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Prévia do material em texto

1ª Edição |Março| 2014
Impressão em São Paulo/SP
Introdução
à engenharia
do trabalho
Jéferson Cabrelon
Catalogação elaborada por Glaucy dos Santos Silva - CRB8/6353
Coordenação Geral 
Nelson Boni
Professor Responsável
Jéferson Cabrelon
Coordenação de Projetos
Leandro Lousada
Revisão Ortográfica
Vanessa Almeida
Projeto Gráfico, Dia-
gramação e Capa
Ana Flávia Marcheti
1º Edição: Março de 2014
Impressão em São Paulo/SP
Introdução à engenharia 
do trabalho
Sumário
Capítulo 1. A evolução da engenharia de segurança 
do trabalho
1.1 A evolução da Engenharia de Segurança do Trabalho
1.2 Aspectos econômicos, políticos e sociais
1.3 A história do prevencionismo. 
.7
5
Apresentação
Quando resolvemos contar a história da Enge-
nharia de Segurança do Trabalho, estávamos moti-
vados a demonstrar o quão árdua é esta profissão e 
como são tortuosos os caminhos já percorridos. 
Dentro deste campo, tanto aqueles que são 
aprendizes, como os pioneiros, percebem que Segu-
rança do Trabalho sempre esteve intimamente ligada 
às condições financeiras das empresas. 
Nos capítulos a seguir, procuramos abranger 
exemplos tirados da própria história da evolução do 
seguimento da Segurança do Trabalho. 
Seguimos a lógica do ditado: “Por não saber 
que era difícil, foi lá e fez”; demonstrando, desta 
forma, que sempre convivemos com situações desta 
natureza, em que as condições novas assustam e nos 
trazem uma realidade diferente. 
Em cada um dos quatro capítulos, reforçamos 
a origem da área da Segurança e como caminhamos 
a cada nova etapa. A vivência dos profissionais de 
cada área é muito importante e deve ser levada em 
consideração, para definirmos a melhor estratégia de 
solução dos problemas. 
 Nossa esperança é que ao final deste estudo, 
o profissional sinta-se mais confiante para aplicar as 
técnicas e saiba como conduzir as questões preventi-
vas dentro de sua atividade. 
6
7
Capitulo 1
A Evolução da engenharia 
de segurança do trabalho
1.1 A evolução da engenharia de seguran-
ça do trabalho
Para que possamos falar em EVOLUÇÃO DA 
ENGENHARIA DE SEGURANÇA DO TRABA-
LHO, devemos, primeiramente, entender a própria 
história da Segurança do Trabalho. No século X a.c, 
foi criada a lei “dente por dente, olho por olho”; esta 
lei tinha a finalidade de fazer com que a pessoa que 
cometesse uma penalidade fosse obrigada a pagá-la 
da mesma forma, ou seja:
8
No aspecto de segurança, se uma pessoa fosse contrata-
da para construir uma casa, e essa, durante a sua fase de 
construção ou mesmo após o término, caísse e causasse 
a morte do filho do dono da casa, este teria o direito de 
matar o filho mais velho da pessoa que a construiu (Essa 
é famosa lei dente por dente, olho por olho). 
Apesar de muito radical, era a forma que, na 
época, os governantes acharam para que as pessoas 
tivessem o comprometimento e responsabilidade ao 
construir qualquer equipamento ou estabelecimento. 
 Os anos foram passando e os senhores da 
época medieval foram adquirindo fórmulas de se 
proteger quanto aos riscos existentes nas batalhas; 
e, mesmo sem saber, inventaram os primeiros equi-
pamentos que seriam utilizados como modelos para 
proteção individual, tais como: Luvas de malha de 
aço, armaduras, perneiras de aço, coletes de ferro, o 
que, atualmente, chamamos de EPIs – Equipamen-
tos de Proteção Individual.
Mas, com a intenção de administrar as condições 
de trabalho, entendendo todos os aspectos de influ-
ência do meio ambiente e processos produtivos à saú-
de do trabalho, foi no século XVI que George Bauer 
apresentou um levantamento sobre doenças e aciden-
tes em trabalhadores de minas de ouro e prata (1556). 
Porém, com certeza, o trabalho mais reconhecido na 
9
época da evolução da Segurança foi, sem dúvida, o do 
Pai da Medicina do Trabalho, Bernardino Ramazzi-
ni, que, em 1717, relatou os primeiros movimentos 
violentos e irregulares, que resultavam em lesões pelo 
corpo. A primeira profissão alvo de pesquisa foi a dos 
escribas, que trabalhavam fazendo escritas em livros, 
e, apesar de usarem penas para elaborar as escritas e 
estas serem bem leves, a quantidade de atividade diá-
ria resultava em lesões nas mãos. Porém, por conta 
do tamanho da classe dos escribas, essas doenças fo-
ram tratadas como fatos isolados. 
Assim, outros profissionais da área médica fize-
ram diversos estudos, tais como:
Em 1891 – Fritz de Quervain descreve a Tenos-
sinovite do músculo abdutor, conhecido como en-
torse das lavadeiras; assim como na Suíça, em 1918, 
os datilógrafos, mecanógrafos e telefonistas tiveram 
sintomas semelhantes e foram diagnosticados com o 
que foi chamado de doenças laborais. 
No Brasil, as evoluções dos estudos em relação 
à segurança do trabalho foram acontecendo confor-
me o crescimento e mobilização da classe trabalhis-
ta, conforme demonstrado:
• Século XIX - engenhos de açúcar e café. 
• 1889 - 630 - fábricas e 54.000 empregados. 
• 1907 – 3.200 fábricas – 150.000 empregados. (1 
Rio de Janeiro, 2 São Paulo). 
10
• 1907, 1912, 1917, 1920 - greves por melhores con-
dições de trabalho. 
• 1918 - Primeira lei sobre acidentes no trabalho. DL 
N.º 3.724, de 15/01/1918. 
• 1919 - Marca presença nas primeiras indústrias 
americanas. As greves culminam no código sanitário 
de São Paulo. Lei 13.493, de 05/03/1919 - alterações 
no DL 3724. 
• 1923 - Inspetoria de higiene industrial e profissio-
nal - Ministério do Interior e Justiça (DL. 16300). 
• 1934 - Inspetoria de higiene e segurança do tra-
balho - MTIC (Ministério do Trabalho, indústria e 
comércio) – Segunda lei de acidentes do trabalho. 
Lei 24.637 de 10/07/1934 - alterações no DL 3724. 
• 1941 - Surge a ABPA - Associação Brasileira para 
Prevenção de Acidentes. 
• 1942 - Divisão de higiene e segurança do trabalho. 
• 1943 - CLT - DL. 5452 de 01/05/43 - capítulo V 
- higiene e segurança do trabalho. - Guerra Mundial 
influencia na Industrialização (CSN, Petrobrás) 
• 1944 - DL. 7036/ M.T. de 10/11/44 - lei de aci-
dentes - SESI. Revoga a lei 3724 
• 1949 - Standart Oil (fábrica) - cria o primeiro Ser-
viço de Previdência de Acidentes. 
Porém, é durante a Segunda Grande Guerra 
Mundial que o movimento prevencionista realmente 
toma forma, pois, foi quando se pôde perceber que a 
11
capacidade industrial dos países em luta seria o pon-
to crucial para determinar o vencedor, capacidade 
esta mais facilmente adquirida com um maior núme-
ro de trabalhadores em produção ativa. 
Neste momento, a Segurança do Trabalho trans-
formou-se, definitivamente, numa função importante 
nos processos produtivos e, enquanto nos países de-
senvolvidos este conceito já é popularizado, os países 
em desenvolvimento lutam para implantá-lo. 
Nos países da América Latina, a exemplo da Re-
volução Industrial, a preocupação com os acidentes 
do trabalho e doenças ocupacionais também ocorreu 
tardiamente, sendo que no Brasil os primeiros passos 
surgem no início da década de 30, sem grandes resul-
tados, tendo sido, inclusive, apontado na década de 70 
como o campeão em acidentes do trabalho. Apesar 
disso, pode-se dizer que, atualmente, nós, latino-ame-
ricanos, evoluímos muito neste campo.
As problemáticas econômica, socioeconômi-
ca, humana e psicológica têm tanta magnitude que 
pode-se afirmar que um país em desenvolvimento 
só sairá deste estágio, com sucesso, se os acidentes e 
doenças do trabalho estiverem sob controle. 
• Década de 50: 
- II Congresso Pan-americano de Medicina do Tra-
balho. 
- I Congresso Nacional de CIPAS. 
12
- 1953 - Portaria 155 - regulamenta CIPAS - Comis-
são Interna de Prevenção de Acidentes. 
• Década de 60: 
- CONPAT - Congresso Nacional de Prevenção de 
Acidentes. 
- 1963 - Fundacentro - subordinado à Secretaria de 
Segurança e Medicina do Trabalho do M.T. 
- 1967 - nova lei de acidentes do trabalho. Lei 293 
de 28/02/67 revoga o DL 7036 (1944). Lei 5316 de 
14/09/67 - Seguro de acidentes não permanecerá só 
no campo privado. 
- 1968 - Portaria 32 - CIPAs.
• Década de 70: 
-1972 - Portaria 3237 - Segurança, Higiene e Medi-
cina do Trabalho. 
- 1975 - Portaria 3460 - Segurança e Medicina 
do Trabalho. 
- 1976 - Lei de Acidentes n.º 6367 de 19/10/76 (DL. 
79037 de 24/12/76). Revoga a lei 5316. O seguro é 
feito obrigatoriamente pelo INPS. 
- 1977 - Lei 6514 - revisão do capítulo V, título II da 
CLT. (DL 5452) 
- 1978 - Lei n.º 83080 - Substitui e cancela 79037 
(24/12/76) 
- 1978 - Regulamentada a Lei 6514 - Portaria 3214 
/ MTb /78 
13
• Década de 80: 
- 1983 - Portaria n.° 6 de 09/03/83 SSMT - MT - 
Alterações da 3214. Alterações da NRs 1, 2, 3 e 6. 
