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Dermatoses Eritematoescamosas

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Dermatologia – 6º período Edith Carvalho 
Dermatoses Eritematoescamosas 
CASO CLÍNICO: 
Paciente, 30 anos, apresentando episódios recorrentes de 
lesões na face e dorso, pruriginosas, com episódios de 
melhora e recorrência. Relata uso de neomicina com 
melhora do quadro. Relaciona piora com quadro de 
ansiedade. 
HPP: obesidade em reeducação alimentar 
HSOCIAL: mototaxista 
DERMATITE SEBORREICA (ECZEMA SEBORREICO) 
CONCEITO: 
Dermatite crônica de caráter constitucional, associando 
elementos fisiopatológicos de hiperproliferação epidérmica 
a eventual participação do Malassezia spp. (em adultos) e 
Candida albicans (em crianças). 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Maior incidência entre 18 e 40 anos 
 Lactentes → devido a andrógenos maternos que 
estimulam as glândulas sebáceas 
 Fundo imunológico e familiar 
FISIOPATOLOGIA: 
Variação funcional das glândulas sebáceas ocorrendo a 
multiplicação celular acelerada com a presença de células 
nucleadas na camada córnea. 
CLÍNICA: 
As lesões são maculopapulosas, eritematosas ou 
amareladas, sem brilho, delimitadas e recobertas por 
escamas de aspecto gorduroso, que se distribuem pela 
áreas seborreicas (couro cabeludo, face, regiões pré-
esternal, interescapular, flexuras axilares e anogenitais). 
O prurido, quando presente, é discreto, à exceção das 
lesões no couro cabeludo. 
Formação de coroa seborreica → quando há transgressão 
da orla do couro cabeludo 
 
Apresentação muito gordurosa e espessa das escamas que 
aderem ao pelo → pseudotínea amiantácea 
 
DERMATITE SEBORREICA DO LACTENTE: 
 Crosta láctea → escamas gordurosas e aderentes 
sob base eritematosa 
 Eritema ruborizado → infecção superposta 
 Lesões eritemato descamativas na face, tronco, 
dobras e área de fralda 
 Prurido discreto e curso crônico 
DERMATITE SEBORREICA DO ADULTO: 
 Lesões eritemato escamosas 
 Couro cabeludo, face, sulco nasogeniano, glabela, 
retroauricular, pubiana e axilar 
 Dermatite mediatorácica de Brocq → lesões 
figuradas 
 Pseudotínea amiantácea → escamas aderentes e 
espessas no couro cabeludo 
 Blefarite e eczema do conduto auditivo 
DIAGNÓSTICO: 
 Clínico 
 Histopatologia – paraceratose, acantose e 
espongiose, exocitose, infiltrado mononuclearna 
derme 
 Solicitar sorologias para HIV1/2 e para HTLV-1 
DIAGNÓSTICO DIFERENCIAL: 
 Psoríase 
 Pitiriase rósea 
 Dermatite atópica 
 Candidose e dermatofitoses 
 Doença de letterer – Siwe – histiocitose 
 Dermatite infectiva – HTLV-1 
 Síndrome de Leiner 
TRATAMENTO: 
 Couro cabeludo → remover escamas com óleo 
mineral aquecido 
 Limpar com solução de Burrow ou permanganato 
ou água boricada 
 Corticóide de baixa ou média potência → 
Predinisona 0,5 a 1 mg 
 Associações com antibacterianos e antifúngicos 
em casos especiais 
 Leiner → internação, antibioticoterapia, 
fototerapia em doses suberitematosas, 
Dermatologia – 6º período Edith Carvalho 
corticoterapia tópica e manutenção do estado 
geral. 
 Blefarites → pomadas oftalmológicas com 
hidrocortisona e antibiótico 
 Fototerapia 
 Análogos da vitamina D3 → calcipotriol e calcitriol 
(em casos resistentes) 
 Formas disseminadas → Predinisona 0,5 a 1 
mg/kg/dia 
 Tetraciclina 1g/dia por 10 dias e depois 500mg/dia 
por 20 dias 
 Isotretinoína → casos resistentes 
 
Paciente, 45 anos, masculino, refere aparecimento há 
vários meses de lesões descamativas, pruriginosas nos 
cotovelos, joelhos e tronco. Faz uso de dexametasona 
tópica com pouca resposta. Relata ainda edema e dor em 
articulações interfalangianas dos dedos das mãos. 
HPP: diabético, HAS em uso de losartana, quadro 
psiquiátrico em uso de lítio 
HSOCIAL: professor 
 
