Buscar

E-Book - Fundamentos de Farmacotécnica

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 111 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

FUNDAMENTOS DE
FARMACOTÉCNICA
ORGANIZADORES EURISLENE MOREIRA ANTUNES; FABRÍCIO DOS SANTOS CIRINO
Fundam
entos de farm
acotécnica
GRUPO SER EDUCACIONAL
O livro Fundamentos de farmacotécnica é direcionado para estudantes de 
farmácia e subáreas de farmacotécnica. 
Além de abordar assuntos gerais, o livro traz conteúdo especí�co dos 
seguintes assuntos: introdução à farmacotécnica, produção, qualidade, 
excipientes farmacêuticos, cálculos farmacêuticos, fatores relacionados à 
estabilidade de formulações magistrais, incompatibilidades farmacotécni-
cas e material de embalagem e de acondicionamento.
Após a leitura da obra, o leitor vai visualizar a aplicação de conceitos 
matemáticos à farmacotécnica; perceber a relevância da existência das 
boas práticas de manipulação; estar em contato com as etapas da gestão 
da qualidade em medicamentos; re�etir que legislações não garantem a 
qualidade de medicamentos; conhecer parte da história da pro�ssão 
farmacêutica; despertar para um universo promissor como a farma-
cotécnica. E não é só isso. Há muitos assuntos importantes e interessantes 
abordados nesta obra.
Agora é com você! 
Bons estudos!
FUNDAMENTOS DE
FARMACOTÉCNICA
ORGANIZADORES EURISLENE MOREIRA ANTUNES; 
 FABRÍCIO DOS SANTOS CIRINO
gente criando futuro
C
M
Y
CM
MY
CY
CMY
K
FUNDAMENTOS DE 
FARMACOTÉCNICA
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta publicação poderá ser reproduzida ou 
transmitida de qualquer modo ou por qualquer outro meio, eletrônico ou mecânico, incluindo 
fotocópia, gravação ou qualquer outro tipo de sistema de armazenamento e transmissão de 
informação, sem prévia autorização, por escrito, do Grupo Ser Educacional. 
Diretor de EAD: Enzo Moreira
Gerente de design instrucional: Paulo Kazuo Kato 
Coordenadora de projetos EAD: Manuela Martins Alves Gomes
Coordenadora educacional: Pamela Marques
Equipe de apoio educacional: Caroline Guglielmi, Danise Grimm, Jaqueline Morais, Laís Pessoa
Designers gráficos: Kamilla Moreira, Mário Gomes, Sérgio Ramos,Tiago da Rocha
Ilustradores: Anderson Eloy, Luiz Meneghel, Vinícius Manzi 
 
Antunes, Eurislene Moreira.
 Fundamentos de farmacotécnica / Eurislene Moreira Antunes; Fabrício dos Santos Cirino:
Cengage – 2020.
 Bibliografia.
 ISBN 9786555580365
 1. Farmacotécnica 2. Farmácia 
Grupo Ser Educacional
 Rua Treze de Maio, 254 - Santo Amaro 
CEP: 50100-160, Recife - PE 
PABX: (81) 3413-4611 
E-mail: sereducacional@sereducacional.com
“É através da educação que a igualdade de oportunidades surge, e, com 
isso, há um maior desenvolvimento econômico e social para a nação. Há alguns 
anos, o Brasil vive um período de mudanças, e, assim, a educação também 
passa por tais transformações. A demanda por mão de obra qualificada, o 
aumento da competitividade e a produtividade fizeram com que o Ensino 
Superior ganhasse força e fosse tratado como prioridade para o Brasil.
O Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego – Pronatec, 
tem como objetivo atender a essa demanda e ajudar o País a qualificar 
seus cidadãos em suas formações, contribuindo para o desenvolvimento 
da economia, da crescente globalização, além de garantir o exercício da 
democracia com a ampliação da escolaridade.
Dessa forma, as instituições do Grupo Ser Educacional buscam ampliar 
as competências básicas da educação de seus estudantes, além de oferecer-
lhes uma sólida formação técnica, sempre pensando nas ações dos alunos no 
contexto da sociedade.”
Janguiê Diniz
PALAVRA DO GRUPO SER EDUCACIONAL
Autoria
Fabrício dos Santos Cirino
Graduado em Farmácia. Mestre em Saúde Coletiva, na linha de pesquisa de Meio Ambiente e Saúde 
pela Universidade Católica de Santos - UNISANTOS. Doutor em Ciências pela Faculdade de Medicina 
da Universidade de São Paulo, pelo Departamento de Patologia. Atualmente é professor de Controle 
de Qualidade Físico-Químico, Química Analítica, Química Geral e, Gestão em Farmácias e Drogarias, 
no curso de Farmácia da UNISANTOS. Líder do Grupo de Pesquisa Tecnologias Associadas aos 
Medicamentos e Cosméticos.
Eurislene Moreira Antunes Damasceno
G raduada em Farmácia. Mestre em Cuidado Primário em Saúde, linha de pesquisa em Fitoterapia pela 
Universidade Estadual de Montes Claros- UNIMONTES . Especialista em plantas medicinais manejo 
cultivo e manifestações- Universidade Federal de Lavras UFLA. Especialista em farmácia Clínica e 
assistência farmacêutica- Faculdade unidas do Norte de Minas -Funorte Atualmente é professor de 
Controle de Farmacobotânica, farmacognosia, fitoterapia, introdução a Cosmética e estética e Bio e 
fitocosmeticos na faculdade unidas do Norte de Minas Funorte, coordenadora do programa de pos 
graduação em farmácia clínica e assistência farmacêutica- Funorte e farmacêutica na coordenação 
de assistência farmacêutica no município de Montes Claros-MG. Orientadora de pesquisa na Funorte
SUMÁRIO
Prefácio .................................................................................................................................................8
UNIDADE 1 - Farmacotécnica: da magia à ciência ..........................................................................9
Introdução.............................................................................................................................................10
1 Histórico e Introdução à Farmacotécnica ........................................................................................... 11
2 Classificação das formas farmacêuticas ............................................................................................. 15
3 Vias de administração e aspectos biofarmacêuticos .........................................................................23
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................31
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................32
UNIDADE 2 - Introdução à farmacotécnica .....................................................................................35
Introdução.............................................................................................................................................36
1 Excipiente ...........................................................................................................................................37
2 Cálculos Farmacêuticos ...................................................................................................................... 49
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................57
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................58
UNIDADE 3 - Produção e qualidade ...............................................................................................61
Introdução.............................................................................................................................................62
1 Cálculos em farmacotécnica II ........................................................................................................... 63
2 Alcoometria........................................................................................................................................ 68
3 Boa práticas de Manipulação ............................................................................................................. 71
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................83
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................84
UNIDADE 4 - Aspectos da farmacotécnica ......................................................................................87Introdução.............................................................................................................................................88
1 Aspectos Relacionados à Estabilidade de Preparações Magistrais ....................................................89
2 Incompatibilidade farmacotécnica ..................................................................................................... 94
3 Material de Embalagem e de Acondicionamento .............................................................................. 102
PARA RESUMIR ..............................................................................................................................108
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ......................................................................................................109
Exercitada por farmacêuticos, a farmacotécnica busca manipular os princípios ativos 
para estudo e produção de medicamentos. Este livro, Introdução à farmacotécnica, 
ensina ao leitor tanto conceitos básicos da área tanto conteúdo específico, como 
introdução à farmacotécnica, produção, qualidade, excipientes farmacêuticos, 
cálculos farmacêuticos, fatores relacionados à estabilidade de formulações magistrais, 
incompatibilidades farmacotécnicas e material de embalagem e de acondicionamento.
A primeira unidade explica a história da farmacotécnica e sua consolidação como 
ciência, por meio de sua aplicação e desenvolvimento, na necessidade de obtenção de 
novas formas farmacêuticas para a administração de medicamentos.
Em seguida, a segunda aborda os conceitos, aplicação e importância desses 
conteúdos para a sua atuação. São também citadas as categorias, características, 
funções, classificações e mais.
A terceira estuda a principal variável que pode influenciar na geração de desvios de 
qualidade: erros de cálculos nas formulações, adulterando as concentrações de ativos 
e demais componentes do medicamento.
Para finalizar o livro, a quarta unidade busca elucidar os conteúdos de fatores 
relacionados à estabilidade de formulações magistrais, incompatibilidades 
farmacotécnicas e material de embalagem e de acondicionamento. 
Esta é apenas uma amostra do que o leitor aprenderá após a leitura do livro. Como 
todos sabem, o segredo para se ter uma carreira de sucesso é muito trabalho e estudo. 
Aos leitores, sorte em seus estudos!
PREFÁCIO
UNIDADE 1
Farmacotécnica: da magia à ciência
Olá,
Você está na unidade Farmacotécnica: da magia à ciência. Conheça aqui a história 
da Farmacotécnica e sua consolidação como ciência, por meio de sua aplicação e 
desenvolvimento, na necessidade de obtenção de novas formas farmacêuticas para a 
administração de medicamentos.
Venha conhecer melhor as formas diferenciadas de absorção dos fármacos, e as relações 
de melhoria em processos de biodisponibilidade geradas pelas diferentes formas como os 
medicamentos se apresentam. 
Bons estudos!
Introdução
11
1 HISTÓRICO E INTRODUÇÃO À FARMACOTÉCNICA
Caro estudante, começa aqui a nossa viagem pela Farmacotécnica, ciência esta que tem como 
finalidade o estudo das formas farmacêuticas, incluindo a inserção de novas tecnologias que 
permitam atender aos mais diversos públicos, de acordo com suas especificidades.
1.1 Farmácia desde a Pré-História?
Em torno de 10 mil anos a.C., o homem fazia uso dos medicamentos na sua forma mais natural 
imaginável, sem qualquer preparo de formas farmacêuticas convencionais, mesmo que fossem 
as mais simples. Com o decorrer do tempo, seguindo a própria evolução de saberes, o homem 
passa a empregar formas farmacêuticas primárias, como tinturas, chás, macerados, triturados e 
em pastas. Estas formas se desenvolveram pela associação do uso de energia na forma de calor 
(percebe-se a condição de processo extrator bastante simplificada), assim como de ferramentas 
desenvolvidas de maneira primitiva, e utilizadas em processos de moagem das plantas medicinais. 
