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CONTEXTOS DE USO DA LÍNGUA CULTA E DA LÍNGUA POPULAR

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7 CONTEXTOS DE USO DA LÍNGUA CULTA E DA LÍNGUA POPULAR 
Ainda que a escrita tenha sido criada tardiamente em relação à oralidade, 
Marcuschi (1997) destaca que, hoje, a escrita permeia quase todas as práticas 
sociais das mais variadas sociedades. Desse modo, ela é usada nos contextos 
sociais básicos, paralelamente à oralidade, os quais são: 
 
 Escola; 
 Família; 
 Trabalho; 
 Atividade intelectual; 
 Cotidiano; 
 Vida burocrática. 
 
Assim, podemos destacar que, no Brasil, a língua culta possui um padrão 
nacional, mas também padrões regionais, além de uma série de padrões ideais 
locais, conforme apontam os pesquisadores no livro organizado por Bagno (2004). 
Isso implica destacar que os contextos de uso das línguas culta popular estão 
relacionados às variedades geográficas e socioculturais, conforme estudamos 
anteriormente neste capítulo. 
Os principais ambientes de uso da norma culta são a escola e a academia, 
ou seja, as instituições de ensino. Nesses contextos, os sujeitos podem aprimorar 
os seus conhecimentos da língua, com o intuito de expressarem-se com base nas 
regras que o código escrito exige. Conforme destacado previamente, você precisa 
ter o devido cuidado ao corrigir os desvios da norma, o que sempre deve ser feito 
de forma didática e conscientizando os educandos dos motivos pelos quais tal 
variedade não é adequada à ocasião ao invés de, simplesmente, acusá-la de 
inaceitável, “errada”. Ademais, você deve respeitar o tempo de cada educando, 
posto que o processo de aquisição da língua é distinto para cada um. Em uma 
mesma sala de aula, você poderá se deparar com diferentes níveis de 
 
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aprendizagem da norma culta da língua, a depender dos sujeitos que se 
apresentarem (BUCHWEITZ, 2019). 
Todavia, atentemos ao fato de que a língua culta não se limita aos espaços 
escolar ou universitário. O que podemos analisar é que, nos meios escolar e 
acadêmico, existe a possibilidade de reflexão e de aprendizado sobre a língua no 
âmbito das suas mais diversas variantes. Frente a isso, é importante perceber que 
a norma culta é uma forma universal, ou seja, uma modalidade da linguagem à qual 
todos os sujeitos do País devem têm acesso — ou deveriam ter — por meio do 
ensino. Desse modo, quando o objetivo de um texto — escrito ou falado — é ser 
lido por todos os sujeitos de um país, é necessário adotar a norma culta. Por outro 
lado, quando se está em um contexto local ou regional qualquer, é possível usar 
variantes específicas daquele lugar para ser compreendido. 
 
8 O USO DE CADA UMA DAS MODALIDADES DAS LÍNGUAS CULTA E 
POPULAR DE ACORDO COM OS SEUS CONTEXTOS 
Guy (2000) define o que é uma comunidade de fala, atribuindo-lhe algumas 
características: 
 
 Características linguísticas compartilhadas: palavras, sons e 
construções gramaticais utilizadas dentro da comunidade, mas que 
não são usadas fora dela 
 Densidade de comunicação interna relativamente alta: diz 
respeito à frequência com que as pessoas se comunicam dentro do 
grupo, sendo maior do que em relação a pessoas de fora dele. 
 Normas compartilhadas: ações em comum frente ao uso da língua, 
normas em comum frente à direção da variação estilística, avaliações 
sociais em comum frente às variáveis linguísticas. 
 
 
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São essas especialidades do modo de comunicação dentro de um grupo de 
indivíduos que permitem os usos de cada uma das modalidades da língua culta e 
da língua popular. Os sujeitos utilizam as diferentes modalidades da língua sem 
precisarem ser advertidos a respeito. A construção da comunicação se estabelece 
segundo essas características de modo natural. Quando um sujeito inicia sua 
jornada escolar, pressupõe-se que ele aprenderá a ler e a escrever conforme as 
normas da língua culta. Por outro lado, quando um candidato à eleição de algum 
cargo público faz campanha em um bairro periférico de classe social mais baixa, ele 
busca adequar o modo de expressar-se àquele grupo, pois, em geral, pressupõe 
que o grau de escolaridade da comunidade não é muito elevado devido às 
condições de acesso à educação daqueles sujeitos (BUCHWEITZ, 2019). 
O uso das modalidades da língua culta e da língua popular, portanto, são 
sempre adequados ao contexto em que o falante se encontra. A partir do momento 
em que um sujeito deixa a sua comunidade de fala e insere-se em outra, ou ele 
adéqua o seu modo de falar, ou causa um estranhamento quanto à compreensão 
da mensagem que deseja transmitir. Tal adequação é possível, em nível mais 
elevado, aos sujeitos que compreendem o funcionamento da língua. Por isso, cabe 
a esses indivíduos o papel de mediadores de uma comunicação próxima dos seus 
receptores.

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