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Yahanna Estrela Medicina – UFCG SAÚDE DA FAMÍLIA E COMUNIDADE IV ITU ITU ✓ A simples presença de uropatógenos na urina não significa infecção do trato urinário; ✓ ITU corresponde à infecção de qualquer região do urotélio → uretra, bexiga, próstata e rins; ✓ Existem situações de infecção e doença; e situações que se tem infecção, mas não têm doença (paciente assintomático). ✓ A ITU é dividida em baixa e alta: 1. ITU baixa: o Cistite (inflamação por agente infeccioso da bexiga); o Uretrite (inflamação da uretra por um agente infeccioso). Está muito relacionada a ISTs; o Prostatite/epididimite (inflamação da próstata ou dos anexos prostáticos). 2. ITU alta: o Pielonefrite aguda; o Pielonefrite crônica (mais rara); o A pielonefrite está muito relacionada com a TB, embora seja um pouco esquecida. A principal complicação da TB renal é o estreitamento ureteral. ✓ ITU “complicada” e “não complicada”: o Alterações anatômicas ou funcionais ou de condições associadas a um pior prognóstico ou a maior risco. o A cistite complicada é aquela que complicou com cronicidade, aumento da frequência ou infecção urinária alta (pielonefrite). ✓ A urocultura só é solicitada para mulheres com ITU complicada ou pielonefrite em homens; o Portanto, não é obrigatório a urocultura para o manejo de cistites em mulheres. ✓ Tratamento empírico para Cistite Não Complicada é realizado preferencialmente com Nitrofurantoina 100 mg, se não houver contraindicação. o Fluorquinolonas devem ser evitadas no tratamento de cistites, para preservar sua eficácia para ITUs complicadas. UM CASO POSSÍVEL NA CLÍNICA DIÁRIA Adriana, 23 anos, previamente hígida, comparece à consulta por disúria, polaciúria e dor suprapúbica desde o dia anterior, sem corrimento vaginal, prurido, febre ou dor lombar. É sexualmente ativa, namora um rapaz de 25 anos há 2 anos. Nega relação sexual com outros homens e refere que o namorado não tem nenhum sintoma. Teve dois episódios de cistite na vida, um há 2 anos, e outro, há 5 anos. Qual o diagnóstico provável neste caso? Cistite, não sendo necessário solicitar exame complementar, sendo, nesse caso, a anamnese e o exame físico suficientes. Faz-se o tratamento empírico com Nitrofurantoína 100mg e deve-se orientar o retorno caso haja recidiva dos sintomas. ✓ Oportunidades: promoção, prevenção e intervenção clínica eficazes. ITU NA APS ✓ Estão entre as infecções mais frequentes em adultos; ✓ Atrás apenas de IVAS não especificadas e amigdalites → 13,3% das prescrições de antimicrobianos. APRESENTAÇÃO CLÍNICA DA CISTITE ✓ Urgência miccional, dor em baixo ventre, hematúria (mais raramente), disúria (dor ao urinar). o Difere da infecção alta devido a apresentação clínica. Na baixa, os sintomas são mais localizados. Na alta, tem alguns sintomas mais sistêmicos, como febre, calafrios, dor lombar significativa contralateral ao rim acometido. AGENTE ETIOLÓGICO ✓ Ascensão uretral de enterobactérias: o Escherichia coli → 75 a 95% das ITUS não complicadas; ▪ A E. coli é uma bactéria gram negativa endógena (todo mundo tem no intestino e principalmente ao redor do ânus). o Staphylococcus saprophyticus (primeiras relações sexuais → “infecções da lua de mel”); o Proteus mirabilis é mais comum em crianças. Os homens têm mais propensão a ter infecção por esse agente. o A Klebsiella specicies é mais comum em infecções hospitalares. Escherichia coli, Klebsiella pneumoniae, Proteus mirabilis, Staphylococcus saprophyticus, Enterococcus faecallis, entre outros. ✓ Pielonefrite → ascensão uretral das mesmas bactérias; ✓ Pielonefrite hematogênica → pacientes debilitados, doença crônica ou recebendo