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1 MEDCURSO LESÕES ELEMENTARES 2 DOENÇAS INFECTOPARASITÁRIAS 2 FARMACODERMIAS 6 DERMATITES ERITEMATODESCAMATIVAS 6 DERMATOSES BOLHOSAS CRÔNICAS 8 DERMATITES ECZEMATOSAS 9 ONCOLOGIA DERMATOLÓGICA 10 ACNE, ROSÁCEA E OUTRAS VARIANTES 12 MEDCURSO – Dermatologia 2 LESÕES ELEMENTARES Alterações: - Cor: manchas ou máculas: - Eritema: vasodilatação. Desaparece com a digitopressão ou vitropessão - Enantema: vasodilatação de mucosas - Exantema ou rash: morbiliforme (entremeado por áreas sadias) ou escarlatiniforme (não en- tremeado por áreas sadias) - Púrpura: extravasamento de sangue. Não desaparece com a digitopressão - Petéquia < 1cm - Equimose > 1cm - Víbice: formato serpentiforme * Ps: púrpura em prova – pensar em plaquetopenia (PTI) ou vasculite (Henoch-Schönlein) - Melanodérmica: hiperpigmentadas - Leucodérmicas: hipopigmentadas - Sólidas: - Pápula < 1cm - Nódulo 1-3cm - Tumor > 3cm - Placa: crescimento horizontal (platô) - Líquidas: - Serosas: - Vesícula < 0,5cm - Bolha > 0,5cm - Purulentas: - Pústula < 1cm - Abscesso > 1cm - Hematoma - Espessura: - Ceratose: espessamento da camada córnea – mais comum em palmas e plantas - Liquenificação: espessamento com aumento dos sulcos - Esclerose: endurecimento com aumento do colágeno (infiltração) - Continuidade: - Erosão: perda de continuidade superficial (apenas epiderme). Cursa sem cicatrizes ou sequelas - Ulceração: perda de continuidade profunda (envolve a derme). Pode deixar cicatriz ou sequela DOENÇAS INFECTOPARASITÁRIAS HANSENÍASE - Mycobacterium leprae - Transmissão aérea: - Alta infectividade - Baixa patogenicidade - É um germe mais indolente que o da tuberculose (demora mais para se replicar, período de incubação maior, demora mais para aparecer os sintomas). 10% dos pacientes adoecem - Período de incubação: 2 a 7 anos - Alterações: - Lesão de pele + alteração de sensibilidade - Lesão do nervo periférico: espessamento ou neuropatia (perda funcional) Formas clínicas: - Início: forma indeterminada - Mácula hipocrômica - ↓ pelos - ↓ sensibilidade - Baciloscopia negativa - Se imunidade celular adequada: forma tuberculóide - Lesão hipo ou hipercrômica com bordos eritematosos bem delimitados - ≤ 5 lesões - ↓ sensibilidade - Baciloscopia negativa MEDCURSO – Dermatologia 3 - Se imunidade humoral fraca: forma virchowiana (ou lepromatosa) - Placa eritematosa infiltrativa, difusa - Nódulos (deformações) - Fáscies leoninas - Madarose - Baciloscopia positiva - Forma dimorfa (instáveis – podem migrar para as outras formas) - Placa eritematosa plana com o centro claro - Parece tuberculóide, mas tem muitas lesões - Baciloscopia positiva (não tanto quanto na HV) * ↓ sensibilidade térmica → dolorosa → tátil Diagnóstico: - Critério clínico-epidemiológico (1 achado): - Lesão de pele com alteração de sensibilidade - Acometimento de nervo periférico sem outra causa específica - Baciloscopia positiva: lóbulos da orelha, cotovelos e lesão cutânea * Teste de Mitsuda (imunidade celular): em desuso. Ajuda a identificar o perfil de reação do paciente (positi- vo = tuberculóide) * Bacilo de Hansen produz uma matriz gelatinosa (gléia), que aglutinam os bacilos, formando globias. * Baciloscopia não é fundamental para o diagnóstico Tratamento: Classificação Forma clínica Tratamento Tempo Indeterminada Rifampicina Paucibacilar Mancha hipoanestésica 600mg 1x/mês 6 doses sob supervisão ≤ 5 lesões Tuberculóide Dapsona (até 9 meses) Placa eritematosa delimitada 100mg 1x/mês + 100mg dia Dimorfa / borderline Rifampicina Variação 600mg 1x/mês Multibacilar Dapsona 12 doses sob supervisão > 5 lesões Virchowiana 100mg 1x/mês + 100mg dia (até 18 meses) Infiltração difusa Clofazimina 300mg 1x/mês + 50mg/dia Reações hansênicas: - Tipo 1 (reversa): - Pacientes