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Trombocitopenias: Hereditárias e adquiridas LIS MARTINS - MEDICINA - 5º PERÍODO CONCEITO Distúrbio que causa uma contagem de plaquetas menor do que o normal, ou seja < 150.000. Pode haver uma pseudotrombocitopenia, por aglutinação ou agregação plaquetária, interferindo na contagem de plaquetas. MECANISMOS/TIPOS DE TROMBOCITOPENIA Diminuição na produção →Hipoprodução: São causas medulares ou centrais. Doenças da célula tronco hematopoiética: - Aplasia e mielodisplasia - Infiltração por neoplasia - Leucemias, linfomas e mieloma - Metástases de outros sítios Carenciais: Deficiência de vitamina B12 ou folato Infecções: Tuberculose e calazar Alteração na distribuição - Hiperesplenismo - Transfusão maciça Aumento da distruição/alteração do consumo - Coagulação intravascular disseminada - Púrpura trombocitopênica - Trombocitopenia gestacional - Síndrome hemolíticoourêmica - Colagenoses - Hepatites B e C - Infecção por HIV, CMV e varicela zoster. - Linfomas e leucemia linfocítica crônica - Sepse Drogas - Púrpura induzida por fármacos - Trombocitopenia induzida por heparina DIMINUIÇÃO NA PRODUÇÃO · Trombocitopenias adquiridas (ou seja, não hereditárias) → Aplasia megacariótica: Muito rara Não se tem muitas informações específicas Pré síndrome mielodisplásica → Desencadeada por infecções Virais - HIV, CMV, EBV, hantavírus, vacinas... Outras - micoplasma, micobactérias, erliquiose, malária... · Carência nutricional Deficiência ed B12 ou folato · Trombocitopenia associada ao HIV: Ocorre em 43% dos adultos infectados com HIV - Esses pacientes têm uma produção ineficaz e redução da sobrevida das plaquetas (mecanismo imune) - Possui correlação direta com a contagem de CD4 e inversa coma carga viral - A medula óssea pode ser reacional ou displásica - Contagem plaquetária < 50.000 Tratamento: → Costuma ter resolução espontânea → Responde à terapia ARV (ART) → Faz-se uso de corticoterapia em casos graves · Trombocitopenias congênitas/hereditárias Costuma haver um claro padrão na herança Informações gerais: Não tem testes específicos, o diagnóstico é de exclusão Tem recorrência familiar e gravidade variável, sendo a maioria leve Anemia de Fanconi: Aplasia medular grave - Causa baixa estatura - Anomalas esqueléticas - GU - Alterações cardíacas e de SNC - É fatal Sindrome de TAR: Trombocitopenia e Aus~encia de Rádio May-Hegglin: Possui plaquetas gigantes, inclusões leucocitárias e é assintomática Alport: - Causa nefrite, surdez e macroplaquetas - Não responde a corticoides ou a esplenomegalia Kasabach-Merritt - Causa um angioma cavernoso gigante - A retirada ou o tratamento do tumor melhora o quadro DISTÚRBIOS NA DISTRIBUIÇÃO Principal causa: Hiperesplenismo -sequestro esplênico Atenção: Fisiologicamento o baço sequestra ate 1/3 da massa plaquetária. Quando ha esplenomegalia, até 90% das plaquetas podem ficar aprisionadas no baço Mesmo com diminuição das plaquetas circulantes, a produção e a sobrevida delas é normal. Principais causas: Cirrose hepática com hipertensão portal e esplenomegalia congestiva Sequestro esplênico temporário: Pode ser causada por hipotermia IMPORTANTE: Independente da causa, o hiperesplenismo rara tem relevância clínica, pois as plaquetas podem ser mobilizadas do baço - Plaquetas ≥ 40.000: costuma ter boa resposta medular - Tratamento: Tratar a causa de base Transfusão maciça: · Ocorre quando o paciente recebe > 15 concentrados de hemácias em 24h Quanto maior o número de transfusões, maior pode ser a geavidade da trombocitopenia · Costuma ser uma trombocitopenia moderada OUTRAS CAUSAS: 1. Hepatopatia e hipertensão portal 2. Infecções: Esquistossomose, doença de Calazar e endocardite 3. Doenças inflamatórias: LES e outras colagenoses 4. Doenças de depósito: Doença de Gaucher e afins 5. Linfomas esplênicos AUMENTO DA DESTRUIÇÃO -> Púrpura trombocitopênica trombótica/ Síndrome hemolítico - urêmica (PTT/SHU) Epidemiologia: 60-70% dos pacientes são mulheres → São diferentes manifestações do mesmo processo → Caracterizada por aumento da agregação plaquetária por multímeros VWF (Fator de Von Willebrand), ou seja, tem formação de microtrombos na circulação → Pêntade sintomatológica clássica: Trombocitopenia Anemia hemolítica microangiopática Sinais e sintomas neurológicos