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1) Livros didáticos baseados na Base Nacional Comum Curricular – BNCC precisam apoiar o trabalho com as quatro habilidades comunicativas em língua portuguesa, além de apresentarem variações dialetais contextualizadas por uma ampla gama de gêneros textuais multimodais. A competência linguístico-gramatical deve ser trabalhada em função de sua relevância em relação às atividades comunicativas propostas.
Avaliando o exposto, pode-se concluir que:
· A) De acordo com a BNCC, livros didáticos devem basear-se em regras gramaticais, garantindo o trabalho com competência linguística.
· B) De acordo com a BNCC, livros didáticos devem basear-se em materiais autênticos, apresentando textos verbais, orais e verbo-visuais.
· C) De acordo com a BNCC, livros didáticos devem basear-se em textos verbo-visuais, incentivando o reconhecimento da multimodalidade.
· D) De acordo com a BNCC, livros didáticos devem basear-se em exercícios de leitura que trabalhem com a língua falada de maneira formal.
· E) De acordo com a BNCC, livros didáticos devem basear-se em gêneros textuais que enfatizem exemplos da língua-padrão e sua utilização.
2) Sociolinguistas variacionistas se dedicam à descrição da fala característica de uma determinada comunidade linguística. Para isso, quantificam ocorrências de padrões determinados que interessa a eles estudar (por exemplo: a concordância em sintagmas nominais). A esses padrões, dão o nome de variáveis. Cada variável estudada pode apresentar ocorrências diversas em um mesmo estudo (como em “as meninas” e “as menina”).
O nome dado às ocorrências que cada variável apresenta em um estudo é:
· A) Variação interna.
· B) Variação de registro.
· C) Variante linguística.
· D) Variação externa.
· E) Variedade linguística.
3)  No português brasileiro – PB, pronomes pessoais nem sempre são utilizados como determinantes a serviço de substantivos. Em construções como “Tu chega lá e faz o necessário”, o interlocutor nem sempre se refere à pessoa com quem está interagindo. Em certos contextos, “tu” pode ser substituído por “o cara”, “a galera”, “a gente”, “a rapaziada”, sem que haja perda de sentido.
Associe o exemplo exposto ao fenômeno que o caracteriza. 
· A) Utilização de pronomes pessoais para gramaticalizar.
· B) Utilização de pronomes pessoais para formalizar.
· C) Utilização de pronomes pessoais para nominalizar.
· D) Utilização de pronomes pessoais para indeterminar.
· E) Utilização de pronomes pessoais para regularizar.
4) A língua se apresenta de diferentes maneiras: por meio de textos escritos, orais, com ou sem a inserção de recursos não verbais. Segundo os estudos sociolinguísticos, podemos dizer que a fala e a escrita praticam normas diferentes de uso, que admitem variações específicas.
Esse tipo de fenômeno pode ser analisado a partir do estudo de:
· A) Variações de registro.
· B) Variações por faixa etária.
· C) Variações regionais.
· D) Variações por gênero.
· E) Variações de modalidade.
5)  O Jornal Hoje (02/09/2014) entrevistou os pesquisadores que criaram o mapa linguístico do Brasil. A reportagem mencionava “mais de 200 palavras que mudam de estado para estado”, incluindo pernilongo/muriçoca, pão francês/cacetinho, bombom/queimado, entre outros itens lexicais e variáveis pesquisadas.
Relacione a investigação do exemplo ao tipo de variação dialetal que ela investiga.
· A) Variação de gênero.
· B) Variação etária.
· C) Variação regional.
· D) Variação social.
· E) Variação profissional.
6)  Quando um sociolinguista usa o termo dialeto, ele não está se referindo a nenhuma noção de expressão linguística menor, menos completa ou dependente de uma língua oficial. Segundo o linguista Leland McCleary (2009, p. 15), “quando um dialeto começa a ter autonomia (na imaginação popular), ele deixa de ser um dialeto e começa a ser considerado uma língua”. Esse fenômeno é reforçado pela aceitação dessas línguas por parte de órgãos oficiais, como ocorreu com a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Desse fragmento, podemos inferir que a definição de uma variedade como língua ou dialeto:
· A) Depende de estudos sociolinguísticos aplicados.
· B) Depende de seu nível de variação linguística.
· C) Depende da complexidade de suas variantes.
· D) Depende de fatores políticos e econômicos.