- 1988 - Portaria n.° 3067 de 12/04/88 - MT - Apro-
vação das normas regulamentadoras rurais - Segu-
rança e Higiene do trabalho rural (art. 13 da lei 5889 
de 08/06/73). 
• Década de 90: 
- 1991 - Lei 8213 - determina que o INSS cobre de 
empresas culpadas por acidentes de trabalho os be-
nefícios pagos aos acidentados. 
- 1992 – Criação da FENATEST – Federação Na-
cional dos Técnicos de Segurança do Trabalho. 
• Anos 2000: 
Criação de normas relativas ao uso das empresas do 
Perfil Profissiográfico Previdenciário (PPP). 
Obs.: A empresa deverá elaborar e manter 
atualizado o perfil profissiográfico previdenciá-
rio, abrangendo as atividades desenvolvidas pelo 
trabalhador e fornecer a este, quando da rescisão 
do contrato de trabalho ou do desligamento do 
cooperado, cópia autêntica deste documento, sob 
pena de multa prevista no art. 283. Para fins de 
concessão de benefícios por incapacidade, a partir 
de 01/11/2003, a Perícia Médica do INSS poderá 
solicitar à empresa o PPP.
14
Quando da emissão do PPP, levar em conside-
ração todas as situações das características do tra-
balho a ser adotado. Na emissão deste documento, 
sempre possuir a assinatura de um responsável, e 
suas avaliações.
Deve-se introduzir informações do PCMSO e 
do PPRA num único documento, permitindo análi-
ses médico-periciais.
Figura 1- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
15
Figura 2- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
Fonte: http://menta2.dataprev.gov.br/prevfacil/prevform/benef/pg_
internet/ifben_visuform.asp?id_form=2639
16
Figura 3- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
17
18
Figura 4- PPP – PERFIL PROFISSIOGRÁFICO PREVIDENCIÁRIO
19
Figura 5- PPP – PERFIL PROFISSIOGRAFICO PREVIDENCIARIO
Figura 6- PPP – PERFIL PROFISSIOGRAFICO PREVIDENCIARIO
Fonte: http://www.previdencia.gov.br/informaes-2/perfil-profissiogr-
fico-previdencirio-ppp/
20
Ao longo dos anos, diversos programas foram 
adotados com características diferenciadas, sendo 
que, em cada época, existia um programa mais eficaz 
para aquele momento, conforme detalhado:
• PROGRAMA SOL – SEGURANÇA, ORDEM 
E LIMPEZA
• PROGRAMA 5 S 
• PROGRAMA STOP
• PROGRAMA CONTROLE TOTAL DE PERDAS
• PROGRAMA SQP= SEGURANÇA QUALIDA-
DE E PRODUTIVIDADE
As características de cada programa foram mui-
to importantes, mas o início da grande evolução da 
segurança no Brasil foi a partir de 1970, quando o 
país foi considerado o campeão mundial de aciden-
tes de trabalho.
A partir de então, começou a mobilização para 
diminuir o custo de acidente do trabalho junto ao 
INSS. Em 1972, foi instituída a figura do Inspetor de 
Segurança, que tinha o objetivo de fazer a função do 
Técnico de Segurança; porém, esta ação não surtiu 
muito efeito, e, em 1978, ocorreu a edição das nor-
mas regulamentadoras, pela portaria 3214, Norma 4, 
na qual era exigida a contratação de profissionais da 
área de Segurança do Trabalho. Com estas normas 
e outras que foram instituídas, deu-se início a uma 
21
nova Segurança do Trabalho no Brasil.
Neste contexto, a CIPA – COMISSÃO INTE-
RA DE PREVENÇÃO DE ACIDENTES, que teve 
a sua base elaborada na década de 40, foi uma peça 
importante na evolução e na cobrança das condições 
de melhorias de trabalho. Naturalmente, toda essa 
participação ocorreu gradativamente, ao passo que 
classe trabalhadora ganhava força com suas reivindi-
cações, mas aparecia a figura do Cipeiro. No final da 
década de 70 e início de 80, com as greves que ocor-
reram por toda extensão do Brasil, as questões de 
segurança foram tomando corpo, conforme acon-
teciam as negociações entre Patrões x Empregados. 
Muitas vezes, ocorriam impasses no momento de 
firmar acordos trabalhistas, justamente pelas par-
tes não se entenderem com relação às condições de 
melhorias de trabalho que as empresas deveriam se 
comprometer. A região do Grande ABC e a Grande 
São Paulo foram muito importantes neste contexto, 
pois ali foi o berço das primeiras e melhores nego-
ciações entre empregados e patrões. 
Muitas empresas tiveram que mudar o seu per-
fil e exigir uma atuação mais rígida do profissional 
de Segurança do Trabalho, com intuito de eliminar 
condições de riscos de acidentes e também ter a fle-
xibilidade ao fazer exigências no comprometimen-
to de normas e regulamentos de segurança. Nesta 
condição clara de evolução, a área de Segurança do 
22
Trabalho ganhou expressão no final da década de 80 
com a chegada da ISO-9000, que inicialmente tinha 
seu foco em definir padrões de qualidade de fabrica-
ção de produtos. 
Porém, os empresários logo se deram conta de 
que não seria possível falar de qualidade de produto 
se não fosse levada em conta a qualidade de vida dos 
trabalhadores. Aos poucos, os órgãos certificadores 
da ISO-9000 foram aderindo às exigências voltadas 
para as condições de trabalho. 
Nos dias de hoje, é impossível na sobrevivência 
de uma empresa não levar em conta o tripé básico de 
sustentação, conforme demostra seguir:
23
A posição dos itens pode ser invertida, a segu-
rança não precisa, necessariamente, vir em primeiro 
plano, o importante é respeitar que estes três itens 
existam, para que a empresa tenha sustentabilidade; 
seja ela pequena, média ou de grande porte. 
É impossível falarmos em evolução, de qual-
quer segmento, sem que tenhamos esta pirâmide 
como base para progresso e evolução da empresa. 
Não esquecendo que no item segurança devemos in-
serir como agregada a área de Meio Ambiente.
Neste cenário, o profissional da área de Se-
gurança do Trabalho passou a ser mais exigido, e, 
também, mais valorizado. Gradativamente, a área 
assumiu posição de destaque em empresas que têm 
como compromisso a saúde e a integridade física 
dos trabalhadores. 
Existem muitas empresas em que a área de se-
gurança responde ao Diretor Geral, ou, se for Multi-
nacional, à Diretoria da Matriz, em outro país; dan-
do mais entusiasmo e credibilidade ao profissional. 
Com a reformulação da Norma Regulamentadora 
12 - Segurança em Máquinas e Equipamentos, essa 
posição do Departamento de Segurança está se per-
petuando cada vez mais. A maioria dos projetos ela-
borados em empresas exige que o profissional de Se-
gurança se posicione e oriente quanto aos aspectos 
legais e de riscos; situação esta que até pouco tempo 
atrás não acontecia, e o Engenheiro de Segurança 
24
somente era lembrando no momento de acidentes, 
fiscalizações ou processos trabalhistas.
A legislação brasileira é bem conceituada na 
quantidade de exigências legais trabalhistas, porém, 
demanda uma fiscalização mais efetiva. Para que esta 
situação fique clara, é só verificar que, ainda hoje, a 
composição do SESMT não é respeitada em algu-
mas empresas.
25
Descrição do Cargo de cada profissional do 
SESMT - SERVIÇO ESPECIALIZADO EM SE-
GURANÇA E MEDICINA DO TRABALHO: 
Função: Engenheiro de segurança do trabalho 
- CBO: 214915
• Assessorar os diversos órgãos da Instituição em 
assuntos de segurança do trabalho. 
• Propor normas e regulamentos de segurança 
do trabalho. 
• Estudar as condições de segurança dos locais de 
trabalho e das instalações e equipamentos. 
• Examinar projetos de obras e equipamentos, opi-
nando do ponto de vista da segurança do trabalho. 
• Indicar e verificar a qualidade dos equipamentos 
de segurança. 
• Estudar e implantar sistema de proteção contra in-
cêndios e elaborar planos de controle de catástrofe. 
• Delimitar as áreasde periculosidade, insalubridade 
e outras, de acordo com a legislação vigente, emitir 
parecer, laudos técnicos e indicar mediação de con-
trole sobre grau de exposição a agentes agressivos de 
riscos físicos, químicos e biológicos. 
• Analisar acidentes, investigando as causas e pro-
pondo medidas corretivas e preventivas. 
• Opinar e participar da especificação para aquisição 
de substâncias e equipamentos cuja manipulação, 
26
armazenamento, transporte ou funcionamento pos-
sam apresentar riscos, acompanhando o controle do 
recebimento e da expedição.
• Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para 
o exercício de funções, apontando os riscos decor-
rentes desses exercícios. 
• Manter cadastro e analisar estatísticas dos aciden-
tes, a fim de orientar a prevenção e calcular o custo. 
• Realizar a divulgação de assuntos de segurança 
do trabalho. 
• Participar de programa de treinamento, quan-
do convocado. 
• Elaborar e executar programas de treinamento geral 
e específico no que concerne à segurança do trabalho. 
• Planejar e executar campanhas educativas sobre 
prevenção de acidentes. 
• Participar, conforme a política interna da Institui-
ção, de projetos, cursos, eventos, convênios e pro-
gramas de ensino, pesquisa e extensão. 
• Trabalhar segundo normas técnicas de segurança, qua-
lidade, produtividade, higiene e preservação ambiental. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utili-
zando-se de equipamentos e programas de informática. 
• Executar outras tarefas compatíveis com as exigên-
cias para o exercício da função.
27
Função: Mésico do trabalho CBO: 223118
• Realizar consulta e atendimento médico, exames, 
levantar hipóteses diagnósticas, solicitar exames 
complementares, interpretar dados de exame clíni-
co e complementares, diagnosticar estado de saúde 
de clientes, discutir diagnóstico, prognóstico e trata-
mento com clientes, responsáveis e familiares.
• Realizar atendimentos de urgência e emergência e 
visitas domiciliares. 
• Planejar e prescrever tratamento aos clientes, 
praticar intervenções, receitar drogas, medica-
mentos e fitoterápicos. 
