda ( , lâmbda) da radiação adequado à análise de um determinado componente ii) Medir a intensidade I do feixe emergente que corresponde a um determinado feixe incidente Io, convertendo o sinal recebido no detector em medida de absorbância (ou absorvância) para o comprimento de onda da análise. iii) Determinar a concentração de uma espécie em solução a partir do gráfico da variação de absorbância (ou transmitância) em função da concentração de várias soluções- padrão. Câmara de amostra Cubetas Cubetas com amostra Rede de difração Fenda Espectro Interface com computador 5 2.3- RESOLUÇÃO ESPECTRAL A resolução de um espectro pode ser definida como o quociente entre o valor de um dado comprimento de onda (ex. comprimento de onda médio, ), e a diferença entre os comprimentos de onda medidos antes e deposi do valor médio ( R Na figura abaixo vemos dois espectros com diferentes resoluções. Como o espectro da direita e menor a resolução R é maior e portanto é possível identificar algumas características espectrais (linhas espectrais) que não são evidentes no espectro de resolução menor. Absorbância Absorbância Comprimento de onda Ccccccccccc Em um espectro com grande cobertura espectral, se todas as medidas tiverem sido obtidas com o mesmo espaçamento entre comprimentos de onda, iremos ter nas extremidades do espectro duas resoluções bem distintas. Nesse casão a resolução maior será na parte dos comprimentos de onda mais longos. Para a maioria das análises espectroscópicas, é necessária radiação constituída de um grupo estreito de comprimentos de onda, limitado e contínuo chamado banda. Banda efetiva: é a largura da banda da radiação transmitida em unidades de comprimento de onda em torno da meia altura. Uma largura de uma banda estreita aumenta a sensibilidade de mediadas de absorbância e pode fornecer seletividade. É freqüentemente um requisito, do ponto de vista da obtenção de umarelação linear entre o sinal óptico e a concentração, pois quanto maior a concentração maior acuracia. Comprimento de onda Comprimento de Onda 6 2.4- SENSIBILIDADE É a capacidade do instrumento de detectar (ou medir) uma quantidade mínima de amostra. Na figura abaixo podemos um exemplo de espectros de absorção de soluções com diferentes concentrações de um composto. Dependendo da sensibilidade da sensibilidade do equipamento este consegue “medir” mais ou menos moléculas do soluto na solução (ou da própria amostra). M1 M2 M3 M4 M5 Lei de Lambert-Beer Lei de Lambert-Beer A lei de Lambert-Beer (tambem conhecida como lei de Beer-lambert, Lei de Beer ou ainda lei de Beer– Lambert–Bouguer) relaciona a absorção da luz (radiação eletromagnética em geral) com as propriedades do material pela qual a luz esta passando. Essa lei diz que existe uma dependência logarítmica entre a transmissão (ou transmissividade), T, da , a distancia que aluz através de uma substancia e o produto da entre o coeficiente de absorção da substancia, luz percorre dentro de substancia (caminho percorrido), l. O coeficiente de absorção pode ser escrito como um produto entre uma grandeza chamada de absortividade molar dos absorvedores, ε, e a concentração, c. A absortividade molar esta associado com transições eletrônicas, rotacionais ou vibracionais de cada espécie considerada podendo ser considerada como uma “impressão digital” de cada espécie química. O coeficiente de absorção pode ser definido também como um produto entro uma seção de choque de absorção, σ, e a densidade numérica N de absorvedores. Para líquidos, estas relações podem são mais comumente escritas como Absorbância Comprimento de Onda Número de moléculas do soluto na solução M1 > M2>M3 > M4 > M5 7 Enquanto que para gases e sólidos, e em particular, para estudos físicos, físicos-quimicos e espectroscópicos elas também podem ser escritas como Onde I0 e I são a intensidade da radiação incidente e transmitida, respectivamente. Σ é a seção de choque de absorção da lus por uma única partícula (ou molécula) e N é a densidade numérica (partículas