· E) Depende de seu nível de gramaticalização.
7)  Reflexões recentes indicam o quão excludente é a relação entre a norma culta e as demais variedades do português brasileiro, além de apontarem o apagamento da LIBRAS, das línguas indígenas e das línguas de imigração no currículo educacional brasileiro. Segundo Tânia Rezende e Wilson Júnior (2018), a uniformização do português a partir da norma-padrão incentiva sentimentos de autodesvalia sociocultural, processo a partir do qual tendemos a desvalorizar o que tem origem em nosso país.
Considerando o exposto, redija um texto argumentativo (entre 10 e 15 linhas) apresentando o conceito de epistemicídio e seus impactos na atuação de professores de língua portuguesa.
Expectativa de resposta: O conceito de epistemicídio se refere ao assassinato metafórico de visões de mundo e conhecimentos provenientes de minorias ideológicas que são discriminadas em uma determinada comunidade. Tradicionalmente, aplica-se o conceito à invisibilização da cultura negra, embora também se aplique ao apagamento das culturas ameríndias, de comunidades de pessoas com deficiência e outros grupos não considerados em termos de políticas públicas. Em relação ao planejamento linguístico no Brasil, incluindo os projetos político-pedagógicos que compõem currículos, materiais didáticos e metodologias de ensino, processos epistemicidas desconsideram a variação linguística presente em nosso país, uniformizando a língua a ser trabalhada em escolas de forma a apresentá-la como uma única variedade correta do português. Esse fenômeno tem impactos profundos na atuação de professores de língua portuguesa, uma vez que delimita a matéria a ser dada, bem como as atividades a serem conduzidas em sala. Cabe ao professor, com base em seus estudos sociolinguísticos, a tarefa de adaptar, reposicionar e discutir criticamente toda atividade ou material a ser apresentado, bem como complementá-los, incluindo exemplos das diferentes variedades linguísticas existentes no Brasil, trazendo conhecimentos analíticos da teoria da variação para a sala de aula e recebendo as falas de seus alunos e alunas como ilustrações vivas de variedades a serem reconhecidas.  
8) “Existe uma única forma de falar 'certo'? Nesse caso, qual seria? Costumamos achar que 'o outro' fala errado, com sotaque, cantando, esquisito. É bom que todos saibam que existe uma área do saber que estuda essas variações da língua com rigor científico. Trata-se da Sociolinguística.”
(Fonte: https://www.editoracontexto.com.br/blog/o-que-e-sociolinguistica/.
Acesso em: 15 maio 2019.)
Considerando o exposto, defina o trabalho da sociolinguística variacionista.
Expectativa de resposta:
A sociolinguística variacionista se apoia na teoria da variação, formulada por William Labov, para identificar de que maneira a fala em uso se estrutura na sociedade. Parte da noção de que não existem formas “certas” ou “erradas” de falar, mas variantes que se apresentam de forma estruturada em diferentes comunidades linguísticas, de acordo com cada situação comunicativa. Essas comunidades são conhecidas como comunidades de fala, e a descrição de seus usos linguísticos permite que reconheçamos as variedades correntes em uma língua viva.
1) A sociolinguística surgiu com as pesquisas de William Labov em Martha's Vineyard, nos Estados Unidos. Observando a fala dos habitantes da região, Labov desenvolveu uma teoria para investigar a variação linguística a partir do estudo de comunidades locais. Segundo ele, essas comunidades são dotadas de motivação própria para utilizarem a língua à sua maneira e não são definidas por "nenhum acordo marcado quanto ao uso dos elementos da língua, mas, sobretudo, pela participação em um conjunto de normas compartilhadas" (LABOV, 1972, p. 120- 121).Nomeie o tipo de comunidade à qual Labov se refere no excerto.
· A) Comunidade de prática.
· B) Comunidade de aprendizagem.
· C) Comunidade bilíngue.
· D) Comunidade de fala.
· E) Comunidade de ensino.
2) Quando um sociolinguista usa o termo dialeto, ele não está se referindo a nenhuma noção de expressão linguística menor, menos completa ou dependente de uma língua oficial. Segundo o linguista Leland McCleary (2009, p. 15), “quando um dialeto começa a ter autonomia (na imaginação popular), ele deixa de ser um dialeto e começa a ser considerado uma língua”. Esse fenômeno é reforçado pela aceitação dessas línguas por parte de órgãos oficiais, como ocorreu com a Língua Brasileira de Sinais – LIBRAS.