• Realizar exames para admissão, retorno ao traba-
lho, periódicos, e demissão dos servidores em espe-
cial daqueles expostos a maior risco de acidentes de 
trabalho ou de doenças profissionais. 
• Implementar medidas de segurança e proteção do 
trabalhador, promover campanhas de saúde e ações 
de controle de vetores e zoonoses. 
• Elaborar e executar ações para promoção da saúde, 
prescrever medidas higiênico-dietéticas e ministrar 
tratamentos preventivos. 
• Realizar os procedimentos de readaptação funcio-
nal instruindo a administração da Instituição para 
mudança de atividade do servidor. 
• Participar juntamente com outros profissionais, da 
elaboração e execução de programas de proteção à 
28
saúde do trabalhador, analisando em conjunto os ris-
cos, as condições de trabalho, os fatores de insalubri-
dade, de fadiga e outros.
• Participar, conforme a política interna da Institui-
ção, de projetos, cursos, eventos, comissões, convê-
nios e programas de ensino, pesquisa e extensão. 
• Elaborar relatórios e laudos técnicos em sua área 
de especialidade. 
• Participar de programa de treinamento, quan-
do convocado. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atua-
ção, utilizando-se de equipamentos e progra-
mas de informática. 
• Executar outras tarefas compatíveis com as exigên-
cias para o exercício da função.
Função: Técnico em segurança do trabalho 
CBO: 351605
• Orientar e coordenar o sistema de segurança do 
trabalho, investigando riscos e causas de acidentes, 
analisando política de prevenção. 
• Inspecionar locais, instalações e equipamentos da 
Instituição e determinar fatores de riscos e de aci-
dentes.
• Propor normas e dispositivos de segurança, suge-
rindo eventuais modificações nos equipamentos e 
instalações e verificando sua observância, para pre-
29
venir acidentes. 
• Inspecionar os sistemas de combate a incêndios e 
demais equipamentos de proteção. 
• Elaborar relatórios de inspeções qualitativas e 
quantitativas, conforme o caso. 
• Registrar em documento próprio a ocorrência do 
acidente de trabalho. 
• Manter contato junto aos serviços médico e social 
da Instituição para o atendimento necessário aos aci-
dentados.
• Investigar acidentes ocorridos, examinar as condi-
ções, identificar suas causas e propor as providências 
cabíveis. 
• Elaborar relatórios técnicos, periciais e de estatísti-
cas de acidentes. 
• Orientar os funcionários da Instituição no que se 
refere à observância das normas de segurança.
• Promover e ministrar treinamentos sobre seguran-
ça e qualidade de vida no trabalho.
• Promover campanhas e coordenar a publicação de 
material educativo sobre segurança e medicina do 
trabalho. 
• Participar de programa de treinamento, quando 
convocado. 
• Participar de reuniões de trabalho relativas à sua 
área de atuação. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atuação, uti-
lizando-se de equipamentos de medição e de progra-
30
mas de informática. 
• Executar outras tarefas compatíveis com as exigên-
cias para o exercício da função.
Função: Técnico em enfermagem do trabalho 
CBO: 322215
• Auxiliar na observação sistemática do estado de saúde 
dos servidores, nos levantamentos de doenças ocupa-
cionais, lesões traumáticas, doenças epidemiológicas. 
• Fazer visitas domiciliares e hospitalares nos casos 
de acidentes de trabalho ou doenças ocupacionais.
• Auxiliar o Médico e/ou Enfermeiro do Trabalho 
nas atividades relacionadas à medicina ocupacional. 
• Organizar e manter atualizados os prontuários 
dos servidores.
• Participar dos programas de prevenção de aciden-
tes, de saúde e de medidas reabilitativas.
• Desempenhar tarefas relativas a campanhas de 
educação sanitária. 
• Preencher os relatórios de atividades do ambu-
latório dos serviços de médico e de enfermagem 
do trabalho.
• Auxiliar na realização de inspeção sanitária nos lo-
cais de trabalho.
• Auxiliar na realização de exames pré-admissionais, 
periódicos, demissionais e outros determinados pe-
las normas da Instituição. 
31
• Atender as necessidades dos servidores portadores 
de doenças ou lesões ocupacionais de pouca gravi-
dade, sob supervisão. 
• Participar de programa de treinamento, quando 
convocado. 
• Zelar pela manutenção, limpeza, conservação, 
guarda e controle de todo o material, aparelhos, 
equipamentos e de seu local de trabalho. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utili-
zando-se de equipamentos e programas de informática. 
• Executar outras tarefas compatíveis com as exigên-
cias para o exercício da função.
Função: Auxiliar de enfermagem CBO: 322230
• Participar da prestação de assistência de enferma-
gem segura, humanizada e individualizada aos usuá-
rios dos serviços, assim como colaborar nas ativida-
des de ensino e pesquisa desenvolvidas na Institui-
ção, sob a supervisão do Enfermeiro. 
• Preparar clientes para consultas e exames, orientan-
do-os sobre as condições de realização dos mesmos. 
• Colher e ou auxiliar cliente na coleta de material 
para exames de laboratório, segundo orientação. 
• Realizar exames de eletrodiagnósticos e registrar os 
eletrocardiogramas efetuados, segundo instruções 
médicas ou de enfermagem. 
• Orientar e auxiliar clientes, prestando informações 
32
relativas à higiene, alimentação, utilização de medica-
mentos e cuidados específicos em tratamento de saúde. 
• Verificar os sinais vitais e as condições gerais dos 
clientes, segundo prescrição médica e de enfermagem. 
• Cumprir prescrições de assistência médica e 
de enfermagem. 
• Realizar a movimentação e o transporte de clientes 
de maneira segura. 
• Preparar e administrar medicações por via oral, tó-
pica, intradérmica, subcutânea, intramuscular, endo-
venosa e retal, segundo prescrição médica. 
• Realizar registros da assistência de enfermagem pres-
tada ao cliente e outras ocorrências a ele relacionadas. 
• Circular e instrumentar em salas cirúrgicas e obsté-
tricas, preparando-asconforme o necessário. 
• Efetuar o controle diário do material utilizado, bem 
como requisitar, conforme as normas da Instituição, 
o material necessário à prestação da assistência à 
saúde do cliente. 
• Executar atividades de limpeza, desinfecção, este-
rilização do material e equipamento, bem como sua 
conservação, preparo, armazenamento e distribui-
ção, comunicando ao superior eventuais problemas. 
• Propor a aquisição de novos instrumentos para re-
posição daqueles que estão avariados ou desgastados. 
• Coletar leite materno no lactário ou no domicílio. 
Realizar controles e registros das atividades do setor 
33
e outros que se fizerem necessários para a realização 
de relatórios e controle estatístico. 
• Auxiliar na preparação do corpo após o óbito. 
• Cumprir as medidas de prevenção e controle de 
infecção hospitalar. 19. Participar de programa de 
treinamento, quando convocado. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utili-
zando-se de equipamentos e programas de informática.
A partir da introdução do SESMT como exigên-
cia, conforme Quadro II da NR-04, as empresas, no 
primeiro momento, se viram obrigadas a constituir es-
tes profissionais, o que acabou levando muitas a contra-
tarem, porém, desviava a função para outras atividades, 
e muitas vezes até englobando a responsabilidade por 
outras áreas da empresa, tais como: Segurança Patrimo-
nial, Limpeza, Manutenção e Almoxarifado.
1.2 Aspectos econômicos, políticos e sociais
Conforme descrito anteriormente, nas décadas de 
70 e 80, a área de Segurança e Saúde no Trabalho apre-
sentou índices alarmantes de acidentes de trabalho. Nos 
anos 70, o país contabilizou em um único ano mais de 
1.700.000 acidentes de trabalho, sendo considerado o 
“Campeão Mundial de Acidente de Trabalho”, mais de 
18% de trabalhadores. Diante desse quadro alarmante, 
o Brasil foi compelido a definir ações que pudessem 
34
reduzir tais indicadores. Em 1977, pela Lei 6.514, foi 
alterado o Capítulo V do Título II da CLT, que tra-
ta da segurança e saúde dos trabalhadores nos locais 
de trabalho, com importantes modificações nas regras 
básicas então estabelecidas, a fim de garantir a efetiva 
melhoria dos ambientes e das condições de trabalho.
Nos anos 60, começaram a se sobressair os con-
ceitos de prevenção e higiene ocupacional, que ganha-
ram um impulso maior com a classificação do Brasil 
como “Campeão Mundial de Acidentes de Trabalho”, 
no início dos anos 70, em plena Ditadura Militar. As-
sim mesmo, o país só veio a ter uma legislação ampla e 
articulada, voltada para a prevenção, no final dos anos 
70, após forte desgaste da imagem do país em nível 
internacional e da opinião pública nacional.
Desta forma, durante todos esses anos, a questão 
da prevenção dos acidentes (e, em raríssimas situações, 
das doenças profissionais), foi tratada no âmbito do 
Ministério do Trabalho, já que a lógica predominante 
era a do desenvolvimento do capitalismo no país, ba-
seado na industrialização crescente e nos paradigmas 
conceituais do Fordismo e do Taylorismo.
Na década de 1970, o Brasil registrava uma mé-
dia de 3.604 óbitos para 12.428.826 trabalhadores. Em 
1972, o Ministério do Trabalho e Emprego (MTB) ini-
ciou o programa de formação de especialistas e técni-
cos em medicina e segurança do trabalho, tendo sido 
publicada uma portaria que obrigava as empresas a 
35
criar serviços médicos para os empregados, dependen-
do do tamanho e do risco da empresa. Essa portaria 
ministerial tinha como base a recomendação n.º 112 
da OIT, de 1959, que foi o primeiro instrumento inter-
nacional em que foram definidos de maneira precisa e 
objetiva as funções, a organização e os meios de ação 
dos serviços de medicina do trabalho, servindo como 
base para as diretrizes de outras instituições científicas. 
Em 1978, o MTB aprovou as Normas Regulamentado-
ras (NR) relativas à segurança e à medicina do trabalho. 