Essa tecnologia disponível a época, aumenta de forma considerável o conhecimento médico-
farmacêutico. (GALLETTO, 2006)
Pode-se afirmar, então, que a história da farmácia e dos medicamentos é tão antiga como a 
própria história da humanidade, tendo início por práticas mágico-religiosas, haja vista que não eram 
possuídos todos os conhecimentos científicos atuais, ou seja, mesmo fazendo uso de produtos 
naturais no preparo dos medicamentos, o processo era quase intuitivo. (CABRAL; PITA, 2015)
Aquele que possuía esta intuição, capaz de manipular de forma artesanal os recursos 
naturais, seja animal, vegetal e/ou mineral, para prevenir ou curar enfermidades naquela época, 
era conhecido como alquimista.
1.2 Os Alquimistas
Essa entidade, também conhecida como “bruxo-feiticeiro” ou curandeiro, possuía enorme 
importância para a sociedade, pois em um período em que uma doença era tratada como oriunda de 
algo que estivesse punindo o homem por alguma ação, um mal olhado, ou ainda a fúria dos deuses no 
castigo a este enfermo, era ele o responsável por “dialogar” com os deuses ou espíritos responsáveis 
pela doença a fim de restabelecer a saúde aos indivíduos doentes. (DIAS, 2005; PITA, 2000) Torna-se 
evidente que esse papel era o que mais se assemelha ao atual farmacêutico (PITA, 2000).
Contudo, é relevante que em dias atuais, mostremos a alquimia não como algo místico – 
destinado só a iniciados ou a bruxos e feiticeiros –, pois certamente foi essa ciência que veio a 
se transformar em um ponto de partida para a Química, Biologia, a Física e a Farmácia, já que 
a alquimia era a arte de trabalhar e aperfeiçoar os corpos com a ajuda da natureza (BARBOSA, 
2003).
12
1.3 Galeno e os humores corporais
Com o passar do tempo e a padronização entre os procedimentos adotados às matérias-
primas necessárias para o preparo dos medicamentos, feito pelo considerado “Pai da Farmácia”, 
Galeno (131-200 d.C.), foi concebido um conceito de preparo dos medicamentos, com a arte de 
os preparar em função da teoria dos humores, natural da Grécia Antiga, por Hipócrates (CABRAL; 
PITA, 2015).
A medicina hipocrática era baseada essencialmente na observação do processo da doença, 
preocupando-se mais com os prognósticos e o tratamento, do que com eventuais diagnósticos, 
ou seja, constituía-se a cura muito mais pela prática do que pela teoria. Logo, reconhecia-
se a sintomatologia, mas não necessariamente a enfermidade que afligia o paciente, pois se 
trabalhava dentro da perspectiva mais ampla de que qualquer perturbação no estado de saúde 
era decorrente de um desequilíbrio no corpo, visto sempre como uma totalidade, não havendo 
então as doenças, mas sim pessoas doentes (LIMA, 1996).
Pelos quatro humores corporais, considerado por esta prática, temos: sangue, fleuma, 
bile branca e bile negra. Com base nisso, Galeno descreveu, em sua monografia, quatro 
temperamentos primários, conhecidos entre teóricos e leigos, sendo nomeados de acordo com 
os humores predominantes no corpo (ITO; GUZZO, 2002):
• Tipo sanguíneo, caracterizado por indivíduos atléticos e vigorosos, nos quais o humor 
corporal predominante era o sangue (coração).
• Tipo colérico, indivíduos facilmente irritáveis, nos quais predominava a bile amarela (fí-
gado).
• Tipo melancólico, indivíduos tristes e melancólicos que exibiam excesso de bile negra 
(baço);
• Tipo fleumático, indivíduos cronicamente cansados e lentos em seus movimentos, que 
possuíam excesso de fleuma (cérebro).
A partir destes humores, o desequilíbrio de qualquer um deles poderia causar sintomas no 
homem. Até ao século XVI, a farmácia europeia era sustentada nas doutrinas humorais de Galeno, 
tirando partido de drogas vegetais conhecidas na Europa e bacia do Mediterrâneo com recurso a 
purgas, sangrias, clisteres e dietas apropriadas. (CABRAL; PITA, 2015)
1.4 Novo Paradigma – Paracelso
Uma mudança de visão ocorre com a inserção de Paracelso. Neste processo histórico, a quem 
é atribuída a frase de que “a diferença entre o medicamento e o veneno é a dose”.
Posterior a Galeno, Paracelsodenominava de “farmácia magna” aos imensos e infindáveis 
13
recursos da Natureza, em todos seus reinos: plantas medicinais, metais, minerais e animais 
que poderiam ser estudados, catalogados e manipulados para produção de medicamentos que 
aliviassem do sofrimento humano. Essa relação dos conceitos da medicina com a Natureza era 
ancorada na ideia básica de ligar aquele componente natural ao organismo humano, em um 
processo que originalmente lhe pertenceu, mas que foi perdido ao longo da evolução (este fato 
tem relação com o ciclo de vida da cadeia alimentar), portanto, as plantas têm uma espécie de 
registro que atua, por ser assim, como medicamento – o princípio ativo. (DE MORAES, 2010)
Esse novo conceito ganha robustez com a expansão europeia pelo Oriente e pela América, 
proporcionando a chegada à Europa de drogas desconhecidas, e de grande interesse terapêutico 
e comercial, praticamente colocando um fim à vigência galênica. Ao longo dos séculos XVII e XVIII, 
as inovações terapêuticas provenientes da América e do Oriente foram sendo introduzidas na 
terapêutica europeia por meio de uma série de publicações botânicas, farmacêuticas, além das 
farmacopeias. (CABRAL; PITA, 2015)
Neste período, introduziu-se um conceito importante que ainda o consideramos na atualidade 
como base para a terapia alopática: a máxima contraria contrariis, além da expressão primum 
non nocere, que significa “em primeiro lugar, não prejudicar o paciente” (DIAS, 2005; PITA, 
2000). Com estas duas máximas, verifica-se que ao estar exposto a novas práticas e substâncias 
inovadoras, tinha-se como prioridade a condição de minimizar o dano ao paciente, já que todas 
as substâncias teriam característica exógena.
1.5 Médicos e Farmacêuticos: duas profissões
Por muito tempo, aquele que fazia a identificação do quadro patológico também fazia o 
medicamento. Por este motivo, a separação do exercício dos atos médicos e farmacêuticos em 
dois profissionais distintos foi pacífica em alguns lugares. Porém, nem tudo foi tão amigável, pois 
em algumas localidades foram necessários séculos para se concretizar, fazendo com que um só 
indivíduo acumulasse ambas as funções por muito tempo. Na Europa, a separação ocorreu desde 
o início do século XII. Em Portugal, a obrigatoriedade da separação foi determinada no século XV, 
precisamente em 1461 (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
FIQUE DE OLHO
A profissão farmacêutica e médica separaram-se durante a história, e por força de lei, o 
médico ficou proibido de ser proprietário das boticas. Com a industrialização, o farmacêutico 
ficou restrito aos produtos magistrais e venda de especialidades farmacêuticas. Porém, 
atualmente, alguns modelos vêm aproximando estes profissionais novamente, como o 
modelo visto no vídeo disponível em https://www.youtube.com/watch?v=iPXVkR3zkqQ .
14
1.6 Os boticários
Os primeiros boticários teriam surgido em Portugal ainda no século XIII, mas antes destes 
já existiam os especieiros. As especiarias e/ou temperos tiveram na Idade Média uma utilização 
generalizada para fins terapêuticos, entrando na composição de variadíssimos medicamentos, 
seja como droga ativa, seja como edulcorantes (substâncias acrescidas a uma formulação com o 
intuito de alterar sabor ou cor) (DIAS, 2005).
Figura 1 - Botica francesa, datada de 1882 
Fonte: VOLLOREJO, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: A imagem mostra uma Botica no estilo francês antigo, com móveis em madeira 
no estilo colonial peças de vidro com produtos referentes ao boticário e um móvel de madeira e 
vidro no centro com produtos boticários.
O açúcar ocupava um lugar de destaque na galênica da época devido à necessidade de tornar 
palatar muitas substâncias de sabor abominável utilizadas na terapêutica medieval, portanto, fazia 
para de uma quantidade apreciável na composição de inúmeras formas galênicas, destacando-se 
os electuários, os xaropes e as conservas. (DIAS, 2005)
Os boticários, de fato, surgiram depois dos especieiros, mas ambos coexistiram durante um 
certo período. A evolução de uma denominação para a outra correspondeu ao surgimento de um 
estabelecimento fixo (armazém ou depósito) para a venda de medicamentos (DIAS, 2005). Com a 
chegada da Família Real em solo brasileiro, os portugueses depararam-se com a comunidade indígena, 
que buscava na floresta seus insumos (raízes, folhas, sementes e plantas) para que, após manipulação 
pelos pajés, fosse usado para a resolução de qualquer problema de saúde (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
Como havia uma orientação básica aos jesuítas para que criassem colégios, conventos e 
realizassem missões junto aos índios, muito se aproveitou destas atividades para que aprendessem 
mais sobre a manipulação das matérias-primas nativas e a obtenção de medicamentos. Isso 
contribuiu para o empenho dos jesuítas em aprender a transformar em medicamento o que as 
plantas nativas ofereciam, mesclando os conhecimentos médicos europeus com aqueles obtidos 
com os indígenas. E foi assim que várias boticas foram instaladas sob a direção dos padres, sendo 
15
a da Bahia a mais importante, por se tornar um centro distribuidor para as demais, tanto daqui 
como das outras províncias (DEL CORRAL; SANTOS, 2009).
2 CLASSIFICAÇÃO DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
Você sabe o que é uma forma farmacêutica? Segundo o Formulário Nacional de Farmacopeia 
Brasileira (2012), forma farmacêutica é o estado final de apresentação dos princípios ativos 
farmacêuticos, após uma ou mais operações farmacêuticas executadas com a adição ou não de 
excipientes apropriados, a fim de facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico desejado, 
com características apropriadas a uma determinada via de administração.
Podemos afirmar, então, que a forma farmacêutica de um medicamento corresponde ao seu 
formato físico, presente no ato da administração do mesmo. Convido você a conhecer um pouco mais 
sobre as diferentes formas farmacêuticas e a discutir sobre as particularidades para sua seleção.