PSORÍASE 
CONCEITO: Doença imunoinflamatória, cutâneo-articular, 
crônica e recorrente que se caracteriza por hiperplasia 
epidérmica, ciclo evolutivo acelerado dos queratinócitos e 
ativação imune inapropriada. 
EPIDEMIOLOGIA: 
 Prevalência no Brasil → 1,31%; sendo 1,15% em 
mulheres e 1,47% em homens. 
 Entre 30-60 anos 
 Predisposição genética → associação de HLA B13, 
BL 17, BL 37, DR 7 
 Psoríase artropática → B 27 
FISIOPATOGENIA: 
Na psoríase, há a aceleração do ciclo germinativo 
epidérmico, aumento das células em proliferação, com 
marcado encurtamento do tempo da renovação celular na 
epiderme das lesões. 
No desencadeamento ou na manutenção de uma placa de 
psoríase, participam principalmente as células dendríticas, 
as células T, os queratinócitos e os neutrófilos. As células 
dendríticas mieloides são ativadas pela ação de 
interleucinas ou de células dendríticas plasmocitoides. As 
células dendríticas ativadas liberam IL-12 que ativam as 
células T e essas entram em proliferação clonal, produzindo 
citocinas Th1, enquanto IL-23 é responsável pela ativação 
de Th17 que em proliferação liberaria IL-22. Essas citocinas 
atuam sobre os queratinócitos e neutrófilos e promovem as 
alterações observadas na lesão de psoríase. 
COMORBIDADES: 
 HAS 
 Obesidade 
 Dislipidemia 
 Depressão 
 Enxaqueca 
 Ansiedade 
 Doença hepática gordurosa não alcoólica 
 Diabetes mellitus 
 Insuficiência coronariana 
 Doença inflamatória intestinal 
CLÍNICA: 
Lesões eritematoescamosas, em placas, de limites bem 
precisos e, por vezes, circundadas por halo periférico claro 
(halo de Worono); escamas argênticas. 
 
 
PSORÍASE EM PLACAS (VULGAR) 
Placas eritematosas infiltradas com escamas secas, 
prateadas, aderentes, estratificadas, bem delimitadas e 
simétricas. 
Dermatologia – 6º período Edith Carvalho 
ÁREAS: cotovelos, joelhos, couro cabeludo, região dorsal, 
genitais, lábios, unhas 
 
PSORÍASE UNGUEAL 
As unhas são comprometidas em 35 – 50% dos pacientes 
As lesões podem ocorrer por dano na matriz ou por 
comprometimento do leito ungueal 
Dano na matriz ungueal → provoca depressões 
cupuliformes ou puntiformes (pittings ungueais) ou unha 
em dedal; leuconiquia (manchas brancas na lâmina 
ungueal) ou “esfarelamento” da unha. 
Dano no leito → há onicólise, onicorrexe, ceratose 
subungueal, hemorragia em estilha e a mancha de 
óleo/salmão 
 
PSORÍASE GUTATA 
Tem início abrupto, com lesões pequenas e arredondadas, 
predominantemente no tronco. 
Ocorre 2 a 3 semanas após estreptococcia do trato 
respiratório superior, em adultos jovens e crianças. 
Pode involuir ou persistir. 
 
PSORÍASE INVERTIDA 
É quando as lesões se situam nas áreas de flexura. 
 
PSORÍASE ERITRODÉRMICA 
É quando mais de 80% do tegumento está comprometido, 
podendo ocorrer alterações gerais na termorregulação, na 
hemodinâmica, nos equilíbrios hidroeletrolítico e proteico. 
 
PSORÍASE PUSTULOSA LOCALIZADA 
 Caracteriza-se por pústulas estéreis 
CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS: 
 Sintomas sistêmicos como febre e fadiga 
 Flushing extenso acompanhado de pústulas 
estéreis que podem confluir para lago de pus 
 Presença de pústulas espongiformes de Kogoj 
 Recorrências repetidas dos achados clínicos e 
histopatológicos 
FATORES DESENCADEANTES: 
 Medicamentos → lítio, indometacina, beta 
bloqueadores, cloroquina, salicilatos e uso e 
descontinuação de corticoides orais 
 Infecções 
 Cirurgias 
 Queimaduras 
 Irritantes locais 
 
PSORÍASE NA INFÂNCIA 
 Um terço dos casos de psoríase iniciam na infância 
 São mais frequentes o acometimento da face e 
flexuras 
 Placas menores e mais finas 
 Área de fralda e o umbigo são os locais mais 
comumente envolvidos nos lactentes, enquanto o 
acometimento da face e ungueal ocorre mais em 
crianças maiores. 
 Oligoartrite assimétrica, especialmente nos joelhos 
e dactilite nas articulações interfalangianas 
PSORÍASE PALMO PLANTAR 
 Refratária a tratamento 
Dermatologia – 6º período Edith Carvalho 
 Bem delimitadas, simétricas com hiperceratose 
com ou sem fissuras 
 Ceratodérmica 
 