Através dessas Normas, estabeleceu-se, segundo crité-
rios de risco e número de empregados das empresas, a 
obrigatoriedade de serviços e programas responsáveis 
pelas questões relativas à saúde e segurança no ambien-
te de trabalho.
Os Serviços Especializados em Engenharia de Se-
gurança e em Medicina do Trabalho (SESMT), segundo 
a NR-04, são responsáveis por aplicar os conhecimen-
tos específicos de engenharia de segurança e medicina 
do trabalho, de forma a reduzir ou até eliminar os riscos 
à saúde do trabalhador. Além disso, são responsáveis 
tecnicamente pela orientação quanto ao cumprimento 
das normas regulamentadoras de segurança e medici-
na do trabalho. As Comissões Internas de Prevenção 
de Acidentes (CIPA) têm os objetivos de conhecer as 
condições de risco nos ambientes de trabalho, solicitar 
medidas para reduzir e até eliminar os riscos existentes 
e promover as normas de segurança e saúde dos traba-
36
lhadores, conforme descrito na NR-05.
Ainda nos anos 70, surge a figura do Engenheiro 
de Segurança do Trabalho nas empresas, devido exi-
gência de lei governamental, objetivando reduzir o nú-
mero de acidentes. Porém, este profissional atuou mais 
como um fiscal dentro da empresa, e sua visão com 
relação aos acidentes de trabalho era apenas corretiva.
Em 08 de junho de 1978, é criada a Portaria n.° 
3.214, que aprova as Normas Regulamentadoras – NRs 
referentes à Segurança e Medicina do Trabalho, que 
obriga oficialmente as Empresas o seu cumprimento. 
Essas normas abordam vários problemas relacionados 
ao ambiente de trabalho e a saúde do trabalhador. O 
papel do Engenheiro de Segurança do Trabalho deixa 
de ser fiscal dentro da empresa e, dentre as atribuições 
que lhes são conferidas, podemos destacar as de plane-
jar e desenvolver a implantação de técnicas relativas ao 
gerenciamento e controle de riscos, ou seja, sua atuação 
deixa de ser apenas corretiva, passa a ser preventiva.
Hoje, podemos dizer que as Normas Regulamen-
tadoras são modernas bem articuladas entre si, e fazem 
contexto mais claro na sua aplicação dia a dia. 
• NR 1 - DISPOSIÇÕES GERAIS;
• NR 2 - INSPEÇÃO PRÉVIA;
• NR 3 - EMBARGO OU INTERDIÇÃO;
• NR 4 - SERVIÇOS ESPECIALIZADOS EM EN-
GENHARIA DE SEGURANÇA E EM MEDICI-
37
NA DO TRABALHO;
• NR 5 - COMISSÃO INTERNA DE PREVEN-
ÇÃO DE ACIDENTES;
• NR 6 – EQUIPAMENTO DE PROTEÇÃO INDI-
VIDUAL – EPI;
• NR 7 - PROGRAMA DE CONTROLE MÉDICO 
DE SAÚDE OCUPACIONAL;
• NR 8 – EDIFICAÇÕES;
• NR 9 - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RIS-
COS AMBIENTAIS;
• NR 10 - SEGURANÇA EM INSTALAÇÕES E 
SERVIÇOS EM ELETRICIDADE;
• NR 11 - TRANSPORTE, MOVIMENTAÇÃO, AR-
MAZENAGEM E MANUSEIO DE MATERIAIS;
• NR-12 - SEGURANÇA NO TRABALHO EM 
MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS;
• NR-13 CALDEIRAS E VASOS DE PRESSÃO;
• NR-14 FORNOS;
• NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALU-
BRES;
• NR 16 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES PERI-
GOSAS;
• NR 17 – ERGONOMIA;
• NR 18 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE 
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRU-
ÇÃO;
• NR 19 – EXPLOSIVOS;
• NR 20 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABA-
38
LHO COM INFLAMÁVEIS E COMBUSTÍVEIS;
• NR 21 – TRABALHOS À CEÚ ABERTO; 
• NR 22 – SEGURANÇA E SAÚDE OCUPACIO-
NAL NA MINERAÇÃO; 
• NR 23 – PROTEÇÃO CONTRA INCÊNDIOS;
• NR 24 – CONDIÇÕES SANITÁRIAS E DE CON-
FORTO NOS LOCAIS DE TRABALHO; 
• NR 25 – RESÍDUOS INDUSTRIAIS; 
• NR 26 – SINALIZAÇÃO DE SEGURANÇA; 
• NR 27 – REGISTRO PROFISSIONAL DO TÉC-
NICO DE SEGURANÇA DO TRABALHO;
• NR 28 - FISCALIZAÇÃO E PENALIDADES;
• NR 29 – NORMA REGULAMENTADORA DE 
SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABALHO POR-
TUÁRIO; 
• NR 30 – SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABA-
LHO AQUAVIÁRIO;
• NR 31 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRA-
BALHO NA AGRICULTURA, PECUÁRIA SIL-
VICULTURA, EXPLORAÇÃO FLORESTAL E 
AQUICULTURA; 
• NR 32 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABA-
LHO EM SERVIÇOS DE SAÚDE; 
• NR-33 SEGURANÇA E SAÚDE NOS TRABA-
LHOS EM ESPAÇOS CONFINADOS;
• NR 34 - CONDIÇÕES E MEIO AMBIENTE DE 
TRABALHO NA INDÚSTRIA DA CONSTRU-
ÇÃO E REPARAÇÃO NAVAL; 
39
• NR-35 TRABALHO EM ALTURA; 
• NR-36 - SEGURANÇA E SAÚDE NO TRABA-
LHO EM EMPRESAS DE ABATE E PROCESSA-
MENTO DE CARNES E DERIVADOS. 
Difundem-se, então, os estudos eos centros de 
pesquisa sobre qualidade de vida no trabalho nos Es-
tados Unidos. Tantos os estudos quanto os centros de 
pesquisa obtiveram apoio das empresas, do governo e 
dos sindicatos. Durante essa época são constituídos o 
National Comission on Productivity e diversos centros 
de pesquisa em QVT.
Concomitantemente ao desenvolvimento dos es-
tudos sobre QVT e produtividade, viam-se, no contex-
to americano, fortes sinais de crise no sistema de pro-
dução em massa (MATTOSO, 1995). Aos poucos, se 
instaura uma crise caracterizada pelo estagflação, pela 
instabilidade financeira e pela queda de produtividade, 
sendo agravada na década de 70 pela crise do petróleo.
Durante a crise do petróleo os investimentos em 
estudos de qualidade de vida no trabalho são reduzidos, 
tanto pelo governo quanto pelas empresas que passa-
ram a focar na sobrevivência, deixando os interesses 
dos funcionários para um segundo plano (VIEIRA, 
1996). Os estudos que QVT são retomados no final da 
década de 70, perdurando até os dias atuais.
Até o início da década de 80, muitas pesquisas e 
grupos de pesquisadores se destacaram no panorama 
40
internacional dentro do que se pode considerar como 
pertencentes formalmente ao movimento de QVT, tais 
como: HACKMAN & LAWLER (1971), WALTON 
(1973), HACKMAN & OLDHAN (1975), LIPPT 
(1978) e WESTLEY (1979) que se preocuparam em 
desenvolver e pesquisar, dentro de uma perspectiva 
funcionalista, variáveis que pudessem significar a me-
lhoria das condições de trabalho.
http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe29gAA/evolu-
cao-seguranca-trabalho
41
42
Conforme demonstrado na tabela, podemos 
verificar que, em 1970, um percentual de 0,03% da 
população entrou em obtido por conta de acidentes 
de trabalho, sendo que, após 38 anos, este índice caiu 
para 0,006%, demonstrando uma clara evolução das 
ações prevencionistas. O número pode até parecer 
muito pequeno, porém, quando se fala em mortes, 
ainda devemos considerar o número bem alto. 
O Profissional da área de Segurança ainda tem 
um longo caminho a percorrer, para que se possam 
alcançar as condições ideias de trabalhos. 
Não podemos deixar obscuros neste número, 
que muitos acidentes nas atividades informais, tam-
bém não foram contabilizados nem da década de 70, 
e nem na década atual. 
O INSS ainda tem boa parte de sua receita destina-
da a pagamento de pensões por mortes, invalidez e pro-
cessos trabalhistas decorrentes de acidentes do trabalho. 
1.3 A história do prevencionismo
Estudos de H.W Heinrich e R.P Blak - 
(Ideia de acidentes com danos à propriedade - aci-
dentes sem lesão) 
Os estudos de Heinrich e R.P Blake foram os 
primeiros a demonstrar que apenas a reparação de 
danos não era suficiente, e sim a necessidade de 
ações tão ou mais importantes, que, além de assegu-
43
rar o risco de acidentes (pela abordagem tradicional 
acidente = lesão), tendessem a preveni-los. 
O Sr. Heinrich pertencia a uma companhia de 
seguros dos Estados Unidos e, em 1926, a partir da 
análise de acidentes do trabalho liquidados por sua 
companhia, iniciou uma investigação nas empresas 
em que os acidentes haviam ocorrido, tentando ob-
ter informações sobre os gastos adicionais que ha-
viam tido, além das indenizações pagas pelo seguro. 
Os dados demonstravam a média da indústria ameri-
cana, não sendo sua intenção, no entanto, generalizar 
esta estimativa para todos os casos de levantamento 
de custos de acidentes nas empresas. 
Sendo assim, o Sr. Heinrich chamou de custos 
diretos os gastos da companhia seguradora com a li-
quidação de acidentes e de custos indiretos as perdas 
sofridas pelas empresas em termos de danos mate-
riais e de interferências na produção. Com relação a 
estes custos, em 1931, Heinich revelou em sua pes-
quisa a relação 4:1 (custos indiretos: custos diretos) 
entre os custos dos acidentes, ou seja, os custos indi-
retos eram quase quatro vezes maiores que os custos 
diretos, para a indústria como um todo. 