terapia imunossupressora. EPIDEMIOLOGIA ✓ ITU é mais comum em mulheres, devido a fatores como: o Menor tamanho da uretra; o Maior colonização periuretral (úmido); o Ausência de substâncias antibacterianas do líquido prostático; ✓ Em mulheres em idade fértil pode-se ter um episódio de cistite por ano. o Já as pielonefrites ocorrem em uma proporção de 1:28 com cistites; o Em casos de uretrite, deve-se invertigar ISTs; ✓ É rara no sexo masculino antes dos 50 anos: o Se homem apresentar ITU antes dos 50 anos, deve ser investigado!! O QUE FAZER QUANDO O PACIENTE VIER À UBS? ✓ Deve-se colher a história clínica da paciente; ✓ Na anamnese, deve-se observar as variáveis na pessoa que está atendendo; ✓ Uma mulher adulta não grávida consultando por um ou mais sintomas de ITU → probabilidade de 48% de realmente estar; ✓ Queixas de disúria e de polaciúria, associadas à ausência de corrimento → aumenta em 24 vezes a chance de ITU; ✓ Deve-se ter em mente que algumas ISTs podem ter sintomas semelhantes à ITU e devem sempre ser consideradas como diagnóstico diferencial; o Homes: mais frequente do que cistite o Mulheres: sintomas de início ggradual ou mais de 7 dias de duração; sem dor suprapúbica; história de troca recente de parceiro. ✓ Mulheres em idade fértil: deve-se considerar gestação; o Diagnóstico diferencial → poucos sintomas; o Importante considerar essa possibilidade para a escolha do tratamento. ✓ Pielonefrite: Febre, calafrios, prostração e dor lombar. ✓ Deve-se observar se o paciente apresenta sintomas mais localizados, como apenas dor na região suprapúbica e periuretral, ou sintomas mais sistêmicos, como febre, calafrios, etc. ✓ Mulheres com queixa de corrimento ou úlceras genitais: deve-se realizar exame ginecológico; ✓ Homens com corrimento uretral ou úlceras genitais: deve-se realizar inspeção genital. ✓ Exames complementares: o Mulheres com alta probabilidade de cistite não complicada: considerar tratamento empírico; o Mulheres com probabilidade intermediária de ITU não complicada: exame da urina com fita reagente (coleta adequada): ▪ Positivo → esterases leucocitárias ou nitritos; ▪ Esterases leucocitária também podem ser positivas em outras condições, como ISTs. ▪ Nitritos → Negativos em infecções por bactérias que não convertem nitratos em nitritos (S. saprophyticus, Pseudomonas sp. E enterococos) ou quando urina não ficou muito tempo na bexiga (por isso recomenda-se a primeira urina do dia). o Adultos com suspeita de ITU (mulheres com suspeita de ITU complicada ou pielonefrite em homens); ▪ Sempre solicitar a urocultura; • Único exame que pode confirmar ou excluir ITU; • Avaliar a sensibilidade bacteriana; • Não deve ser solicitada para pessoas sem sintomas → exceção: gestantes e em pré-operatório de procedimentos urológicos. TRATAMENTO ✓ Mulheres com cistite não complicada: o Antimicrobianos mostraram-se mais efetivos do que placebo. o Nitrofurantoina é o fármaco de escolha para tratamento empírico; o E. coli apresenta importantes variações geográficas em sua sensibilidade e antimicrobianos. o Mesmo quando a resistência de E. coli às fluorquinolonas for inferior a 10%, estas devem ser evitadas para preservar sua eficácia no tratamento de ITUs mais graves. o Nitrofurantoína e tetraciclinas são contraindicadas em pessoas com Insuficiência Renal. ✓ Homens: o O tratamento não deve ser realizado com Nitrofurantoína ou beta-lactâmicos; ▪ Não atingiram adequada concentração tecidual para eventual prostatite oculta associada; ▪ Conforme o padrão de resistência local. o SMX-TMP ou quinolonas como opções para tratamento oral. ✓ Pacientes com estado geral bom, com pielonefrite não complicada, podem ser tratados