apresenta exacerbação da lesão cutânea (ficam mais nítidas), piora da neuropatia - Relacionada à imunidade celular - Típica de pacientes paucibacilares - Tratamento: corticóide 1-2mg/kg/dia (dose imunossupressora) - Tipo 2: - Paciente apresenta nódulo SC eritematoso (eritema nodoso), orquite, glomerulonefrite, dor articular - Reação por imunocomplexos - Típica de pacientes multicibacilares - Tratamento: talidomida (corticóide ou pentoxifilina se não puder usar – gestantes) * Essas reações são independentes do tratamento – podem aparecer antes, durante ou depois. LEISHMANIOSE TEGUMENTAR - Doença infecciosa não contagiosa - Agentes: Leishmania braziliensis, amazonensis e guynensi - Transmissão vetorial: flobotomídeos (Lutzomyia – mosquito palha) - Reservatório: animais - Incubação: 1 a 3 meses * Promastigota: forma inoculada e flagelada → entra na célula (macrófago) → amastigosta (forma tecidual) MEDCURSO – Dermatologia 4 Clínica: - Pápula → úlcera → vegetação - Úlcera com borda aumentada (moldura de quadro), INDOLOR – a dor é desproporcional à lesão. - A lesão ocorre no local de inoculação - Úlcera arredondada ou ovalada, com bordas elevadas e bem delimitadas - Pode acometer mucosas (estomatite) - Atrofia - Casos extremos: deformidades importantes - Infecção bacteriana associada: exsudato seropurulento As lesões iniciais costumam ser nodulares, localizadas profundamente na hipoderme, ou pequenas pápulas, semelhantes à picada de inseto, que evoluem aumentando em tamanho e profundidade (lesões papulo-tuberosas) e ulcerando no vértice. As lesões vegetantes caracterizam-se pelo aspecto papilomatoso, úmido e de consistência mole. As lesões verrucosas caracterizam-se por superfície seca, áspera, com pres- ença de pequenas crostas e de descamação. Esses dois tipos de lesões podem ser primários ou evoluir a partir de úlceras. Ao redor da lesão principal, poderão surgir enduração subcutânea e pápulas satélites, que podem coalescer formando placas. Novas lesões de LC podem surgir em áreas traumatizadas (portanto, também há fenômeno de Koebner na leshimaniose). Diagnóstico diferencial: - Lesão ulcerada e/ou vegetante (PLECT) - Paracoco - Leishmania - Esporotricose - Cromomicose/ carcinoma espinocelular - Tuberculose - Leishmaniose tegumentar difusa – hanseníase virchowiana * Diagnóstico diferencial: paracoco – úlcera vegetante com acometimento mucoso. Faz estomatite boriforme Diagnóstico: - Exame direto / cultura / sorologia - Intradermorreação de montenegro: positiva. Avaliação da imunidade (resposta contra o leishmania) * PPD, mitsuda e montenegro são equivalentes Tratamento: - Antimonial pentavalente (glucantime) - Outros: - Anfotericina B (formas mais graves) - Pentamidina MICOSES Superficiais / cutâneas: - Pitiríase versicolor (PV): - Agente: Malassezia fur fur - Doença relacionada a um fungo que atinge a camada superficial da pele – não chega na camada córnea - Predileção por áreas sebáceas – face, pescoço, membros inferiores - NÃO inflama - Poupa mucosas, plantas e palmas - O fungo produz um ácido que impede a produção da melanina: - Mácula confluente hipocrômica, acastanhada ou avermelhada - Diversidade de coloração - Ptiríase: descamação fina/furfurácea (parece farinha) - Desencadeamento da descamação: com a unha com ao estirar a pele (sinal de Ziler) - Diagnóstico: clínico / KOH - Tratamento: imidazólicos - Tinea: - Agentes: microsporum, tricosporum e epidermophyton MEDCURSO – Dermatologia 5 - São agentes queratinolíticos → resposta inflamatória → lesão avermelhada, coceira - Lesão: - Placa eritematosa pruriginosa - Começa bem definida - Confluência → aspecto circinado (nuvem) - Alopécia focal e descamação (pelo acometimento da camada córnea) – pelos quebradiços - Tinea capitis: mais difícil de tratar – tratamento SISTÊMICO (griseofulvina VO) - Tinea corporis: eritema circinado elevado e descamativo (coça muito) – tratamento com antifúngico (imidazólico / terbinafina /ciclosporina) Subcutâneas: - Esporotricose: - Agente: esporotrix - Epidemiologia: jardineiros, gatos - O fungo atinge o sistema linfático e vai formando nódulos (linfangite em rosário) - Tratamento: iodeto de potássio, itraconazol - Cronomicose: - Agente: Fonsecae perosol - Aspecto verrucoso - Tratamento: itraconazol. Quando lesão importante, fazer tratamento cirúrgico - Paracoccidioidomicose: - Agente: paracocco - Adquire por inalação → quadro pulmonar (tosse seca) - Área rural - Lesão: célula central em brotamento (roda de leme) - Tratamento: anfotericina B ECTOPRASITOSES Escabiose: - Agente: S.scabiei - Penetra na camada córnea, atinge a epiderme e faz um túnel para depositar os ovos → resposta infla- matória - Predileção por áreas quentes - Lesão eritematosa e pruriginosa - Período noturno: prurido em região abdominal, nádegas, axila, mama e interdigitais - Lactentes: cabeça, palma/planta - Tratamento: permetrina, ivermectina. Investigar familiares * Escabiose crostosa (sarna norueguesa): é a mesma doença, mas em imunodeprimidos. Manifesta de forma mais grave e extensa, com aspecto crostoso difuso. O tratamento é o mesmo DERMATOVIROSES Molusco contagioso: - Agente: poxvírus - Lesão viral benigna, mas que transmite com bastante facilidade - Clínica: pápulas umbilicadas de até 0,5cm agrupadas - Tratamento: curetagem - OBS: grande associação com dermatite atópica (está associada com pele seca) Herpes vírus: - HSV-1 e HVS-2: estomatite, cutaneomucosa, genital - ZVZ: varicela, herpes-zoster - EBV: leucoplasia pilosa, mononucleose, linfoma (faz ativação linfocitária – Burkit, primário do SNC) - HHV-6: exantema súbito - HHV-8: sarcoma de Kaposi (lesões violáceas, pulmão, linfático) - CMV: mononucleose-like, doença inflamatória (principalmente em imunodeprimidos) * Tratamento: aciclovir ou ganciclovir (CMV) MEDCURSO – Dermatologia 6 FARMACODERMIAS Exantema (rash): - Forma mais comum - Pode ocorrer até 2 semanas após o uso do medicamento - Desaparece com a vitropressão - Auto-limitado. Não deixa sequelas ou cicatrizes - Medicamentos: penicilinas, sulfas, eritromicina - Tratamento: suspensão medicamentosa, anti-histamínico, corticóide (casos exuberantes) Urticária: - 2º mais comum - Clínica: - Rash + edema - Placa transitória com centro pálido-edemaciado (halo avermelhado) - Pode acometer mucosas (angioedema) em 50% dos casos - Prurido - Causa: resposta alérgica ou não alérgica (IECA, morfina, AAS) * No IECA o angioedema é mediado pela bradicinina - Tratamento: suspensão medicamentosa, anti-histamínimo, corticóide (casos exuberantes). Se anafilaxia: adrenalina em coxa Stevens-Johnson (10%) ou necrólise epidérmica tóxica (> 30%): - Antibiótico, anticonvulsivante, AINE, alopurinol - Pródromo até 2 semanas (febre) → necrose de pele e mucosa → lesão sistêmica (diagnóstico diferencial com sepse) - Eritema → bolha → descolamento dermoepidérmico (Sinal de Nikolsky) - Diagnóstico: clivagem dermo-epidérmica na biópsia - Tratamento: suspensão medicamentosa e suporte. Imunoglobulina e corticóide: questionado - Diagnóstico diferencial: - Síndrome da pele escaldada estafilocócica – exotoxina da bactéria leva a formação de bolhas na camada granulosa (mais superficial), fazendo desprendimento da pele. Poupa órgãos. - Buloses (pênfigos): agressões contra os desmossomos, levando a formação de bolhas e sinal de Nikolsky. - Pênfigo foliáceo: lesão mais superficial. Anticorpos contra desmossomos (desmogleína 1), fazendo descolamento da camada granulosa. Forma lesões crostosas (bolhas são incomuns – estouram rápido). POUPA mucosa. - Pênfigo vulgar: anticorpos contra