Conforme DE CICCO (1984), a consistência e 
o significado da proporção de 4 para 1 são extrema-
mente fracos, e o fato de não terem sido utilizados 
modelos padronizados para o cálculo dos referidos 
custos, torna o emprego desta proporção totalmen-
44
te inviável, além do que a necessidade da realização 
de estudos específicos e da não generalização deriva 
também do fato de que esta relação poder variar de 
2,3:1 até 100:1, não sendo objetivo do autor aplicar 
tal proporção em casos individuais e específicos. 
Sendo que em 1947, a partir dos estudos de ou-
tro norte-americano R.H. Simonds apud DE CIC-
CO (1984), os termos custo direto e custo indireto 
de Heinrich foram substituídos, respectivamente, 
por custo segurado e custo não segurado. O método 
proposto por Simonds, para o cálculo dos custos de 
acidentes, enfatiza a realização de estudos-piloto em 
cada empresa, dos custos associados a quatro tipos 
básicos de acidentes: lesões incapacitantes, casos de 
assistência médica, casos de primeiros socorros e 
acidentes sem lesão. 
Foi o Sr. Heinrich quem introduziu pela pri-
meira vez a ideia de acidentes sem lesão, ou seja, os 
acidentes com danos à propriedade. Sob este enfo-
que são considerados todos aqueles acidentes que, 
de uma forma ou de outra, comprometem o anda-
mento normal de uma atividade, provocando danos 
materiais. 
As proporções obtidas entre os diversos tipos 
de acidentes: com lesão incapacitante, com lesões 
não incapacitantes e acidentes sem lesão, obtidos 
pelos estudos de Sr. Heinrich, são os representados 
na figura 9.
45
De acordo com a pirâmide de Sr. Heinrich, ob-
serva-se que para 1 acidente com lesão incapacitante, 
correspondiam 29 acidentes com lesões menores e 
outros 300 acidentes sem lesão. Esta grande parcela 
de acidentes sem lesão não vinha sendo considerada, 
até então, em nenhum aspecto, nem no financeiro e 
nem no que tange aos riscos potenciais que implica 
à saúde e vida do trabalhador caso algum fator con-
tribuinte (ato ou condição insegura) os transformas-
sem em acidentes com perigo de lesão.
Figura 9. – Pirâmide de Heinrich (1931)
O Sr. Heinrich apud HEMÉRITAS (1981), em 
sua obra "Industrial Accident Prevention", aponta 
que os acidentes de trabalho, com ou sem lesão, são 
devidos à personalidade do trabalhador, à prática de 
atos inseguros e à existência de condições inseguras 
nos locais de trabalho. Supõe-se, desta forma, que 
as medidas preventivas devem ater-se ao controle 
46
destes três fatores causais. Neste ponto, pode-se ter 
uma ideia da importância e do não esquecimento 
dos mecanismos tradicionais, pois o reconhecimen-
to e identificação das causas podem ser realizados 
através da coleta de dados durante a investigação dos 
acidentes. O uso dos quadros estatísticos baseados 
nesta coleta podem ser fundamentais para elabora-
ção e programação da prevenção de acidentes. 
Com o passar dos anos, o Sr. R. P. Blake, ana-
lisando o assunto sob o mesmo ponto de vista de 
Sr. Heinrich, chegou a formular afirmativas e suges-
tões, visando à diminuição da perda por acidentes. 
Do ponto de vista destes autores, as empresas, mais 
do que promover medidas de proteção social a seus 
empregados, deveriam, efetivamente, preocupar-se 
em evitar os acidentes, sendo eles de qualquer natu-
reza. Esta sugestão estava calcada no pressuposto de 
que, segundo suas observações, apesar das empresas 
direcionarem esforços na proteção social de seu em-
pregado, as perdas materiais com acidentes continu-
avam a ser de grande magnitude, sendo que, muitas 
vezes, os acidentes com danos à propriedade tinham 
as mesmas causas ou, pelo menos, causas semelhan-
tes às dos acidentes pessoais. 
Apesar de já haver sido alertado por Heinrich 
duas décadas antes, foi somente na década de 50 que 
tomou forma nos EUA um movimento de grande 
valorização dos programas de prevenção de riscos 
47
de danos materiais. 
Conforme levantamentos realizados, o Con-
selho Nacional de Segurança dos EUA, em 1965, 
concluiu que em dois anos o país haviaperdido em 
acidentes materiais uma parcela que se igualava ao 
montante de perdas em acidentes pessoais, chegan-
do a uma cifra de US$ 7,2 e US$ 7,1 bilhões para 
danos materiais e pessoais respectivamente. E mais, 
em 1965 os acidentes com danos materiais nas em-
presas superavam, quase em duas vezes, as perdas 
com danos materiais em acidentes de trânsito no ano 
de 1964, totalizando uma perda no valor de US$ 1,5 
bilhão para estes e de US$ 2,8 bilhões para aqueles. 
Nesta mesma época, estimativas semelhantes come-
çaram a ser realizadas pelas empresas.
Foi descoberto um levantamento em 1915 da 
Luckens Steel, empresa siderúrgica da Filadélfia, que 
havia nomeado um Diretor de Segurança e Bem-
-Estar conseguindo, com isto, reduzir, até 1954, o 
coeficiente de freqüência de 90 para 2 acidentes pes-
soais por milhão de homens-hora trabalhados. Igual 
sucesso, porém, não obteve na redução dos aciden-
tes graves com danos à propriedade sofridos pela 
empresa neste mesmo ano. Os controles de medição 
de custos e programas executados durante os 5 anos 
subsequentes serviram para mostrar à gerência os 
grandes danos incorridos na empresa por decorrên-
cia de acidentes materiais. Em 1956, reconhecendo a 
48
importância do problema, os acidentes com danos à 
propriedade eram, então, incorporados aos progra-
mas de prevenção de lesões já existentes na empresa. 
Sendo assim, e de acordo com os resultados sa-
tisfatórios obtidos, o ano de 1959 foi adotado como 
base para o futuro, sendo o custo dos danos à pro-
priedade observado neste ano-base de US$ 325.545 
por milhão de horas-homem trabalhadas. Em 1965, 
o mesmo custo era estimado em US$ 137.832 por 
milhão de horas-homem trabalhadas, com uma re-
dução, durante estes 7 anos, de US$ 187.713. 
Na empresa Luckens Steel, Bird desenvolveu 
seus estudos e iniciou um programa de Controle de 
Danos, que sem descuidar dos acidentes com danos 
pessoais - o homem é o fator preponderante em 
qualquer programa de engenharia de segurança -, 
tinha o objetivo principal de reduzir as perdas oriun-
das de danos materiais. A motivação inicial para seu 
trabalho foram os acidentes pessoais e a consciência 
dos acidentes ocorridos durante este período com 
ele e seus companheiros de trabalho, já que o pró-
prio Bird fora operário da Luckens Steel. Estes dois 
fatores aliados levaram-no a se preocupar com a área 
de segurança. Os quatro aspectos básicos do progra-
ma por ele elaborado foram: informação, investiga-
ção, análise e revisão do processo. 
Porém, em 1966, baseando sua teoria de Con-
trole de Danos em uma análise de 90.000 acidentes 
49
ocorridos na Luckens Steel, durante um período de 
mais de 7 anos, observou que, do total, 145 acidentes 
foram incapacitantes, 15.000 acidentes com lesão e 
75.000 foram acidentes com danos à propriedade. As-
sim, Bird chegou a proporção entre acidentes pesso-
ais e com danos à propriedade mostrada na figura 10. 
Conforme demonstrado na pirâmide de Bird, 
na figura 10, a seguir, observa-se que para cada aci-
dente com lesão incapacitante, ocorriam 100 peque-
nos acidentes com lesões não incapacitantes e ou-
tros 500 acidentes com danos à propriedade. 
O Sr. Bird, em seu trabalho, também estabele-
ceu a proporção entre os custos indiretos (não segu-
rados) e os diretos (segurados), obtendo a proporção 
6,1:1. O objetivo do estabelecimento de tais custos 
foi o de mostrar como cada empresa pode estimar 
os seus individuais. Vale ressaltar que a proporção 
de Bird (6,1:1) não é mais significativa do que a pro-
posta, por exemplo, por Heinrich (4:1), e que cada 
empresa deve, na verdade, fazer inferências sobre os 
resultados dos próprios dados levantados. 
Figura 10. – Pirâmide de Bird (1966)
50
Em vez de simples slogans, como era comum na 
época, o trabalho de Bird teve o mérito de apresentar 
dados com projeções estatísticas e financeiras, além 
das perdas materiais e pessoais sofridas pela empresa. 
Os resultados foram aparecendo ao longo do 
tempo e, apesar disso, nos últimos 10 anos não hou-
ve diminuição significativa na taxa de frequência de 
acidentes, havendo, isso sim, uma diminuição de cer-
ca de 50% na taxa de gravidade dos mesmos. 
Segundo Bird apud OLIVEIRA (1991), a for-
ma de se fazer segurança é através do combate a 
qualquer tipo de acidente e que a redução das perdas 
materiais liberará novos recursos para a segurança. 
Mais tarde, os estudos de Bird foram denomi-
nados de Controle de Perdas e os programas geren-
ciais como Administração do Controle de Perdas, 
cuja visão, anos mais tarde, foi bastante ampliada 
pelos estudos de Fletcher, que incorpora outros fa-
tores, como: proteção ao meio ambiente, qualidade, 
projeto, confiabilidade, etc. 
Estudos da insurance company pf north ameri-
ca (ICNA) - (Dados estatísticos sobre acidentes 
pessoais e materiais) 
Demonstrando que os estudos de Sr. Bird têm 
fundamentação, em 1969 a ICNA analisou e publi-
cou um resumo estatístico de dados levantados junto 
51
a 297 empresas que empregavam cerca de 1.750.000 
pessoas, onde foram obtidos 1.753.498 relatos de 
ocorrências. Esta amostra, consideravelmente maior, 
propiciou chegar-se a uma relação mais precisa que a 
de Bird e Heinrich quanto à proporção de acidentes, 
além de incluir um fato novo - os quase acidentes. 
