Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CURSO DE GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA QUÍMICA ENSAIOS DE FLUIDIZAÇÃO Relatório do experimento realizado na disciplina EQA 5531- 08216 – Laboratório de Fenômenos de Transferência e Operações Unitárias I do Curso de Graduação em Engenharia Química da Universidade Federal de Santa Catarina. GRUPO 1: Responsável pela disciplina: FLORIANÓPOLIS, 2022. RESUMO 2 SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA 3 1 INTRODUÇÃO 4 2 MATERIAIS E MÉTODOS 5 2.1 Equipamento e Materiais 5 2.2 Procedimento Experimental 5 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES 7 4 CONCLUSÕES 12 5 SUGESTÕES 13 6 BIBLIOGRAFIA 14 7 ANEXOS 15 7.1 Memorial de Cálculo 15 1 RESUMO Através do leito fluidizado é possível descrever a condição das partículas em suspensão, sendo que a fluidização é uma operação unitária que consiste na passagem de um fluido de baixo para cima de um leito e se caracteriza por proporcionar um bom contato entre sólido e fluido, favorecendo trocas de calor e massa. Em razão do aumento da vazão do fluido, as partículas deixam de estar apoiadas umas sobre as outras e passam a ser sustentadas pelo fluido, nesse ponto temos o leito à velocidade mínima de fluidização. No presente experimento foi possível perceber que o leito de partículas sólidas se comporta à medida que a vazão do líquido percorre a coluna aumenta. A velocidade mínima de fluidização pela literatura é de 0,0128 m/s para o regime laminar, 0,0209 m/s para regime turbulento e 0,0233 m/s foi encontrado experimentalmente. O desvio para regime laminar foi de 82,03%, já para escoamento turbulento, o desvio calculado foi de 11,48%. O meio poroso (areia fina) utilizado também foi caracterizado, tendo este uma porosidade de 0,45 e partículas sólidas com uma massa específica de 1625 kg/m³ e esfericidade igual a 0,70. 2 SIMBOLOGIA E NOMENCLATURA Q Vazão do fluido (L/min) q Velocidade superficial do fluido (m/s) Δh Altura do manômetro (mmCHCl3) ΔP/H Perda de carga (Pa/m) ρH2O Densidade da água (kg/m³) ρCHCl3 Densidade do clorofórmio (kg/m³) μH2O Viscosidade da água (Pa.s) g Aceleração da gravidade (m/s²) D Diâmetro do leito (m) L Comprimento do leito (m) dpmin Diâmetro mínimo de partícula (m) dpmax Diâmetro máximo de partícula (m) vp Volume de partículas na proveta (L) mp Massa de partículas na proveta (kg) vH2O Volume de água na proveta (L) dp Diâmetro médio de partícula (m) ε Porosidade do leito (adimensional) ρ Massa específica do leito (kg/m³) ϕ Esfericidade das partículas (adimensional) A Área do leito (m²) ρp Densidade da partícula (kg/m³) H Altura do Leito (m) Vmf Velocidade mínima de fluidização (m/s) Ho Altura mínima de fluidização do leito (m) Qo Vazão mínima de fluidização (L/min) 3 1 INTRODUÇÃO O processo de fluidização ou leito de fluidização é denominado pela condição na qual as partículas são arrastadas pela passagem do fluido, sendo que elas são suspensas na forma de um fluido mais denso proporcionando um bom contato entre sólido e fluido, assim favorecendo as trocas de calor e massa. E podendo ser aplicada em processos de mistura, secagem e recobrimento (GEANKOPLIS,1993). Nesse sentido, a fluidização só é atingida quando o equilíbrio de forças é atingido nas partículas, em baixas velocidades do fluido as partículas permanecem estáticas e quando as velocidades são muito elevadas as mesmas são arrastadas pelo fluido. Esse equilíbrio é atingido quando um movimento randômico das partículas é observado, sendo denominado de velocidade mínima de fluidização, ou seja, a velocidade mínima necessária para fazer com que as partículas saiam do estado estático para o estado dinâmico (GEANKOPLIS,1993). Quando se aumenta a velocidade do fluido, é observado o aumento de perda de carga, associado