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Novo Acordo Ortográfico

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A NOVA ORTOGRAFIA DESCOMPLICADA 
Orientações Básicas 
 
Douglas Tufano 
 
Conforme a 5ª edição do Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa (VOLP), publicado pela Academia Brasileira de 
Letras, em março de 2009. 
 
 
1. Foram oficialmente introduzidas no alfabeto as letras K, W e Y. O nosso alfabeto agora tem 26 letras: 
ABCDEFGHIJKLMNOPQRSTUVWXYZ. Mas atenção: as letras K, W e Y devem ser usadas apenas na escrita de palavras 
estrangeiras (e suas derivadas) e de palavras adotadas como unidades de medida de uso internacional (Kafka, kit, show, software, 
yin, yang etc.). 
 
2. O trema (¨) foi abolido. Ex.: 
Como era: agüentar, argüir, bilíngüe, seqüestro, tranqüilo. 
Como fica: aguentar, arguir, bilíngue, sequestro, tranquilo. 
* Continua em palavras estrangeiras e suas derivadas: Müller, mülleriano. 
 
3. Palavras que terminam em óia, óias, óio, éia, éias, éio não são mais acentuadas. Ex.: 
Como era: jóia, jóias, idéia, idéias, apóia (v. apoiar), apóio (v. apoiar), estréio (v. estrear). 
Como fica: joia, joias, ideia, ideias, apoia, apoio, estreio. 
 
4. Palavras que têm o grupo éi ou ói no meio não são mais acentuadas. Ex.: 
Como era: heróico, paranóico, debilóide, asteróide, protéico. 
Como fica: heroico, paranoico, debiloide, asteroide, proteico. 
* Palavras que terminam em éis ou ói(s) continuam com acento: papéis, herói, heróis. 
* Como se vê em 3 e 4, caiu o acento das paroxítonas nas quais a base da sílaba tônica são os ditongos abertos ói, éi. Mas o acento 
continua quando se trata de palavras oxítonas ou monossílabos tônicos: herói, dói, sóis etc. 
 
5. Palavras como feiúra, baiúca, bocaiúva, cauíla (= avarento) perderam o acento. Agora se escrevem: feiura, baiuca, bocaiuva, 
cauila. 
* Caiu o acento das vogais tônicas I e U, em palavras paroxítonas, somente quando elas são precedidas de ditongos decrescentes. 
Observe: 
 fei - u - ra / bai - u - ca / cau - i - la 
Se essas vogais tônicas forem precedidas de ditongo crescente, o acento permanece. Ex.: Guaíba, guaíra. 
* Se essas vogais tônicas não forem precedidas de ditongo, continuam com acento. Ex. saúde (sa-ú-de), saída (sa-í-da). 
 
6. Palavras que terminam em êem ou ôo(s) não são mais acentuadas. Ex.: 
Como era: abençôo (v. abençoar), dêem (v.dar), crêem (v.crer), lêem (v.ler), vêem (v.ver), vôo, vôos, zôo. 
Como fica: abençoo, deem, creem, leem, veem, voo, voos, zoo. 
 
7. Caiu o acento das seguintes palavras: pêlo, pêlos, pólo, pólos, pêra, pára. 
Agora devemos escrever: pelo, pelos, polo, polos, pera, para. 
 
8. O acento circunflexo na palavra fôrma é opcional, isto é, pode ou não ser usado. Às vezes, é bom usar para evitar confusão. Veja 
como ele é útil nesta frase: Não sei qual é a forma da fôrma do bolo. 
 
9. Caiu o acento agudo (´) no U de três formas dos verbos arguir e redarguir. 
Como era: (tu) argúis, (ele) argúi, (eles) argúem, (tu) redargúis, (ele) redargúi, (eles) redargúem. 
Como fica: (tu) arguis, (ele) argui, (eles) arguem, (tu) redarguis, (ele) redargui, (eles) redarguem. 
 
USO DO HÍFEN COM COMPOSTOS 
 
1. Usa-se o hífen nas palavras compostas que não apresentam elementos de ligação. Ex.: 
guarda-chuva, arco-íris, boa-fé, segunda-feira, mesa-redonda, vaga-lume, 
joão-ninguém, porta-malas, porta-bandeira, pão-duro, bate-boca. 
* Exceções: Não se usa o hífen em certas palavras que perderam a noção de composição, como girassol, madressilva, 
mandachuva, pontapé, paraquedas, paraquedista, paraquedismo. 
 
2. Usa-se o hífen em compostos que têm palavras iguais ou semelhantes, sem elementos de ligação. Ex.: 
reco-reco, blá-blá-blá, zum-zum, tico-tico, tique-taque, cri-cri, glu-glu, rom-rom, pingue-pongue, bi-bi, fom-fom, zigue-zague, 
esconde-esconde, pega-pega, corre-corre. 
 
3. Não se usa o hífen em palavras compostas que apresentam elementos de ligação. Ex.: 
pé de moleque, pé de vento, pai de todos, dia a dia, fim de semana, cor de vinho, ponto e vírgula, camisa de força, cara de 
pau, olho de sogra. 
Incluem-se nesse caso os compostos de base oracional. Ex.: 
maria vai com as outras, leva e traz, diz que diz que, deus me livre, deus nos acuda, 
cor de burro quando foge, bicho de sete cabeças, faz de conta. 
* Exceções: água-de-colônia, arco-da-velha, cor-de-rosa, mais-que-perfeito, pé-de-meia, ao deus-dará, à queima-roupa. 
 
