Prévia do material em texto
O sistema cardiovascular é devidamente composto por: - Coração - Artérias - Capilares - Veias - Vênulas - Vasos Linfáticos O sistema cardiovascular é constituído por estruturas que proporcionam o bombeamento, o transporte e a distribuição de substâncias essenciais à demanda metabólica do organismo. As principais funções do sistema cardiovascular são: manter o fluxo sanguíneo para os tecidos, distribuir oxigênio e remover o gás carbônico e os metabólitos dos tecidos, além da distribuição de hormônios e manutenção da termorregulação. O coração é um órgão muscular que se contrai ritmicamente, impulsionando o sangue de modo contínuo para o sistema vascular sanguíneo. • É constituído por quatro câmaras, átrios direito e esquerdo e ventrículos direito e esquerdo; (Obs: o ventrículo esquerdo costuma ser mais muscular pela maior força de contração exercida com relação ao ventrículo direito) • Por quatro válvulas, sendo duas atrioventriculares (mitral e tricúspide) e duas semilunares (aórtica e pulmonar). • Semelhantemente ao que se observa na constituição dos vasos, o coração é formado por três túnicas: a interna (endocárdio), a média (miocárdio) e a externa (pericárdio). Em geral, a insuficiência cardíaca congestiva desenvolve-se lentamente, com: - Perda gradual da eficácia de bombeamento cardíaco associada à sobrecarga de pressão ou volume ou a lesão do miocárdio. Fisiopatologia da insuficiência - Aumento da frequência cardíaca - Aumento da resistência vascular periférica (pressão) - Aumento do volume sanguíneo - Redistribuição do fluxo sanguíneo - Dilatação cardíaca (mudança de morfologia) → Sobrecarga de volume - Hipertrofia miocárdica (mudança de morfologia) → A hipertrofia ocorre por uma atividade compensatória. Hipertrofia x Dilatação A hipertrofia é uma resposta compensatória do músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga crônica, seja sistólica (pressão), seja diastólica (volume). - Hipertrofia concêntrica: há aumento da espessura da parede ventricular sem aumento do volume diastólico final; ocorre quando há aumento da carga sistólica. - Hipertrofia excêntrica: ocorre quando há aumento da carga diastólica, ou seja, quando há aumento do volume sanguíneo recebido em uma ou ambas as câmaras cardíacas. Patologia do Sistema Cardiovascular A ICC é causada por qualquer doença cardíaca que vá consumir a capacidade de reserva funcional e aumentar a carga de trabalho do coração. O coração não consegue suprir essa necessidade e há hipóxia dos tecidos periféricos. Com isso, alguns órgãos percebem essa hipóxia e tentam utilizar de seus mecanismos de defesa. Rim: ativa o aparelho justaglomerular, estimulando a hipervolemia pela reabsorção de água. • A redução do fluxo sanguíneo renal leva à hipóxia nos rins, aumentando a liberação de renina pelo aparelho justaglomerular, resultando em estímulo à liberação de aldosterona pela zona glomerulosa do córtex adrenal. Os resultados da ação da aldosterona nos túbulos renais são a retenção de água e sódio, seguida pelo aumento do volume plasmático, como o acúmulo de líquido causando edema (principalmente nas cavidades corporais). Medula óssea e baço: aumento da eritropoiese – produção de novos eritrócitos causando Policitemia (aumento de todas as células sanguíneas) e consequentemente, o aumento da viscosidade sanguínea. • Maior volume sanguíneo e aumento da viscosidade sanguínea → aumenta a carga de trabalho do coração que já era insuficiente. • Portanto, é iniciado um círculo vicioso de descompensação cardíaca, que poderá levar à morte por insuficiência cardíaca, a menos que haja intervenção terapêutica. • A dilatação e a hipertrofia cardíaca e o aumento da frequência cardíaca podem compensar, de certo modo, o aumento da carga de trabalho. Insuficiência cardíaca direita Sinais clínicos: a depender da espécie pode ocorrer edema subcutâneo ventral – edema de barbela (principalmente equinos e ruminantes), ascite (principalmente em cães), hidrotórax (principalmente felinos). A insuficiência cardíaca aguda do lado direito resulta em congestão passiva aguda que leva à hepatomegalia e esplenomegalia; A insuficiência cardíaca crônica do lado direito resulta em congestão hepática (fígado em noz- moscada). Edema subcutâneo “edema de barbela”. Achados de necropsia: fígado azulado, edemeciado, microscopicamente “fígado de noz moscada”, congestão passiva crônica do fígado; Exemplo: paciente com ascite. Abordagem → primeiramente, tratar da ascite fazendo a drenagem do líquido. A coloração deste líquido pode diferenciar de algumas patologias: Incolor ou amarelo: indica provavelmente insuficiência hepática. Vermelho: presença de hemácias, sugestiva de congestão passiva crônica do fígado → lesão cardíaca. Branco ou marrom: exsudato, celularidade