por unidade de volume) de absorvedores. A diferença entre a utilização de base 10 ou base e (no logaritmo) é puramente convencional, exigindo a multiplicação de uma constante pare converter uma na outra. A figura abaixo mostra ilustra as variáveis no calculo da lei de Lambert-Beer para amostras liquidas dentro de cubetas especiais para medições espectroscópicas. A transmissão (ou transmissividade) pode ser expressa em termos da absorbância que para líquidos é definida como: = - log10 T enquanto para gases ou sólidos é usualmente definida como: = - ln T Isto implica que a absorbância varia linearmente com a concentração da amostra (ou densidade numérica de absorvedores) de acordo com as relações Lei de Beer sua forma mais usual e Para cada um dos casos, respectivamente. Dessa forma, se o comprimento l e a absortividade molar ε (ou a seção de choque de absorção, σ) são conhecidos e a absorbância é medida e, conseqüentemente, a concentração da substancia, c, (ou o número de absorvedores, N) pode ser deduzido. Na figura abaixo temos um exemplo de um gráfico A versus l x c obtido em um certo comprimento de onda. O ajuste linear aos pontos experimentais nesse tipo de gráfico nos da diretamente o valor da absortividade molar ε no comprimento de onda estudado. Cubeta Feixe transmitido 8 Unidades Para cada um dos casos, respectivamente. Dessa forma, se o comprimento l e a absortividade molar ε (ou a seção de choque de absorção, σ) são conhecidos e a absorbância é medida e, conseqüentemente, a concentração da substancia, c, (ou o número de absorvedores, N) pode ser deduzido. Na figura abaixo temos um exemplo de um gráfico A versus l x c obtido em um certo comprimento de onda. O ajuste linear aos pontos experimentais nesse tipo de gráfico nos da diretamente o valor da absortividade molar ε no comprimento de onda estudado. Unidades Se a concentração, c, é expressa em termos da fração molar, i.e., um fração dimensional, a absortividade molar, ε, assume a mesma dimensão do coeficiente de absorção, ou seja, 1/m. Entretanto, se a concentração for expressa em moles por unidade de volume, a absortividade molar ε, será expressa por cm-1 L mol-1 ou m2/mol (no sistema internacional). De forma sintética podemos escrever as equações anteriores para transmitância e absorbância como: e RELACIONANDO ABSORBÂNCIA COM A TRANSMITÂNCIA. As equações a seguir mostram como relacionar Absorbância com a Transmitância: A = log10 1 / T A =log10 100 / l c (cm mg/L) 9 T(%) A = 2 - log10 T(%) 2- ABSORÇÃO ATOMICA (ASS) O princípio fundamental da espectrometria de absorção atômica envolve a medida da absorção da intensidade da radiação eletromagnética, proveniente de uma fonte de radiação primária, por átomos gasosos no estado fundamental. A espectrometria de absorção atômica (AAS - do inglês Atomic Absorption Spectrometry) utiliza esse fenômeno para a determinação quantitativa de elementos (metais, semimetais e alguns não metais) em uma ampla variedade de amostras, tais como, materiais biológicos (tecidos e fluídos), ambientais (águas, solos, sedimentos e plantas), alimentos, geológicos, tecnológicos, etc. Os dois tipos de atomizadores mais usados em AAS são a chama e o forno de grafite. A espectrometria de absorção atômica com chama (FAAS - do inglês Flame Atomic Absorption Spectrometry) é a técnica mais utilizada para análises elementares em níveis de mg/L, enquanto que a espectrometria de absorção atômica com atomização eletrotérmica em forno de grafite (ETAAS - do inglês Electrothermal Atomic Absorption Spectrometry) é utilizada para determinações de baixas concentrações (µg/L). O objetivo dessa pesquisa é fornecer as informações básicas sobre a técnica de espectrometria de absorção atômica, enfocando os conceitos fundamentais e algumas aplicações envolvendo a atomização por chama, geração de hidretos, geração de vapor a frio e atomização eletrotérmica. Na literatura podem ser encontrados livros específicos de espectrometria de absorção atômica enfocando aspectos teóricos e práticos. 