Desse fragmento, podemos inferir que a definição de uma variedade como língua ou dialeto:
· A) Depende de estudos sociolinguísticos aplicados.
· B) Depende de seu nível de gramaticalização.
· C) Depende da complexidade de suas variantes.
· D) Depende de fatores políticos e econômicos.
· E) Depende de seu nível de variação linguística.
3) Indivíduos que se reúnem periodicamente por possuírem um interesse comum de aprendizado ou aplicação do que está sendo aprendido podem desenvolver formas aproximadas na fala-em-interação. Ao se reunirem em torno a atividades comuns, esses indivíduos também compartilham maneiras de se comunicar que podem ou não ser utilizadas fora do contexto em que se originaram (ou seja, daquela comunidade em particular).
Nomeie o tipo de comunidade a que o fragmento acima se refere.
· A) Comunidade bilíngue.
· B) Comunidade de fala.
· C) Comunidade monolíngue.
· D) Comunidade de prática.
· E) Comunidade de LIBRAS.
4) De acordo com a sociolinguística, existem várias normas, adequadas a diferentes situações, entre as quais encontramos a norma culta. No entanto, alguns professores e alunos acreditam que a norma culta é a única variedade aceitável de expressão em língua portuguesa por conta de seu grande prestígio social, mesmo que não saibam muito bem como defini-la. Isso pode fazer com que suas próprias falas não sejam validadas como dignas de reconhecimento, levando a declarações como: “eu não sei falar português”.
Pode-se inferir que o fragmento acima:
· A) Indica que falantes-ouvintes brasileiros não sabem se expressar em português.
· B) Desassocia o preconceito linguístico de como falantes-ouvintes brasileiros veem a norma culta.
· C) Sugere que a norma culta é, de fato, a única variedade linguística aceitável em língua portuguesa.
· D) Sugere que a norma culta é, de fato, a única norma em vigência na língua portuguesa.
· E) Explica o impacto da norma culta na identidade de falantes-ouvintes brasileiros.
5) Escolas tendem a ser comunidades de prática complexas, cujos membros incluem representantes de diferentes comunidades de fala. O trabalho com as variações externas da língua deve fazer parte do cotidiano da sala de aula de línguas, apoiando alunos a se comunicarem e conviverem em meio à diversidade linguística. 
Um planejamento de aula adequado a partir do conceito de variação linguística deve:
· A) Basear-se em gêneros textuais com exemplos autênticos de variação.
· B) Concentrar-se em apresentar todas as variedades existentes no Brasil.
· C) Basear-se na memorização dos tipos existentes de variação externa.
· D) Basear-se na defesa da norma-padrão em oposição a outras normas.
· E) Concentrar-se na apresentação de itens lexicais diferentes por região.
6) Em nossa sociedade, é comum observarmos interações orais caracterizadas por um alto nível de formalidade, tais como palestras, sessões de comunicação em congressos acadêmicos, alguns tipos de conversas profissionais, entre outras. Também há interações escritas que se destacam por sua informalidade, tais como bilhetes e notas, certos textos literários e conversas mediadas pela internet.
Avaliando o exposto, conclui-se que:
· A) Não existe relação direta entre o nível de formalidade e a situação comunicativa em que os falantes-ouvintes atuam.
· B) A língua escrita é mais formal do que a língua falada, já que se estrutura ao redor de regras observáveis e rígidas.
· C) A língua falada é menos formal do que a língua escrita, já que não está estruturada ao redor de regras observáveis.
· D) O modo a partir do qual a comunicação se efetiva define o nível de formalidade a ser adotado por falantes-ouvintes.
· E) Não existe relação direta entre o modo utilizado e o nível de formalidade a partir do qual a comunicação se efetiva.
7) Baseando-se no conceito de língua-em-uso, a sociolinguística brasileira desenvolveu uma série de pesquisas que contribuíram para o ensino de português nas escolas. Sua metodologia descritiva observou o uso cotidiano de nosso sistema de pronomes, a constituição de sujeitos, verbos e objetos, a utilização de operadores argumentativos, entre outros fenômenos. Estudos de caráter pragmático se referem à variação no significado de certas expressões, dependendo do uso que se faça delas. Em uma conversa, a expressão “quer dizer” pode ser utilizada para reiterar algo, por exemplo (FREITAG, 2001; 2007). 