2.1 Tipos de formas farmacêuticas
Você já pensou se um paciente possui problema de deglutição, e necessita de uma dose que 
faria com que, na forma sólida, o medicamento tivesse um volume muito grande, impedindo a 
aderência ao tratamento, e comprometendo o sucesso da terapia? Será que é possível produzir 
este medicamento em uma forma líquida, facilitando assim, a administração do mesmo?
E se um medicamento tem instabilidade comprovada em meio ácido, impossibilitando de ser 
administrado por via oral, pois ao passar pelo estômago e ter contato com o ácido clorídrico ali 
contido, teria sua degradação e inativação, o que comprometeria o sucesso na terapêutica? Como 
proteger este princípio ativo desta degradação?
Para os medicamentos de uso contínuo, um dos maiores responsáveis pelo insucesso no 
tratamento é o esquecimento das administrações pelo paciente. E se sua forma fosse alterada 
para uma administração em menor número (até mensal), mas com um sistema de liberação 
controlado, que mantenha a concentração plasmática do fármaco?
FIQUE DE OLHO
Lembre-se de que existem dois conceitos muito fortes na profissão farmacêutica, mas 
que não possuem nenhuma relação direta entre si: forma e fórmula farmacêutica. 
A fórmula farmacêutica é a relação de componentes de um medicamento com suas 
respectivas concentrações, e isso não implica que determinada forma farmacêutica não 
possa ser aplicada a uma matéria-prima. Você sempre pode planejar uma nova forma 
para um medicamento!
16
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
Todos os problemas acima são reais, e é por isso que a partir de agora, cada uma das 
classificações que forem apresentadas será discutida, baseando-se nos enunciados da 
Farmacopeia Brasileira. De posse deste conhecimento, você certamente consegue propor 
alterações de formas farmacêuticas para que a maioria de seus problemas sejam solucionados. 
As poucas formas farmacêuticas, que não estão presentes na literatura oficial, terão suas fontes 
indicadas na sequência. Boa leitura!
AerossolIndependente de seus diversos formatos, não é gasoso. São partículas sólidas ou líquidas que 
se encontram suspensas em um meio gasoso (geralmente o ar) (HINDS, 1999). Essa é a forma de 
administração principal para medicamentos respiratórios, pois a sua efetividade se toda maior, já 
que consegue chegar no local de ação de forma mais rápida.
Comprimido
Comprimidos são formas farmacêuticas sólidas que possuem formatos muito variáveis, 
geralmente obtidas pela compressão, em equipamento específico, do(s) fármaco(s) e de 
adjuvantes (excipientes) adequados (FERRAZ, 2007).
Certamente, esta é a forma farmacêutica mais conhecida, apesar de poucos saberem sobre as 
diferentes tecnologias aplicadas aos comprimidos, por exemplo, um comprimido pode passar por 
um processo de revestimento, cuja operação consiste no recobrimento da forma farmacêutica 
(em geral comprimido), a partir da utilização de açúcar (drágeas) ou polímeros (comprimidos 
revestidos). Com estas duas formas de revestimento, criam-se duas aplicações diferentes, pois, 
no caso das drágeas, a finalidade do revestimento é a proteção do fármaco contra a ação da 
umidade, da luz e do oxigênio, além da finalidade estética e para encobrir eventuais odores e 
17
sabores desagradáveis dos medicamentos.
Já, no caso dos comprimidos revestidos, a aplicação é voltada para controlar a liberação 
do fármaco, porém, neste caso específico, o polímero empregado é especialmente designado 
para atuar como agente capaz de regular a dissolução do fármaco, desta forma, podemos ter ao 
menos três tipos de polímeros:
Matriz de bomba osmótica “push-pull”: A água do organismo penetra no comprimido 
por osmose, desintegrando o núcleo, causando intumescimento do polímero hidrofílico, 
expandindo-a, e promovendo a liberação do fármaco por um sistema denominado “oros”.
Figura 2 - Comprimido “oros” 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007.
#ParaCegoVer: Imagem confere a três rodelas, no estilo pizza, mostrando as partes de antes 
e após a deglutição, mostrando quando a água penetra e quando ela sai, mostrando o fármaco 
liberado pelo orifício do revestimento.
Matriz insolúvel: A água do organismo penetra no comprimido e dissolve o fármaco contido 
internamente. Formam-se canais na estrutura da matriz, liberando o princípio ativo por difusão.
18
Figura 3 - Comprimido revestido por matriz insolúvel 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, 
a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
Matriz hidrofílica: a água dos fluidos corporais penetra no comprimido, hidratando o polímero 
de revestimento, que intumesce e forma uma porção gel. O fármaco que está presente nesta 
camada gel se difunde e é liberado. Esse processo se repete inúmeras vezes, até que não exista 
mais medicamento.
Figura 4 - Comprimido revestido por matriz hidrofílica 
Fonte: PEZZINI; SILVA; FERRAZ, 2007.
#ParaCegoVer: A imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes, 
a imagem mostra quatro rodelas, a primeira inteira e as outras três em partes.
19
Cápsula
É uma forma farmacêutica sólida, na qual o princípio ativo e os excipientes estão contidos 
em um invólucro solúvel, duro ou mole, de formatos e tamanhos variados, usualmente contendo 
uma dose única do princípio ativo. O invólucro normalmente é constituído de gelatina, mas 
também pode ser de amido ou de outras substâncias.
As cápsulas representam a maior demanda de produção em uma farmácia magistral, pois 
permite, em seus tamanhos variados, personalizar as doses de acordo com a prescrição de cada 
paciente.
Colírio
É um produto farmacêutico líquido destinado à aplicação sobre a mucosa ocular. Todo colírio 
deve possuir esterilidade em seu controle de qualidade e caracteriza-se por uma solução líquida 
na maioria das vezes.
Creme
É a forma farmacêutica semissólida que consiste em uma emulsão, formada por uma fase 
lipofílica e uma fase hidrofílica. Contém um ou mais princípios ativos dissolvidos ou dispersos 
em uma base apropriada e é utilizada, normalmente, para aplicação externa na pele ou nas 
membranas mucosas.
Essa forma farmacêutica envolve administração de ativo de uso tópico, e tem em especial 
a capacidade de hidratação, haja vista que a sua composição (água e óleo) é semelhante a 
composição da pele.
Elixir/hidrolato
É a preparação farmacêutica, líquida, límpida, hidroalcoólica, de sabor adocicado, agradável, 
apresentando teor alcoólico na faixa de 20% a 50%. Os elixires são preparados por dissolução 
simples e devem ser envasados em frascos de cor âmbar e mantidos em lugar fresco e ao abrigo 
da luz.
A sua aplicação em cosmetologia e aromaterapia são bastante comuns pelo fato de estarem associados 
a óleos essenciais de plantas medicinais, mas podem ser empregadas em uso interno também.
Emulsão
É a forma farmacêutica líquida de um ou mais princípios ativos que consiste em um sistema 
de duas fases com pelo menos dois líquidos imiscíveis e no qual um dos líquidos é disperso na 
20
forma de pequenas gotas (fase interna ou dispersa) no outro líquido (fase externa ou contínua). 
Normalmente, é estabilizada por meio de um ou mais agentes emulsificantes.
É semelhante aos cremes, pois a relação de imiscibilidade geralmente está associada à água 
e ao óleo, porém mais fluido, por exemplo, xampu ou loções cremosas.
Espírito
É a forma farmacêutica líquida alcoólica ou hidroalcoólica, contendo princípios aromáticos ou 
medicamentosos e classificados em simples e compostos. Os espíritos são obtidos pela dissolução 
de substâncias aromáticas em etanol, geralmente na proporção de 5% (p/v).
É semelhante ao elixir, mas com menor teor alcoólico.
Gel
É a forma farmacêutica semissólida de um ou mais princípios ativos que contém um agente 
gelificante para fornecer viscosidade a um sistema no qual partículas de dimensão coloidal – 
tipicamente entre 1 nm e 1 μm – são distribuídas uniformemente. Um gel pode conter partículas 
suspensas.
Essa forma farmacêutica geralmente está associada a locais de administração em que se 
necessita de ausência de óleo, pois independente de seu agente, a composição básica de um gel 
é a base de água.
Implante
O implante é um biochip formado por inúmeros micro reservatórios selados, no interior dos 
quais o medicamento fica armazenado. Quando recebe o comando pelo controle remoto externo, 
uma reação eletroquímica remove a minúscula cobertura de ouro de um dos reservatórios, 
liberando a dose correta de medicamento no organismo (INOVAÇÃO TECNOLÓGICA, 2008).
Loção
É a preparação líquida aquosa ou hidroalcoólica, com viscosidade variável, para aplicação na 
pele, incluindo o couro cabeludo, que pode ser solução, emulsão ou suspensão, contendo um ou 
mais princípios ativos ou adjuvantes.
Óvulo
É a forma farmacêutica sólida, de dose única, contendo um ou mais princípios ativos dispersos ou 
dissolvidos em uma base adequada que tem vários formatos, usualmente ovoide, com componentes 
químicos que se fundem na temperatura do corpo, pois o local de administração é vaginal.
21
Pasta
É a pomada contendo grande quantidade de sólidos em dispersão (pelo menos 25%). Deve 
atender às especificações estabelecidas para pomadas.
Por possuir grande concentração de óleo em sua composição, tem grande facilidade de 
fixação, logo, é administrado para fixar em locais de difícil aplicação, melhorando desta forma 
sua espalhabilidade
Pastilha
É a forma farmacêutica sólida que contém um ou mais princípios ativos, usualmente, em uma 
base adocicada e com sabor. É utilizada para dissolução ou desintegração lenta na boca. Pode ser 
preparada por modelagem ou por compressão.
Pó
É a forma farmacêutica sólida contendo um ou mais princípios ativos secos e com tamanho de 
partícula reduzido, com ou sem excipientes.
Neste caso, pode ser aviado em sachês para tomada direta ou dissolução.
Pomada/unguento
É a forma farmacêutica semissólida, para aplicaçãona pele ou em membranas mucosas, que 
consiste na solução ou na dispersão de um ou mais princípios ativos em baixas proporções em 
uma base adequada, usualmente não aquosa.