ambulatorialmente → fluorquinolonas ✓ As únicas condições com evidencia de benefício no tratamento da bacteriúria assintomática: o Gestantes: ▪ Reduz incidência de pielonefrite; ▪ Reduz nascimentos de baixo peso e prematuros. o Pré-operatório de procedimentos urológicos diagnósticos ou terapêutico. ✓ Não foram encontradosensaios clínicos avaliando a efetividade de cranberry no tratamento de ITU QUANDO REFERENCIAR ✓ Pessoas em mau estado geral, com risco de sepse ou intolerância para tratamento oral; ✓ Indivíduos com sinais e sintomas sugestivos de obstrução do trato urinário; ✓ Pessoas com suspeita de anormalidades estruturais ou funcionais no trato geniturinário ou com pielonefrite que: o Após 3 dias de antimicrobiano ao qual o agente etiológico é sensível, persistirem com febre e sem melhora. ✓ ITUs complicadas, ITUs em homens e alguns casos de ITUs recorrentes em mulheres; ✓ Hematúria persistente, sem causa óbvia. PROGNÓSTICO E COMPLICAÇÕES POSSÍVEIS ✓ Complicações são raras na cistite não complicada; ✓ Pielonefrite, os sintomas costumam melhorar consideravelmente em 48 a 72 horas de tratamento; ✓ Pielonefrite complicada por doença renal prévia, pode haver redução da função renal; ✓ Persistência de sintomas de cistite ou recorrência em menos de um mês após tratamento empírico → resistência antimicrobiana ou, mais raramente, recidiva. o Nesses casos, deve-se solicitar urocultura e, enquanto se aguarda o resultado, fazer o tratamento com antibiótico de largo espectro. ✓ ITUs recorrentes: o Duas ou mais ITUs em 6 meses ou Três ou mais em 12 meses; o Fatores de risco: ▪ Fatores genéticos; ▪ História familiar de ITUs; ▪ Idade da primeira ITU ≤ 15 anos; ▪ Atividade sexual; ▪ Anormalidades anatômicas; ▪ Estenoses, cálculos, cistocele, incontinência urinária, bexiga neurogênica, RVU, resíduo pós-miccional e uso de cateter vesical. ATIVIDADES PREVENTIVAS E DE EDUCAÇÃO ✓ Revisão sistemática da Cochrane não encontrou redução da ocorrência de ITUs sintomáticas com o uso profilático de cramberry; ✓ Estrogênios vaginais reduziram o número de ITUs em mulheres pósmenopáusicas com ITUs de repetição; ✓ Não foram encontradas reduções de ITUs com o uso de probióticos em mulheres com ITUs recorrentes; ✓ Considerar a troca de método contraceptivo nas usuárias de diafragma com espermicida que tenham ITUs de repetição; ✓ Não houve menos casos de cistite recorrente com higiene anteroposterior: o Pós-evacuação; o Micção mais frequente; o Micção póscoital; o Uso de roupa íntima de algodão, ou menos “justa” em mulheres. DICAS/RESUMO ✓ A principal causa de ITU é a incursão ascendente de bactérias pelo trato urinário; ✓ A ITU é muito mais comum em mulheres; ✓ A combinação de disúria, polaciúria e ausência de corrimento vaginal denota grande probabilidade de ITU; ✓ ISTs devem ser sempre consideradas como diagnóstico diferencial; ✓ Em mulheres com corrimento vaginal, deve ser realizado exame ginecológico para explorar outro diagnóstico; ✓ Exame de urina com fita teste durante a consulta deve ser considerado para mulheres com probabilidade intermediária de ITU não complicada; ✓ A simples presença de uropatógenos na urina não significa ITU; ✓ A urocultura não é obrigatória para o manejo de cistites em mulheres; ✓ Em locais sem documentação da sensibilidade de E. coli a antimicrobianos, a nitrofurantoína deve ser preferida para o tratamento empírico de cistites; ✓ As únicas situações em que se deve rastrear e tratar bacteriúria assintomática são gestação e o pré-operatório de procedimentos urológicos. EXTRA: TRATAMENTO DE ACORDO COM AULA DE NEFROLOGIA CISTITE TRATAMENTO ✓ Além dos tratamentos abaixo, recomenda-se mudanças de