Avalie, justificando seus argumentos, de que maneira as pesquisas da sociolinguística brasileira contribuíram com a construção de planos de aula para o ensino de língua portuguesa.
Expectativa de resposta: Podemos nos valer das contribuições da sociolinguística brasileira de diferentes maneiras em sala de aula. Em primeiro lugar, nosso objeto de trabalho, como professores de língua portuguesa, já não está restrito a textos representantes da modalidade escrita ou mesmo dos registros mais formais da língua. Mesmo que adotemos uma estratégia exclusivamente focada no que tradicionalmente chamamos de norma culta, a oralidade e a informalidade estarão presentes na língua falada por alunos e por nós mesmos em sala de aula. Ao trabalharmos com a norma culta, precisamos agir, muitas vezes, como mediadores entre a norma utilizada pelos alunos e aquela que pretendemos apresentar. Portanto, se investigarmos, a fundo, as variações presentes na fala de alunos, teremos mais e melhores condições de indicar como podem “transportar” um determinado significado de uma norma à outra. 
Em segundo lugar, o trabalho com expressões representativas da diversidade linguística brasileira transforma a sala de aula em espaço de prática para futuras interações em língua falada. Mesmo os alunos que alcançam as maiores notas em língua portuguesa na escola costumam ter dificuldades na hora de interpretar ou argumentar por meio da oralidade. O desenvolvimento desse tipo de competência faz parte do escopo da disciplina. No entanto, é comum que professores validem como “matéria” apenas o que diz respeito aos modos escritos de comunicação, desconsiderando, assim, uma ampla gama de funções importantes da língua.
Em terceiro lugar, a inserção de textos representativos de diferentes comunidades de fala e de prática permite que o professor trabalhe com a língua deixando claro que não existem formas mais ou menos avançadas de comunicação. Esse é um viés de extrema importância, já que vivemos em um país onde o desenvolvimento da leitura e da escrita ainda é um enorme desafio. Alunos submetidos a uma visão de língua que exclua suas próprias vivências comunicativas podem não se sentir encorajados a ler, escrever ou mesmo falar. Caso compreendam aquilo que se entende por norma culta como a única norma possível ou existente, tanto alunos quanto professores tendem a não ver suas falas como parte da língua. Nesse sentido, qualquer coisa que venham a produzir — desde uma simples conversa até um texto complexo — não será validada como digna de nota ou reconhecimento. Essa concepção tem um impacto profundo na construção identitária de falantes-ouvintes brasileiros que, muitas vezes, chegam a dizer que não sabem falar português, apenas porque sua forma de expressão não se adéqua ao modelo proposto pela norma-padrão. Os efeitos desse fenômeno têm alcance amplo e duradouro, determinando: quem tem ou não o direito de falar em ambientes educacionais e profissionais; quetipo de texto é considerado culto, proveniente da cultura letrada e, portanto, apto para publicação e divulgação irrestrita; quais são e como serão distribuídas as oportunidades de trabalho em nosso país (já que aqueles que não se adéquam à norma costumam ser considerados aptos apenas ao exercício de atividades com remuneração mais baixa), entre outros.
Por conta dessas três contribuições primordiais, é possível entender que estudos baseados na descrição da variação linguística apoiam o desenvolvimento de aulas de língua portuguesa na escola.
8)  A noção de comunidade de prática tem sido bastante aplicada a pesquisas em diferentes áreas das ciências humanas — tais como a educação, a comunicação social e a administração —, uma vez que sua abrangência não se limita ao estudo da língua falada. No âmbito da sociolinguística interacional, o conceito de comunidade de prática apoia uma visão ampla acerca dos motivos pelos quais certos grupos se comunicam de maneiras bem específicas, ultrapassando questões regionais, etárias e étnicas.
Caracterize as comunidades de prática, em relação à fala em uso.
Expectativa de resposta:
Comunidades de prática se constroem ao redor de um interesse de aprendizagem em comum, não necessariamente escolarizado, realizando ações em conjunto — práticas que unem seus participantes e estabelecem formas específicas de comunicação. A partir de suas tarefas e interesses compartilhados, membros da comunidade de prática podem desenvolver um linguajar próprio que pode ou não ser utilizado em outros ambientes e nem sempre é de fácil compreensão para quem não experiencia suas atividades.

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