muito alta. É indicativo de peritonite. As causas da insuficiência do lado direito incluem: (1) hipertensão pulmonar; (2) cardiomiopatia; (3) doenças das válvulas tricúspide e pulmonar. Insuficiência cardíaca esquerda - A insuficiência cardíaca aguda do lado esquerdo manifesta-se por congestão e edema pulmonares; - A insuficiência cardíaca crônica do lado esquerdo manifesta-se na forma de congestão pulmonar passiva crônica, edema crônico, hemossiderose “células do vício cardíaco” e fibrose. As causas mais comuns são: (1) perda da contratilidade do miocárdio associada a miocardite, necrose do miocárdio ou cardiomiopatia; (2) disfunção das válvulas mitral ou aórtica; (3) diversas doenças cardíacas congênitas. Insuficiência cardíaca direita Órgão congesto: fígado Progressão: pulmão Insuficiência cardíaca esquerda Órgão congesto: pulmão Progressão: fígado Os distúrbios congênitos do coração e dos grandes vasos estão entre as anomalias congênitas mais frequentes dos animais domésticos. Podem levar: - Surgimento rápido dos sinais clínicos e morte do animal por insuficiência cardíaca; - O animal pode chegar à vida adulta mesmo com as deficiências. Falhas no fechamento das comunicações cardiovasculares fetais • Persistência do ducto arterioso - Após o nascimento do animal a pressão da aorta se eleva e o sangue reflui da aorta para a artéria pulmonar; - Nos próximos 1 a 4 meses, o ducto arterioso torna-se anatomicamente ocluído devido à proliferação de tecido conjuntivo fibroso em seu lúmen; - Causa do fechamento → aumento da oxigenação do sangue que flui pelo ducto. A persistência do ducto arterioso é a alteração congênita mais comum em todas as espécies, principalmente no cão. Nesse defeito, a comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar permanece aberta, ocasionando um desvio de sangue do lado esquerdo para o direito. - O tratamento é feito por meio de correção cirúrgica → ligadura do canal persistente. - Causa a insuficiência cardíaca e os sinais clínicos no recém-nascido são bem sutis. Raças mais acometidas: Poodle, Collie, Pomerânios. P = artéria pulmonar, A = artéria aorta, * = ducto arterioso. • Defeito do septo interventricular - O septo interventricular é constituído por uma porção membranosa e uma porção muscular, que se desenvolvem, resultando na oclusão da comunicação entre os dois ventrículos. - A não oclusão dessa comunicação, geralmente decorrente de alterações no crescimento do septo membranoso, resulta no defeito do septo interventricular; - As consequências desse defeito serão relacionadas com o tamanho do orifício existente; - Se o defeito for significativo, um desvio de sangue do ventrículo esquerdo para o direito ocorrerá, podendo levar o animal à morte logo após o nascimento ou levar ao aparecimento de sinais clínicosem poucas semanas ou meses. Coração de gato. Defeito de septo interventricular (seta). • Defeito do septo atrial (persistência do forame oval) - O forame oval é um canal entre os dois átrios que possibilita, na vida fetal, que o sangue oxigenado flua do átrio direito para o átrio esquerdo; - Após o nascimento do animal, ocorre uma inversão da pressão, e isso faz com que haja o fechamento do forame oval, impedindo o fluxo, agora, da esquerda para a direita; - Quando se tem a não oclusão do forame oval, este fica persistente, e os defeitos do septo atrial podem ocorrer. - Defeitos maiores promovem desvio de sangue do átrio esquerdo para o direito → Causam hipertrofia excêntrica do ventrículo direito, hipertensão pulmonar e cianose. - O coração dessa forma apresenta três câmaras cardíacas. Há sobrecarga de pressão, volume e o animal pode vir a óbito. Distúrbios do desenvolvimento valvular Uma valva que deveria ser desenvolvida adequadamente e não se desenvolveu. • Estenose subaórtica: estreitamento da luz valvular, induzindo a maior sobrecarga de trabalho, pressão e consumo de capacidade da reserva funcional. Ocorre a formação de uma espessa camada de tecido conjuntivo fibroso no ventrículo esquerdo abaixo das válvulas semilunares aórticas, resultando em dificuldade do fluxo sanguíneo para a aorta. É encontrada em felinos, caninos e suínos. As raças de cães mais acometidas são boxer e pastor alemão. Mal posicionamento dos grandes vasos • Desenvolvimento do quarto arco aórtico direito (a aorta se posiciona do lado direito) - No início da vida embrionária, os arcos aórticos são formados como estruturas pareadas, e, enquanto o arco aórtico esquerdo se desenvolve, o direito se atrofia; - Em condições normais, a aorta se desenvolve a partir do quarto arco aórtico esquerdo, fazendo com que ela e o ducto arterioso fiquem do mesmo lado da traqueia e do esôfago; - Nesse defeito, o arco aórtico direito é quem se desenvolve, e a aorta fica então situada à direita do esôfago