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Interferência Eletromagnética em Redes Móveis João Lucas Oliveira Cassimiro 2019027644 Resumo—Esse trabalho aborda como a interferência eletro- magnética afeta as redes móveis de telecomunicações, abordando as fontes de interferências, os seus efeitos e como mitiga-lá. I. INTRODUÇÃO A interferência eletromagnética (EMI) é o fenômeno no qual uma ou mais fontes de campo eletromagnético perturbam o funcionamento normal de um sistema elétrico ou eletrônico. Isso pode ocorrer quando um sistema elétrico ou eletrônico é exposto a um campo eletromagnético intenso ou quando há emissão de radiação eletromagnética por um dispositivo . A interferência eletromagnética pode causar distorção de sinais, falhas de sistemas e até mesmo danificar componentes eletrônicos. Existem várias fontes comuns de interferência eletro- magnética, como sistemas de energia elétrica, motores elétricos, rádio, telefones celulares e outros dispositivos eletrônicos. A interferência eletromagnética também pode ser gerada por fenômenos naturais, como relâmpagos e auroras boreais. Essa é uma questão bastante séria e no Brasil a regulamentação por lei do uso do espectro de frequência define que a radiofrequência é a faixa do espectro eletro- magnético de 8,3 kHz a 3000 GHz, onde é possı́vel a radiocomunicação. O espectro de radiofrequências é um re- curso limitado, constituindo-se em bem público e, conforme prevê a Lei nº 9.472, de 16 de julho de 1997, é administrado pela Anatel. Neste presente artigo será abordado como a interferência eletromagnética afeta as redes móveis de internet. Figura 1. Torre de RF. II. TECNOLOGIAS MÓVEIS A tecnologia 4G (quarto geração), uma evolução da tecno- logia 3G (terceira geração), foi desenvolvida para aumentar a velocidade e a capacidade de transmissão de dados em redes móveis. A tecnologia 4G utiliza frequências de rádio mais altas do que a 3G, o que permite uma maior taxa de transferência de dados e menor latência. Além disso, a 4G utiliza tecnologias de modulação mais avançadas, como a modulação OFDM (Orthogonal Frequency Division Multiplexing), que permite a transmissão de dados em paralelo em várias frequências. A tecnologia 5G (quinta geração) é a mais recente evolução das redes móveis e foi desenvolvida para atender às neces- sidades de conectividade de alta velocidade e baixa latência exigidas pelas aplicações do mundo digital. A 5G utiliza frequências ainda mais altas do que a 4G e utiliza tecnologias de modulação mais avançadas, como a modulação OFDM- FDMA (Orthogonal Frequency Division Multiplexing - Fre- quency Division Multiple Access), que permite a transmissão de dados em paralelo em várias frequências de maneira ainda mais eficiente. Além disso, a 5G utiliza uma rede de pequenas células, que são unidades de transmissão de dados menores e mais próximas dos usuários, o que aumenta a capacidade de transmissão de dados e reduz a latência. III. INTERFERÊNCIA ELETROMAGNÉTICA Uma das principais diferenças entre as tecnologias 4G e 5G é a frequência utilizada para transmitir os sinais. A tecnologia 4G utiliza frequências de rádio mais altas do que a 3G, enquanto a tecnologia 5G utiliza frequências ainda mais altas. Isso permite uma maior capacidade de transmissão de dados, mas também significa que essas frequências são mais suscetı́veis à interferência eletromagnética. Além disso, o 5G utiliza uma rede de pequenas células, que são unidades de transmissão de dados menores e mais próximas dos usuários. Isso significa que há mais equipamentos de transmissão em uma área menor, o que pode aumentar o risco de interferência eletromagnética. A. Fontes de EMI Por operar em faixas de frequência do espectro ele- tromagnético, existem várias fontes de interferência eletro- magnética que podem afetar o 4G e o 5G como, por exemplo: • Outras redes de telecomunicação: as redes de telecomunicação podem gerar interferência entre si, principalmente quando operam na mesma faixa de frequência. • Interferência solar: O sol pode afetar o espectro eletro- magnético de várias maneiras, incluindo a produção de Figura 2. Redes de telecomunicações que pode ocorrer EMI. radiofrequências que podem interferir em sistemas de comunicação. • Dispositivos eletrônicos que geram sinais de rádio podem gerar interferência quando estão ligados e operando. • Equipamentos industriais, como motores elétricos e trans- formadores podem gerar interferência eletromagnética em determinadas frequências. • Interferência eletromagnética de obstáculos fı́sicos: edifı́cios, árvores e outros obstáculos fı́sicos podem afetar a propagação das ondas de rádio e gerar interferência eletromagnética nas redes móveis. • Equipamentos que estão operando em faixas de frequências não licenciadas. B. Danos causados pela EMI Essas perturbações no espectro eletromagnético podem afe- tar negativamente as redes móveis como, por exemplo: • Baixa velocidade de dados móveis. • Problemas de conectividade. • Interrupção do serviço por parte da operadora. • Qualidade ruim do sinal. IV. FORMAS DE MITIGAÇÃO Para evitar esse problema de interferências, algumas medi- das precisam ser tomadas. Primeiramente, é necessário obe- decer as faixas de frequências definidas pela Anatel, como mostrado na figura 3. Outros cuidados que devem ser levados em consideração para evitar a EMI são: • O uso filtros de interferência que são dispositivos que bloqueiam as interferências EMI indesejadas, eles podem ser instalados em equipamentos de rede, como estações base e roteadores. • Evitar obstáculos fı́sicos que podem bloquear ou refletir o sinal e usar dispositivos de amplificação de sinal para aumentar a potência do sinal e superar esses obstáculos. • Gerenciar dispositivos que podem gerar interferências EMI que podem afetar a qualidade do sinal de uma rede móvel. Figura 3. Atribuição de faixas de frequências. • Usar antenas direcionadas para concentrar o sinal em uma determinada direção, isso pode ajudar a minimizar a interferência de outras fontes de sinal. • Realizar testes de interferência eletromagnética em siste- mas de comunicação para identificar e corrigir eventuais problemas de interferência. • Implementar medidas de proteção contra interferência eletromagnética em edifı́cios e instalações comerciais, como o uso de blindagem eletromagnética em paredes e tetos. • Evitar a instalação de equipamentos de comunicação próximo a fontes de interferência eletromagnética. Essas medias são importantes para minimizar a interferência eletromagnética nas redes de telefonia móvel. V. CONCLUSÃO Com esse trabalho foi possı́vel entender mais sobre as in- terferências eletromagnéticas, mais especificamente em redes móveis, e a importância da atribuição de frequência bem definida pela Anatel, pois sem essa regulamentação, terı́amos diversos problemas de interferências. Além disso, foi possı́vel compreender algumas das principais fontes de EMI, formas de reduzir a EMI e a importância da compatibilidade eletro- magnética para o nosso mundo, pois sem essa área de estudo, o nosso mundo não seria o mesmo. REFERÊNCIAS [1] Introduction to Electromagnetic Compatibility, Paul Clayton, 2006. [2] KODALI, V. P. Engineering electromagnetic compatibility - Principles, measurements and technologies, New York: IEEE Press, 1996. [3] What is Electromagnetic Interference (EMI), disponı́vel em: https://www.trentonsystems.com/blog/what-is-electromagnetic- interference [4] Interference to mobile phone networks, disponı́vel em: https://www.acma.gov.au/interference-mobile-phone-networks [5] Interference Management in 4G and 5G Cellular Networks, Muhammad Ali Imran et al., IEEE, 2019.