A pomada é bastante gordurosa, pode ter ação secundária de hidratação ou isolamento de 
uma área, quando houver alguma lesão na pele, além disso, persiste mais tempo no local aplicado.
Solução
É a forma farmacêutica líquida, límpida e homogênea, que contém um ou mais princípios 
ativos dissolvidos em um solvente adequado ou numa mistura de solventes miscíveis.
Pode ser administrado em qualquer via, incluindo intravenosa, desde que mantenha a 
condição de esterilidade.
Supositório
É a forma farmacêutica sólida de vários tamanhos e formatos, adaptados para introdução 
no orifício retal, vaginal ou uretral do corpo humano, contendo um ou mais princípios ativos 
22
dissolvidos numa base adequada. Eles, usualmente, se fundem, derretem ou dissolvem na 
temperatura do corpo.
Sua diferença para o óvulo é sua forma de modelagem, pois o supositório é mais alongado.
Suspensão
É a forma farmacêutica líquida que contém partículas sólidas dispersas em um veículo líquido, 
no qual as partículas não são solúveis.
Neste caso, sempre se emprega um agente suspensor, aumentando a viscosidade do meio 
e dificultando a decantação dos pós durante a administração. Somado a isso, a formulação 
sempre deve ter expressa de forma clara o termo “agite antes de usar”, para que a dosagem do 
medicamento possa ser respeitada.
Tintura
É a preparação alcoólica ou hidroalcoólica resultante da extração de drogas vegetais ou 
animais ou da diluição dos respectivos extratos. É classificada em simples e composta, conforme 
preparada com uma ou mais matérias-primas.
Bastante presente na homeopatia, as tinturas representam tanto medicamentos finalizados 
quanto matérias-primas. Por este motivo, deve-se estar atento ao seu uso, pois, em alguns casos, 
a alta concentração de ativos em uma tintura exige uma diluição antes da administração.
Xarope
É a forma farmacêutica aquosa caracterizada pela alta viscosidade, que apresenta não menos 
que 45% (p/p) de sacarose ou outros açúcares na sua composição. Os xaropes geralmente contêm 
agentes flavorizantes. Quando não se destina ao consumo imediato, deve ser adicionado de 
conservadores antimicrobianos autorizados.
Bastante útil em sua apresentação, principalmente para o público pediátrico, devido à aceitação 
na administração, e fácil mascaramento de sabores indesejados de alguns medicamentos.
23
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
3 VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E ASPECTOS 
BIOFARMACÊUTICOS
Gostaria de chamar você para uma viagem pelo corpo humano, apresentando as vias de 
administração de um medicamento e verificando o quanto deste medicamento será absorvido.
Como? Você não viu o que a absorção tem de relação com a forma farmacêutica? Pois Ashford 
(2008) define biofarmácia como o estudo do modo como as propriedades físico-químicas do 
fármaco, a forma farmacêutica e a via de administração afetam a velocidade e o grau de absorção 
dos fármacos.
3.1 Vias de administração
Medicamentos podem ser de uso interno (quando se engole) e uso externo (quando não é 
engolido), você sabia? E eles podem ser de ação sistêmica (há absorção pela corrente sanguínea, 
distribuindo o medicamento para o organismo) ou de ação local (a ação do medicamento limita-
se ao local em que foi administrado), você sabia?
O que você não sabia é que em alguns casos, o medicamento pode ser de uso interno, ou seja, 
você irá engoli-lo, mas a ação é local, logo, ele não chegará a sua corrente sanguínea, limitando 
sua atividade farmacológica apenas ao local que foi administrado, ou entrou em contato.
Oral
Sem dúvidas, os medicamentos que têm sua administração realizada por esta via são os mais 
comuns. Isso pelo simples fato de ser mais prática e econômica sua produção, mais conveniente 
24
sua tomada e possuir muito mais segurança ao paciente, haja vista que o medicamento vai 
circular por todo o trato gastrointestinal, o que possibilita, em casos de intoxicação ou reação 
alérgica, possuir tempo hábil para restabelecer o paciente. Como aspectos negativos, pode-se 
citar a dificuldade de deglutição de certos públicos ou pessoas, além, é claro, de interferir na 
digestão e irritar a mucosa gástrica.
Figura 5 - Via oral para administração de medicamentos 
Fonte: PUHHHA, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos uma mulher com um comprimido no estilo gel entre os 
dentes
Retal
A via retal, apesar de ser extremamente vascularizada e com fácil absorção pela corrente 
sanguínea, é empregada de forma mais comum para pacientes com patologias nestas áreas. 
Mesmo sabendo que, por esta via, se evita o metabolismo de primeira passagem, já que o 
medicamento não passará pelo fígado ao ser absorvido, isso só acontece quando aplicado em 
região menos profundas.
25
Figura 6 - Medicamento na forma de supositório para administração via retal 
Fonte: LINDA_KAR, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos a mão de uma pessoa segurando um medicamento na 
forma de supositório.
Tópica
Para lesões ou patologias superficiais, uma das vias mais confortáveis e seguras para a 
administração de medicamentos é a via tópica. Por meio de movimentações rítmicas (massagem 
local) durante a aplicação, promove-se a elevação da temperatura e ativação da circulação sanguínea, 
o que propicia melhor absorção do medicamento. Em algumas áreas da Farmacotécnica, como a 
Cosmetologia e Estética, esta via de administração é mais evidente pelo tipo de ativos empregados 
e pelas novas tecnologias de liberação de medicamentos usada nesta produção.
Figura 7 - Via tópica para administração de medicamentos 
Fonte: ROMARIOLEN, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma mulher sorrindo e com os olhos fechados, com as 
mãos próximas ao rosto e com creme nas duas bochechas.
26
Há também, nesta via, o uso dos adesivos transdérmicos, porém sem a necessidade de 
massageamento, pois o próprio dispositivo tem a tecnologia de possuir membrana de dispersão, 
capaz de liberar gradativamente o medicamento nele acondicionado.
Parenteral
A administração de medicamentos por via parenteral é considerada um procedimento 
simples, entretanto, por ser um processo invasivo requer certos cuidados. Essa via permite a 
liberação da substância farmacologicamente ativa em regiões próximas à corrente sanguínea 
ou diretamente nela, possibilitando efeito rápido e ação que pode ser sistêmica ou localizada, 
dependendo do local de aplicação.
Por este mesmo motivo, o grau de pureza microbiológica neste grupo de medicamentos deve 
ser na ordem de esterilização, pois, em casos em que haja a presença de microrganismos, este, 
após o procedimento invasivo, seria colocado diretamente em contato com nossa circulação 
sanguínea. Com isso, seria quase improvável que o sistema imune respondesse de forma 
satisfatória, conseguindo inativar o patógeno.
Para a administração deste tipo de medicamento, o profissional também deve passar por 
um rígido treinamento, capacitando-o a empregar as técnicas abaixo, já que as variações de uma 
camada a outra de nossa pele possui precisão milimétrica. Neste caso, a aplicação do medicamento 
deve estar no limite com a perfeição para não causar nenhuma intercorrência no paciente.
Figura 8 - Via parenteral para administração de medicamentos 
Fonte: JoulyC, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos, o braço de uma pessoa com bandagens e acesso para a 
inserção de medicamentos intravenosos.
27
Respiratória
Assim como a via retal, o pulmão, altamente vascularizado, tem absorção quase completa e 
instantânea da dose administrada, evitando inclusive a passagem pelo fígado no metabolismo de 
primeira passagem. Por esta razão, esta via se torna segura e eficaz para pacientes, principalmente 
com patologias cardiorrespiratórias, pela rápida ação do fármaco. O único inconveniente desta 
via é que os dispositivos possuemo medicamento pressurizado no estado gasoso, e pelas Leis 
de Transformações Gasosas, seu jateamento ocorre em temperatura muito baixa. Esse é um 
incomodo que não se possui maneira de remediar.
Figura 9 - Via respiratória para administração de medicamentos 
Fonte: Pixel-Shot, Shutterstock, 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, vemos uma criança com medicamento respiratório na boca.
Nasal
Com a atual carga de poluição atmosférica nos mais diferentes municípios, assim como a 
maior incidência de alergias respiratórias na população, esta via tornou-se, nos últimos anos, 
uma via promissora para a administração de medicamentos para tratamentos de patologias 
respiratórias. A alta vascularização do local realmente faz com que os medicamentos sejam 
facilmente absorvidos, porém, a cavidade orofaríngea faz com que parte destes medicamentos, 
dependendo da forma de administração, seja ingerido por via oral, e não tenha a absorção pela 
via nasal, como desejada. Para resolução deste problema, orienta-se que o paciente se mantenha 
deitado por aproximadamente 2 minutos, para que o líquido não escorra nem para fora do nariz, 
nem que passe direto para a via oral.
Ocular
Da mesma forma como a via nasal, a maior preocupação com a via ocular não é com o local 
28
da administração, mas sim com a técnica de administração. Irritações, glaucomas, infecções, e 
outras patologias que fazem com que seja crescente o uso de colírios pela população. Para que a 
sua ação não seja pela perda de parte do medicamento, recomenda-se que se administre o colírio 
com a cabeça pendente para trás, ou com o paciente deitado. Goteja-se a dose necessária do 
medicamento, e comprime-se levemente o canal lacrimal, que em casos de medicamentos para 
glaucoma, podem ter absorção e atividade sistêmica anti-hipertensiva.
Outra preocupação deve-se ao fato de que o nível de contaminação microbiológica também 
deve ser na ordem de esterilidade, assim como os injetáveis, mas como os colírios ou pomadas 
oftálmicas não são de dose única, deve-se estar atento para que não se contamine o medicamento, 
e siga a recomendação do fabricante quanto à validade após aberto o produto.
Auricular
Como um órgão anatomicamente favorável a retenção de sujidades e infecções, a via auricular, 
geralmente empregada para administração de emolientes, anti-inflamatórios, antibióticos e 
anestésicos, deve ter a aplicação dos medicamentos sempre em ambiente em que o paciente 
possa se manter por alguns minutos (cerca de cinco minutos), para que o medicamento 
permaneça no local e produza efeito farmacológico.
Figura 10 - Via auricular para administração de medicamentos 
Fonte: ELNUR, Shutterstock, 2020
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um médico, por meio de instrumentos próprios, verificando 
o interior do ouvido de uma paciente.