2. ASPECTOS TEÓRICOS DA EMISSÃO E ABSORÇÃO DE LUZ Considere-se, inicialmente, um átomo de um elemento químico qualquer no estado fundamental, ou seja, com todos seus elétrons no estado de menor energia. Seja Eo a representação do menor nível de energia de um átomo qualquer, e E1 um nível de energia mais elevado ou excitado (Figura 1). Quando esse átomo absorve um quantum de energia radiante, passando do estado Eo para E1, essa quantidade de energia ( E) pode ser determinada pela equação (1): E = E1 - Eo = h = hc/ ...................(1) onde: E = variação de energia do estado menos energético, ou seja, o átomo no seu estado fundamental (Eo) para um estado mais energético (E1) c = velocidade da luz no vácuo = 3,0 x 108 m s-1 10 h = constante de Planck = 6,6 x 10-34 J s = frequência = comprimento de ondaFigura 1: Transições eletrônicas em átomo gasoso: de 0 a 1 (excitação) e de 1 a 0 (emissão) Após absorver a radiação, o átomo sofre relaxação e o elétron volta ao nível de energia mais estável (10-9 a 10-7 s), liberando a energia adquirida nas formas de luz ou calor (E). Considerando- se M um átomo gasoso neutro no estado fundamental e M* um átomo no estado excitado, o processo de absorção de energia pode ser representado por M + energia M* e a emissão de radiação pelo átomo excitado por M* M + h Deve-se destacar que, na espectrometria de absorção atômica, a energia absorvida pelo átomo gasoso no estado fundamental é proveniente de uma fonte de radiação eletromagnética apropriada, ou M + h M*. Em espectrometria de absorção atômica, a maioria dos sistemas de atomização utiliza energia térmica para os processos de atomização, ou seja, para a produção de átomos gasosos no estado fundamental. Ver-se-á mais adiante que o sistema de detecção de um espectrômetro de absorção atômica é projetado para detectar somente a intensidade da radiação, associada ao comprimento de onda característico do analito, proveniente da fonte de radiação. Os átomos excitados no atomizador retornam ao estado fundamental emitindo o mesmo comprimento de onda que é emitido pela fonte de radiação, mas um artifício eletrônico, denominado de modulação, permite que o detector detecte, idealmente, somente a radiação proveniente da fonte de radiação. 2 Elétron no estado excitado 1 + energia Emissão de radiação UV ou visível com 10 E1 - E0 = E10 = h10 = hc/10 0 Elétron no estado fundamental Energia 11 Por outro lado, deve-se observar que na espectrometria de emissão atômica, também denominada espectrometria de emissão ótica, a energia térmica é usada tanto para os processos de atomização, como para a excitação dos átomos gasosos. Por exemplo, quando sal de cozinha cai sobre a chama do fogão, os íons sódio são convertidos a átomos no estado fundamental, que também absorvem energia térmica da chama. Ocorre excitação eletrônica e os elétrons adquirem um estado de instabilidade, retornando ao estado fundamental (i.e. à estabilidade) liberando a energia térmica absorvida na forma de energia luminosa. A chama amarela relaciona-se àquelas emissões na região visível do espectro eletromagnético, possíveis de serem vistas pelos olhos humanos. Este processo é explorado nos fotômetros de chama para determinação quantitativa de sódio, e a técnica analítica é denominada espectrometria de emissão atômica. A combinação das leis Leis de Beer e Lambert possui um significado de extrema importância para AAS, pois permite relacionar a concentração de átomos no estado fundamental com a absorção de radiação eletromagnética monocromática. De uma forma resumida tem-se: A = log10 Io/It = a b C ................................. (3) onde: A = absorbância Io = intensidade da radiação incidente emitida pela fonte de luz It = intensidade da radiação transmitida (não absorvida) a = coeficiente de absorção do meio ou absortividade b = espessura do volume de observação ou volume de absorção C = concentração de átomos no estado fundamental No entanto, deve-se ressaltar que esta relação não é sempre