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DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL CONCEITOS, SIGNIFICADOS E INTERPRETAÇÕES

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13 
 
educação. O apelo do documento das Nações Unidas é, sobretudo, para os “Estados 
membros”. O documento resgata a história de lutas por uma cultura da 
sustentabilidade, desde Estocolmo (1972), passando pelo Nosso Futuro Comum 
(1987), pela Rio-92, pelo Fórum de Educação de Dakar (2000) e pelos Objetivos do 
Milênio (2002). 
A Década representa um meio de implementação do capítulo 36 da Agenda 21, 
buscando reorientar e potencializar políticas e programas educativos já existentes 
como o da educação ambiental e iniciativas como a da Carta da Terra. O capítulo 36 
da Agenda 21 enfatiza que a educação é um “fator crítico” para promover o 
desenvolvimento sustentável e para desenvolver a capacidade das pessoas no que 
se refere às questões do meio ambiente e do desenvolvimento. O mesmo capítulo 
identifica quatro desafios básicos para implementar uma EDS: melhorar a educação 
básica, reorientar a educação existente para alcançar o desenvolvimento sustentável, 
desenvolver a compreensão pública, o conhecimento e a formação (GADOTTI, 2008). 
A educação para o desenvolvimento sustentável, apesar de sua ambiguidade, é 
uma visão positiva do futuro da humanidade, um consenso apoiado por uma grande 
maioria. Com o aquecimento global, a Década tornou-se ainda mais atual, e pode 
contribuir para a compreensão das grandes crises atuais (água, alimento, energia 
etc.). 
 
5 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL: CONCEITOS, SIGNIFICADOS E 
INTERPRETAÇÕES 
O termo “desenvolvimento sustentável” surgiu a partir de estudos da 
Organização das Nações Unidas sobre as mudanças climáticas, como uma resposta 
para a humanidade perante a crise social e ambiental pela qual o mundo passava a 
partir da segunda metade do século XX. Na Comissão Mundial para o Meio Ambiente 
e o desenvolvimento (CMMAD), também conhecida como Comissão de Brundtland, 
presidida pela norueguesa Gro Haalen Brundtland, no processo preparatório a 
Conferência das Nações Unidas – também chamada de “Rio 92” foi desenvolvido um 
relatório que ficou conhecido como “Nosso Futuro Comum”. Tal relatório contém 
informações colhidas pela comissão ao longo de três anos de pesquisa e análise, 
 
14 
 
destacando-se as questões sociais, principalmente no que se refere ao uso da terra, 
sua ocupação, suprimento de água, abrigo e serviços sociais, educativos e sanitários, 
além de administração do crescimento urbano. 
O relatório Brundland considera que a pobreza generalizada não é mais 
inevitável e que o desenvolvimento de uma cidade deve privilegiar o atendimento das 
necessidades básicas de todos e oferecer oportunidades de melhoria de qualidade de 
vida para a população. Um dos principais conceitos debatidos pelo relatório foi o de 
“equidade” como condição para que haja a participação efetiva da sociedade na 
tomada de decisões, através de processos democráticos, para o desenvolvimento 
urbano (BARBOSA, 2008). 
Não é esperado que toda uma Nação se conscientize de seu papel essencial 
no quadro ambiental e social mundial. Apesar disso, as diversas discussões sobre o 
termo “desenvolvimento sustentável” abrem à questão de que é possível desenvolver 
sem destruir o meio ambiente. 
O Direito Ambiental deve ser firmado em princípios e normas específicas, que 
têm como premissa buscar uma relação equilibrada entre o homem e a natureza ao 
regular todas as atividades que possam afetar o meio ambiente. O fato de que o 
desenvolvimento sustentável tenha respaldo na comunidade brasileira e poder, 
através do Direito Ambiental, fazer parte de uma disciplina jurídica, torna o termo 
capaz de definir um novo modelo de desenvolvimento para o país (BARBOSA, 2008). 
5.1 Críticas e Objeções ao Desenvolvimento Sustentável 
A expressão “desenvolvimento sustentável” se tornou popular após a 
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada 
no Rio de Janeiro, em 1992, embora já estivesse presente, com diferentes 
denominações, desde a Conferência de Estocolmo, de 1972. 
A definição de desenvolvimento sustentável da Comissão Brundtand, de 1987, 
passou a ser citada em praticamente todos os documentos oficiais da ONU e suas 
agências, como a Unesco, Pnuma, Pnud, Unido e Unctad, em documentos oficiais de 
entidades intergovernamentais, como OMC, OMS e Banco Mundial, em leis nacionais 
e subnacionais, em documentos de empresas e ONGs, e já faz parte do repertório de 
pessoas mais esclarecidas do público em geral. Hoje, é crescente o número de 
empresas que a colocam em suas missões e declarações. A adesão foi tanta e tão 
 