29
3.2 Formas farmacêuticas e o tempo de ação do medicamento
Segundo dados de Aulton (2016), a relação da forma farmacêutica com a via de administração 
altera o tempo médio que o medicamento inicia sua ação. Com essas informações, somos 
capazes de planejar um melhor produto, para um esquema terapêutico que melhor se ajuste a 
necessidade do paciente e a melhora de seu quadro clínico.
O processo farmacocinético (velocidade com que o medicamento, depois de administrado, 
alcança a corrente sanguínea para ser distribuído pelo corpo) varia de acordo com as características 
da molécula ativa, mas o comportamento comum a maioria dos medicamentos, segundo sua via 
de administração, é a seguinte:
Injeções intravenosas
Como já são administradas na corrente sanguínea, em um segundo o medicamento já está 
fazendo efeito.
Injeções intramusculares, subcutâneas, comprimidos orais, gases e aerossóis
Em alguns minutos, pela alta vascularização com seus locais de administração, já teremos 
efeitos farmacológico.
Soluções, suspensões, pós, grânulos, cápsulas e comprimidos de liberação prolongada
Há uma grande variação para início de atividade, podendo começar em minutos, ou até horas.
Cápsulas entéricas
Por serem produzidas para que passem pelo estômago sem sofrer alteração, liberando 
o fármaco apenas no intestino, a ação do medicamento se inicia após várias horas após a 
administração.
Implantes
Após o processo cirúrgico, a ação do medicamento se inicia em alguns dias.
Medicamentos de uso tópico
Possuem tempo de início bastante variado, dependendo muito da tecnologia empregada na 
composição da base, e das propriedades físico-químicas do medicamento, incapaz de precisar 
esta informação.
Apesar de não poder transformar esses dados em números, pois cada princípio ativo e 
30
forma farmacêutica geram uma combinação única de fatores que determinam estas condições 
biofarmacêuticas, pode-se ter uma ideia de suas características após a administração.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
31
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer parte da História da profissão farmacêutica;
• estar em contato com as principais formas farmacêuticas;
• despertar para um universo promissor como a Farmacotécnica;
• refletir sobre possibilidade de avanços tecnológicos para os medicamentos.
• estudar as formas farmacêuticas;
PARA RESUMIR
ASHFORD, M. Introdução à biofarmácia. In: AULTON, Michael E. Delineamento de formas 
farmacêuticas. Artmed, 2008.
AULTON, Michael; TAYLOR, Kevin. Delineamento de Formas Farmacêuticas. 4a. edição. 
Rio de Janeiro: Editora Artmed, 2016.
BARBOSA, Browdo Marins et al. XXXX) Análise bibliográfica de artigos sobre alquimia. 
Ciências Farmacêuticas. Vol.1. Número 1, Jan.-Mar./2003. http://saudeemmovimento.
com.br/revista/artigos/cienciasfarmaceuticas/v1n1a3.pdf
CABRAL, Célia; PITA, João Rui. Sinopse da História da Farmácia. Cronologia. Coimbra 
Centro de Estudos Interdisciplinares do Século XX da Universidade de Coimbra-CEIS20, 
2015. http://www.uc.pt/ffuc/patrimonio_historico_farmaceutico/publicacoes/folhetos-
dasexposicoes/folhetosinopse_pt.pdf
DE MORAES, Wesley Aragão. O arsenal terapêutico do médico nas fórmulas magistrais–
recursos da Mata Atlântica. Arte Méd. Ampl. Ano XXX, n.2, inverno/2010.
DEL CORRAL, Diez; SANTOS, Florentina. Do boticário ao farmacêutico: o ensino de farmá-
cia na Bahia de 1815 a 1949. EDUFBA, 2009.
DIAS, J.P.S. A farmácia e a história: uma introdução à história da farmácia, da farmacolo-
gia e da terapêutica. Lisboa: Faculdade de Farmácia da Universidade de Lisboa, 2005. Lis-
boa, 2005. http://www.farmacia.ufrj.br/consumo/leituras/lm_historiafarmaciamed.pdf
FERRAZ, H. G. Formas farmacêuticas sólidas: comprimidos e comprimidos revesti-
dos. Brazil: Farm/USP Fac Ciênc, p. 1-9, 2007. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.
php/3500709/mod_resource/content/0/Comprimidos%20e%20comprimidos%20reves-
tidos.pdf
FREITAS, Ronilson Ferreira et al. Administração de medicamentos por via parenteral: 
Uma revisão. Conexão Ciência (Online), v. 11, n. 1, p. 153-158, 2016.
GALLETTO, RICARDO. História da Farmácia: do surgimento da espécie humana ao fim da 
Antiguidade Clássica. REVISTA UNINGÁ, v. 10, n. 1, 2006. http://revista.uninga.br/index.
php/uninga/article/view/515
HINDS, William C. Aerosol technology: properties, behavior, and measurement of airbor-
ne particles. John Wiley & Sons, 1999.
ITO, Patrícia do Carmo Pereira; GUZZO, Raquel Souza Lobo. Diferenças individuais: tem-
peramento e personalidade; importância da teoria. Estudos de Psicologia (Campinas), v. 
19, n. 1, p. 91-100, 2002. http://www.scielo.br/pdf/estpsi/v19n1/a08.pdf
LIMA, Tania Andrade. Humores e odores: ordem corporal e ordem social no Rio de Ja-
neiro, século XIX. História, Ciências, Saúde-Manguinhos, v. 2, n. 3, p. 44-94, 1996. http://
www.scielo.br/pdf/hcsm/v2n3/a04v2n3.pdf
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MATANZAS, CUBA - MAY 10: Old French Colonial pharmacy, known as Botica La Francesa, 
was founded by Dr Ernesto Triolet in 1882 and stands unchanged today in the city of 
Matanzas, Cuba. May 10, 2014.
MINISTÉRIO DA SAÚDE (BR). Formulário Nacional da Farmacopéia Brasileira.2012. 
http://portal.anvisa.gov.br/documents/33832/259372/FNFB+2_Revisao_2_COFAR_se-
tembro_2012_atual.pdf/20eb2969-57a9-46e2-8c3b-6d79dccf0741
PEZZINI, B.R.; SILVA, M.A.S.; FERRAZ, H.G. Formas farmacêuticas sólidas orais de libera-
ção prolongada: sistemas monolíticos e multiparticulados. Rev. Bras. Cienc. Farm., São 
Paulo, v. 43, n. 4, p. 491-502, Dez/2007.
PITA, J.R. História da farmácia. 2 ed. Coimbra: Minerva, 2000.
SITE INOVAÇÃO TECNOLÓGICA. Micro-implante libera medicamentos no organismo 
durante um ano. 28/02/2008. Online. Disponível em www.inovacaotecnologica.com.br/
noticias/noticia.php?artigo=micro-implante-libera-medicamentos-no-organismo-duran-
te-um-ano. Capturado em 04/02/2020.
UNIDADE 2
Introdução à farmacotécnica
Olá! Você está na unidade Introdução à Farmacotécnica. Conheça aqui os conteúdos de 
Excipientes Farmacêuticos e Cálculos Farmacêuticos. Serão trabalhados os conceitos, 
aplicação e importância desses conteúdos para a sua atuação. Aprenda as categorias, 
características, funções, classificações e mais.
Bons estudos!
Introdução
37
1 EXCIPIENTE
 Excipiente pode ser definido por qualquer substância que tenha sua segurança comprovada 
e pode ser integrado na forma farmacêutica com finalidades variadas, tais como:
• Contribuir na preparação;
• Melhorar a estabilidade do produto;
• Facilitar a disponibilidade do ativo no organismo;
• Assegurar a aceitabilidade do paciente;
• Aprimorar a segurança e a efetividade.
Figura 1 - Figura 1: Excipientes 
Fonte: DAMASENO, Eurislene M. A., 2020.
#ParaCegoVer: Na imagem, temos um infográfico em que temos um círculo central que está escrito 
“Excipientes” e três quadrados ao redor desse círculo em que estão escritos: “Facilitar a administração 
dos princípios ativos”, “Assegurar a estabilidade” e “Melhorar a eficácia do princípio ativo”.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
38
Ao logo dos anos, o conceito de excipiente vem sendo modificado. Já é sabido que o aspecto 
da forma farmacêutica indica diferentes variáveis no processo produtivo, da interação entre 
os excipientes e do efeito que estes podem apresentar sobre o princípio ativo. Os excipientes 
são considerados, constituintes essenciais, que atuam como facilitadores na administração, 
assegurando o efeito do medicamento e da segurança (DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 
2019).
 A International Pharmaceutical Excipients Council (IPEC) define:
Excipientes farmacêuticos como substâncias integradas em um sistema de liberação 
de fármacos que contribuem no processo de manufatura e/ou melhora a estabilidade, 
biodisponibilidade e/ou maior aceitação pelo paciente, ou garante a segurança e efeito 
terapêutico do fármaco durante o estoque e uso.
Em relação ao volume da forma farmacêutica, os excipientes representam a maior parte, 
quando comparados com a concentração do ativo. Esses valores variam de 1% a 99% da 
formulação.
1.1 Categorias dos Excipientes
Categoria um
São excipientes já aprovados que são originados da indústria alimentícia ou usados há muito 
tempo.
Categoria Dois
São excipientes obtidos por alteração estrutural de um excipiente já aprovado.
Categoria Três
São compostos que estão sendo descobertos e poderão, futuramente, serem utilizados em 
novas formulações. 
1.2 Características dos Excipientes
• Toxicologicamente inativo.
• Inerte frente ao fármaco.
• Comportável com outros ingredientes da formulação.
• Incolor e insípido.
39
• Alta fluidez e capacidade de escoamento.
• Boa capacidade de sofrer compressão.
• Custos adequados.
• Facilidade no armazenamento.
• Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
• Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
• Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
• Fácil armazenamento.
• Elevada fluidez e boa capacidade de escoamento (sólido).
• Alta capacidade de sofrer compressão (sólido).
• Disponível a partir de diversas fontes, com custos adequados.
• Fácil de ser armazenado.
• Características reprodutíveis lote-a-lote.
• Consistente com a forma farmacêutica ao qual se destina.
1.3 Funções dos Excipientes
Os excipientes possuem as funções de: antioxidantes, quelantes, conservantes, desintegrantes, 
plastificantes, modificadores e apresentam influência na preparação de emulsões, géis, sólidos, 
emulsificantes.
