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ELETRÓLISE Natália Cristina Ramos, Rosana Tizatto Centro de Educação Profissional Renato Ramos da Silva 2° Módulo – Técnico em Análises Químicas Professora Camila – Laboratório de Química Lages, 2022. 1. INTRODUÇÃO No dia 02/12, realizou-se aula prática de Laboratório de Química, com o conteúdo sendo a eletrólise. Preparou-se soluções e montou-se dois sistemas para se observar a eletrólise da água e do cobre. A eletrólise é processo químico inverso ao que ocorre nas pilhas. Segundo Ticianelli e Gonzalez (2005), a corrente elétrica que flui em um sistema eletroquímico promove reações de oxidação e redução das espécies envolvidas. Um sistema eletroquímico possui, no mínimo, dois condutores eletrônicos (chamados de eletrodos) imersos em um condutor eletrolítico (eletrólito). Os eletrodos e os eletrólitos são componentes básicos nos quais ocorrem os fenômenos eletroquímicos, podendo participar ou não das reações químicas. A eletrólise da água consiste na separação de suas moléculas nos gases hidrogênio e oxigênio pela passagem de corrente elétrica contínua. A corrente flui entre dois eletrodos separados e imersos em um eletrólito, o qual tem a função de aumentar a condutividade iônica do meio. Um diafragma ou separador deve ser utilizado para evitar a mistura dos gases gerados nos eletrodos. Os eletrodos, o diafragma e o eletrólito são elementos que configuram a célula eletrolítica (URSÚA et al, 2012). Santos (2011) afirma que a eletrólise com eletrodos ativos ou reativos ocorre quando os eletrodos não são meros condutores de corrente elétrica, mas sim participam das reações de oxirredução. Adota-se esse processo na purificação de metais, como por exemplo, do cobre — metal, que obtido na indústria metalúrgica, tem grau de pureza de 98%, conhecido como cobre metalúrgico. Para a produção de fios elétricos, o metal precisa estar praticamente puro, isto é, com 99,9% de pureza, conhecido como cobre eletrolítico. Nesse contexto, a galvanoplastia tem como princípio o processo da eletrólise. A galvanoplastia é então, um tratamento de superfície que consiste em depositar um metal sobre um substrato, para proteção, melhor condutividade e melhor capacitação para se soldar sobre a superfície tratada (REALUM, 2012). A atividade galvânica é predominante nas indústrias do setor metal-mecânico, em fabricação de peças automotivas, máquinas equipamentos agrícolas e motores em geral. Também em setores como de eletroeletrônico, calçadista, e ferramentas também utilizam peças com revestimentos, seja para melhorar a durabilidade dos componentes ou para efeito decorativo (TOCCHETTO 2004). 2. MATERIAIS E MÉTODOS 2.1 MATERIAIS UTILIZADOS Vidrarias Equipamentos Reagentes Balão volumétrico Balança analítica Água Béquer Cabos condutores Ácido Clorídrico (HCl) Espátula Azul de Bromotimol Fio de cobre Detergente Fita Sulfato de Cobre (CuSO4) Grafites Sulfato de Sódio (Na2SO4) Moeda Papel filtro Pilha (9V) Quadro 1: materiais utilizados. 2.2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL Primeiramente, preparou-se 100 mL de Sulfato de Cobre (CuSO4) e 250 mL de Sulfato de Sódio (Na2SO4), ambas soluções a 0,5 mol/L. Para a primeira etapa da prática, montou-se uma cuba eletrolítica composta por: um béquer, um papel filtro, dois cabos condutores e dois grafites, conforme mostra a Figura 1. Em seguida, adicionou-se uma pequena quantidade de Azul de Bromotimol (indicador ácido-base) na solução de Na2SO4, até verificar-se a mudança de coloração, do incolor para o verde, indicando pH neutro. Por fim, transferiu-se a solução de Sulfato de Sódio para o béquer, conectou-se os cabos condutores a uma pilha de 9V e observou-se os fenômenos ocorridos. Para a segunda etapa, também se montou uma cuba eletrolítica, desta vez composta por: um fio de cobre, uma moeda e dois cabos condutores, conforme mostra a Figura 3. Tanto o fio de cobre quanto a moeda foram enxaguados antes de sua utilização; o fio com Ácido Clorídrico (HCl) e a moeda com água e detergente. Em sequência, transferiu-se a solução de Sulfato de Cobre (CuSO4) para o béquer, conectou-se as extremidades dos cabos em uma pilha (9V) e observou-se as mudanças ocorridas. Figura 1: Cuba eletrolítica (etapa 1). Fonte: as autoras. Figura 2: Mudança de cor/pH da solução. Fonte: As autoras. 