15 
 
rápida que não é exagero afirmar que se trata de verdadeiro sucesso em termos de 
popularidade. Mas também não são poucos os que se manifestaram contrários à ideia 
de desenvolvimento sustentável. 
Com efeito, nas medidas de mitigação dos problemas socioambientais, as ações 
de educação ambiental são convocadas para provocar o encontro harmonioso entre 
os “cidadãos” expropriados e os grandes empreendimentos econômicos. As 
resistências verificadas no IBAMA e no ICMBio são trincheiras e ações localizadas 
que provocam correções, ajustes, revisões, mudanças de rota de gasodutos, 
indenização a pescadores e outros atingidos. Entretanto, as medidas de educação 
ambiental exigidas pelo órgão fiscalizador, ainda que a favor das populações afetadas, 
são efetivadas, via de regra, por parcerias público-privadas com organizações que, 
contraditoriamente, dependem do financiamento da empresa que o órgão público está 
interpelando. As tensões são inevitáveis, visto que o setor público exige a mitigação 
dos efeitos das ações provocadas pela empresa que financiará o programa de 
educação ambiental. É uma relação que, a despeito da correção, ética e disposição 
crítica da ONG (ou mesmo do grupo universitário), torna o futuro do trabalho crítico 
incerto e vulnerável às pressões mais ou menos sutis das empresas. Ademais, como 
é possível constatar nos grandes empreendimentos, essas medidas corretivas são 
rapidamente internalizadas nos custos dos produtos e serviços ou, então, têm seus 
cursos absorvidos pelo Estado, em nome da preservação ambiental. No cômputo 
geral, é um ambiente inóspito para vicejar o pensamento crítico, passível de ser 
adensado teoricamente e sistematizado (LEHER, 2016). 
De fato, a educação ambiental crítica não pode ser nutrida teórica e 
politicamente, de modo endógeno, no âmbito do Estado. 
Se a educação ambiental crítica encontra dificuldade de se desenvolver, teórica 
e praticamente, nos conflitos advindos do processo de licenciamento de grandes 
empreendimentos, é necessário indagar se nas escolas públicas está sendo possível 
tal adensamento teórico-prático. Um exame dos programas governamentais, 
parcerias com empresas, experiências escolares e de formação docente, confirma 
que a perspectiva crítica se desenvolve em um ambiente educacional francamente 
hostil. Com efeito, a incorporação, nas diversas esferas do Estado, da agenda 
empresarial veiculada pelo Todos pela Educação, pela coalizão ultraconservadora 
Escola Sem Partido, pelas entidades sindicais patronais (Sistema S), pelas 
corporações (Vale S.A., Gerdau...) e pelas entidades empresariais do agronegócio 
 