Envolvimento renal Febre Apresentação comum: Cefaleia, confusão mental, convulsão, paresia, fadiga, dor abdominal, hematúria, epistaxe, alterações gastrointestinais e menorragia - sangramentos. Alterações laboratoriais: → Trombocitopenia - plaquetas < 150.000 → Hemólise microangiopática representada por: Anemia Reticulose Aumento da bilirrubina indireta Aumento da DHL → Hematúria e proteinúria - indicação de dano renal * NÃO é necessário fazer biópsia do órgão envolvido Diagnóstico diferencial: Sepse, endocardite infecciosa, Sd. de Evans, anemia magaloblástica. TRATAMENTO · Plasmaférese com troca diária até que tenha melhora clínica e laboratorial - melhor tratamento · Corticóides - pouca resposta (<10%) · Imunossupressores - tem resposta irregular · Esplenectomia - praticamente não se faz PTT/SHU associada à infecções: Após infecções por E. coli, shigella e rickettsia (entre outras) Outras causas: Drogas, transplantes de células tronco, câncer e gravidez · Trombocitopenia gestacional - Relativamente rara, ocorre em 5% das gestações - Pode ser de leve a moderada: Plaquetas > 70.000 - É assintomática e acontece apenas durante a gestação, após a gravidez há melhora espontânea Não influencia no feto O parto e a gestação tem abordagem habitual Cuidado: Pré-eclâmpsia, que pode evoluir para eclâmpsia ou síndrome HELLP - Nesses casos deve-se fazer o parto o quanto antes, pois há risco de morte para a mãe (principalmente) e para o feto. - Caso o parto não seja feito ou seja ineficaz, deve-se fazer plasmaférese. · Púrpura trombocitopênica imune (PTI): É disgnóstico de exclusão - Doença adquirida por adultos e crianças, sem recorrência familiar e de gravidade variável - No adulto: é uma doença insidiosa e crônica Há redução da sobrevida plaquetária, pois há destruição das plaquetas por anticorpos e ou sequestro esplênico -> Presença de anticorpos contra glicoproteínas da membrana plaquetária (GPIIb/GPIIIa e/ou GPIb/IX) -> Anticorpos contra megacriócitos podem afetar a trombocitopoese - Presença de aumento da função plaquetária (TS pode ser normal) - Não costuma haver sintomatologia, apenas achados laboratoriais ou com longa história de púrpura/ petéquias não palpáveis Sinais presentes: Púrpura Epistaxe Sangrramento gengival Menorragia Hematúria Não costuma ter sangramentos graves *Casos muito graves: Plaquetas <5.000 ACHADOS LABORATORIAS 1. Hemograma normal, com exceção da plaquetopenia 2. Em casos de sangramento intenso há anemia 3. Presença de medula óssea reacional Principal causa de morte: Sangramento em SNC Tratamento · Plaquetas entre 30 e 50.000 não precisa · Plaquetas <30.000 com sangramentos - prednisona. Caso não haja melhora se faz esplenectomia - Na criança - é aguda e autolimitada, com duração menor que 6 meses - É uma plaquetopenia isolada e sem causas aparentes Clínica: Apenas petéquias e equimoses pelo corpo, mas sem sintomas associados Ausência de hiperesplenismo Sem recorrência familiar Gravidade variável Púrpura pós-transfusional →Trombocitopenia aguda garve que ocorre entre 5 - 15 dias após uma transfusão Presença de trombocitopenia e sangramentos graves, além de febre e outros sinais de reação → Ocorre por conta de aloanticorpos plaqueta-específicos → Pacientespreviamente aloimunizados: Mulheres multíparas e politransfundidos Tratamento: Imunossupressão TROMBOCITOPENIA POR DROGAS · Trombocitopenia induzida por heparina → Pode acontecer de forma leve, logo após o uso de heparina e melhora mesmo com o seguimento da droga Resulta da agregação plaquetária → Quando se inicia entre 5-8 dias após o uso de heparina, pode estar associadacom trombose Diagnóstico: Contagem plaquetária > 50.000 e < 100.000, após uso de haperina Tratamento - Parar o uso da heparina, substituindo para um outro anticoagulante - Fazer controle da contagem de plaquetas - Evitar o uso de heparina novamente SOBRE A TRANSFUSÃO SANGUÍNEA COMO TRATAMENTO EM TROMBOCITOPENIAS Realiza-se a transfusão, com internação: → Contagem de plaquetas menor que 20.000 e maior que 10.000, COM sangramento (exceto na pele) → Contagem plaquetária de 10.000 ou menos, COM ou SEM sangramento Exceção: PTI - Não faz transfusão, mesmo que a contagem esteja menor que 10.000. A não ser que haja sangramento TGi, SNC e bexiga
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