e da traqueia; - O ducto arterioso, por ligar a aorta à artéria pulmonar, forma um ligamento fibroso (como se fosse um anel) sobre o esôfago comprimindo-o sobre a traqueia; - O animal tem regurgitação frequente, disfagia, megaesôfago, geralmente é magro e não se desenvolve como os demais da ninhada. Outras anomalias • Ectopia cordis: É uma alteração congênita rara caracterizada pela localização anormal do coração, ou seja, o coração se posiciona fora da cavidade torácica. - Ocorre com frequência em bovinos - Localização mais frequente na região cervical inferior • Fibroelastose endocárdica: Nessa alteração, o endocárdio apresenta-se esbranquiçado e espesso, especialmente no ventrículo esquerdo → proliferação de tecido fibroelástico. - Ocorre com frequência em gatos da raça Siamês e Burmês; também já foi descrita em bezerros, suínos e equinos - Hipertrofia secundária dos ventrículos esquerdo e direito - Dilatação do átrio direito - Provoca sinais e lesões de insuficiência cardíaca - Pericárdio/Epicárdio - Endocárdio - Miocárdio Acúmulo de líquidos não-inflamatórios no saco pericárdico Doenças que cursem com edema generalizado/causas mais comuns: • Insuficiência cardíaca congestiva (causada por lesões primárias do miocárdio ou das válvulas); • Hipoproteinemia associada à insuficiência renal; • Hipoproteinemia associada a várias doenças debilitantes como por ex. hemoncose em ovinos. • Doenças sistêmicas com lesão vascular (como “doença-do-coração-de-amora” causada por deficiência de vitamina E e selênio em suínos). Hemopericárdio: A morte ocorre subitamente pelo tamponamento cardíaco, uma condição que leva à compressão do coração pelo acúmulo de sangue no saco pericárdico, levando à redução do débito cardíaco e perfusão deficiente em vários sistemas. O sangramento pode resultar de: • Ruptura espontânea do átrio em cães de grande porte; • Endocardite ulcerativa do átrio esquerdo secundária a uremia em cães; • Ruptura da aorta intrapericárdica em equinos (a aorta dos equinos é mais frágil e durante o exercício pode ser rompida e gerar o tamponamento); • Sangramento a partir tumores da base do coração (hemangiossarcoma); • Complicação de injeções intracardíacas. Alterações metabólicas Atrofia serosa da gordura: é facilmente identificada pela aparência gelatinosa acinzentada dos depósitos gordurosos epicárdicos. Ocorre rapidamente em situações do indivíduo passar por um período grave de balanço energético negativo (não se alimentou adequadamente e a gordura foi absorvida → anorexia, inanição ou caquexia). Alterações inflamatórias Pericardite: A inflamação do pericárdio é observada com frequência em septicemias bacterianas, resultando tipicamente em pericardite fibrinosa. Etiologia da pericardite fibrinosa: Bovinos: Carbúnculo sintomático (infecção por Clostridium chauvoei); Hemoglobinúria bacilar (infecção por Clostridium haemolyticum); Infecções umbilicais do recém-nascido por coliformes; Pericardite traumática. Suínos: Polisserosite (Doença de Glasser); Pneumonia enzoótica; Pasteurelose. Ovinos: Pasteurelose; Infecção por Streptococcus sp. Equinos: Infecções por Streptococcus sp. Cães: Uremia. Felinos: *Ocorrência rara (ocasionalmente associada a PIF). Pericardite fibrinosa - Mais comum - Sugere que houve infecção hematógena na região - Morte precoce é frequente, bactérias muito patogênicas - As superfícies pericárdicas visceral e parietal estão revestidas por quantidades variáveis de depósitos amarelados de fibrina, o que pode resultar na aderência entre as camadas parietal e visceral. Quando o saco pericárdico é aberto, essas aderências são rompidas → conhecida como coração em “pão com manteiga”. Pericardite fibrinosa, epicárdio, equino. Epicárdio coberto de fibrina; setas indicam camada de fibrina espessa e amarelada. Ocorrências mais comuns: ** Carbúnculo sintomático (infecção por Clostridium chauvoei) ** Pericardite secundária a mastite ** Pericardite em equinos (infecção por Streptococcus sp) – geralmente associado a animais que não receberam colostro. Pericardite supurativa - É observada principalmente nos bovinos, como complicação da reticuloperitonite traumática (“doença das forragens”) - É causada por bactérias piogênicas - Corpos estranhos, como pregos ou pedaços de fio, que se acumulam no retículo, penetram na parede reticular e no diafragma, e atingem o saco pericárdico causando a infecção. - O exsudato é fino, amarelo, verde ou cinza, dependendo do agente envolvido, e pode estar misturado com fibrina. - O odor é geralmente desagradável. - O animal geralmente apresenta edema de barbela. - A morte geralmente decorre de toxemia ou insuficiência cardíaca congestiva. Coração de bovino. Pericardite supurada. Consequência de reticulopericardite traumática. Pericardite constritiva - Extensa