comportamento, etc; ✓ Fenazopiridina → analgésico do trato urinário. SULFAMETOXAZOL + TRIMETROPIM ✓ 1ª linha de tratamento oral para cistite não complicada em mulher; o Para o professor de SFC, a primeira linha é nitrofurantoína. Para o professor de NEFROLOGIA, não é, pois muitos pacientes possuem insuficiência renal, o que gera contraindicação de nitrofurantoína. ✓ Classe: Sulfonamida + Diaminopirimidina. Nome comercial: Bactrim®, Bacfar®, Bacsulfaprim®, Bacteracin®, Infectrin®; ✓ Apresentação: 400mg+80mg; 800mg+160mg. ✓ Via: Oral. ✓ Posologia: 800+160mg, 12/12h, por 3 dias. ✓ Observações: atenção para alérgicos à Sulfonamidas. o Alternativa para alérgicos a SMX+TMT → Quinolonas não respiratórias; NITROFURANTOÍNA ✓ A Nitrofurantoína é o fármaco de escolha para tratamento empírico; o É contraindicada em pacientes com insuficiência renal; ✓ Classe: Nitroimidazólico. ✓ Nome comercial: Macrodantina®, Nitrofen®. ✓ Apresentação: 100mg. ✓ Via: Oral. ✓ Posologia: 100mg, 6/6h, por 7-10 dias. ✓ Observações: Contraindicado em pacientes com anúria, oligúria ou ClCr < 60mL/min/1,73m²; ✓ Vantagem: não atinge níveis séricos (não tem efeitos sistêmicos, atua apenas na bexiga, sendo eliminada na urina); ✓ Desvantagem: menor adesão ao tratamento devido à quantidade de comprimidos tomados por dia (6/6 horas). FOSFOMICINA ✓ Nome comercial: Monuril®, Belemina®, Traturil®. ✓ Apresentação: 5,631g (grânulo), equivalente a 3g de Fosfomicina. ✓ Via: Oral. ✓ Posologia: 3g, VO, dose única. ✓ Diluição: dissolver em 50-75mL e mexer. ✓ Observações: Preferencialmente de estômago vazio, à noite, antes de deitar-se. FLUORQUINOLONAS ✓ As fluorquinolonas não são recomendadas como tratamento de primeira linha para ITUs simples, para preservar sua eficácia para ITUs complicadas. NORFLOXACINA ✓ É a fluorquinolona de início; ✓ Classe: Fluoroquinolona; ✓ Nome comercial: Neofloxin®, Floxamox®, Norxacin®, Quinoform®; ✓ Apresentação: 400mg; ✓ Via: Oral; ✓ Posologia: 400mg, 12/12h, por 3 dias. CIPROFLOXACINA ✓ Classe: Fluoroquinolona; ✓ Nome comercial: Cipro®, Proxacin®, Proflox®, Quinolox®, Besflox®; ✓ Apresentação: 250mg; ✓ Via: Oral; ✓ Posologia: 250mg, 12/12h, por 3 dias. CEFUROXIMA ✓ Classe: Cefalosporina de segunda geração. ✓ Nome comercial: Zinnat®. ✓ Apresentação: Pó para suspensão oral: 50mg/mL. ✓ Via: Oral. ✓ Posologia: 125mg (2,5mL), 12/12h, por 7 dias. ✓ Observações: Existe comprimido revestido de 250mg, se único disponível, não partir. AMOXICILINA + CLAVULONATO ✓ Amoxicilina + clavulonato podem ser utilizados, mas não são de primeira escolha. ✓ Classe: Aminopenicilina + Inibidor da Beta-lactamase; ✓ Nome comercial: Uciclav®, Lânico®, Sigma-Clav®, Sigma-Clav BD®, Clavulin®, Clavulin BD®, Clavulin ES®, Novamox®, Policlavumoxil®, Policlavumoxil BD®, Sinot Clav®, Claxam®.; ✓ Apresentação: 500mg+125mg; ✓ Via: Oral; ✓ Posologia: 500mg, 8/8h, por 5-7 dias. CISTITE COMPLICADA TRATAMENTO ✓ O tratamento na fase complicada muda de espectro. ✓ Em vez da norfloxacina, se utiliza a ciprofloxacina (aumenta os níveis séricos). ✓ Outra opção é a ceftriaxona, que já seria endovenosa. ✓ Ao pensar em enterococo (comum em pessoas que fizeram/fazem cocô na roupa – diarreia, incontinência fecal; sexo vaginal depois de sexo anal) → ampicilina ou amoxicilina. ✓ Lembrar de internar todos os pacientes, salvo mulher jovem não-grávida sem comorbidades. Nesses casos pode se considerar tratamento ambulatorial e fazer reavaliação: o Ciprofloxacina 500 mg VO 12/12h por 7-10 dias; o Norfloxacina 400mg VO 12/12h por 7-10 dias; o Levofloxacina 750 mg VO 1x ao dia por 7-10 dias. ✓ Se flora comunitária tiver uma prevalência de resistência às fluoroquinolonas > 10%, incluir dose