PSORÍASE NO IDOSO 
 Lesões discretas eritematosas e descamativas 
Membros inferiores 
 Prurido importante 
 Diferencial com dermatite asteatósica 
 Associada a lesões no couro cabeludo 
ARTRITE PSORIÁSICA 
Doença inflamatória crônica sistêmica, associada à psoríase 
cutânea, que acomete até 3% da população e até 44% dos 
pacientes com psoríase, sem distinção de gênero. 
Artrite, entesite e/ou dactilite, bem como envolvimento 
axial 
Oligo ou monoartrite assimétrica de mãos e pés 
Espondiloartropatias soronegativas → as manifestações 
cutâneas precedem o quadro, mas podem ser 
concomitantes ou aparecer depois 
Fatores ambientais: HIV; HCV 
MONO OU OLIGOARTICULAR ASSIMÉTRICA: 
 Apresentação mais comum 
 Interfalangeanas proximais e distais 
 Bom prognóstico 
SIMÉTRICA: 
 Poliarticular simétrico 
 Interfalangeanas proximais, 
metacarpofalangeanas, pulso, cotovelo e 
tornozelos 
 Fator reumatóide pode ser + 
AXIAL: 
 Coluna ou sacroilíaca 
 HLA B 27+, doença inflamatória intestinal e uveíte 
MUTILANTE: 
 Rara 
 Grave, destruição articular, deformidade 
permanente 
 
Sinais de mau prognóstico: 
 Início precoce 
 Quadro cutâneo extenso 
 Sinovite poliarticular 
 Infecção por HIV ou HCV 
 HLA + 
 VHS elevado desde o início 
 
DIAGNÓSTICO: 
 Clínico 
 Histopatologia – paraceratose, acantose regular, 
alongamento da cristas epidérmicas, ausência da 
camada granulosa, capilares dilatados e tortuosos, 
micro abscessos de Munro, pústulas 
espongiformes de Kogo. 
TRATAMENTO: 
 AINES 
 Infiltração com glicocorticoides 
 Metotrexate 
 Sulfassalazina 
 Leflunomida 
 Antimaláricos e sais de ouro não são 
recomendados 
 Ciclosporina – pouca evidência 
 
 
Dermatologia – 6º período Edith Carvalho 
INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE GRAVIDADE DA 
PSORÍASE: 
 
 Score varia de 0 a 72 
 Menor que 8 – leve; de 8 a 12 – moderada; acima 
de 12 – grave 
 
Tratamento: 
Fototerapia – psoralenico + UVA 320 a 400 nm, sistêmico 
ou tópico 
➔ Efeitos adversos: fototoxicidade, náusea, prurido, 
foto-onicólise e melanoníquia. 
UVBnb – emissão 311 a 313 nm 
➔ Efeitos adversos: risco para malignidade na região 
genital, câncer de pele não melanoma e catarata. 
PUVA – mais eficaz que UVBnb na psoríase em placas, 
porém apresenta mais efeitos adversos a longo prazo. 
➔ É recomendado em fototipos 1 – 3, crianças e 
gestantes. 
 
 
 
 
METOTREXATE 
ACITRETINA 
Inibe o crescimento e a diferenciação celular epidérmica 
INDICAÇÕES: psoríase pustulosa generalizada, psoríase 
em placas generalizada 
DOSE: 0,5 a 1mg/kg (dose máxima. 75mg) 
Contraindicações: gestação, desejo de engravidar, 
insuficiência hepática, insuficiência renal e alergia a 
parabenos. 
Efeitos adversos: queilite, epistaxe, paroniquia e alopecia 
Obs: causa elevação das enzimas hepáticas e dislipidemia 
 
CICLOSPORINAS 
Inibe linfócitos TCD4 ativados impedindo a liberação de IL-
12 
BENEFÍCIO: ação rápida; 2 a 4 semanas 
INDICAÇÕES: psoríase eritrodérmica, rebote após 
corticoide, piora com imunobiológicos, psoríase pustulosa 
generalizada, artrite psoriásica. 
DOSE: 2,5 a 5 mg/kg/dia (não ultrapassar 4m de uso) 
CONTRAINDICAÇÕES: HAS não controlada, nefropatias, 
malignidades, lactação 
EFEITOS ADVERSOS: nefrotoxicidade, HÁ, náuseas, 
parestesias, hiperplasia gengival, Hipertricose 
 
IMUNOBIOLÓGICOS 
Agem de maneira específica no sistema imune 
INDICAÇÕES: psoríase moderada a grave, recalcitrantes, 
falha ou contraindicação de outras terapias, grave 
deteriorização da qualidade de vida 
Anti TNF-a → infliximabe, etarnecept, adalimumabe, 
certolizumabe pegol 
Bloqueadores de IL-12 e IL-23 → ustequinumabe 
Bloqueador de IL-17 → secuquinumabe, ixequizumabe 
Bloqueador de IL-23 → guseicumabe, rizanquizumabe 
 
REFERÊNCIAS 
Consenso brasileiro de psoríase 2020 : algoritmo de 
tratamento da Sociedade Brasileira de Dermatologia / 
coordenação geral Sérgio Palma; editores Ricardo Romiti, 
André Vicente E. de Carvalho, Gleison V. Duarte, revisão 
geral Hélio Amante Miot. - 3. ed. - Rio de Janeiro : 
Sociedade Brasileira de Dermatologia, 2020. 
Dermatologia I Rubem David Azulay, David Rubem Azulay, 
Luna Azulay-Abulafia. - 6. ed., rev. e atual. - [Reimpr.] - Rio 
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. 
Dermatologia de Sampaio e Rivitti [recurso eletrônico] 
/Evandro A. Rivitti – São Paulo : Artes Médicas, 2018. 
 
Dermatologia – 6º período Edith Carvalho

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