Vamos notar que na Figura 11, as proporções ob-
tidas pela ICNA demonstram que, para cada acidente 
com lesão grave associam-se 10 acidentes com lesão 
leve, 30 acidentes com danos à propriedade e 600 aci-
dentes sem lesão ou danos visíveis - os quase acidentes. 
Cabe aqui ressaltar a importância da inclusão 
dos acidentes sem lesão ou danos visíveis, pois, por 
serem quase-acidentes os mesmos nos revelam po-
tenciais enormes de acidentes, ou seja, situações com 
risco potencial de ocorrência sem que tenha havido, 
ainda, a perda pessoal ou não pessoal.
Figura 11 – Pirâmide da ICNA (1969)
52
A ICNA tinha como objetivo exclusivamente 
econômico-financeiro, os resultados apresentados 
são de grande importância não só para evitar as per-
das materiais, mas também para evitar as perdas pes-
soais, já que se o acidente "quase ocorreu", a perda 
também "quase aconteceu" e se realmente ocorres-
se, poderia ser tanto material como pessoal.
Estudos de John A. Fletcher e H.M Douglas 
(Controle Total de Perdas) 
Pegando carona, os estudos de Fletcher e Dou-
glas vieram aprofundar os trabalhos de Bird. 
Sendo que, em 1970, Fletcher propôs o estabe-
lecimento de programas de Controle Total de Perdas, 
ou seja, a aplicação dos princípios do Controle de Da-
nos de Bird a todos os acidentes com máquinas, ma-
teriais, instalações, meio ambiente, etc., sem, contudo, 
deixar de lado ações de prevenção de lesões. 
Objetivando reduzir e eliminar todos os aci-
dentes que pudessem interferir ou paralisar o sis-
tema, os programas de Controle Total de Perdas 
preocupam-se com todo e qualquer tipo de evento 
que interfira negativamente no processo produtivo, 
prejudicando a utilização plena do pessoal, máqui-
nas, materiais e instalações. 
A filosofia de Fletcher é a que mais se aproxima 
dos modernos programas de segurança. Cabe ressal-
53
tar que apesar de generalizar as atividades para ou-
tros campos não pessoais, os acidentes pessoais são 
obrigatoriamente parte integrante dos programas de 
segurança que seguem esta filosofia. 
Estudos de Willie Hammer (Engenharia de Se-
gurança de Sistemas) 
Apesar do grande avanço ocorrido com as fi-
losofias de Controle de Danos de Bird e Controle 
Total de Perdas de Fletcher, as mesmas incluíam 
somente práticas administrativas, quando os proble-
mas de prevenção de perdas também exigiam e exi-
gem soluções de ordem técnica. 
A partir de 1972, criou-se uma nova mentalida-
de, fundamentada nos trabalhos de Willie Hammer, 
atentando-se para a necessidade de dar um enfoque 
sob o ponto de vista de engenharia às abordagens de 
administração e de controle de resultados preconi-
zados por Heinrich, Bird, Fletcher e outros. Segun-
do ele, as atividadesadministrativas eram muito im-
portantes, porém, existiam problemas técnicos que 
obrigatoriamente teriam que ter soluções técnicas. 
A experiência na área de projetos e participa-
ção na força aérea e nos programas espaciais norte-
-americanos permitiu ao engenheiro e especialista na 
área de Engenharia de Segurança de Sistemas, Willie 
54
Hammer, reunir as diversas técnicas utilizadas na 
força aérea e aplicá-las, após adaptação, na indústria. 
Estas técnicas, com alto grau de integração com a 
Engenharia de Confiabilidade, demonstraram ser de 
grande valia na preservação dos recursos humanos e 
materiais dos sistemas de produção. 
Os estudos de Hammer vieram ajudar a com-
preender melhor os erros humanos. Muitos desses 
erros são provocados por projetos ou materiais defi-
cientes e, por este mesmo motivo, devem ser debita-
dos à organização e não ao executante - o operário. 
A partir dos estudos realizados, grande desen-
volvimento ocorreu na área de segurança. Passando 
de um enfoque puramente informativo para correti-
vo, preventivo e, por último, um enfoque que, englo-
bando todos os demais, procura integrar toda a or-
ganização num esforço conjunto de dar proteção ao 
empregado, resguardando sua saúde e sua vida e pro-
piciando o progresso da organização como empresa. 
Como conclusões e resultados dos enfoques 
abordados, pode-se citar vários pontos: 
a) Os enfoques tradicionais e os programas de segu-
rança dirigidos apenas à prevenção de lesões estão 
corretamente sendo substituídos por outros, onde 
todas as ocorrências que interfiram na produção e 
na plena utilização dos recursos, além da proteção ao 
55
meio ambiente, são consideradas em conjunto, isto 
sem colocar a proteção pessoal em segundo plano. 
Muito pelo contrário, ao abranger um número maior 
de situações, maior atenção e proteção se dá ao ho-
mem, objetivo primeiro de todo e qualquer programa; 
b) Os estudos de Bird e seus antecessores, que deram 
forma à sistemática de Controle de Danos, fornecem 
métodos para aferir, controlar e projetar as possíveis 
perdas dos sistemas produtivos, por isso não devem 
ser preteridas; 
c) Os preceitos formulados por Bird e a complemen-
tação dada por Fletcher e Douglas permitiram a cria-
ção de uma doutrina administrativa, permitindo às 
empresas estabelecer programas gerais de segurança, 
que, além de considerar os danos pessoais, também 
considera outros danos, como os danos à proprieda-
de e ainda os quase-acidentes. As técnicas de recursos 
humanos, de motivação, treinamento, dinâmica de 
grupo, que são conceitos consagrados de administra-
ção de empresas, com outras técnicas sistemáticas de 
cálculos, correlações e projeções de custos são utili-
zadas por estas doutrinas, aplicando-as às possíveis 
perdas advindas de acidentes com danos pessoais e 
materiais. Além destas técnicas, outras já aplicadas na 
segurança tradicional foram adaptadas, ampliando seu 
enfoque para programas mais participativos e respon-
56
sáveis do ponto de vista das gerências, em todos os 
níveis e mais abrangentes quanto às áreas envolvidas; 
d) Tornou-se necessária uma visão mais técnica para 
complementar os estudos de Bird e Fletcher, pois os 
problemas relacionados com o processo produtivo, a 
manutenção e o projeto tinham, até então, soluções es-
pecíficas no plano filosófico. Conforme preconizado 
por Hammer, a visão técnica aliada à doutrina admi-
nistrativa permite o conhecimento dos riscos de uma 
atividade através de custos mais baixos. Embora possa-
-se pensar que estes programas esqueçam o homem e 
fixam-se nos resultados econômico-financeiros, a ex-
periência tem mostrado que estes programas são efi-
cazes tanto para redução de perdas materiais quanto 
de pessoais. Quando corretamente aplicados, estes pro-
gramas poderão melhorar a segurança de forma direta, 
como também na aplicação dos recursos financeiros 
advindos da redução das perdas dos acidentes; 
e) O trabalhador, ao participar de um programa mais 
amplo, poderá conhecer melhor os riscos aos quais 
está exposto e quais as medidas eficazes para sua re-
dução ou eliminação, pois, através de educação e trei-
namento, ele será mais preciso nas suas atividades, já 
que possuirá um maior conhecimento da tecnologia 
que opera reduzindo, por sua iniciativa ou exigindo de 
terceiros, os efeitos da mesma sobre si. 
57
1.3 – A histórtia do prevencionismo
1.3.1 – Introdução 
Na década de 60, os trabalhos de diversos auto-
res de renome mundial apontavam para a ineficácia e 
pobreza dos enfoques dos programas de engenharia 
de segurança tradicional. 
Dado o seu enfoque limitado e calcado basica-
mente sobre algumas estatísticas que não refletiam a 
gravidade real do problema, o que ocorria era uma 
estagnação de resultados, não havendo suficiente en-
gajamento por parte de empregados e empregadores. 
Os estudiosos do problema analisaram aspectos 
concernentes à engenharia de segurança e lançaram as 
"doutrinas preventivas de segurança". 
Estas doutrinas formam hoje o que chamamos 
de "Prevenção e Controle de Perdas", concebidas 
como um conjunto de diretrizes administrativas, onde 
os acidentes são vistos como fatos indesejáveis, cujas 
causas podem ser evitadas. 
As doutrinas possuem visões diferenciadas sobre 
os acidentes, suas causas e consequências, como tam-
bém sobre as medidas preventivas a adotar. Porém, 
embora diferentes, elas têm como ponto em comum 
o princípio de que a atividade de segurança só é eficaz 
quando, conhecidas as causas dos acidentes, fixa-se a 
atuação sobre as mesmas, buscando a sua eliminação 
58
e necessitando, para isso, o envolvimento de toda a 
estrutura organizacional. 
Nesta abordagem considera-se que existem 
perdas empresariais como: produtos fora de especi-
ficação, agressão ao meio-ambiente, perdas com ma-
teriais, desperdícios e paradas de produção, que são 
provocadas por causas semelhantes às perdas provo-
cadas por acidentes com lesões pessoais. 
Dentro da metodologia de Prevenção e Contro-
le de Perdas, a teoria de Controle de Danos de Bird, 
ampliada pelo Controle Total de Perdas de Fletcher, 
e, aliados aos conceitos tradicionais de segurança, en-
fatizam a ação administrativa na tarefa de prevenção e 
controle das perdas. Já a Engenharia de Segurança de 
Sistemas ampliando tal postura, defende que proble-
mas técnicos prescindem de soluções técnicas. 
Modernamente, a divulgação e aplicação das 
metodologias de Análise de Segurança de Sistemas, 
com o auxílio da Teoria da Confiabilidade, vêm con-
solidando o conceito de que a Prevenção e Controle 
de Perdas é uma diretriz de posturas administrativas, 
com o objetivo principal de conhecer os riscos de 
uma atividade e promover medidas tanto administra-
tivas quanto técnicas para seu controle e prevenção.
1.3.2 - A evolução do prevencionismo
O início da Revolução Industrial, em 1780, a 
59
invenção da máquina a vapor, por James Watts, em 
1776, e do regulador automático de velocidade, em 
1785, marcaram profundas alterações tecnológicas 
em todo o mundo. 