proliferação fibrosa com formação de aderências fibrinosas entre as superfícies do pericárdio visceral e parietal. - O coração pode estar menor que o normal ou hipertrófico. Sempre há disfunção cardíaca acentuada e a morte ocorre por insuficiência cardíaca congestiva direita. ** Reticulopericardite traumática em bovinos ** Doença de Glasser (pericardite em suínos): associada a duas bactérias → Haemophilus suis e Haemophilus parasuis. Pericardite em caninos ** Uremia: paciente com insuficiência renal crônica; aumento sérico de creatinina, ureia, dentre outros. Alteraçõesdegenerativas do endocárdio Mineralização: - Podem estar associadas a intoxicações com a vitamina D; - Toxicidade de plantas calcinogênicas nos bovinos e desbalanço de cálcio e fósforo - Intoxicação por chumbinho (mineraliza por toda a vida); Endocardiose valvular: Também conhecida como degeneração mixomatosa ou mucoide das válvulas, é uma importante doença valvular, frequentemente diagnosticada em cães. - Etiopatogenia: deposição de mucina (glicosaminoglicanos); - Fibrose valvular, degeneração valvular mixomatosa ou mucóide; - Causa mais comum de ICC em cães idosos (idade superior a 16 anos). Por esse motivo é conhecida como “doença do cão velho”; - Todas as válvulas cardíacas podem ser acometidas, contudo, sua ocorrência é mais elevada na válvula atrioventricular esquerda (mitral) e menos frequente na atrioventricular direita (tricúspide) e nas semilunares das artérias aorta e pulmonar; - Macroscopicamente: válvulas espessadas, curtas e irregulares, espessamento nodular ou difuso; - Histologicamente: observa-se substituição da camada esponjosa da válvula por um tecido conjuntivo mixomatoso; - Diagnóstico diferencial: endocardite e edema de válvula; - Se o processo degenerativo for intenso, alterações funcionais da válvula ocorrem, levando a um quadro de insuficiência valvular que possibilita refluxo sanguíneo para dentro do ventrículo ou do átrio; - A progressão do processo pode desencadear insuficiência cardíaca. Inflamação – Endocardite Endocartite valvular – nas válvulas. Endocartdite mural – restante do endocárdio. A endocardite é normalmente resultado de infecções bacterianas. Frequentemente, as lesões estão presentes nas válvulas (endocardite valvular), embora algumas lesões se originem do miocárdio subjacente ou se estendam da válvula afetada para a parede adjacente (endocardite mural). Endocardite valvular Patogenia: destruição de revestimento endotelial – aderência e proliferação de bactérias. • Macro: massas extensas aderidas, friáveis, amareladas e acinzentadas de fibrina. • Micro: fibrina, bactérias, células inflamatórias (neutrófilos) e tecido granulação. - Diferente da endocardiose, a válvula não se apresenta espessada e sim friável, fina. - Há presença de hiperemia no local. - Processos inflamatórios que envolvam bactérias, como: gengivites, tártaros, dermatites/miíases, metrite, mastite, reticulite traumática, prostatite, piometrite → proliferação de bactérias pela corrente sanguíena. Causas mais frequentes: - Gengivite/periodontite (Tártaro) Consequências da endocardite: Êmbolos: êmbolos sépticos alojam-se nos órgãos, como o coração, baço e rins, levando ao infarto séptico e à inflamação localizada ou à formação de abscessos. - Infartos esplênicos - Infartos renais - Problemas neurológicos Endocardite mural • Confinada ao átrio esquerdo • Associada a insuficiência renal (Uremia) • Macro: superfície endocárdica elevada, enrugada e opaca/ necrose, ulceração. • Consequência: a ulceração causa perfuração do átrio com consequente hemopericárdio. • Essa lesão não causa por si só insuficiência cardíaca, mas é um indicador diagnóstico seguro de uma condição grave (uremia). Degeneração • Lipofuscinose ou xantose (atrofia parda do coração) ocorre geralmente em animais mais velhos e principalmente em ruminantes. A lipofuscina é um pigmento derivado do processo de envelhecimento celular que aparece como grânulos amarronzados intracitoplasmáticos oriundos de restos celulares. É observada nas doenças crônicas caquetizantes devido à má nutrição. • Infiltração gordurosa → importante para medicina humana - Macro: miocárdio pálido e flácido - Micro: vacúolos regulares (sarcoplasma) - Aumento do número células adiposas - Em consequência, essa alteração diminui a força contrátil do miocárdio, podendo levar a uma complacência cardíaca aumentada. → Na veterinária ocorre comumente em animais diabéticos e obesos. Necrose do miocárdio A necrose do miocárdio pode apresentar inúmeras causas, incluindo deficiências nutricionais, toxinas químicas e herbáceas, isquemia, distúrbios metabólicos, doenças hereditárias e lesões físicas. Aspectos macroscópicos: palidez (amarela/branca), calcária. Localização frequente: músculos papilares do ventrículo esquerdo