obedecida, particularmente para chamas e atomizadores eletrotérmicos. Existem várias situações em que a sensibilidade é maior com queimadores com fendas de 50 mm, comparativamente aos queimadores com fendas de 100 mm, particularmente para elementos atomizados com chama óxido nitroso-acetileno. Mesmo com fornos de grafite a Lei de Beer é limitada, porque a nuvem atômica não permanece estável dentro do tubo, face à difusão dos átomos do analito através do tubo, por exemplo. A Lei de Beer é particularmente bem obedecida com atomizadores empregados para determinação de mercúrio. De qualquer forma, emprega-se a expressão simplificada (4), dentro de faixas de concentração limitadas A = log10 Io/It = k C…........................... (4) É conveniente observar que a absorbância é adimensional, mas, é muito comum os cientistas usarem a expressão “unidades de absorbância”. 12 3. O ESPECTRÔMETRO DE ABSORÇÃO ATÔMICA O espectrômetro de absorção atômica é um equipamento que permite a análise quantitativa de elementos metálicos em soluções líquidas, gasosas e sólidas. Os componentes básicos de um espectrômetro incluem fonte de radiação, sistema de atomização, conjunto monocromador, detector e processador (Figura 3). Nos equipamentos mais antigos utilizam-se moduladores mecânicos (chopper) e nos mais modernos a modulação é feita eletrônica ou mecanicamente. A atomização pode ser feita em chama, em tubo aquecido acoplado a gerador de hidretos, através da geração de vapor a frio, e eletrotermicamente em forno de grafite, ou outros sistemas alternativos (Tabelas 2 e 3). Figura 3. Diagrama de blocos de um espectrômetro de absorção atômica. Tabela 2. Atomizadores e temperaturas de atomização mais comuns em AAS Atomização com Chama C2H2 – ar (2250 °C) C2H2 – N2O (2850° C) Atomização electrotérmica Forno de grafite (1400 a 2600 °C) Superfícies metálicas (1400 a 3000 °C) Geração de hidretos Com chama (1000 a 1400 °C) Com forno (800 a 1000 °C) Geração de mercúrio A frio (redução a Hg°, temperatura ambiente) Fonte de radiação h Io Sistema de atomização M + h M* It Conjunto monocromador Amostra com teor C do analito M Detector (transdutor) Log10 Io/It = kC ou A = kC 13 A quente (800 a 1000 °C, análise de sólidos) Tabela 3. Exemplos de faixas ótimas de concentração para diferentes atomizadores e consumo de amostra por determinação. Atomização com Chama ( 0,5 - 1 ml) 0,01 – 2.00 mg l-1 Zn 5 – 500 mg l-1 Si Atomização em forno de grafite a partir de soluções ou suspensões (10 - 20 l) 0,10 – 1,00 g l –1 Cd ( 1- 100 pg Cd) 100 – 5000 g l –1 B Geração de hidretos com FIA (1 ml) 0,50 – 10,0 g l –1 As (como As3+) 0,50 – 10,0 g l –1 Se (como Se4+) Geração de mercúrio a frio (0,5 - 1 ml) 0,5 – 20,0 g l –1 Hg 5 - 200 ng l-1 Hg (espectrômetros dedicados c/ ótica especial) Geração de mercúrio a quente (2 a 60 mg de amostra) 5 – 50 µg kg-1 FONTES DE RADIAÇÃO As três principais fontes de radiação nas quais se promove a excitação de elementos capazes de emitir radiação nas regiões visível e ultravioleta do espectro eletromagnético são as seguintes: lâmpada de catodo oco (HCL - do inglês Hallow Cathode Lamp), fontes de espectros contínuos e lâmpadas de descarga sem eletrodos (EDL - do inglês Electrodeless Discharge Lamp). As lâmpadas de catodo oco são construídas em um tubo de vidro preenchido com gás inerte, onde em uma das extremidades posicionam-se os eletrodos, sendo um cátodo confeccionado com o próprio elemento metálico de interesse, ou revestido pelo elemento de interesse, e um ânodo constituído por um bastão de zircônio ou tungstênio; a outra extremidade é selada com uma janela transparente ao comprimento de onda de interesse, sendo geralmente quartzo (Figura 4). O funcionamento básico de uma HCL consiste na aplicação de uma diferença de potencial entre o cátodo e o ânodo, promovendo-se uma descarga dentro de um recipiente lacrado, contendo um gás nobre (neônio ou argônio) à baixa pressão (1 a 4 mm Hg). A tensão aplicada varia entre 150 e 400 volts, provocando-se a ionização do gás de