Foi este avanço tecnológico que permitiu a orga-
nização das primeiras fábricas modernas, a extinção 
das fábricas artesanais e o fim da escravatura, signifi-
cando uma revolução econômica, social e moral. 
Porém, foi com o surgimento das primeiras in-
dústrias que os acidentes de trabalho e as doenças 
profissionais se alastraram, tomando proporções 
alarmantes. Os acidentes de trabalho e as doenças 
eram, em grande parte, provocados por substâncias 
e ambientes inadequados, dadas as condições sub-
-humanas em que as atividades fabris se desenvol-
viam, e grande era o número de doentes e mutilados. 
Apesar de apresentar algumas melhoras com o 
surgimento dos trabalhadores especializados e mais 
treinados para manusear equipamentos complexos, 
que necessitavam cuidados especiais para garantir 
maior proteção e melhor qualidade, esta situação 
ainda perdurou até a Primeira Guerra Mundial. Até 
esta data apenas algumas tentativas isoladas para 
controlar osacidentes e doenças ocupacionais ha-
viam sido feitos. A partir de sua real constatação sur-
gem as primeiras tentativas científicas de proteção 
ao trabalhador, com esforços voltados ao estudo das 
doenças, das condições ambientais, do layout de má-
60
quinas, equipamentos e instalações, bem como das 
proteções necessárias para evitar a ocorrência de aci-
dentes e incapacidades. 
Sob o aspecto humano, a preservação da inte-
gridade física é um direito de todo o trabalhador, 
pois, a incapacidade permanente para o trabalho po-
derá transformá-lo num inválido, com a consequen-
te perda para a Nação. 
Segundo HEMÉRITAS (1981), a Segurança do 
Trabalho, para ser entendida como prevenção de aci-
dentes na indústria, deve preocupar-se com a preser-
vação da integridade física do trabalhador e também 
precisa ser considerada como fator de produção. Os 
acidentes, provocando ou não lesão no trabalhador, 
influenciam negativamente na produção através da 
perda de tempo e de outras conseqüências que pro-
vocam, como: eventuais perdas materiais; diminui-
ção da eficiência do trabalhador acidentado ao re-
tornar ao trabalho e de seus companheiros, devido 
ao impacto provocado pelo acidente; aumento da 
renovação de mão de obra; elevação dos prêmios de 
seguro de acidente; moral dos trabalhadores afetada; 
qualidade dos produtos sacrificada. 
De acordo com SOTO (1978), as cifras corres-
pondentes aos acidentes do trabalho representam 
um entrave ao plano de desenvolvimento socioeco-
nômico de qualquer país, cifras estas que se avolu-
mam sob a forma de gastos com assistência médica 
61
e reabilitação dos trabalhadores incapacitados, inde-
nizações e pensões pagas aos acidentados ou suas 
famílias, prejuízos financeiros decorrentes de para-
das na produção, danos materiais aos equipamentos, 
perdas de materiais, atrasos na entrega de produtos 
e outros imprevistos que prejudicam o andamento 
normal do processo produtivo. 
Desta forma, de algumas décadas passadas até 
nossos dias, estudiosos dedicaram-se ao estudo de 
novas e melhores formas de se preservar a integrida-
de física do homem e do meio em que atua, através 
do controle e, o que é mais importante, da preven-
ção dos riscos potenciais de acidentes. 
Assim, em diversos países, surgiram e evoluíram 
ações voltadas, inicialmente, à prevenção de danos 
causados às pessoas advindos de atividades laborais. 
Foram elaboradas normas e disposições legais com 
o fim social de reparação de danos às lesões pessoais. 
Surge o seguro social, realizando, até hoje, ações asse-
gurando o risco de acidentes, ou seja, o risco de lesões. 
Entretanto, à medida que a preocupação quanto 
à reparação das lesões se avolumava, estudiosos como 
H.W. Heinrich e Roland P. Blake apontavam com ou-
tro enfoque, onde, além de assegurar o risco de lesões, 
indicavam a importância de ações que tendessem a 
prevenir os acidentes antes de se tornarem concretos. 
Com o seguro social, estudos começaram a ser 
desenvolvidos e criaram-se técnicas que propiciaram 
62
a evolução do prevencionismo. 
Um dos primeiros e significativos avanços no 
controle e prevenção de acidentes foi a teoria de 
Controle de Danos concretizada nos estudos de Bird 
e complementada pela teoria de Controle Total de 
Perdas de Fletcher. Com a Engenharia de Seguran-
ça de Sistemas introduzida por Hammer, surgem as 
técnicas de análise de riscos com o que hoje se tem 
de melhor em prevenção. A visão do acidente sobe 
a um patamar onde o homem é o ponto central, ro-
deado de todos os outros componentes que compõe 
um sistema: equipamentos, materiais, instalações 
e hoje, numa visão mais moderna de qualidade, o 
meio ambiente e a preservação à natureza. Cabe res-
saltar que ao buscar-se o objetivo abrangente da pre-
venção e controle de perdas, quer pelo Controle de 
Danos, Controle Total de Perdas ou Engenharia de 
Segurança de Sistemas, se está buscando mais inten-
samente a proteção do homem. 
Antes de iniciarmos o estudo das teorias de 
controle e prevenção de perdas e das técnicas por 
elas utilizadas, e facilitar seu entendimento, é ne-
cessário introduzir algumas definições básicas dos 
termos fundamentais em gerenciamento de riscos 
como: ato inseguro, condição insegura, perigo, risco, 
acidente, etc., que veremos a seguir. 
63
1.3.3 - Definições básicas 
"Acidentes ocorrem desde os tempos imemo-
riais, e as pessoas têm se preocupado igualmente 
com sua prevenção há tanto tempo. Lamentavel-
mente, apesar de o assunto ser discutido com fre-
quência, a terminologia relacionada ainda carece de 
clareza e precisão. Do ponto de vista técnico, isto é 
particularmente frustrante, pois gera desvios e vícios 
de comunicação e compreensão, que podem aumen-
tar as dificuldades para a resolução de problemas. 
Qualquer discussão sobre riscos deve ser precedida 
de uma explicação da terminologia, seu sentido pre-
ciso e inter-relacionamento." 
De acordo com a assertiva de Hammer apud 
DE CICCO e FANTAZZINI (1994), é importante 
que antes de prosseguir o estudo quanto à evolução 
do prevencionismo e gerenciamento de riscos em 
geral, sejam definidos alguns termos básicos. 
Incidente Crítico (ou quase-acidente): É qual-
quer evento ou fato negativo com potencialidade 
para provocar dano. Também chamados quase-aci-
dentes, caracterizam uma situação em que não há 
danos macroscópicos ou visíveis. Dentro dos inci-
dentes críticos, estabelece-se uma hierarquização na 
qual basear-se-ão as ações prioritárias de controle. 
Na escala hierárquica, receberão prioridade aqueles 
incidentes críticos que, por sua ocorrência, possam 
64
afetar a integridade física dos recursos humanos do 
sistema de produção. 
Risco: - Como sinônimo de Hazard: Uma ou 
mais condições de uma variável com potencial ne-
cessário para causar danos, como: lesões pessoais, 
danos a equipamentos e instalações, danos ao meio-
-ambiente, perda de material em processo ou redu-
ção da capacidade de produção. A existência do ris-
co implica na possibilidade de existência de efeitos 
adversos. - Como sinônimo de Risk: valores monetá-
rios, vidas ou unidades operacionais. Risco pode ain-
da Expressa uma probabilidade de possíveis danos 
dentro de um período específico de tempo ou nú-
mero de ciclos operacionais, podendo ser indicado 
pela probabilidade de um acidente multiplicada pelo 
dano em significar: - incerteza quanto à ocorrência 
de um determinado evento (acidente); - chance de 
perda que uma empresa pode sofrer por causa de 
um acidente ou série de acidentes. 
Perigo: Como sinônimo de Danger, expressa 
uma exposição relativa a um risco que favorece a sua 
materialização em danos. Se existe um risco, face às 
precauções tomadas, o nível de perigo pode ser bai-
xo ou alto, e ainda, para riscos iguais podem-se ter 
diferentes tipos de perigo. 
65
Dano: É a gravidade da perda, seja ela humana, 
material, ambiental ou financeira, que pode ocorrer 
caso não se tenha controle sobre um risco. O risco 
(possibilidade) e o perigo (exposição) podem man-
ter-se inalterados e mesmo assim existir diferença na 
gravidade do dano. 
Causa: É a origem de caráter humano ou mate-
rial relacionada com o evento catastrófico (acidente 
ou falta) resultante da materialização de um risco, 
provocando danos. 
Perda: É o prejuízo sofrido por uma organiza-
ção sem garantia de ressarcimento através de segu-
ros ou por outros meios. 
Sinistro: É o prejuízo sofrido por uma orga-
nização, com garantia de ressarcimento através de 
seguros ou por outros meios. 
Segurança: É a situação em que haja isenção 
de riscos. Como a eliminação completa de todos os 
riscos é praticamente impossível, a segurança passa 
a ser um compromisso acerca de uma relativa prote-
ção da exposição a riscos. É o antônimo de perigo. 
Ato inseguro: São comportamentos emitidos 
pelo trabalhador que podem levá-lo a sofrer um aci-
66
dente. Os atos inseguros são praticados por traba-
lhadores que desrespeitam regras de segurança, que 
não as conhecem devidamente, ou ainda, quetêm 
um comportamento contrário à prevenção. 
Condição Insegura: São deficiências, defeitos 
ou irregularidades técnicas na empresa que consti-
tuem riscos para a integridade física do trabalhador, 
para sua saúde e para os bens materiais da empre-
sa. As condições inseguras são deficiências, como: 
defeitos de instalações ou de equipamentos, falta 
de proteção em máquinas, má iluminação, excesso 
de calor ou frio, umidade, gases, vapores e poeiras 
nocivos e muitas outras condições insatisfatórias do 
próprio ambiente de trabalho. 
Acidente: É uma ocorrência, uma perturbação no 
sistema de trabalho, que ocasionando danos pessoais ou 
materiais, impede o alcance do objetivo do trabalho. 