desmossomos (Desmogleína 3). Faz bolhas flácidas, erosões, "bife sangrante" - Tratamento: corticóide, plasmaferese, Ig DERMATITES ERITEMATODESCAMATIVAS PSORÍASE - Doença crônica hiperproliferativa e infiltrativa - Fatores de risco: - Acomete igualmente ambos os sexos e pode aparecer em qualquer idade, mas os picos de incidên- cia são de 20-30 anos e 50-60 anos - Predisposição genética (HLA-Cw5, B13 e B17; forma artropática: HLA-B27) - Obesidade (psoríase invertida) - Tabagismo (e maior gravidade) - Desencadeantes: - Estresse emocional - Medicamentos: βbloqueadores, antimaláricos, sais de lítio, indometacina, IECA - Infecção por S.pyogenes, HIV - Fatores físicos: trauma cutâneo, dermatites * Exposição solar e gestação têm efeito de melhora das lesões Patologia: - Inflamação da derme papilar e hiperproliferação da epiderme - Mediada por linfócitos T MEDCURSO – Dermatologia 7 - Histologia: paraceratose, ausência da camada granulosa, acantose, atrofia das áreas suprapapilares, papi- lomatose, infiltrado inflamatório, acúmulo de neutrófilos Acredita-se que se desenvolve quando os linfócitos T começam a atacar as células da pele. Inicia- se, então, respostas imunológicas que incluem dilatação dos vasos sanguíneos da pele, produção de glóbu- los brancos para combater a infecção – como as células da pele estão sendo atacadas, a produção das mesmas também aumenta, levando a uma rapidez do seu ciclo evolutivo, com conseqüente grande pro- dução de escamas devido à imaturidade das células. Sintomas: - Placas eritematoescamativas, bem delimitadas de tamanho variáveis - Escamas psiriasiformes (prateadas ou esbranquiçadas) - Pequenas manchas escalonadas - Pele ressecada e rachada, às vezes, com sangramento - Coceira, queimação e dor - Unhas grossas, sulcadas ou com caroços - Inchaço e rigidez nas articulações * Sinal de Auspitz (orvalho sanguinolento): após curetagem das lesões surgem gotas de sangue * Sinal da vela: destacamento das escamas * Fenômeno de Koebner: característico da psoríase e do líquen plano. É o surgimento de lesão após o trauma cutâneo * Fenômeno de Koebner invertido: há melhora das lesões após trauma na região. Contudo, esses dois fenômenos (Koebner e invertido) não podem coexistir em um mesmo paciente. Psoríase em placas ou vulgar: É a manifestação mais comum da doença. Forma placas eritematosas secas, pruriginosas, bem delimitadas, podendo ter associado escamas prateadas ou esbranquiçadas, principalmente em cotovelo, joelho e couro cabeludo. Porém, podem atingir todas as partes do corpo, inclusive, genitais e dentro da boca, mas poupa a face. Em casos graves, a pele em torno das articulações pode rachar e sangrar. * Tem curso crônico e flutuante * Forma mais comum e uma das mais benignas * Formas clínicas: * Psoríase vulgar generalizada: placas maiores e difusas pelo corpo * Psoríase girata: placas confluentes e circinadas * Psoríase anular: placas com clareamento central (mapas geográficos) Psoríase ungueal: Faz com que a unha cresça de forma anormal, engrosse e escame, além de perder a cor. Pode haver onicólise e ceratose subungueal. * O sinal mais comum é o pitting nails e o mais específico são as manchas de óleo. * Pode estar associado a lesões cutâneas ou não Psoríase do couro cabeludo: Surgem áreas eritematosas com escamas espessas branco-prateadas, principalmente após coçar. A descamação desencadeada assemelha-se à caspa. Psoríase guttata: Geralmente é desencadeada por infecções bacterianas, principalmente pós quadro de faringite. É caracterizada por pequenas feridas, em forma de gota no tronco, braços, pernas e couro cabeludo. As feri- das são cobertas por uma fina escama, diferente das placas típicas da psoríase que são grossas. Este tipo acomete mais crianças e jovens antes dos 30 anos. Tende