enchimento. Os íons (cátions) formados são atraídos e acelerados em direção ao catodo (negativo), colidindo violentamente com as paredes internas da cavidade do mesmo, arrancando átomos que ficam no estado vapor, e confinados no interior do catodo oco. Esses átomos sofrem colisôes com os íons do gás de enchimento(Ar+ ou Ne+), recebendo energia suficiente para que ocorram transições eletrônicas, num processo 14 (g) l (M) u (M) denominado de excitação. O átomo no estado excitado é instável, e readquire sua estabilidade quando volta ao estado fundamental, emitindo a energia armazenada na forma de radiação eletromagnética, cujo(s) comprimento(s) de onda é (são) característico (s) do elemento que constitui o catodo. Resumo dos processos em lâmpada de cátodo oco com Ne como gás de enchimento: 1. Ionização : Ne Ne+ + e- 2. Ablação (“sputtering”): M(s) + Ecin(Ne+) M(g) 3. Excitação : M(g) + Ecin(Ne+) M * ou ( E + energia E ) 4. Emissão h1 M(g) (g) + h2 hn O catodo é, geralmente, constituído do elemento de interesse da análise. Nem sempre é possível construir o catodo apenas desse elemento, pois em muitos casos um metal é quebradiço ou possui pressão de vapor relativamente alta. Figura 4. Esquema de uma lâmpada de catodo oco (cortesia Varian). Nesses casos, utilizam-se os processos de sinterização ou ligas, ou ainda a mistura de pequenas quantidades do metal de interesse a óxidos do próprio metal. O gás de enchimento mais freqüentemente utilizado é o neônio, sendo substituído por argônio apenas nos casos em que ocorre coincidência entre o espectro do neônio com as linhas de ressonância do metal M * Contatos para o código do elemento Invólucro de Pyrex Catodo Isolante Janela de quartzo Anodo Contatos elétricos Getter 15 ATOMIZAÇÃO COM CHAMA O atomizador é uma parte importantíssima da AAS, pois neste dispositivo serão gerados os átomos gasosos no estado fundamental, que absorverão a radiação de comprimento de onda característico proveniente da fonte de radiação, e, conseqüentemente, ser determinada a concentração do elemento de interesse. Com um nebulizador pneumático, operando pela ação de fluxo de gás comprimido, a solução da amostra é aspirada do seu recipiente e nebulizada na forma de um aerossol (gotículas dispersas em gás) em uma câmara de nebulização. Com nebulizadores pneumáticos a taxa de aspiração da solução da amostra varia de 4 a 7 ml.min-1, mas somente 5 a 10% da amostra é introduzida na chama, e orestante é descartado. A evaporação do solvente das gotículas na chama é denominada dessolvatação, produzindo um aerossol seco (suspensão de partículas sólidas ou fundidas do soluto). Sob elevadas temperaturas no ambiente da chama, segue-se a volatilização destas partículas.Em espectrometria de absorção atômica com chama, a atomização, isto é, a conversão da espécie volatilizada em átomos livres, deverá ser a maior possível para a obtenção do máximo sinal. Em qualquer um dos casos a função do nebulizador é formar um aerossol da solução aquosa que se deseja analisar. Esse aerossol é constituído por pequenas gotículas que entram numa câmara de nebulização, e chegam ao queimador arrastado pelos gases combustível e oxidante. O nebulizador normalmente é constituído em aço inoxidável, ou material inerte, e o queimador em titânio para resistir às elevadas temperaturas. A parte interna da câmara de nebulização deve ser de um material inerte à corrosão, podendo ser metálico ou plástico. A Figura 5 mostra um esquema de um espectrômetro de absorção atômica com chama e seus principais componentes, a vista explodida de um conjunto nebulizador/queimador comercial. Figura 5. Esquema de espectrômetro de absorção atômica com chama detector 0,345 Fonte de radiação amost ra Conjunto monocromador 16 A chama tem a finalidade de transformar íons e moléculas em átomos no estado fundamental. O tipo de chama mais utilizado em AAS é a mistura ar/acetileno, numa proporção relativamente elevada de oxidante em relação ao combustível (chama azul). As mudanças na proporção oxidante/combustível podem alterar os equilíbrios, melhorando significativamente a eficiência de atomização. A chama redutora (amarela) é obtida aumentando-se a quantidade de acetileno em relação ao ar, promovendo um aumento da pressão parcial de uma série de produtos da combustão (por exemplo CO), facilitando a atomização de elementos com tendências a formação de óxidos refratários. Por outro lado, a chama oxidante (azul clara) é obtida diminuindo a quantidade de acetileno em relação ao ar, favorecendo aqueles elementos cuja eficiência de atomização se dá via formação de óxidos. ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA COM PLASMA (ICPOES) É uma prática de analise química instrumental multi elementar que permite a determinação de vários elementos químicos, tais como metais, semimetais e terras raras. Essa técnica se baseia na detecção da radiação eletromagnética das regiões visível e ultravioleta do espectro eletromagnético de átomos e íons excitados. A amostra líquida é convertida pelo nebulizador em neblina, a qual é inserida no do centro do plasma, tendo o plasma a função de solvatar, vaporizar, atomizar, ionizar e excitar. O aerossol resultante da conversão é direcionado para tocha, assim, o plasma é produzido na tocha. A quantificação dos elementos é causa da pela radiação característica de cada elemento,e essa radiação é induzida pelo plasma,tal como visto na figura a baixo. Espectrômetro: Instrumento de emissão óptica com plasma 17 Detecção elementar simultânea de elementos Para que ocorra essa radiação, é necessário bastante energia com intuito de excitar osátomos ou íons. Essa fonte de energia é oriunda por meio de um plasma indutivo, o qualdeve ser de argônio o gás responsável por isso, chegando a uma temperatura de 10.000ºK. Componentes do ICPOES: Sistemas de inserção da amostra Plasma com acoplamento indutivo Gerador de rádio freqüência Espectrômetro O espectrômetro, como visto no sistema acima, quantifica a radiação liberada por cadaelétron ao retornar ao estado inicial. Para essa análise, a cor da tocha é essencial, no qualo gás se transforma em plasma na tocha, sendo esta formada por três tubos concêntricos de quartzo. O gás é inserido na mangueira externa que tem a função de isolar termicamente o sistema.O argônio é inserido para resfriar o plasma,enquanto a mangueira Sistema de emissão óptica com plasma Sistema de emissão óptica com plasma Sistema de emissão óptica com plasma 18 interna tem a função de receber a amostra. O plasma contém as seguintes regiões: IR: Região de indução; PHZ: Região de pré-aquecimento; IRZ: Região inicial de radiação; NAZ: Região analítica; “Tailplume”: região de menor temperatura ( 60000C) Regiões do plasma CROMATOGRAFIA A Cromatografia é uma técnica de identificação eseparação de misturas de natureza quantitativa,aqual é bastante utilizada em laboratórios, principalmente quando a concentração da mistura é bem baixa. Essa técnica se fundamenta na passagem da fase móvel para a estacionária. Dessa maneira, a cromatografia é dividida em duas fases, a fase móvel e a estacionária.A primeira consiste em utilizar o movimento dos componentes em meio líquido ou gasosoa través do solvente fluido. A fase segunda se trata de compostos sólidos ou líquidos quesefixam em outro material. A cromatografia possui vários tipos que são organizados de acordo com a forma física do sistema e da fase,os quais as físicas são Cromatografia em coluna,Cromatografia planar,Cromatografia em papel,Cromatografia em camada delgada;e as de fase são cromatografia gasosa e cromatografia líquida. 