1.4 Classificações dos Excipientes
Existem aproximadamente 1300 excipientes usados pela Indústria Farmacêutica (MONTEIRO, 
2013). Estes são responsáveis por estabilizarem os medicamentos, impedirem o crescimento 
de microrganismos, além de torná-los mais atrativos, melhorando a adesão ao tratamento 
pelo paciente. Os mesmos podem ser classificados em: diluentes, desintegrantes, aglutinantes, 
lubrificantes, conservantes, aromatizantes, corantes, adoçantes, emulsificantes, solventes, 
espessantes, estabilizantes, antioxidantes, tensoativos.
Além disso, os excipientes podem apresentar funções e estruturas moleculares distintas: 
que podem ser estruturas simples ou moléculas complexas, de elevado peso moleculares. Vale 
ressaltar que a escolha dos excipientes deve ser levada em consideração, de forma a garantir 
o melhor desempenho da formulação, melhores características de manufatura e, ao mesmo 
40
tempo, que apresente um custo acessível.
• Definições dos Tipos de Excipentes
Conservantes
Tem a função de impedir o crescimento microbiano.
Exemplo: Ácido benzoico e derivados, parabenos (Nipagim e Nipazol)
Diluentes
São adicionados na formulação de comprimidos e cápsulas.
Exemplo: Celulose, lactose e amido.
Desintegrantes
Tem a capacidade de romper a massa compactada em pequenas partículas e afim de garantir 
que o fármaco fique em condições de dissolver-se.
Exemplo: Amido, celulose microcristalina glicolato sódico de amido, crospovidona etc.
Aglutinantes
Substâncias usadas para provocar a agregação das partículas do pó nos grânulos destinados 
a compressão.
Exemplo: Goma arábica, metilcelulose etc.
Lubrificantes
Evita que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados em alguma das máquinas 
quando são fabricados.
Exemplo: Estearato de cálcio; Estearato de magnésio; Óleo mineral; Acido esteárico; Estearato 
de zinco.
Aromatizantes
Usado para do cheiro a formulação.
Exemplo: Óleo de anis; Óleo de canela; Coco; Mentol; Óleo de laranja; Óleo de hortelã; 
Baunilha.
41
Corantes
Confere cor às preparações.
Exemplo: Oxido férrico; Caramelo; Vermelho.
Adoçantes
Confere sabor adocicado a preparação.
Exemplo: Sorbitol; Manitol; Sacarose;Sacarina sódica.
Solventes
Utilizado para dissolver substâncias.
Exemplo: Água, álcool e glicerina.
Agentes Suspensores
Aumenta a viscosidade da fase externa de uma suspensão.
Exemplo: Goma xantana.
Tensoativo
Trata-se de uma substância que se adsorve nas superfícies ou interfaces para reduzir a tensão 
superficial ou interfacial.
Exemplo: Nonoxinol 10; Octoxinol 9; Polissorbato 80; Lauril sulfato de sódio; Monopalmitato 
de sorbitanol.
Antioxidantes
Evita que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo.
Exemplo: Alfa-tocoferol, bissulfito de sódio, ácido ascórbico, EDTA dissódico.
Agentes molhantes
Tem função de diminuir a tensão superficial na interface.
Exemplo: Lauril sulfato de sódio, LSS), docusato sódico, polissorbatos 20, 60, 80 (Tweens®).
42
Agentes temponantes
Tem função de resistência contra variações de ph.
Exemplo: Tampão citrato, tampão fosfato, tampão borato.
Agentes de revestimento
São usados no revestimento e tem a função de proteger o fármaco contra decomposição pelo 
oxigênio atmosférico e umidade.
Exemplo: Derivados da celulose (metil ou etilcelulose, hidroxipropilmetilcelulose, acetato de 
celulose)
Fonte: Adaptado de DO NASCIMENTO; SANTANA; JÚNIOR, 2019.
Diluentes
São os adjuvantes adicionados em maior proporção a formulação de comprimidos e cápsulas 
cuja função é:
• Conferir volume adequado;
• Propriedade de fluxo;
• Características de compressão.
 Ex: Lactose; caulim; manitol; Sorbitol; amido.Atributos de um bom diluente
• Não tóxicos;
• Inerte;
• Estavél;
• Ausência de contaminação microbiológica;
• Baixo custo;
• Disponível comercialmente;
• Compatível com o corante;
• Não apresentar efeito sobre a biodisponibilidade do fármaco. 
43
Exemplo de um bom diluente
• Lactose 
• Características desejáveis: 
• Sabor agradável.
• Dissolve-se em água.
• Não é higroscópica.
• Baixa reatividade.
• Boa compatibilidade.
• Baixo custo.
Aglutinantes
São substâncias usadas para promover a agregação das partículas do pó nos grânulos 
destinados a compressão. São divididos em granulação a seco e granulação úmida. 
Desintegrantes
Os desintegrantes asseguram que o comprimido, quando em contato com um líquido, 
desintegre-se em fragmentos menores, os quais promovem uma rápida dissolução do fármaco.
Os desintegrantes podem atuar por três processos:
1- Inchando (amido, celulose e pectina);
2- Desenvolvendo (lactose e Glicose);
3- Liberando Gás (carbonatos, bicarbonatos, peroxidos, misturas efervescentes).
Lubrificantes 
Os lubrificantes evitam que os ingredientes se agrupem em grãos ou fiquem colados quando 
são fabricados, melhorando as propriedades de fluxo das misturas de pós e facilitando o seu 
escoamento.
OBS: Para evitar esses feitos deletérios utilização de substâncias mais hidrofílicas 
conjuntamente ou como alternativa aos lubrificantes hidrofóbicos.
44
Lubrificantes Líquidos (Parafina líquida)
A sua incorporação na massa deve ser feita em solução orgânica (dissolvida no éter).
Lubrificantes interfaciais (forma sólida)
• Ácido esteárico apresenta baixas concentrações e, normalmente, são os mais eficientes.
• Estearatos
Mg2+ – mais empregado devido as suas propriedades lubrificantes superiores.
Zn2+ – aportam grande lipofilia (< 1%)
Exemplo de substâncias hidrofílicas
Agentes tensoativos
Lauril sulfato de sódio – em algumas preparações, pode funcionar como molhante, lubrificante, 
detergente, solubilizante;
Magrogóis ou PEG 4.000 a 60.000 (na forma sólida);
OBS: Uma combinação das substâncias hidrofílicas e hidrofóbicas também pode ser usada.
Agentes molhantes
Tem o objetivo de diminuir a tensão superficial na interface solido/líquido. Exemplo: Lauril 
sulfato de sódio (LSS) e docusato sódico.
Deslizantes
Tem a finalidade de melhorar as propriedades de fluxo das misturas de pó.
Exemplo:
Estearato de magnésio
Estearato de zinco
Talco – 1 a 2%
Dióxido de Silício Coloidal (Aerosil 200®) (emprego mais amplo hoje) – cerca de 0,2% – reduz 
a fricção interparticular (partículas muito pequenas).
45
Estearato de Magnésio – concentrações menores que 1%.
Agentes suspensores
Tem por finalidade aumentar a viscosidade e reduzir a velocidade de sedimentação de 
partículas em veículo no qual não são solúveis.
Papel da Viscosidade em uma Formulação farmacêutica 
• Apresenta Tempo de contato maior;
• Aumenta a viscosidade;
• Sabor de preparações orais melhorado;
• Permite a tomada correta da dose.
Exemplos:
Derivados Semi-sintéticos da celulose:
Metilcelulose.
Carboximetilcelulose Sódica (Carmelose Sódica ou CMC-Na).
Hidroxipropilcelulose.
Hidroxipropilmetilcelulose.
Polímeros Sintéticos:
Carbômero.
 Poloxamer.
Povidona.
Polímeros Naturais:
Goma acácia ou arábica.
Goma Adragante.
Goma Xantana.
Alginato de sódio.
46
Coloides de associação: bentonita, veegum, dióxido de silício coloidal e celulose microcristalina.
Agentes espessastes
São usados para melhorar a consistência ou dureza de uma preparação.
Exemplos: vaselina, parafina e álcool cetílico.
Agentes Emulsificantes
São substâncias adicionadas às emulsões para aumentar a sua estabilidade cinética, tornando-
as razoavelmente estáveis e homogêneas.
Polissacarídeos, semissintéticos, substâncias contendo esteróis (ex.: cera de abelha, lanolina 
e álcoois de lanolina).
Corantes
 São empregados como a finalidade de melhorar a aceitação do medicamento pelo paciente.
Exemplos: Corantes, pigmentos e opacificantes.
Educorantes
Substâncias que conferem o sabor doce aos nutrientes e possui boa a aceitação do paciente. 
Exemplos Sacarose, manitol, lactose, entre outros.
Flavorizantes
Substância utilizada para conferir sabor e odor agradáveis às formulações farmacêuticas e 
cosméticas.
Sabores primários
Azedo, salgado, doce e amargo.
Antioxidades
em a função de evitar que os ingredientes sofram qualquer processo oxidativo. Há alguns 
compostos que oxidam com facilidade (removedores de oxigênio) Ex: sulfitos, ácido ascórbico, 
monotioglicerol.
Exemplo de agentes redutores: ácido ascórbico, tiossulfato de sódio.
47
Conservantes
Substância usada para prevenção de crescimento e desenvolvimento de microrganismos 
(Fungos e bactérias).
Exemplos de conservantes:
Ácido benzoico
Benzoato de sódio
Butilparabeno
Metilparabeno (Nipagin®)
Propilparabeno ( Nipasol®)
Etilparabeno,
Propionato de sódio
Quando não é necessário fazer o uso do conservante?
Quando não há presença de água.
Para evitar a Contaminação.
Ausência de nutrientes.
O pH do meio é acido ou alcalino.
Agentes Temponantes
São substâncias utilizadas para fornecer as formulações, resistência.
48
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
1.5 Recomendações Para Aumentar a Segurança no Uso dos Excipientes
Segundo Senna et al. (2014), são utilizados os recursos citados abaixo para a segurar a 
segurança dos princípios ativos:
• Não utilizar os excipientes de risco em medicamentos destinados a grupos suscetíveis.
• Utilizar outro medicamento que não contenha o excipiente.