4. Usa-se o hífen nas palavras compostas derivadas de topônimos (nomes próprios de lugares) que apresentam ou não elementos de 
ligação. Ex.: 
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Belo Horizonte — belo-horizontino 
Porto Alegre — porto-alegrense 
Mato Grosso do Sul — mato-grossense-do-sul 
Rio Grande do Norte — rio-grandense-do-norte 
África do Sul — sul-africano 
 
5. Usa-se o hífen nos compostos que designam espécies animais e botânicas (nomes de plantas, flores, frutos, raízes, sementes), 
tenham ou não elementos de ligação. Ex.: 
bem-te-vi, peixe-espada, peixe-do-paraíso, mico-leão-dourado, andorinha-da-serra, lebre-da-patagônia, erva-doce, ervilha-de-
cheiro, pimenta-do-reino, peroba-do-campo, cravo-da-índia. 
Obs.: Não se usa o hífen, quando os compostos que designam espécies botânicas e zoológicas são empregados fora de seu sentido 
original. Observe a diferença de sentido entre os pares: 
arroz-do-campo (certo tipo de erva) - arroz de festa (alguém que está sempre presente em festas). 
bico-de-papagaio (espécie de planta ornamental) - bico de papagaio (deformação nas vértebras). 
olho-de-boi (espécie de peixe) - olho de boi (espécie de selo postal). 
 
USO DO HÍFEN COM PREFIXOS 
 
Uso do hífen na formação de palavras com prefixos (anti, super, inter, semi, sub, ultra etc.) e elementos antepositivos terminados por 
vogal, como aero, auto, bio, macro, micro, mini etc., também chamados de falsos prefixos ou pseudoprefixos. 
 
1. Usa-se o hífen diante de palavra começada por H. Ex.: 
anti-higiênico, super-homem, sobre-humano. 
 
2. Usa-se o hífen se o prefixo terminar com a mesma letra com que se inicia a outra palavra. Ex: 
micro-ondas, anti-inflacionário, sub-bibliotecário, inter-regional. 
 
3. Não se usa o hífen se o prefixo terminar com letra diferente daquela com que se inicia a outra palavra. Ex.: 
autoescola, antiaéreo, intermunicipal, supersônico, superinteressante, agroindustrial, aeroespacial, semicírculo. 
 
4. Se o prefixo terminar por vogal e a outra palavra começar por R ou S, dobram-se essas letras. Ex.: minissaia, antirracismo, 
ultrassom, semirreta. 
 
5. Com o prefixo sub e sob, usa-se o hífen também diante de palavra começada por R. Ex.: sub-região, sub-reitor, sub-regional, 
sob-roda. 
 
6. O prefixo co junta-se com o segundo elemento, mesmo quando este se inicia por O ou H. Neste último caso, corta-se o H. 
Ex.: coobrigação, coedição, coeducar, cofundador, coabitação, coerdeiro. Se a palavra seguinte começar com R ou S, dobram-
se essas letras. Ex.: corréu, corresponsável, cosseno. 
 
7. Usa-se o hífen com os prefixos ex, sem, além, aquém, recém, pós, pré, pró, vice. Ex.: ex-aluno, sem-terra, além-mar, aquém-
mar, recém-casado, 
pós-graduação, pré-vestibular, pró-europeu, vice-rei. 
 
8. Com os prefixos pre e re, não se usa o hífen, mesmo diante de palavras começadas por E. Ex.: preexistente, preelaborar, 
reescrever, reedição. 
 
9. Com os prefixos circum e pan, usa-se o hífen diante de palavra começada por M, N e vogal. Ex.: circum-murado, circum-
navegação, pan-americano. 
 
OUTROS CASOS DO USO DO HÍFEN 
 
1. Não se usa o hífen na formação de palavras com não. Ex.: 
(acordo de) não agressão / (reservado para) não fumantes. 
 
2. Com mal, usa-se hífen quando a palavra seguinte começar por Vogal, H ou L. Ex.: 
mal-assombrado, mal-entendido, mal-estar, mal-humorado, mal-limpo. 
* Nos outros casos, escreve-se sem hífen: malcriado, malcomportado, malcheiroso, malfeito, malsucedido, malvisto. 
* Quando mal significa doença, usa-se o hífen se a palavra não tiver elemento de ligação. Ex.: mal-francês. Se houver elemento de 
ligação,escreve-se sem hífen. Ex.: mal de lázaro, mal de sete dias. 
 
3. Com bem, não há orientações novas no Acordo Ortográfico. De modo geral, usa-se o hífen nos compostos. Ex.: 
bem-aventurado, bem-intencionado, bem-humorado, bem-merecido, bem-nascido, bem-falante, bem-vindo, bem-visto, bem-
disposto. 
* Mas há vários casos em que bem se liga sem hífen à palavra seguinte. Ex.: 
benfazejo, benfeito, benfeitor, benquisto. 
 
4. Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser 
repetido na linha seguinte. Exemplos: 
 
 Na cidade, disseram- O diretor foi receber o vice- 
-me que ele foi viajar. -prefeito. 
 
 
A reprodução do conteúdo acima é permitida desde que citada a fonte: www.douglastufano.com.br 
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