a ser autolimitada. Psoríase invertida: Atinge principalmente áreas úmidas, como axilas, virilhas, embaixo dos seios e ao redor das geni- tais. São manchas inflamadas e eritematosas, com pouca ou nenhuma descamação. * Ocorre mais em obesos, HIV e negros e o quadro pode ser mais grave em pessoas obesas ou quando há sudorese excessiva e atrito na região. MEDCURSO – Dermatologia 8 Psoríasepustulosa: Nesta forma rara de psoríase, podem ocorrer manchas em todas as partes do corpo ou em áreas menores, como mãos, pés ou dedos (psoríase palmo-plantar). Geralmente ela se desenvolve rápido, com pústulas repletas de pus, que aparecem logo após a pele tornar-se vermelha. Essas pústulas são es- téreis*. As lesões secam dentro de 1-2 dias, todavia, podem recidivar durante dias ou semanas. A psoríase pustulosa generalizada pode causar febre, calafrios, coceira intensa e fadiga. * Pode ser desencadeado após uso de corticoide oral, sendo possível desencadear um quadro de febre, leucocitose e aumento de VHS = Von Zumbush. Diagnóstico: - Clínico - Pode confirmar com biópsia Tratamento: - 1º. Calcipotriol (com ou sem corticóide) - 2º. Fototerapia (com ou sem PUVA) - Riscos: câncer de pele, catarata, envelhecimento precoce - 3º. Metotrexate ou acitretin - Riscos: insuficiência hepática - 4º. Biológico/entanercepte (inibidor de TNFalfa, IL10) - Riscos: tuberculose, hanseníase, HIV LÍQUEN PLANO - Adultos entre 30 a 60 anos - Lesões papulosas ou placas com características próprias - É o quadro dos “Ps" → pápulas, plana, pruriginosa, poligonal, em punhos e a lesão evolui para forma de placas - Acomete pele, unha (pterígeo ungueal), pelo (no couro cabeludo é = pilar) e mucosa (mucosa em arbusto - estrias brancas de Wickham) - Tratamento: - Prurido: hidroxizina - Doença localizada: corticóide tópico - Doença generalizada: corticóide oral - Derivados do ácido retinóico VO - Fototerapia * Forte associação com hepatite C: é principalmente quando acomete mucosas. * Também pode ter presença do fenômeno de Koebner * Variantes: * Líquen plano hipertrófico * Líquen plano atrófico * Líquen plano bolhoso * Líquen plano linear * Líquen plano anular * Há indícios de que a forma oral erosiva aumente o risco de carcinoma espinocelular de boca LÍQUEN SIMPLES - Trauma mecânico constante (coçadura) → liquenificação - Clínica: - Placa liquenificada (acentuação dos sulcos, espessamento e hiperpigmentação da pele) - Pruriginoso - Tratamento: - Parar de coçar - Hidroxizine - Corticóide DERMATOSES BOLHOSAS CRÔNICAS PÊNFIGO VULGAR - Pênfigo = bolha - Causa: autoanticorpos contra desmogleína 3 → acantólise (desagregação dos queratinócitos) - Diagnóstico: histopatológico (imunofluorescência) MEDCURSO – Dermatologia 9 - Clínica: - Acometimento de mucosas (principalmente oral): úlceras aftosas, evoluindo para erosões dolorosas e extensas (dificulta a alimentação) - Lesão cutânea (predomínio em cabeça, tórax e dobras axilares): bolha flácida → rotura → aspecto de "bife sangrante" e odor característico (ninho de rato) - Sinal de Nikolsky: descolamento da pele quando tracionada com o dedo - Diagnóstico: sempre confirmar com biópsia - Tratamento: corticóide sistêmico em alta dose PÊNFIGO FOLIÁCEO - Autoanticorpos contra a desmogleína 1 → acantólise dos queratinócitos da camada granulosa (mais su- perficial que o pênfigo vulgar) - Clínica: - Poupa mucosas - Bolhas rompidas (são muito superficiais) - Múltiplas erosões crostosas de aspecto "salpico de lama" - Diagnóstico: confirmar pela biópsia - Tratamento: corticóide sistêmico em baixa dose PÊNFIGO BOLHOSO - Autoanticorpos contra a membrana basal → descolamento e acúmulo de eosinófilos - Clínica: bolhas subepidérmicas - Formas clínicas: - Farmacoinduzido (d-penicilamina, furosemida, captopril) - Penfigoide