• Adicionar alerta nas bulas e/ou rótulos.
• Avaliação e/ou intervenção do farmacêutico.
• Formulações alternativas do produto sem o excipiente ou com outros excipientes mais 
seguros.
• Mudar via de administração.
• Não exceder quantidade diária máxima estabelecida.
• Pré-medicação com corticosteroides e anti-histamínicos.
• Precaução no uso por meio da monitorização.
• Controlar níveis do excipiente nas formulações.
• Diminuir a concentração da forma oral, diluindo antes de administrar.
• Diminuir a taxa de infusão.
• Diluir adequadamente a forma intravenosa.
• Educar profissionais sobre os efeitos dos excipientes.
49
2 CÁLCULOS FARMACÊUTICOS
Praticamente todas as operações farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Os 
mais comuns são: Regra de três – empregados em cálculos de diluição –, fator de correção 
ou equivalência, conversão em unidades, entre outros. É de extrema importância conhecer e 
entender esses cálculos, pois são essenciais para produzir uma fórmula eficaz e segura.
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
2.1 Aplicações dos Cálculos Farmacêuticos
• As aplicações dos cálculos farmacêuticos se dão nos/nas:
• Regimes de dosagem.
• Taxas de administração de medicamentos.
• Taxas de metabolismo e excreção.
• Formulações farmacêuticas.
• Prescrições.
FIQUE DE OLHO
É importante utilizar corretamente os excipientes, disponíveis para manipular cada 
receita, pois determinados excipientes podem ser farmacologicamente incompatíveis 
com certos princípios ativos. Deve-se atentar ao tipo, quantidade e qualidade da 
substância inerte a ser utilizada no procedimento. Assim, é necessário estabelecer 
critério sobre a utilização de excipientes. 
50
2.2 Conversão de Unidades e Medidas (peso)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela com conversão de medidas para peso. Nas linhas 
estão grama, miligrama, micrograma e nanograma. 
Conversão de Unidades e Medidas (utensílios)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de volume. 
Nas linhas estão o mililitro e microlitro.
Conversão de Unidades e Medidas (volume)
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela de conversão de unidades e medida de utensílios. 
Nas linhas estão colher de café, colher de sobremesa, colher de sopa e 20 gotas.
2.3 Equivalências
1 kg – 1000 g;
1 g – 1000 mg;
51
1 mg – 1000 mcg;
1 mg – 0,001 g;
1 g – 0,001 kg;
1 L – 1000 mL;
1 mL – 0,00 1L;
1 mL = 1 cm3.
Medidas de Volume
O volumepode ser medido, por exemplo, em Pipetas, Micropipetas, Bureta.
Pesagem
Geralmente utiliza-se Balança:
Analíticas (0,0001 g);
Semi-analíticas (0,01g);
Granatária (0,1 g);
Roberval (acima 10 g).
2.4 Porcentagem
É muito utilizado para demonstrar concentrações em formulações farmacêuticas.
% - 1 parte em 100 mL ou g de material.
Porcentagem (p/V) – número de gramas em 100mL de solução.
Porcentagem (V/V) – número de mL Porcetagem.
(p/p) - número de gramas.
Exemplo:
Se 5,0 ml de uma solução aquosa de paracetamol 20% p/v foi diluída a 1 0 ml, qual será a % 
de paracetamol?
Resposta:
52
0X = 5 . 20
10X = 100
X= 100/10= 10 %
A resposta será 10.
2.5 Regra de Três (Razão e Proporção)
Baseado na razão e proporção,
Exemplo:
Em uma solução de Cloreto de sódio tem 20 g em 100 mL, quantos gramas de Cloreto de 
sódio eu precisaria para preparar 20 mL de uma solução?
20 g____100 ml
X_____20 ml
20 X 20 ÷ por 100 =4
20 vezes 20 Dividido por 100 =4
2.6 Razão de Concentração
Relação entre o soluto e a preparação total.
15%
15:100
Exemplo: Calcule a quantidade necessária de biotina para cada um dos componentes para se 
preparar a formulação.
Biotina _________________10 % p/v
Metilparabeno (Nipagin®)____0,1 % p/ v
Água destilada_____________5 ml v/ v
Álcool metro qsp ___________50 ml
53
Resposta
Biotina 
-----
 100x = 50 x 10
100x= 500
X= = 0,5 ml
Metilparabeno (Nipagin®)
-----
100x= 50 x 0,1
100X= 5
X= = 0,05 ml
Sendo assim: 0,05 + 0,5 + 5,00= 5,55
50,00 - 5,55 = 44,45 ml qsp
2.7 Concentração x Volume
Consiste na relação entre a massa do soluto (m1) e o volume de uma solução (v).
Fórmula:
 C1 x V1 = C2 X V2
C1= concentração antes da diluição (solução estoque)
V1= volume antes da diluição
C2= concentração após a diluição (nova solução)
V2= volume após a diluição
Exemplo:
Deseja-se preparar 50 mL de uma solução a 0,007 % (p/v). Se a farmácia só dispõe da matéria 
54
de partida em uma solução estoque de concentração de 1 %, quanto se deveria utilizar da solução 
estoque?
C1V1=C2V2
50 mL x 0,007 = V2 x 1 V2 = 0,35 mL
Solução Estoque
É usada para preparar soluções com concentrações menores que a concentração de origem.
2.8 Densidade
É a relação de massa (g) sobre volume (mL).
#ParaCegoVer: A imagem traz uma tabela com a densidade da água e do óleo.
Fórmula para calcular a densidade:
d= densidade
m= massa
v= Volume
Exemplo: Considerando que a densidade de uma substância é 0,8765 g/mL qual a massa em 
1.500 ml?
D= 0,8765
 V=1500
m= ?
0,87650= w/1500
55
m= 1,314 g
Densidade Aparente
Representa ao volume ocupado pelo sólido, sem a inserção das porosidades (espaços entre 
os grânulos sólidos).
Fórmula para calcular a densidade :
Obs: A medição do volume aparente é realizada com auxílio de uma proveta graduada.
2.9 Cálculo Do Fator de Correção (FCR)
Essa fórmula é utilizada para corrigir a diluição de uma substância. Para calcular o fator de 
correção, divide 100 pelo teor da substância ou elemento.
Exemplo : Betacaroteno ...................10 mg/cápsula
Betacaroteno 11% qual o fator de correção
100 dividido por 11: 9,09
10 mg x 9,09: 90,9 de Betacaroteno por cápsula
Cálculo do Fator de Correção (Fcr) De Umidade
A correção da umidade é calculada a partir do teor de umidade.
Exemplo: Metotrexato 8% de umidade.
Qual o fator de correção?
Sendo assim, essa matéria-prima só é Metotrexato em 92% dela.
FC= 100% dividido por 92% = 1,08.
56
2.10 Fator de Equivalência (FEq)
É o cálculo usado para conversão da massa do sal ou éster para a do fármaco ativo.
Matéria-prima disponível na forma de base hidratada.
Exemplos: Sulfato de Salbutamol: fazer a conversão para Salbutamol.
Fórmula Molecular do Sulfato de Salbutamol: (C13H21NO3) 2.H2 SO4
 1) Grama do sal (sulfato de salbutamol): 288,35 g.
Grama da base (salbutamol): 239,31 g.
Fórmula Molecular do Salbutamol: C13H21NO3
Peso Molecular do Salbutamol: 239,31 g
grama da base: 239,31
Cálculo:
FEq =do sulfato de Salbutamol para Salbutamol é 1,20
2) grama do sal (cloridrato de ranitidina): 350,87 g
grama da base (ranitidina): 314,41 g
350,87 ÷ 314,41=1,11
FIQUE DE OLHO
É importante utilizar corretamente os cálculos farmacêuticos, pois todas as operações 
farmacêuticas envolvem algum tipo de cálculo. Fique ligado!!!
ANSEL, H. C.; STOKLOSA, M. J. Cálculos Farmacêuticos. 12. ed., Porto Alegre: Artmed, 2008.
57
Nesta unidade, você teve a oportunidade de:
• conhecer os principais cálculos farmacêuticos;
• calcular percentagens;
• realizar regras de três;
• realizar fator de correção;
• identificar os cálculos farmacêuticos;
• identificar os excipientes.
PARA RESUMIR
ARAÚJO, A. C. F., & BORIN, M. F. Influência de excipientes farmacêuticos em reações 
adversas a medicamentos. Brasília Med, 49(4), 267-78., 2012.
BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC n. 87 de 
21 de novembro de 2008. Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e 
Oficinais para Uso Humano. Diário Oficial da União, 24 nov 2008. p. 58-9.
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 1, 
São Paulo, mai., 2011
CONSELHO REGIONAL DE ENFERMAGEM - COREN. Boas Práticas: Cálculo Seguro. v. 2, 
São Paulo, mai., 2011.
DO NASCIMENTO, Jaqueline Freitas; SANTANA, Evanilza Aristides; JÚNIOR, Antonio Carlos 
Souza Silva. Descrição de excipientes presentes em medicamentos antimicrobianos de 
diferentes marcas comerciais. Revista Arquivos Científicos (IMMES), v. 2, n. 1, p. 04-11, 
2019
FERREIRA, O. Guia Prático de Farmácia Magistral.In:______. Excipientes e Adjuvantes 
Farmacêuticos. v.1.3.ed. São Paulo: Pharmabooks, 2008. p.43-140
MACHADO, T. C., da Silveira, R. L., Laporta, L. V., & dos Santos, M. R. (2016). Influência de 
excipientes na manipulação de cápsulas de furosemida. Disciplinarum Scientia| Saúde, 
13(1), 27-39.
MONTEIRO, A.S.C. Segurança dos excipientes utilizados nos medicamentos genéricos 
numa população pediátrica. 176 f. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas) 
-Universidade da beira interior, 2013.
RAMOS, G; MORAIS, D.C.M. Revisão de literatura sobre excipientes em farmácia de 
manipulação. Foco. v.4, n.5, p.11-26, 201.
ROWE, R.C; SHESKEY, P.J; OWEN, S.C. Handbook of pharmaceutical excipientes. 5ª ed 
–american pharmacists association, 2006 945 f
SOUZA, R. M. L. Desenvolvimento de comprimidos de mebetazol e avaliação 
comparativas com dois genéricos disponíveis no mercado Recife: Revista ciências 
farmacêuticas básicas e aplicada. V. 27, n.2, p.139-144, 2006.