19 19 A CROMATOGRAFIA GASOSA A cromatografia gasosa tem como objetivo separar os componentes de uma substância volátil ou semi volátil por meio de uma fase móvel e outraestacionária.Nessa fase móvel,é utilizado um gás inerte que tem a função de carregar a amostra, sendo o nitrogênio, o hélio e o argônio os gases mais utilizados para fazer esse processo. Já na fase estacionária, é empregado um adsorvente sólidoou um líquido. Sistema de cromatografia gasosa A separação na cromatografia gasosa ocorre por diferença de ponto de ebulição em contato com a fase estacionária na coluna. Os diversos componentes são separados dentro da coluna quando arrastados pelo gás, no qual esses componentes são discriminados entre duas fases,a móvel e a estacionária. Aplicações da cromatografia gasosa Controle de poluição ambiental (ar, água e solos); Análise de matérias primas, em processo ou finalizados; Constituintes em alimentos para identificar adulterações, contaminações e outros; Controle terapêutico em algumas drogas ou em caso de intoxicação CROMATOGRAFIA LÍQUIDA; A Cromatografia alíquida é mais adequada para misturas líquidas contendo íons,macromoléculas, constituintes termolábeis... baseadas em interações físico-químicas. A amostra é colocada na coluna por meio de uma micro-seringa ou uma válvula de injeção,distribuída na parte superior dacoluna. A amostra passa pela coluna transporta da pela Fase móvel (solvente) a qual terá a ajuda da gravidade,chamada de cromatografia de 20 20 baixa pressão (LPLC) ou a ajuda de uma bomba, denominada de cromatografia de alta pressão (HPLC). A cromatografia de baixa pressão é comumente utilizada para purificar insumos farmacêuticos e purifica rmoléculas pequenas.O solvente passa por um injetor que o leva até a coluna, cujos componentes são separados à medida que atravessam a coluna e atingem o detector, cada componente chega com uma velocidade diferente. Na cromatografia de alta pressão, a coluna é preenchida com um sólido adsorvente, peloqual a mistura que está no solvente pressurizado é bombardeada, essa fase é chamada de fase móvel porque o solventes se movimenta durante o processo pela coluna, a qual contém material de retenção – fase estacionária - cromatográfica para fazer a devida separação.Assim, os componentes reagem de forma diferente com o material adsorvente, fluindo cada componente com certa velocidade. Esse solvente empregado pode ser água,acetonitrila ou metanol. Neste processo,os componentes percorremcom velocidades diferentes e são identificados na saída da coluna de HPLC pelo detector. Os detectores mais utilizadospara fazerem essa observação são fotométricos (VU), de fluorescência – sensíveis aespécies que fluorescem - e os de índice de refracção. Ademais, os detectores montam o cromatograma de acordo com o sinal elétrico gerado, identificando a concentração dos componentes da amostra, bem como sua quantidade. Cromatógrafo Sistema de cromatografia líquida 21 21 Aplicações da cromatografia líquida Áreas da bioquímica; Química analítica; Farmacêutica; Forense; Pesquisa de alimentos; REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA CIENFUEGOS, F.; VAITSMAN, D. S. Análise instrumental. Rio de Janeiro: Interciência, 2000. COLLINS, C. H.; BRAGA, G. L.; BONATO, P. S. (Org.). Fundamentos de cromatografia. Campinas: Ed. da Unicamp, 2006. HAGE, D. S.; CARR, J. D. Química analítica e análise quantitativa. São Paulo: Pearson, 2012. HARRIS, DANIEL C.; Análise Química Quantitativa; tradução Carlos Alberto Riehl...[et al.].5.ed. LTC Editora, Rio de Janeiro:1999. cp.19,20,21. JENNISS, S.W.; KATZ, S.A.; LYNCH, R.W., Applications of Atomic Spectrometry to Regulatory Compliance Monitoring, 2a ed., Wiley-VCH, New York, 1997. JONES, LORETTA; ATKINS, PETER. Princípios de Química - Questionando a Vida Moderna e o Meio Ambiente - 3 ª Ed-Porto Alegre:Bookman, 2006. 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O ESPECTRÔMETRO DE ABSORÇÃO ATÔMICA Atomização com Chama Atomização electrotérmica Geração de hidretos Geração de mercúrio Atomização com Chama ( 0,5 - 1 ml) Atomização em forno de grafite a partir de soluções ou suspensões (10 - 20 l) Geração de hidretos com FIA (1 ml) Geração de mercúrio a frio (0,5 - 1 ml) Geração de mercúrio a quente (2 a 60 mg de amostra) FONTES DE RADIAÇÃO 4. Emissão ATOMIZAÇÃO COM CHAMA ESPECTROMETRIA DE EMISSÃO ÓPTICA COM PLASMA (ICPOES) CROMATOGRAFIA
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