cicatricial: restrito a mucosas - Herpes gestacional: 2º ou 3º trimestre de gestação, manifestando-se com uma erupção eritemarour- ticada bastante pruriginosa, que evolui com vesicobolhas. Evolução benigna e auto-limitada, ces- sando com o término da gestação - Dermatite herpetiforme: doença crônica extremamente pruriginosa que apresenta bolhas e vesículas agrupadas simetricamente. Assciado a doença celíaca - Diagnóstico: confirmar pela biópsia - Tratamento: - Corticóide tópico - Tetraciclina + nicotinamida + dapsona DERMATITES ECZEMATOSAS - Agudo: espongiose (edema intercelular epiderme) - Crônico: xerose e liquenificação - Tratamento com hidratante, anti-histamínico, corticóides, imunomodulador. DERMATITE ATÓPICA - Crianças - História familiar positiva - Associado a asma e rinite - Prurido crônico + xerose cutânea + liquenificação - Achados sistêmicos: - Aumento de IgE - Diminuição de IgA (que aumenta a predisposição a alergia alimentar) - Mais infecções (erupção variceliforme de Kaposi) e colonização por S.aureus em 75-80% (não faz antibiótico profilático) - Achados cutâneos: - Hiperlinearidade palmar (linhas mais pronunciadas) - Ptiríase alba (máculas hipocrômicas mal delimitadas, xerodérmicas) - Ceratose pilar (lateral dos braços) - Prega de Demmie-Morgan (dupla prega infraorbitária) * Lactentes (> 3 meses): face* (mas poupa região central) e áreas extensas. Apresenta mais a fase aguda de espongiose e menos xerose, que seria lesão crônica. Menores de 3 meses é dermatite seborreica. * Crianças/adultos: acomete áreas flexoras e dorso. Há mais xerose nesse caso. MEDCURSO – Dermatologia 10 Tratamento: - Controle de afecção - Cuidados gerais: emolientes, exclusão alimentar - Corticóides orais e tópicos - Antibióticos orais e tópicos - Antihistamínicos ECZEMA DE CONTATO - Primário: lesão direta pelo agente (ex. detergente, urina…) - Alérgico: necessita de sensibilização prévia, desencadeando uma reação de hipersensibilidade do tipo IV (imunidade celular). Há lesões tanto no local do contato, quanto disseminadas. - Irritantes: níquel, dicromato de potássio (couro, cimento), formalina (esmalte), tiuram (borracha) - Teste de contato: é feito para diagnóstico e sua leitura é realizada em 48-72 horas após colocação. Ressalta-se que anti-histamínicos não interfere no teste de contato. DERMATITE SEBORREICA - Mais comum em homens (mais glândulas sebáceas) - É a dermatite do lactente < 3 meses, que ocorre em decorrência dos hormônios maternos - Acomete região retroauricular, cabeça, pescoço, pápebra, sombrancelha, sulco nasolabial. Na criança lactente pode-se ter o capuz de leite, que é uma seborreia intensa em couro cabeludo. - Como M. furfur consome sebo, encontra-se uma grande associação com a ptiríase. Outras associações são com DM, obesidade, parkinson, ansiedade. - Tratamento: xampu com antifúngico; ácido salicílico (para “dissolver” a gordura) ECZEMA NUMULAR - Placas em forma de moeda, bem pruriginosas e de contorno definido - Ocorre principalmente no inverno, com o clima seco, em pele xerótica e em idosos - Quadro tende a ser crônico e recorrente - Tratamento: emolientes + corticóide DESIDROSE - Lesões vesiculosas e pruriginosas numerosas nas palmas das mãos e plantas dos pés - Surgimento súbito, perdurando cerca de 3 semanas - Recidivante - Etiologias: infecção fúngica, bacteriana e endossantes (níquel, penicilina…). Pode estar associado com fatores emocionais e atopia. * Psoríase pustulosa é um diagnóstico diferencial. * É uma das poucas situações que se "mistura cremes"" na dermatologia (creme com muitas coisas associ- ados, porque geralmente tem fungo associado. Ex: candicorte que tem betametasona e cetoconazol). Bem difícil fazer antifúngico oral. ONCOLOGIA DERMATOLÓGICA - UVA: por atuar na derme, está mais