e o miocárdio subendocárdico. Nas doenças com necrose cardíaca difusa, como a doença do músculo branco em bezerros e cordeiros, causada pela deficiência de selênio e vitamina E, as lesões esbranquiçadas discretas podem ser facilmente observadas nas superfícies do epicárdio e do miocárdio. Causas da necrose: Bovinos: Plantas tóxicas (Ateleia glazioviana, Tetrapterys spp, Senna occidentalis ); Antibióticos ionóforos; Deficiência de vitamina E e selênio. Suínos: Intoxicação por gossipol; Deficiência de vitamina E e selênio. Equinos: Antibióticos ionóforos; Deficiência de vitamina E e selênio. Cães: Lesões e traumatismos do SNC. Aspectos clínicos: - A localização é mais importante que a extensão - Morte súbita: vários animais morrem inesperadamente por insuficiência cardíaca aguda se a lesão miocárdica por extensa. - Bovinos – ICD Deficiência de vitamina E e selênio • Formação de antioxidantes (glutationa peroxidase) • Suscetibilidade de animais em crescimento rápido • Causa miopatia nutricional: doença músculo branco - Ruminantes, suínos e equinos. Em suínos é conhecida como doença coração amora → hemorragia. ** Animais de grande porte que passaram por fase agônica geralmente são encontradas hemorragias no endocárdio e epicárdio (miocárdio livre). Infarto - Pouquíssimo recorrente na Medicina Veterinária - A localização da área de infarto importa mais que a extensão Miocardite Miocardite é o processo inflamatório do miocárdio e, geralmente, está associada a uma variedade de doenças sistêmicas. Pode ser focal, multifocal ou difusa, e o tipo de inflamação depende do agente infeccioso envolvido. Etiologia: Ovinos: Cisticercose → lesão focal (Cysticercus ovis). Bovinos: Carbúnculo sintomático; Febre aftosa; Sarcocystis sp.; Cisticercose – lesão focal (Cysticercus bovis). Suínos: Encefalomiocardite; Cisticercose - lesão focal (Cysticercus cellulosae). Cães: Streptococcus spp; Parvovirose; Toxoplasmose; Doença de Chagas. Classificação • Miocardite supurativa (bactérias piogênicas) • Miocardite hemorrágica (C. chauvoei) • Miocardite necrosante (T. gondii, T. cruzi) • Miocardite linfocítica (infecções virais) • Miocardite eosinofílica (infecções parasitárias) Miocardite linfocítica Miocardite linfocítica é geralmente causada por vírus. Várias doenças virais sistêmicas podem estar associadas à miocardite nos animais domésticos, como a febre aftosa em bovinos, parvovirose em cães e encefalomiocardite em suínos. - Micro: infiltrado inflamatório é predominantemente linfocítico; macrófagos e plasmócitos também estão presentes. As fibras musculares se apresentam degenerativas e necróticas. Coração de cão; A. Miocardite linfocítica. B. Infiltrado inflamatório linfocítico e corpúsculo de inclusão intranuclear (seta) em cardiomiócito, típico de infecção pelo parvovírus canino. Miocardite necrosante Pode ser causada por protozoários como Neospora caninum em cães e Toxoplasma gondii em cães e gatos. - Observam-se focos de necrose associados a um infiltrado inflamatório linfohistiocitário e zoítos intralesionais; - Trypanosoma cruzi também causa miocardite em cães, inicialmente granulomatosa necrosante, com formas amastigotas intralesionais. Doença de chagas. Miocardite hemorrágica É observadaem casos de carbúnculo sintomático em bovinos causado pelo Clostridium chauvoei. - Macro: o músculo cardíaco apresenta-se de coloração vermelho escura ou marrom escura, com aspecto poroso, semelhante aos músculos estriados esqueléticos também afetados; - Micro: intensa hemorragia, necrose intensa de fibra muscular, infiltrado neutrofílico linfocitário, acúmulo de gás e grumos de bactérias Gram-positivas. Miocardite eosinofílica (parasitária) São frequentes nos animais domésticos. Em muitas delas observa-se apenas a forma do parasita no miocárdio, sem reação inflamatória evidente. Quando a inflamação está presente, é uma reação granulomatosa eosinofílica discreta ao redor do parasita. - Os Sarcocystis sp. são protozoários frequentemente encontrados durante avaliação microscópica de coração de bovinos → raramente causam reação inflamatória; - Nos casos de cisticerco em ruminantes ou suínos, a larva íntegra ou calcificada está localizada no miocárdio e em outros tecidos → causa mínima reação inflamatória. - A miocardite eosinofílica pode estar relacionada tanto a parasitas quanto a processos alérgicos. Miocardite supurativa É causada por bactérias piogênicas, como Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes em bovinos e Actinobacillus equuli em equinos. - Macro: áreas pálidas multifocais ou múltiplos abscessos no miocárdio. - Micro: observa-se infiltrado inflamatório neutrofílico intenso associado à necrose de fibra muscular. Miocárdio de cão; Miocardite supurada. Em quase todos os casos, as cardiomiopatias ocasionam doença