a força de arraste das partículas. Ademais, as bolhas geradas no leito corroboram para a formação de turbulência, e por consequência gerando boas condições de transferência de massa e calor, além de proporcionar uniformidade de temperatura. Entre algumas aplicações de fluidização na indústria, temos a aplicação para sínteses, reações, regenerações catalíticas, gaseificação e combustão, entre outras (CREMASCO, 2014). Os regimes fluidodinâmicos na fluidização são dependentes das características físicas da fase fluida: viscosidade dinâmica, massa específica, temperatura e parâmetros da coluna como: vazão do fluido, altura, diâmetro, compactação do particulado. E da fase particulada, pelo: diâmetro, distribuição granulométrica, tamanho médio das partículas, massa específica. Dessa maneira, pode-se identificar os seguintes regimes fluidodinâmicos: fluidização rápida, turbulenta, homogênea, borbulhante e do tipo slug (CREMASCO, 2014). O objetivo deste experimento é analisar o comportamento das partículas sólidas até atingirem o estado de fluidização, anotando a altura da coluna preenchida de pedrinhas, velocidades, e a queda de pressão através do manômetro. 4 2 MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 Equipamento e materiais O leito é constituído de partículas de quartzo com diâmetro médio (dp)= 1,97 mm, contidas em um tubo de vidro de 7,5 cm de diâmetro interno e a quantidade de material sólido utilizado é de 1520 gramas. O fluido utilizado é ar comprimido.Para a realização das medidas temos: rotâmetro e manômetro de tubo em U, utilizando água como fluido manométrico. Picnômetro, balança e amostra das partículas contidas no leito. 2.3 Procedimento Experimental Para a determinação da perda de carga em função da velocidade de escoamento do fluido, foi inicialmente aferido o ponto zero no manômetro. Em seguida, foi ligada a bomba e anotadas as medidas conforme eram fixadas as medidas de vazão no rotômetro. Nesse experimento , foram anotadas as quedas de pressão com a vazão ascendente e também com a vazão descendente; bem como as variações na altura do leito, pois estamos trabalhando com leito fluidizado e são dados relevantes para obter conclusões posteriores. As medidas estão compiladas na Tabela 1 abaixo: Tabela 1 - Dados experimentais coletados 𝝙P ida (mm) vazão (L/min) 𝝙P volta (mm) altura do leito ida (mm) altura do leito volta (mm) 118 1,2 131 495 491 178 1,7 184 243 2,2 x 301 2,7 304 370 3,2 370 454 3,7 451 551 4,2 541 492 652 4,7 618 495 770 5,2 700 498 836 5,7 766 503 824 6,2 798 509 511 823 6,7 819 522 523 816 7,2 817 538 - 813 8,7 813 572 572 Fonte: Autores, 2022. 5 Para determinação da densidade relativa das partículas contidas no leito fluidizado foi adotada a técnica de picnometria. Nessa etapa várias medidas são feitas a fim de obtermos a massa de uma determinada quantidade de partículas (100 unidades) sobre o volume deslocado por ela. Os resultados estão mostrados na Tabela 2 abaixo: Tabela 2 - Dados da Picnometria do experimento Picnometria P1 (g) 25,3 P2 (g) 26,6 P3 (g) 51,1 P4 (g) 50,6 Densidade aparente 1,625 Diâmetro médio das partículas (mm) 1,97 Fonte: Autores, 2022. 6 3 RESULTADOS E DISCUSSÕES Questão 1 - Faça um gráfico da queda de pressão contra a vazão, em papel normal e papel log-log e obtenha a queda de pressão suficiente para suportar o leito. Identifique o ponto de mínima fluidização. Compare com o gráfico esperado teoricamente. 7 Observando os dados percebemos que a vazão mínima de fluidização ocorre em torno de 6,2 L/min. Gráfico em escala log - log 8 Comparando o gráfico em escala log - log com o gráfico que descreve a fluidização, percebemos que o comportamento do leito fluidizado experimental está de acordo com a teoria pré-estabelecida. Questão 2 - Faça o gráfico, em papel normal, da altura do leito versus vazão de ar (Q) e coloque no mesmo gráfico a relação: H = Ho {1 + [(Q-Qo)/A. 0,35.