relacionada com envelhecimento cutâneo - UVB: penetra pouco na pele, lesando a epiderme (ao lesar melanócitos → melanoma; ao lesar queratinóci- tos → CBC/CEC) MELANOMA Fatores de risco: - Presença de nevos (+ de 50 ou nevo congênito > 20cm) - História familiar positiva - Fotoexposição - Fototipos I e II - Imunosupressão (tem 3x mais risco do que a população normal) * A faixa etária mais acometida é entre 20-50 anos. Tipos: - Extensivo superficial: forma mais prevalente. Mácula que surge em cima de lesão prévia e cresce de forma radial (para os lados) e lentamente. Em mulher a localização mais comum é na perna,enquanto no homem é no dorso. - Nodular: forma mais grave devido ao crescimento vertical (infiltra). MEDCURSO – Dermatologia 11 - Acral: quando o melanoma acomete palma e planta. É o subtipo com menos relação à fotoexposição e a forma mais prevalente na população negra - Lentigo maligno/lentiginoso: acomete pacientes idosos, com presença de mácula em face ou couro cabe- ludo, porém, menos agressivo e de crescimento lento. Melhor prognóstico. Diagnóstico: Aplicar o ABCDE + dermatoscopia + biópsia excisional - A: assimetria - B: bordas irregulares - C: 2 cores ou mais - D: diâmetro > 6 mm - E: espessura (é o principal preditor de prognóstico) * Quando um nevo prévio começa a sangrar ou ser pruriginoso → investigar * Presença de lesões com regressão = pior prognóstico (porque pode já ter infiltrado demais) * Inflamação ao redor da lesão é algo bom, pois indica que os linfócitos citotóxicos estão atuando na região tentando combater o desenvolvimento da lesão. * A biópsia incisional é feita de exceção em casos de lesões muito grandes ou em face. Classificação de Breslow: Avalia a partir da camada granulosa, portanto, mede da granulosa pra baixo. I: ≤ 0,75 mm II: 0,76-1,5 mm III: 1,51 - 3,99 mm IV: ≥ 4 mm * Novo breslow: I é até 1 mm, II é de 1,1 até 2 mm, III é de 2,1 a 4 mm e IV é infiltração maior que 4 mm * A pesquisa de linfonodo sentinela é feita nos casos de Breslow II e III (porque o IV já se prediz que está acometido). Se breslow I com alto risco (ulceração, regressão, mitose), também se faz. Tratamento: Exérese da lesão com margem de segurança. - In situ: 0,5-1 cm de margem - até 1 mm: 1 cm de margem - 1-2 mm: até 2 cm de margem - > 2 mm: > 2 cm de margem CEC/CBC - Está aumentando de incidência devido ao envelhecimento populacional - Fatores de risco: - Fototipo I e II - Idade mais avançada - Sexo masculino - Fotoexposição * Ceratose actínica é uma lesão pré-maligna para CEC, porém, apenas 50% evolui para uma neoplasia. O CBC não tem lesão pré-maligna. - Diagnóstico: biópsia - Tratamento: remoção total da lesão, com mínima margem CBC Neoplasia que acomete os 2/3 superiores da face (do lábio superior para cima), relacionado à ex- posição solar esporádica, principalmente até os 10 anos de idade. Não há correlação direta com as áreas de fotoexposição máxima. A lesão clássica consiste em um nódulo peroláceo com telegenctasias, ulcerativos. Já a forma morfeiforme, é um tipo de lesão não ulcerativa, que assemelha-se à uma cicatriz e tem um caráter recidi- vante. * Apesar de não saber a fisiopatologia, verificou-se que o passado de acne seja um fator protetor para o CBC. * Albinismo tem mais risco de câncer de pele, todavia, o vitiligo não* * Pacientes HIV positivos desenvolvem mais CBC do que os demais tipos de neoplasia cutânea. MEDCURSO – Dermatologia 12 CEC É um pouco mais agressivo que o basocelular, havendo mais risco de metastatizar, e que surge em área de lesão prévia (queimadura, trauma, HPV na pele, corno cutâneo). * CA de pele mais associado à negros e em transplantados (quando desenvolve CA de pele nessa popu- lação, há 7x mais risco de ser CEC do que CBC). * Em homens, ocorre mais em orelha