cardíaca progressiva, caracterizada por dilatação e/ou hipertrofia. Podem ser classificadas em três tipos: cardiomiopatia dilatada, hipertrófica e restritiva. Cardiomiopatia dilatada É uma das mais importantes causas de insuficiência cardíaca em cães e gatos, sendo caracterizada pela dilatação das quatro câmaras cardíacas (átrios e ventrículos). Nesses casos, há: - Diminuição da capacidade contrátil do miocárdio - Aumento do volume diastólico final - Disfunção sistólica - Alargamento e dilatação de ambos os átrios e ventrículos - Ventrículos são hipertrofiados, mas, por causa da dilatação, a hipertrofia não é tão aparente como na forma hipertrófica da doença - Padrão familiar (cromossomo X) - Histologicamente, observam-se cardiomiócitos de tamanhos variados (deseorganizados), alguns degenerados, associados a áreas de necrose e fibrose. • Cardiomiopatia dilatada felina: tem sido associada à deficiência de taurina. Os animais acometidos são geralmente gatos de meia idade. - Leva a insuficiência cardíaca e alguns gatos desenvolvem também tromboembolismo aórtico; - Macroscopicamente o coração perde o formato cônico normal e se apresenta globoso, em decorrência da dilatação biventricular. • Cardiomiopatia dilatada canina: acomete cães jovens a adultos, geralmente machos, de raças de grande porte. Sua etiopatogenia é desconhecida, mas sabe-se que tem uma tendência familiar. Cardiomiopatia hipertrófica É uma alteração frequentemente descrita em gatos machos adultos e ocasionalmente em cães. É dada por: - Disfunção diastólica - Complacência reduzida - Gatos machos de meia idade são mais acometidos - Cães machos de raças grandes são mais acometidos - Uma das causas principais em gatos é a deficiência de taurina e defeitos genéticos - Em cães a morte súbita pode ser o primeiro sinal clínico - A cardiomiopatia hipertrófica felina é uma causa importante de trombos no endocárdio (trombos em sela) do átrio esquerdo, que podem se desprender, causando obstrução da artéria aorta abdominal → membros inferiores não recebem irrigação sanguínea e o animal arrasta os membros pelo chão. Macro: hipertrofia simétrica ou assimétrica dos ventrículos com redução da câmara ventricular e consequentemente redução do débito cardíaco. Micro: miócitos hipertrofiados e desorganizados, além de áreas de fibrose extensa. Cardiomiopatia restritiva É caracterizada pela restrição do enchimento ventricular e da distensibilidade ventricular, sendo uma alteração mais comumente observada em gatos. - A cardiomiopatia restritiva felina ocorre predominantemente em gatos velhos - Volume diastólico reduzido - Hipertrofia concêntrica do átrio e ventrículo esquerdos - Sinais clínicos: insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral. Neoplasia primária do coração é considerada uma alteração rara nos animais domésticos, exceto pelo hemangiossarcoma em cães e pelo neurofibroma em bovinos. Já as neoplasias secundárias (metastáticas) são relativamente comuns, sendo o linfoma e os carcinomas as mais frequentes. Neoplasmas primários - Rabdomiomas - Rabdomiossarcomas - Schwannomas - Hemangiossarcomas - Quimiodectomas Neoplasmas metastáticos - Neoplasias mamárias Coração de cão. Miocárdio com metástase de tumor de mama. Rabdomiomas É uma neoplasia benigna oriunda de fibras musculares estriadas primárias do coração e rara nos animais domésticos. Tem sido mais descrito em suínos, sendo um achado ocasional de necropsia ou abate. Rabdomiossarcoma Tumor maligno de células musculares cardíacas, é uma neoplasia também rara, sendo descrito em cães e gatos. Hemangiossarcoma É a neoplasia maligna de células endoteliais. É a neoplasia primária do coração mais frequente em cães e geralmente localiza-se no átrio direito. • Metástases são frequentes e afetam principalmente os pulmões. • Outra consequência é a ruptura da massa neoplásica, causando hemopericárdio e tamponamento cardíaco → leva o animal à óbito. Coração de cão. Hemangiossarcoma no átrio direito. Linfomas É uma neoplasia maligna de linfócitos com origem em qualquer tecido linfoide. É a principal neoplasia secundária que acomete o coração, sendo frequente em bovinos e cães. Macro: formação de uma ou mais massas nodulares delimitadas ou difusas, de coloração brancacenta e consistência friável, localizadas na parede atrial ou ventricular. Micro: Infiltração de linfócitos neoplásicos associados à destruição de fibras cardíacas. • A invasão do miocárdio, principalmente do átrio direito, é uma ocorrência frequente, principalmente em bovinos com quadro de leucose enzóotica bovina. • Os sinais clínicos da leucose em bovinos são: inapetência, indigestão, diarréia, perda de peso, partos distócicos, exoftalmia, paralisia de membros e alterações neurológicas por compressão de nervos. Quimiodectomas Tumores da