única de Ceftriaxone 1g IV ou IM. ✓ Se internamento, lembrar de transicionar para via oral assim que possível, segue prescrição: CIPROFLOXACINA ✓ Primeira linha; ✓ Classe: Fluoroquinolona; ✓ Nome comercial: Cipro®; ✓ Apresentação: 400mg; ✓ Via: Intravenosa; ✓ Posologia: 400mg, IV, 12/12 horas por 7-10 dias. LEVOFLOXACINA ✓ Primeira linha; ✓ Classe: Fluoroquinolona. ✓ Nome comercial: Tamiran®, Lovotac®, Levaflox®; ✓ Apresentação: 5mg/ml; ✓ Via: Intravenosa; ✓ Posologia: 750mg, IV, 1x ao dia por 7-10 dias. CEFTRIAXONA ✓ Segunda linha; ✓ Classe: Cefalosporinade terceira geração; ✓ Nome comercial: Rocefin®; ✓ Apresentação: 1g; ✓ Via: Intravenosa; ✓ Posologia: 1g, IV, 12/12h por 7-10 dias. CEFUROXIMA ✓ Segunda linha; ✓ Classe: Cefalosporina de segunda geração; ✓ Nome comercial: Zinacef®, Keroxime®, Zencef®, Monocef®; ✓ Apresentação: 750mg; ✓ Via: Intravenosa; ✓ Posologia: 750mg, 8/8h, por 7 dias. CISTITE AGUDA EM GESTANTES TRATAMENTO ✓ O tratamento pode variar de 3-7 dias: o Nitrofurantoína 100mg por via oral a cada 12h durante 5-7 dias; o Amoxicilina 500mg por via oral a cada 8 ou 12 horas durante 3-7 dias; o Amoxicilina+clavulanato 500mg por via oral a cada 12h durante 3-7 dias; o Cefalexina 500mg por via oral a cada 6 horas durante 3-7 dias; o Fosfomicina 3g por via oral em dose única. ITU RECORRENTE EM MULHER - PROFILAXIA ✓ Profilaxia contínua: ▪ 6 meses; ▪ 2 ou mais anos; ▪ SMZ+TMT ou nitrofurantoína. ✓ Profilaxia pós-coital: ▪ Dose única pós-coito: • SMZ+TMT (200/40mg); nitrofurantoína; cefalexina; quinolonas. ▪ Gestante: • Nitrofurantoína (50mg); • Cefalexina (250mg). • Não se utiliza SMZ+TMT e quinolonas em gestante. Classe C → observar riscos X benefícios. As fluoroquinolonas não são utilizadas na rotina de gestantes. ✓ Profilaxia na pós-menopausa: o Estrógenos vaginais; ✓ Outros métodos: o Análogos do receptor ou lactobacilos; o E. coli não patogênica (engenharia genética); o Vacina contra E. coli. BACTERIÚRIA ASSINTOMÁTICA EM GESTANTES TRATAMENTO ✓ Nitrofurantoína → risco de anemia hemolítica CEFALEXINA ✓ Classe: cefalosporina de 1ª geração; ✓ Nome comercial: Keflex e keforal; ✓ Apresentação: 500mg; ✓ Via: oral; ✓ Posologia: 500mg, VO, 6/6 horas por 4-7 dias. PIELONEFRITE AGUDA TRATAMENTO ✓ Hospitalização → gestante, resistente, sepse grave, etc; ✓ Nitrofurantoína não atinge níveis séricos; ✓ Não iniciar com: ampicilina, sulfonamidas, SMZ- TMT; ✓ Iniciar com: Aminoglicosídeos ou fluorquinolonas (preferencialmente ciprofloxacina); o Ciprofloxacina 500 mg via oral a cada 12 horas por 7 a 14 dias. ▪ O ciprofloxacino pode ser prescrito por entre sete e quatorze dia. Muitos profissionais só colocam sete dias, mas vale à pena uma reavaliação no sétimo dia, para sabermos se o paciente realmente melhorou ou ainda possui alguma queixa. ✓ Com sinais de gravidade (necessário internamento): o Ciprofloxacino 400 mg, 1 frasco, via endovenoso, de 12/12 horas por 7 dias; o Ceftriaxona 1g, 2 frascos, via endovenosa, uma vez ao dia por 7 dias; (Se o paciente tiver condições pode ser feito IM na UBS e continuar com tratamento VO). o Amicacina 15 mg/kg ou Gentamicina 5 mg/kg, uma vez ao dia por 7 dias. ✓ Em pacientes que tenham fator de risco para resistência → piperacilina-tazobactam – 3,375mg – 8/8h; ✓ Pacientes com sepse ou choque séptico → carbapenêmicos; ✓ Se pensar em enterococo: amoxicilina ou ampicilina+aminoglicosídeos; ✓ Duração: 14-21 dias. • 14 dias – não complicada; • 10 dias se houver rápida resposta. PIELONEFRITE AGUDA EM GESTANTES ✓ Tratamento: o Hospitalização + terapia venosa; o Beta-lactamicos ou gentamicina; ▪ A gentaminicina é nefrotóxica e ototóxica. o 10-14 dias de tratamento ÁRVORE DE DECISÃO