(g.D)1/2]} onde: A - área transversal da coluna. Comente os dados obtidos e analise este gráfico. 9 Pode-se inferir nesse gráfico, que esta equação não é adequada para descrever esse fenômeno dado a discrepância entre valores calculados e observados. Questão 3 - Compare as velocidades mínimasde fluidização obtidas experimentalmente com as previstas por, pelo menos, uma correlação da literatura. Podemos utilizar a correlação de Ergun - equações 6 e 7 no memorial de cálculo - para obter um valor teórico para fluidização mínima. Os dados necessários estão agrupados a seguir e a esfericidade foi coletada de FOUST, A.S. 1982. esfericidade 0,7 porosidade 0,45 ρp (kg/m³) 1625 ρ(H2O) (kg/m³) 1000 m (H2O) (Pa.s) 0,001 g (m/s²) 9,8 10 Os resultados obtidos encontram-se na tabela abaixo: Velocidades mínimas m/s Vmf (laminar) 0,012865 Vmf (turbulento) 0,020972 Vmf (experimental) 0,02339 Percebe-se que essas correlações fornecem valores bem aproximados dos experimentais, tanto para o regime laminar quanto para o turbulento. Questão 4 - Qual a diferença entre fluidização agregativa (ou heterogênea) e fluidização particulada (ou homogênea)? A fluidização agregativa ou heterogênea geralmente ocorre em sistemas envolvendo gás - sólido nos quais é observada a formação de bolhas e de caminhos preferenciais. A fluidização particulada ou homogênea frequentemente ocorre entre líquido - sólido e apresenta comportamento estável e a expansão do leito ocorre suave e gradativamente. 11 4 CONCLUSÕES Nesse experimento observamos que a fluidização do leito depende se o sistema é homogêneo ou heterogêneo. Também observamos que a queda de pressão está diretamente correlacionada com a vazão até determinado ponto - velocidade mínima de fluidização - e que a partir daí o comportamento desse sistema começa a mudar. Isso se deve ao fato de as partículas em expansão demandarem menor pressão para serem suportadas. Os resultados de velocidades de mínima fluidização foram condizentes com os da literatura. Outro aspecto relevante observado foi o fenômeno da histerese. Observamos através dos gráficos de queda de pressão que quando estamos no regime descendente foi menor, e isso se deve ao fato de que as partículas se reagruparam e se reacomodaram no leito de maneira diferente do que a inicial. Concluímos também que a utilização de uma equação matemática para descrever o comportamento da altura do leito não foi satisfatória. 12 5 SUGESTÕES Sugere-se que as partículas poderiam ser no formato esférico, devido às atuais terem tamanhos variáveis, e assim podendo gerar erros nos dados e cálculos. Dessa forma, tendo uma padronização das partículas poderá se obter dados e resultados mais precisos. 13 6 BIBLIOGRAFIA CREMASCO, Marco Aurélio. Operações Unitárias em Sistemas Particulados e Fluidomecânicos. 2. ed. São Paulo: Edgar Blucher Ltda., 2014. 423 p. FOUST, A. S. et al. Princípios das operações unitárias,1982. pag 631. GEANKOPLIS, C. Transport processes and unit operations. 3 ed. New Jersey: Prentice-Hall,1993. pag 123-125. 14 7 ANEXOS 7.1 Memorial de Cálculo Velocidade superficial do fluido: (1)𝑞 = 𝑄𝐴 Área da secção transversal do leito: (2)𝐴 = π.𝐷²4 Perda de carga com vazão acima da vazão mínima de fluidização: (3)∆𝑃𝐻 = (1 − ε) . (ρ𝑝 − ρ𝐻2𝑂) . 𝑔 Porosidade do leito: (4)ε = 𝑣 𝐻2𝑂 𝑣 𝑝 Altura do leito para sistemas gás-sólido: } (5)𝐻 = 𝐻𝑜 . {1 +[ 𝑄 − 𝑄𝑜 𝐴 . 0,35 . (𝑔 . 𝐷)1/2 ] Velocidade mínima de fluidização pela correlação de Ergun para regime laminar: (6)𝑉 𝑚𝑓 = 𝑔 . (ρ 𝑝 − ρ 𝐻2𝑂 ) . ε³ . φ² . 𝑑 𝑝 ² 150 . µ . (1 − ε) Velocidade mínima de fluidização pela correlação de Ergun para regime turbulento: (7)𝑉 𝑚𝑓 =[ φ . 𝑑 𝑝 . 𝑔 . (ρ 𝑝 − ρ 𝐻2𝑂 ) . ε³ 1,75 . ρ 𝐻2𝑂 ]1/2 15
Compartilhar