16 
 
(Associação Brasileira do Agronegócio), torna quase que estéril o solo para vicejar a 
educação ambiental inscrita na perspectiva histórico-crítica e libertária. O controle do 
capital sobre a educação básica busca pasteurizar, por meio de seu moinho triturador, 
todas as práticas educativas críticas nas escolas (LEHER, 2016). 
Ademais, em virtude da presença de movimentos sociais que reivindicam a 
perspectiva crítica, os intelectuais do capital chegam a se valer até mesmo do léxico 
pós-moderno para assimilar e esvaziar as proposições emancipatórias de seus 
sentidos anticapitalistas produzidos nas lutas de classes. É necessário, por 
conseguinte, dialogar com a produção do conhecimento decorrente das lutas contra odespojo e de seus nexos com espaços de produção de conhecimento científico 
referenciado em uma ética pública. 
A retomada do crescimento com um objetivo do desenvolvimento sustentável 
tanto suscita críticas e desconfianças por diversas razões quanto aplausos e 
regozijos. No entanto, foi a menção à retomada do crescimento que trouxe 
popularidade ao desenvolvimento sustentável entre os políticos profissionais de modo 
geral, pois o crescimento econômico sempre foi bandeira fácil de carregar e de render 
votos. 
Para os governantes, o crescimento econômico gera impostos e uma gestão 
mais tranquila, pois aumenta a possibilidade de atender às demandas de diversos 
setores da sociedade, além do fato de que uma economia em crescimento gera menos 
greves e necessidades de recursos para atender desempregados. Um político que 
propõe em sua plataforma reduzir o crescimento econômico certamente teria uma vida 
política curta. (BARBIERI e SILVA, 2011). 
5.2 Educação e sustentabilidade 
A forma de educação que, em nível mundial, está sendo preconizada para 
enfrentar o desafio de construção de sociedades sustentáveis é a Educação para o 
Desenvolvimento Sustentável (EDS) ou a Educação para a Sustentabilidade (EpS). 
 
17 
 
 
Fonte: www.ver.pt 
Essa forma de educação passou a ser preconizada internacionalmente pela 
Organização das Nações Unidas (ONU) a partir de 2002 e tem como meta beneficiar 
as pessoas com uma educação em que seus valores e comportamentos possam gerar 
e gerir sociedades sustentáveis. 
À medida que os debates a respeito da sustentabilidade se aprofundam e 
envolvem cada vez mais pessoas, instituições e organizações da sociedade civil, 
compreendemos que a solução dos problemas ecológicos é complexa. Aos poucos, 
percebemos que sem uma mudança de paradigma certamente não seremos capazes 
de encontrar alternativas razoáveis aos grandes desafios que a crise ecológica impõe 
à sociedade global (TROMBETTA, 2014). 
Essa abordagem de desenvolvimento sustentável discute as desigualdades 
econômicas e sociais entre os diferentes países como uma das causas da degradação 
ambiental e propõe políticas para o enfrentamento desses problemas. No entanto, 
podemos observar que as estratégias propostas para substituir os atuais processos 
de crescimento econômico pelo desenvolvimento sustentável dizem respeito a 
modificações nas políticas de desenvolvimento, as mudanças nos processos de 
desenvolvimento econômico da sociedade atual. Em nenhum momento questiona-se 
o modelo de desenvolvimento em si, mas suas estratégias. Assim, desenvolvimento 
sustentável diz respeito a uma forma de crescimento econômico das nações que 
levam em conta o comprometimento dos recursos naturais para as futuras gerações. 
A nova ordem internacional a que ele se refere seria controlar a exploração dos 
 
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recursos naturais em níveis suportáveis em todo mundo. Em resumo, a proposta de 
desenvolvimento sustentável é de crescimento econômico com controle ambiental. A 
desigualdade é tratada como um desajuste a ser superado pela universalização do 
desenvolvimento econômico, porém com sustentabilidade (DE CAMPOS TOZONI-
REIS, 2011). 
Apesar desse aspecto, a influência do conceito de desenvolvimento sustentável 
manteve-se amparada principalmente no âmbito das políticas nacionais e 
internacionais. O Banco Mundial lançou em 1992 um relatório sobre desenvolvimento 
e meio ambiente, em que deixou clara sua postura neomalthusiano, afirmando que, 
apesar dos conflitos entre crescimento econômico e qualidade ambiental, é possível 
encontrar caminhos para adequar o modelo de crescimento econômico ao bem 
comum. 
 
6 SUSTENTABILIDADE AMBIENTAL NO BRASIL 
Conhecer a biodiversidade brasileira é uma condição fundamental para a 
elaboração e o aperfeiçoamento de políticas públicas voltadas ao desenvolvimento 
sustentável de nosso país. Ao se abordar a temática da biodiversidade, faz-se 
necessária uma breve definição do termo. 
 
 
Fonte: www.luciacangussu.bio.br 
A relevância desse tema se traduz na decisão, pela Assembleia-Geral da 
Organização das Nações Unidas (ONU), de declarar 2010 como o Ano Internacional

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