3. RESULTADOS E DISCUSSÕES Eletrólise da água: Para se observar a eletrólise da água, utilizou-se dois eletrodos inertes (grafite) e uma solução de Na2SO4, pois tanto o cátion (Na+) como o ânion (SO42-) desse composto são mais difíceis de serem descarregados eletricamente do que os íons da água (H+ e OH-). As semirreações envolvidas nesse processo são apresentadas a seguir: Dissociação do eletrólito: 4H2O → 4H+ + 4OH- Cátodo (redução): 4H+ + 4e- → 2H2 Ânodo (oxidação): 4OH- → O2 + 4e- + 2H2O Equação global: 2H2O → 2H2 + O2 Comprova-se o que foi observado experimentalmente: a formação dos gases de hidrogênio e oxigênio. Além disso, também foi possível constatar a mudança de pH do meio: no polo positivo, o ânodo, o meio fica ácido e a cor fica amarela, visto que há maior concentração de íons H+ na solução; no polo negativo, observa- se a coloração azul, já que há maior concentração de íons OH- no meio aquoso, pois os íons positivos foram atraídos para o eletrodo negativo. Eletrólise do cobre: A serpentina de cobre foi colocada no polo positivo do sistema, onde ocorre a oxidação, e a moeda, de latão (liga metálica de cobre e zinco), no polo negativo, onde ocorre a redução. Nesse sistema, o cobre da serpentina passa para a solução, devido a perda de elétrons, e depois, passa da solução para a moeda. Objetivava-se observar a formação de uma camada de cobre na moeda. As equações do sistema são apresentadas a seguir: Dissociação do eletrólito: CuSO4 → Cu2+ + SO42- Ionização da água: H2O → H+ + OH- Cátodo (redução) – moeda: Cu2+ + 2e- → Cu(s) Ânodo (oxidação) – serpentina: Cu → Cu2+ + 2e- Equação global: zero Como não ocorreu transformação química, apenas a passagem do cobre da serpentina para a moeda, pode-se considerar a equação global como sendo zero. Figura 3: cuba eletrolítica (etapa 2). Fonte: as autoras. Figura 4: moeda com extremidade acobreada. Fonte: as autoras. Esse tipo de eletrólise, com o uso de eletrodos ativos, é usado na purificação do cobre metálico. 4. CONSIDERAÇÕES FINAIS Obteve-se êxito em observar as mudanças: na eletrólise da água, foi possível observar a formação dos gases, além da variação de pH do meio. Na eletrólise do cobre, constatou-se a formação de uma pequena camada de cobre (de cor característica) sobre a moeda; devido o pouco tempo de reação e a baixa voltagem da pilha, não se conseguiu transferir muito cobre para a moeda de latão. A prática foi de suma importância para compreender um processo bastante utilizado nas indústrias, como no revestimento de joias e vários outros materiais. Além de, ter contribuído para aliar os conhecimentos teóricos vistos em sala de aula com a prática laboratorial. REFERENCIAL BIBLIOGRÁFICO Aula Prática de laboratório de Química, Professora: Camila R Ávila. Realizada no dia 02 de dezembro de 2022 no Laboratório Químico na Instituição CEDUP Renato Ramos da Silva. PALHARES, Dayana. Produção de Hidrogênio por Eletrólise Alcalina da Água e Energia Solar. Universidade Federal de Uberlândia, 2016. Disponível em: https://repositorio.ufu.br/bitstream/123456789/ 21286/1/Produ%C3%A7%C3%A3oHid rog%C3%AAnioEletr%C3%B3lise.pdf REALUM. Galvanoplastia/Tratamento de Superfície. SANTOS, Ana Maria. Cursos de Especialização para o quadro do Magistério da SEESP Ensino FundamentalII e Ensino Médio. Universidade Estadual Paulista, 2011. Disponível em: https://acervodigital.unesp.br/bitstream/123456 789/38293/14/qui_m4d7_tm04.pdf TICIANELLI, E. A.; GONZALEZ, E. R. (1998). Eletroquímica: Princípios e Aplicações. 2. ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2005. 232 p. TOCCHETTO et al (1997). Tratamento dos resíduos para uma indústria metalmecânica, 1997. 212 p. (Monografia). Departamento de Engenharia Química, Pontifícia Universidade Católica, Porto Alegre. URSÚA, A.; GANDÍA, L. M.; SANCHIS, P. Hydrogen production from water electrolysis: current status and future trends. Proceedings of the IEEE, v. 100, n. 2, p. 410- 426, 2012.
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