base do coração (ao redor da aorta), são neoplasias dos órgãos receptores que estão localizados na carótida e na aorta, junto à base do coração. • O tumor do corpo aórtico é uma neoplasia frequente em cães e incomum em gatos e bovinos; • Raças caninas braquiocefálicas, como Boxer e Bulldog, têm maior predisposição para o desenvolvimento do tumor → além do fator genético, estão sujeitas a esforço respiratório crônico, devido a anomalias do trato respiratório. • Sinais clínicos: descompensação cardíaca ou dificuldade de deglutição, devido à compressão do esôfago. Coração de cão. Quimiodectoma maligno. O sistema vascular sanguíneo é dividido em sistema arterial, microcirculação (capilares) e sistema venoso. Esses vasos formam dois circuitos, um responsável pela circulação sistêmica (transporta sangue oxigenado a todos os órgãos do organismo) e outro, pela circulação pulmonar (transporta sangue venoso até os pulmões, onde é reoxigenado). Rupturas Aneurismas: é uma dilatação localizada e permanente da parede de um vaso arteriale é mais frequente nas artérias elásticas. - As causas de aneurisma são alterações inflamatórias ou degenerativas. - Os equinos podem romper a aorta espontaneamente. - A deficiência de cobre em suínos tem sido descrita como uma causa de aneurisma. Aorta de cão. Aneurisma calcificado. Guturocistite: ocorre em equinos; consiste na ruptura da carótida por fungos na bolsa gutural. A micose da bolsa gutural representa uma das infecções micóticas mais comuns do cavalo, ocorrendo principalmente em regiões onde são fornecidas forragens de feno e silagem. Quando invade a parede da carótida, que está em íntimo contato com a bolsa gutural, dá origem a epistaxes (hemorragias nasais) extremamente graves. Alterações degenerativas Arteriosclerose: é caracterizada pelo espessamento da parede das artérias, principalmente da aorta abdominal. A arteriosclerose é frequente nos animais domésticos, mas raramente causa alterações clínicas. Aterosclerose: é o acúmulo de extensos depósitos de lipídios (colesterol, ácidos graxos, triglicerídios e fosfolipídios), tecido fibroso e cálcio (ateroma) nas paredes musculares e elásticas de artérias com estenose do lúmen. - Sua ocorrência é rara em animais, entretanto, placas ateromatosas extensas já foram observadas em cães com baixos níveis de hormônios tireoidianos (hipotireóideos) devido a altas taxas de colesterol. - Pode ocorrer em animais diabéticos. Coração de cão. Aterosclerose secundária a hipotireoidismo, caracterizada por coronárias espessas e esbranquiçadas (seta). Calcificação A mediosclerose, ou mineralização da túnica média, ocorre tanto em artérias elásticas quanto em artérias musculares de médio calibre. A mineralização pode ser distrófica ou metastática. Distrófica – os minerais se depositam em tecidos com lesão prévia, como áreas de inflamação e/ou degeneração, como: Patologia dos Vasos Sanguíneos insuficiência renal crônica em cães e gatos e em bovinos com paratuberculose. Metastática: ocorre em quadros de hipercalcemia observados em casos de intoxicação pela vitamina D e pela ingestão de plantas calcinogênicas, como Solanum malacoxylon e Nierembergia veitchii. Nesses casos, outros tecidos moles podem ser atingidos pelas mineralizações, principalmente rins (nefrocalcinose nos vasos do rim), pulmões, músculos e tendões. Distúrbios circulatórios Língua azul (Orbivírus) O mecanismo de lesão na língua azul é a disfunção e morte das células endoteliais. Dentre as lesões macroscópicas, são observados: - Hemorragia sistêmica - Edema - Vasculite Tais lesões são mais graves em ovinos do que em bovinos e o vírus é encontrado em fluidos de Culicoides hematófagos (mosquitos-pólvora), seu inseto vetor. • Após a penetração cutânea, o vírus chega ao sangue e aos fluidos cutâneos, como as células dendríticas da pele (células de Langerhans), monócitos e macrófagos teciduais. • Os macrófagos, então, entram no sangue vascular e no sistema linfático (pelo ducto torácico) e migram pela circulação até chegarem a todos os sistemas de órgãos. • Os macrófagos aderem às paredes dos vasos sanguíneos, as atravessam e passam a residir nestas áreas; • O vírus lisa os macrófagos, escapa destas células e se liga a receptores das células endoteliais. • A adesão de macrófagos infectados por vírus às células endoteliais é provavelmente facilitada por moléculas da cascata de adesão leucocitária. A vasculite pode ser seguida por hemorragia e edema (aumento da permeabilidade vascular), acometendo o pulmão; A trombose vascular provoca ulcerações na mucosa oral, infarto tecidual e CID, que mata o animal acometido. Além disso, provoca cianose no animal, daí o nome língua azul. Alterações inflamatórias A arterite é a inflamação das artérias, e termos como vasculite ou angiite são utilizados