SENA, L. C. S., DOS SANTOS, J. L. A., ANDRADE, P. H. S., BRITO, G. D. C., LIRA, A. A. M., 
& LOBO, I. M. F. (2014). Excipientes farmacêuticos e seu risco à saúde: uma revisão da 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
literatura. Revista Brasileira de Farmácia Hospitalar e Serviços de Saúde, 5(4)
THOMPSON, J. E. A prática farmacêutica na manipulação de medicamentos. 3. ed., 
Porto Alegre: Artmed, 2013.
VILLANOVA, J. C. O. & Sá, V. R. Excipientes: guia prático para padronização, Pharmabooks, 
São Paulo (2009).
VILLANOVA, Janaina CO; ORÉFICE, Rodrigo L.; CUNHA, Armando S. Aplicações 
farmacêuticas de polímeros. Polímeros, v. 20, n. 1, p. 51-64, 2010.
UNIDADE 3
Produção e qualidade
Introdução
Você está na unidade Produção e Qualidade. Conheça aqui a principal variável que 
pode influenciar na geração de desvios de qualidade: erros de cálculos nas formulações, 
adulterando as concentrações de ativos e demais componentes do medicamento.
Para esta compreensão, convido você para se familiarizar com as Boas Práticas de 
Manipulação e, desta forma, manter o processo de fabricação dentro de parâmetros que 
não comprometam a sua produção.
63
1 CÁLCULOS EM FARMACOTÉCNICA II
Entende-se por cálculos em Farmacotécnica todas as atividades matemáticas, com relação à 
dose e à proporcionalidade de componentes de uma formulação, que viabilizem a execução da 
preparação destemedicamento.
Por se tratar da segunda parte frente a este assunto, trataremos aqui sobre as aplicações 
destes cálculos em sua vida cotidiana profissional, abordando temas, como:
Utilize o QR Code para assistir ao vídeo:
• Diluições de ativos (erros em medidas menores);
• Formulações e doses em medicamentos injetáveis;
• Densidade em supositórios;
• Duplicação de formulações em cápsulas.
Então, vamos a alguns exemplos?
1.1 Erros de Empuxo
Os erros de empuxo estão relacionados em quanto de desvio teremos de relação em menores 
medidas em balanças analíticas eletrônicas. Esta é uma preocupação existente, principalmente, 
para a manipulação de hormônios, pois as dosagens usuais se encontram na ordem de 
microgramas.
64
Veja no gráfico abaixo que, para que não tenhamos interferência da massa específica (razão 
de massa e volume, como a densidade) no erro da medida, espera-se uma densidade entre 9,0 g/
cm3 e 10,0 g/cm3. Essa massa específica está associada a materiais metálicos. Para substâncias 
químicas ativas, cuja densidade geralmente está em torno de 2,0 g/cm3, sempre estaremos 
errando para menos, ou seja, se pesarmos 5 g da substância, certamente, teremos menos massa 
do que esta, pois haverá a ação do erro de empuxo.
Figura 1 - Gráfico 1: Erro de empuxo vs. massa específica da amostra 
Fonte: IPT - Instituto de pesquisa Tecnológica
#ParaCegoVer: O gráfico mostra o aumento considerável do empuxo vs massa específica da 
amostra que vai de - 0,6% a 0,0% do erro devido ao empuxo e de quase a 20 g/cm3 de massa específica.
Para os ativos empregados com dosagens usuais na ordem de microgramas, recomenda-se 
um processo de diluição, em que utilizaremos um fator de correção para que possamos usar a 
dosagem o mais próximo da indicada na prescrição. Por exemplo:
FIQUE DE OLHO
Sabendo que pequenas massas causam grandes erros de medidas, devemos sempre 
estar atento ao processo de homogeneização, que pode ser manual (colocando todos 
os pós em um saco plástico e agitando-o com as mãos), ou instrumental (equipamentos 
que possuem a função de pulverizar e homogeneizar). Capriche nesta técnica para não 
ter problemas com dosagens diferentes de medicamentos. Veja como funciona um 
destes equipamentos: https://www.youtube.com/watch?v=AN_j4YFSG98 .
65
considere a Levotiroxina (T4), hormônio empregado para o tratamento de hipotireoidismo 
em uma dosagem média de 75 mcg. Prepare 30 cápsulas.
Seleciona-se o excipiente recomendado, mas a conta é simples:
75 mcg x 30 cápsulas = 2250 mcg no total da formulação
Convertemos para a unidades de gramas, pois é a unidade empregada em uma balança:
1 g ------- 106 mcg
X g ------- 2250 mcg
Logo, executando esta regra de três, concluímos que necessitamos pesar 0,00225 g.
Considere ainda que, o desvio da balança é de +/- 0,0001 g e, neste caso, além de informar 
que já existe um erro de medida na quarta casa decimal, estamos considerando um equipamento 
de primeira linha, geralmente não usada na maioria das farmácias magistrais. Assim, você 
NUNCA conseguiria pesar a quantidade necessária.
Para resolver isso, deve-se, já ao adquirir a matéria-prima, proceder com uma diluição 1:100, 
em que já se homogeneíza o ativo ao abrir a embalagem, com uma matéria inerte, apenas para 
dar volume e sabendo que a massa foi aumentada em 100 vezes, no exemplo descrito, passaria a 
ser necessário pesar 0,2250 g da Levotiroxina, ou seja, com o desvio da balança, não há nenhuma 
influência na medida, já que a quarta casa decimal é zero.
1.2 Produção de Injetáveis em frasco-ampola
Se em seu ambiente profissional é possível produzir formas farmacêuticas injetáveis, 
devemos ter a ciência de que existem duas maneiras de dispensá-las: ampolas e frasco-ampolas. 
O primeiro representa uma embalagem de dose única, pois após aberta, não garante mais a 
estabilidade do medicamento. A segunda é classificada como uma embalagem de dose múltiplas, 
em que o paciente pode fazer uso de parte do conteúdo, mas o restante pode ser guardado de 
forma estável para nova aplicação.
Então, considere que como a tecnologia disponível para sua produção magistral não comporta 
a fabricação de ampolas, logo vai dispensar em frasco-ampolas, atendendo a uma prescrição que 
solicita: fosfato dissódico de dexametasona 4 mg/mL, com posologia descrita como administrar 
6 mg intramuscular, uma vez ao dia, por 4 dias. Vamos calcular como será a ficha de produção?
Bom, devemos partir da concentração da formulação padrão para o medicamento 
industrializado, de 4 mg/mL. Se a cada tomada do medicamento serão administrados 6 mg, 
podemos dizer que serão administrados 1,5 mL.
66
4 mg ------- 1 mL
6 mg ------- x mL Essa regra de três indica um volume de 1,5 mL.
Se o tratamento deve ser realizado por 4 dias, podemos saber que serão preparados 6 mL do 
medicamento.
1 dia ------- 1,5 mL
4 dias ------- x mL O total que deverá ser preparado é de 6 mL.
Como a concentração do medicamento na solução deve ser de 4 mg/mL, deve-se pesar de 
princípio ativo 24 mg para diluir no veículo estéril.
4 mg ------- 1 mL
x mg ------- 6 mL Você deverá pesar 0,0240 g em balança analítica.
Viu como é simples? Como podemos ver, a regra de três é amplamente empregada em 
Farmacotécnica, portanto, se você domina esta metodologia de cálculo, sua vida será muito mais fácil.
1.3 Densidade em Supositórios
Na preparação de supositórios e óvulos, geralmente se supõe que a quantidade do fármaco 
é menor que 100 mg e, assim, o volume ocupado pelo pó é insignificante e não precisa ser 
considerado. Via de regra, toma-se como base o peso de 2 g. Obviamente, se o molde de menos 
de 2 g for usado, o volume do pó precisa ser levado em conta.
Os fatores de densidade das várias bases e fármacos precisam ser conhecidos para determinar 
os pesos corretos dos componentes a serem usados. Com os fatores de densidade da manteiga de 
cacau determinados, se o fator de densidade de uma base não for conhecido, ele será calculado 
simplesmente como a proporção entre o peso absoluto da base e o da manteiga de cacau.
O método de determinação do fator de substituição da dose é calculado da seguinte forma:
f = 100 x (E – G) + 1
 (G) x (X)
Em que:
E = peso da base pura para supositórios
G = peso dos supositórios com X% do fármaco
Vamos exemplificar com uma prescrição de supositório com 250 mg de resorcina (f = 0,71), 
67
usando manteiga de cacau como base. O peso do supositório com manteiga de cacau pura é de 2 
g. Como 250 mg de resorcina precisam ser contidos em um supositório de aproximadamente 2 g, 
ele terá cerca de 12,5% de resorcina. Qual será o peso total de cada supositório?
0,71 = 100 (2 – G) + 1
 (G) x 12,5
8,875 x (G) = 200 – 100 x (G) +1
91,125 x (G) = 201
G = 2,206 g
De posse desta informação, sabemos que não se pode desprezar a quantidade de matéria-
prima na formulação, e que a mesma tem influência na massa total da forma farmacêutica 
escolhida.
1.4 Duplicações de Formulações em Cápsulas
Esse fenômeno acontece quando o volume de um conjunto de pós (ativo e excipiente) possui 
uma densidade aparente maior do que aquelas descritas pelos fabricantes. Densidade aparente é a 
leitura direta e absoluta, em proveta, de qual volume será ocupado por 1 g de uma mistura em pó.
Neste caso, há um acréscimo de mais excipiente para que o pó possa ser acondicionado em um 
outro tamanho de cápsula. Veja abaixo esta relação de tipo de cápsula e o volume acondicionado.
Quadro 1 - Tabela 1: Relação do tipo de cápsula com sua capacidade de armazenamento 
Fonte: ANSEL, 2000.
#ParaCegoVer: Na tabela temos o tipo de cápsula, que vai de 00 a 4, e o volume interno em 
mL de que vai de 0,20 a 0,95.
68
Essa também é uma alternativa para o tratamento de pacientes com problemas de deglutição, 
haja vista que darão preferência a trabalhar com cápsulas menores. Então, vamos a um exemplo:
– Uma formulação de fitoterápicos, com a mistura de três

Continue navegando

Outros materiais