Enquanto o termo Prevenção significa traba-
lhar as causas de um acidente acontecido, visando 
criar mecanismos e procedimentos que impossibi-
litem o acontecimento de novos e futuros acidentes 
vinculados às causas do anterior, prevencionismo, 
por sua vez, significa o estudo dos ambientes de 
trabalho e comportamento humano respectivos de 
cada atividade, tendo como objetivo, a eliminação da 
potencialidade de acontecimento de incidentes e aci-
67
dentes, ou seja, colocar em prática a expressão que 
preceitua a profissão do Especialista em Higiene e 
Segurança do Trabalho: “o desafio é impedir que o 
suor de um trabalhador se transforme em sangue”. 
O prevencionismo, em seu mais amplo sentido, evo-
luiu de uma maneira crescente, englobando um nú-
mero cada vez maior de fatores e atividades, desde 
as precoces ações de reparação de danos (lesões) até 
uma conceituação bastante ampla, onde se buscou a 
prevenção de todas as situações geradoras de efeitos 
indesejados ao trabalho. De todo modo, embora as 
abordagens modernas assemelham-se em seus obje-
tivos de controle e prevenção de danos, elas diferem 
em aspectos básicos, existindo algumas correntes 
que explicam tais diferenças.
Enquanto uma corrente, como é o caso do 
Controle de Danos e do Controle Total de Perdas, 
baseada em aspectos administrativos da prevenção e 
aliada às técnicas tradicionais e outras mais recentes, 
enfatiza a ação administrativa de controle, a outra 
corrente procura dar um enfoque mais técnico da 
infortunística, buscando soluções técnicas para pro-
blemas técnicos.
Esta última corrente é o que foi denominado de 
Engenharia de Segurança, sendo uma metodologia 
para o reconhecimento, avaliação e controle dos ris-
cos ocupacionais, com ferramentas fornecidas pelos 
diversos ramos da engenharia e oferecendo novas 
68
técnicas e ações para preservação dos recursos hu-
manos e materiais dos sistemas de produção.
Ao analisar mais a fundo as abordagens de 
Controle de Danos e Controle Total de Perdas de 
Bird e Fletcher (1974 apud ALBERTON, 1996), res-
pectivamente, chega-se à conclusão que os mesmos 
estão baseados unicamente em práticas administrati-
vas, carecendo de estudos e soluções técnicas, como 
o é exigido pelos problemas inerentes à Prevenção 
de Perdas na Segurança do Trabalho.
A mentalidade de dar um enfoque técnico à 
Engenharia de Segurança fundamentou-se em 1972 
pelos trabalhos de um especialista em Segurança, o 
engenheiro Willie Hammer. Seus trabalhos foram 
embasados nas técnicas utilizadas na força aérea e 
nos programas espaciais norte-americanos onde atu-
ava. Foi da reunião destas técnicas, que sem dúvida 
oferecem valiosos subsídios na preservação dos re-
cursos humanos e materiais dos sistemas de produ-
ção, que nasceu a Engenharia de Segurança.
Desta forma, a maioria das técnicas hoje em-
pregadas na Engenharia de Segurança surgiu ligada 
ao campo aeroespacial, vinda dos norte-americanos, 
o que é bastante lógico devido à necessidade impres-
cindível de segurança total em uma área onde não 
podem ser admitidos riscos. Estas técnicas, inicial-
mente desenvolvidas e dirigidas ao campo aeroespa-
cial, automotivo, militar (indústria de mísseis) e de 
69
apoio, puderam ser levadas a outras áreas, com adap-
tações, podendo ter grandes e significativas aplica-
ções em situações da vida em geral.
As técnicas de Segurança começaram a to-
mar forma ainda na década de 60, sendo criadas e 
apresentadas paulatinamente ao prevencionismo na 
década de 70. Desde esta época um leque de dife-
rentes técnicas vem buscando sua infiltração, sendo 
utilizadas como uma ferramenta eficaz no combate 
à infortunística, embora ainda hoje, passadas mais de 
três décadas, existe pouca literatura a respeito, prin-
cipalmente quanto a sua aplicação na prevenção do 
dia a dia ou na adaptação destas para aplicação nas 
empresas, projetos e segurança em geral.
Segundo De Cicco e Fantazzini (1994), a En-
genharia de Segurança foi introduzida na América 
Latina pelo engenheiro Hernán Henriquez Bastias, 
sob a denominação de Engenharia de Prevenção de 
Perdas, e pode ser definida como: 
uma ciência que se utiliza de todos os recursos que a 
engenharia oferece, preocupando-se em detectar toda 
a probabilidade de incidentes críticos que possam ini-
bir ou degradar um sistema de produção, com o obje-
tivo de identificar esses incidentes críticos, controlar 
ou minimizar sua ocorrência e seus possíveis efeitos.
70
71
Exercícios porpostos
1) Cite pelo menos três atribuições do Engenheiro 
de Segurança do Trabalho.
2) Qual o nome do pai da Medicina do Trabalho?
3) Em que ano o Brasil foi considerado campeão 
mundial de acidente de trabalho?
4) Qual é o tripé de sustentação para sobrevivência 
de uma empresa? Explique a importância de cada 
uma delas. 
5) Qual a importância do Sr. Franck Brid para segu-
rança do trabalho?
72
73
Gabarito
CAPITULO I
Exercícios propostos
 
1) Cite pelo menos três atribuições do Engenheiro 
de Segurança do Trabalho.
RESPOSTA: 
• Assessorar os diversos órgãos da Instituição em 
assuntos de segurança do trabalho. 
• Propor normas e regulamentos de segurança 
do trabalho. 
• Estudar as condições de segurança dos locais de 
trabalho e das instalações e equipamentos. 
74
• Examinar projetos de obras e equipamentos, opi-
nando do ponto de vista da segurança do trabalho. 
• Indicar e verificar a qualidade dos equipamentos 
de segurança. 
• Estudar e implantar sistema de proteção contra in-
cêndios e elaborar planos de controle de catástrofe. 
• Delimitar as áreas de periculosidade, insalubridade 
e outras, de acordo com a legislação vigente, emitir 
parecer, laudos técnicos e indicar mediação de con-
trole sobre grau de exposição a agentes agressivos de 
riscos físicos, químicos e biológicos. 
• Analisar acidentes, investigando as causas e pro-
pondo medidas corretivas e preventivas. 
• Opinar e participar da especificação para aquisição 
de substâncias e equipamentos cuja manipulação, 
armazenamento, transporte ou funcionamento pos-
sam apresentar riscos, acompanhando o controle do 
recebimento e da expedição.
• Colaborar na fixação de requisitos de aptidão para 
o exercício de funções, apontando os riscos decor-
rentes desses exercícios. 
• Manter cadastro e analisar estatísticas dos aciden-
tes, a fim de orientar a prevenção e calcular o custo. 
• Realizar a divulgação de assuntos de segurança 
do trabalho. 
• Participar de programa de treinamento, quan-
do convocado. 
• Elaborar e executar programas de treinamento 
75
geral e específico no que concerne à segurança 
do trabalho. 
• Planejar e executar campanhas educativas sobre 
prevenção de acidentes. 
• Participar, conforme a política interna da Institui-
ção, de projetos, cursos, eventos, convênios e pro-
gramas de ensino, pesquisa e extensão. 
• Trabalhar segundo normas técnicas de seguran-
ça, qualidade, produtividade, higiene e preserva-
ção ambiental. 
• Executar tarefas pertinentes à área de atuação, utili-
zando-se de equipamentos e programas de informática. 
• Executar outras tarefas compatíveis com as exigên-
cias para o exercício da função.
2) Qual o nome do pai da Medicina do Trabalho?
R: BERNARDINO RAMAZZINI
3) Em que ano o Brasil foi considerado campeão 
mundial de acidente de trabalho?
R: 1970
4) Qualé o tripé de sustentação para sobrevivência 
de uma empresa? Explique a importância de cada 
uma delas. 
76
Resposta:
PRODUTIVIDADE: Para que uma empresa possa 
sobreviver, a mesma deve ter uma produção ativa a 
qual de sustentação a sua subsistência.
QUALIDADE: Para que tenha uma subsistência 
em longo prazo, a empresa deve fabricar seu pro-
duto de tal maneira que tenha uma qualidade que 
atenda a necessidade de seu público. 
SEGURANÇA E MEIO AMBIENTE: E para 
que se possa produzir a empresa deve possuir uma 
condição de segurança, a qual possibilite o funcio-
nário a executar suas atividades sem se expor aos 
riscos, podendo vir ocasionar acidentes e/ou doen-
ças. A empresa deve-se atentar aos aspectos de meio 
77
ambiente, pois a empresa que polui, não e bem vista 
pelo publico além de poder ser afetada por autua-
ções do órgão ambientais com multas que podem 
contribuir para sua falência. 
5) Qual a importância do estudo de Heinrich para 
segurança do trabalho? 
R: Com relação a estes custos, em 1931, Heinich re-
velou em sua pesquisa a relação 4:1 (custos indiretos: 
custos diretos) entre os custos dos acidentes, ou seja, 
os custos indiretos eram cerca de quatro vezes maio-
res do que os custos diretos, para a indústria como 
um todo. 
78
79
Bibliografia:
BRASIL, Ministério da Saúde. Segurança no am-
biente hospitalar. Departamento de Normas Técni-
cas. Brasília, 1995.
BURGESS, W. A.. Identificação de possíveis riscos à 
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Editora, 1997.
LATEANCE Jr., S. CIPA – Norma Regulamentadora 
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OLIVEIRA, C. D. A. Passo a passo da segurança do 
trabalho. São Paulo: LTr, 2000.
PALADY, P. F. Análise dos modos de falha e efeitos. 
São Paulo: IMAN, 1997.
SALIBA, T. M.; SALIBA, S. C. R. Legislação de se-
gurança, acidente do trabalho e saúde do trabalha-
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80
SALIBA, Tuffi Messias et al. Insalubridade e Peri-
culosidade: Aspectos Técnicos e Práticos. 2 ed. São 
Paulo: Editora LTR, 1998.

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