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Patologias do Aparelho Locomotor e Sistema Tegumentar Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Introdução Dermatoses Inflamatórias Agudas Infiltrado inflamatório (composto mais por linfócitos e macrófagos que neutrófilos), edema e graus variados de lesão epidérmica, vascular ou subcutânea). Ex: urticária, dermatite eczematosa aguda, eritema multiforme. Dermatoses Inflamatórias Crônicas Superfície da pele torna-se enrugada em decorrência da formação excessiva ou anormal de escamas e posterior descamação. Persistem por vários meses a anos. Ex: líquen plano, dermatite seborreica, psoríase. • PSORÍASE: É uma doença inflamatória crônica da pele e das articulações, imunomediada, de base genética com grande polimorfismo de expressão clínica. Clinicamente, essa doença imunomediada caracteriza-se por pápulas eritematosas bem demarcadas e placas arredondadas cobertas por escamas prateadas semelhantes à mica. As lesões cutâneas da psoríase apresentam graus variados de prurido. As áreas traumatizadas frequentemente desenvolvem lesões de psoríase (fenômeno de Koebner ou isomórfico). Além disso, outros fatores externos podem exacerbar a psoríase, inclusive infecções, estresse e fármacos (lítio, betabloqueadores e antimaláricos). Também é chama de psoríase vulgar, em placa ou em placa crônica. Epidemiologia: Geralmente apresenta-se antes dos 40 anos de idade; prevalência semelhante ente homens e mulheres. 2% da população mundial. É a dermatose mais frequente na prática clínica. Início da doença antes dos 15 anos é correlacionada com casos familiares. Estima-se que acomete 1% da população do Brasil. Etiologia: Fatores genéticos: forte associação com genes do locus HLA. Principal alelo: HLA – CW0602 em homo zigotos associado a fatores ambientais, como traumas, exposição solar, imunossupressão, fármacos... Fatores desencadeantes/agravantes: Locais: traumatismo cutâneo, exposição solar intensa (fenômeno Koebener). Sistêmicos: abuso de álcool, infecção (garganta estreptocócica), tabagismo, drogas, fármacos, estresse, ansiedades, fatores endócinos. Medicamentos associados: anti-hipertensivos (beta bloqueadores, IECA), AINES (indometacina), antimaláricos (cloroquina), retirada de corticoides sistêmicos, uso de lítio. Doenças que podem estar associadas: Artrite reumatóide – pode ter associação com artrite psoriática. Doença de Chron e colite ulcerativa Condições psiquiátricas – depressão, ansiedade, baixa autoestima, disfunção sexual, ideação de autoextermínio. Forte associação entre psoríase e genes do HLA-C, particularmente com o alelo HLA Cw*0602. Aproximadamente 2/3 dos indivíduos afetados carregam esse alelo. Os homozigotos para HLACw*0602 têm risco 2,5x maior de desenvolver psoríase do que os heterozigotos. Fatores externos interagem com essa doença (antígeno desconhecido). Células CD4+, Th1, Th17 sensibilizadas e células T efetoras CD8+ ativadas migram para a epiderme, desencadeando secreção de citocinas e fatores de crescimento, que levam a proliferação de queratinócitos (resultando as lesões características). Patologias do Aparelho Locomotor e Sistema Tegumentar Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Uveíte Síndrome metabólica (HAS, DM, dislipidemia) HIV positivos. Morfologia: Lesão típica: placa vem delimitada de coloração rósea a salmão, recoberta por escamas pouco aderentes, caracteristicamente de coloração branco-prateada. Sintomas e exame físico: Máculas eritematosas com escamas secas esbranquiçadas ou prateadas. Pequenas máculas escalonadas, pele ressacada e rachada, às vezes com sangramento, prurido, queimação e dor. Unhas espessas, sulcadas ou com nodulações. Edema e rigidez nas articulações. Locais mais comuns das lesões: ▪Áreas de trauma constante da pele como: cotovelos, joelhos, região pré-tibial, coro cabeludo e região sacra. ▪Distribuição: geralmente simétrica. ▪Superfícies extensoras das extremidades (palmas das mãos e solas dos pés). ▪Tronco e nádegas (menos comumente). ▪Tipicamente crônica. ▪Pode ter curso de regressão ou decrescente. ▪Lesões podem ocorrer após o trauma – fenômeno de Koebner (resposta isomórfica). ▪A psoríase gutata pode ser precedida pela infecção do trato respiratório superior por estreptococos do grupo A (2 a 3 semanas anteriores). Patologias do Aparelho Locomotor e Sistema Tegumentar Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Tipos de psoríase: Psoríase em placas ou vulgar: apresentação mais comum. Psoríase invertida: áreas intertriginosas (dobras), onde predomina o eritema (obesos). Seboríase (psoríase do couro cabeludo): placas + escamas que se assemelham a caspa. Psoríase em gotas (gutata): pequenas feridas, em forma de gota no tronco, braços, pernas e couro cabeludo. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos. Psoríase eritrodérmica: acomete > 90% do corpo, compromete estado geral; tem caráter subagudo ou crônico. Psoríase pustulosa: quadro generalizado com pústulas estéreis, febre e acometimento do estado geral. Psoríase na infância: apresenta características atípicas, placas eritematosas únicas ou pouco numerosas e ligeiramente descamativas, acometendo áreas insólitas (face – áreas periorbitária, perioral e nasal) – raro. Psoríase artropática: artrite soronegativa, encontrada 10-40% casos de doentes com psoríase (frequente em articulações de mãos e pés, raramente joelhos e tornozelos). Psoríase vulgar é mais comumente caracterizada por placas nitidamente margeadas com uma escama prateada espessa e aderente. A psoríase tem predileção pelos cotovelos, joelhos, pele pré-sacral e couro cabeludo. Seboríase. Fenômeno de Koebner desencadeada após exposição solar e tatuagem. Diagnóstico: Exame clínico + exame físico. Casos atípicos e/ou imunossuprimidos: avaliar indicação biópsia (para confirmação diagnóstica). Patologias do Aparelho Locomotor e Sistema Tegumentar Pamela Barbieri – T23 – FMBM Prof. Dr. Nelson Vega Sinal de Auspitz ou Sinal do Orvalho Sangrante: curetagem metódica de Broacq. Na biópsia são encontrados: Acantose epidérmica, hiperceratose e paraqueratose. Cristas epidermais alongadas. Vasculatura papilar dérmica expandida. Infiltrado inflamatório na derme e epiderme. Aumento do número de macrófagos, mastócitos e granulócitos neutrofílicos (formação de microabscessos ou pústulas de Munro de Kogoi). Classificação: Diagnósticos diferenciais: dermatites seborreicas, atópica, de contato; onicomicoses, carcinoma basocelular e pidermoide; líquem plano; pirtríase rósea; micose fungóide (linfoma cutâneo de células T) – bordas das lesões menos distintas. Tratamento: Uso local: esteroides de alta potência: triancinolona, betametasona, clobetasol, fluocinomide. Vitamina A e D (calcipotriene). Caaltar (shampoo – controle da oleosidade). Casos mais graves: Tacrolimus e Pimecrolimus: medicações inibidoras de células T. Usados por vi sistêmica em transplante de órgãos para evitar rejeição. Uso sistêmico: imunossupressores. Anti-TNF – Etanercept, Adalimumab, Infliximab. Metotrexate. Radiação com uso de luz ultravioleta.
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