e lábios * CEC in situ = Doença de Bowen (placa achatada rósea) * CEC invasivo = placa eritematosa ceratótica (espessa) ACNE, ROSÁCEA E OUTRAS VARIANTES Acne vulgar: - Doença dos folículos pilossebáceos - Lesão básica: comedão → processo inflamatório leve, moderado ou grave. Pode deixar cicatriz - Localização: áreas de pele seborreica (face, tórax superior e porção proximal dos braços) - Fisiopatologia: hiperceratose folicular idiopática → formação de uma rolha de células queratinizadas e sebo (microcomedo) → puberdade: produção de androgênios → hipertrofia glandular → comedão fecha- do (cravo branco) → comedão aberto (cravo preto) → proliferação da bactéria pripionibacterium acnes → ↑hiperqueratinização e inflamação local → pápula inflamatória → pústula → nódulo → abcesso - Fatores de risco: - Genéticos - Estresse emocional - Período menstrual - Síndrome androgênicas (SOP, Cushing): acne, hirsutismo, seborreia e alopécia - Causas secundárias: - Acne por cosméticos *mais comum - Acne estival (sudorese excessiva) - Acne mecânica (oclusão física por bandagem, chapéus) - Acne clórica (contato com compostos orgânicos clorados) - Acne dos pesticidas - Acne dos óleos e graxas - Acne medicamentosa (corticóide, anticoncepcionais, lítio, barbitúricos) - Clínica: - Acne grau I (comedônica): comedões sem inflamação - Acne grau II (papulopustulosa): comedões + pápulas - Acne grau III (nódulo cística): comedões + pápulas + nódulos furunculoides ("cistos") - Acne grau IV (acne conglobata): predomínio de nódulos que confluem formando abscessos fis- tulizantes, bridas e quelóides - Acne grau V (acne fulminans): bastante rara e grave. Acne grau III e IV + vasculite + leucocitose + febre + poliartralgia - Tratamento: - Grau I: terapia tópica comedolítica por 4 semanas – retinóides, tretinoína, isotretinoína, ácido aze- laico, ácido salicílico - Grau II: terapia tópica comedolítica e anti P.ances por 3 meses – retinóides e peróxido de benzoíla - Grau III, IV e V: terapia oral + tópica (igual grau II) – isotretinoína oral, antibiótico, anticoncepcional (não pode engravidar) Rosácea: - Surtos eritematosos na face (flushing), inicialmente de curta duração, mas depois evoluindo com eritema persistente - Mulheres 30-60 anos - Acomete basicamente a face (nariz, região malar, mento, fronte) e pescoço - Formas clínicas: - Fase pré-rosácea: eritema discreto que se agrava em surtos (espontâneos ou desencadeados por exposição solar, calor, frio, vento, ingestão alcoólica e alimentos quentes) - Rosácea grau I (eritematotelangiectásico): apenas eritema e telangiectasias, com surtos de flushing - Rosácea grau II (papulopustulosa): presença de pápulas e pústulas nas áreas eritematosas - Rosácea grau III (infiltrativa-nodular): placas eritemato-infiltrativas, nódulos, hiperplasia sebácea e eventualmente abscessos - Rosácea grau IV (rosácea fulminans): reação inflamatória aguda e intensa + nósulos + abscessos MEDCURSO – Dermatologia 13 * Rosácea ocular: acontece em 50% dos casos – blefarite, conjuntivite, episclerite, ceratite e uveíte. Não tem relação com gravidade da doença. - Diagnóstico: clínico. Biópsia se dúvida (dilatação capilar) - Tratamento: - Evitar fatores desencadeantes - Tópicos: metronidazol, ácido azelaico, peróxido de benzoíla - Sistêmico: tetraciclina (mínimo 6 semanas) - Telangiectasias: laser Rinofima: - Variante da rosácea - Intumescimento progressivo do nariz por hiperplasia progressiva das glândulas sebáceas e tecido conjun- tivo, associado a alterações vasculares - Exclusiva de homens > 40 anos - Forma fibroangiomatosa: intumescimento nasal, eritema, pústulas e rosácea - Tratamento: - Telangiectasias: laser - Isotretinoína - Cirurgia (retirada do excesso de tecido)
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