quando mais de um tipo de vaso, artérias, veias e capilares estão afetados. Os termos flebite e linfangite também são utilizados para designar inflamação restrita a veias ou a vasos linfáticos, respectivamente. Etiologia: Equinos: Estrongilose (Strongylus vulgaris); Arterite viral equina. Bovinos: Febre catarral maligna; Ficomicose. Suínos: Peste suína clássica; Peste suína africana; Erysipelothrix rhusiopathie (Erisipela). Cães: Dirofilaríase (Dirofilaria immitis); Espirocercose (Spirocerca lupi); Lúpus eritematoso sistêmico. Felinos: Peritonite Infecciosa Felina (PIF). Febre catarral maligna: os mecanismos de lesão na febre catarral maligna bovina são a disfunção e morte das células endoteliais vasculares e a hiperplasia, disfunção e morte dos linfócitos em tecidos linfoides. - Transmissão: inalação e ingestão de fômites de fluidos oronasais, faríngeos e oculares de animais fazendo a eliminação ativa do vírus. - Patogenia: infecção de linfócitos T CD8+ → se distribuem na íntima, média e adventícia dos tecidos dos vasos sanguíneos dos sistemas de órgãos. Erisipela: Essa doença acomete suínos criados em condições sanitárias inadequadas. Essa bactéria tem predileção por vasos da pele. A oclusão dos vasos que nutrem determinados trechos da pele provoca lesões geométricas na pele, correspondendo a área de morte celular por falta de irrigação (isquemia). A pele morta descasca expondo o subcutâneo a bactérias predispondo septicemia. A arterite parasitária é importante nos animais domésticos. A migração de larvas ocasiona inflamação de vasos em muitos animais. • Espirocercose: As larvas de Spirocerca lupi migram do estômago para a adventícia da aorta torácica de cães, onde se desenvolvem para a forma adulta. Os vermes formam nódulos na parede da aorta, o que pode progredir para aneurisma. - Micro: necrose, inflamação, mineralização e até metaplasia óssea na íntima e média. Aorta e esôfago de cão. Arterite crônica e aneurisma causados por Spirocerca lupi. • Tromboarterite: As larvas do Strongylus vulgaris penetram na mucosa do intestino do cavalo e atravessam pequenos vasos da submucosa. As larvas migram contra a corrente pela íntima das artérias e localizam-se, preferencialmente, na artéria mesentérica cranial. Trombos com várias larvas se formam no interior da artéria (tromboarterite). - Micro: infiltração intensa de células inflamatórias, degeneração do tecido elástico e muscular da túnica média e substituição por fibroblastos. • Dirofilaríase: As formas adultas de larvas da Dirofilaria immitis estão presentes nas artérias pulmonares e no coração direito. A inflamação e a proliferação fibromuscular da íntima podem ser observadas macroscopicamente. Flebite A flebite, inflamação das veias, é uma lesão vascular frequentemente complicada por trombose (tromboflebite). - Pode originar-se em infecções sistêmicas, como peritonite infecciosa felina, ou por extensões de infecções locais, como metrite e hepatite supurada. - Causas iatrogênicas, como contaminação decorrente de injeções intravenosas inadequadamente aplicadas (trombose por erro de cateter), também ocorrem. - A onfaloflebite (inflamação do umbigo) é um processo inflamatório que envolve os componentes do cordão umbilical (úraco, veia e artéria umbilical). Ocorre em bezerros pela contaminação bacteriana do umbigo após o parto e pode ocasionar septicemia, poliartrite e abscessos hepáticos. Umbigo de bezerro. Onfaloflebite supurada. As neoplasias vasculares sanguíneas têm origem nas células endoteliais que revestem os vasos. Podem ser classificadas como benignas ou malignas. O hemangioma é a neoplasia benigna das células endoteliais caracterizada pela formação de espaços sanguíneos revestidos por células endoteliais bem diferenciadas. O hemangiossarcomaé a neoplasia maligna das células endoteliais e é menos frequente que o hemangioma. Nos cães, os locais primários mais comuns são o baço, a pele (relacionado ao sol), o átrio direito e o fígado. Em gatos, os mais comuns são o baço e o intestino, e, nos equinos, o ocular e o cutâneo. Pode causar esplenomegalia e possível rompimento do baço com hemorragia e morte por choque hipovolêmico. Os vasos linfáticos se encontram distribuídos em grande parte dos tecidos. O sistema de vasos linfáticos é uma via pela qual os líquidos contidos nos espaços intersticiais fluem para o sangue. Alterações congênitas Linfedema hereditário: é uma anomalia congênita rara, já descrita em cães, bovinos e suínos. - Hipoplasia ou até mesmo aplasia dos vasos linfáticos e linfonodos; - Em cães, ausência de linfonodos periféricos, como poplíteos e/ou axilares, já foi descrita em associação a casos de linfedema hereditário. - Macroscopicamente, os animais afetados apresentam edema subcutâneo generalizado e/ou líquido seroso no interior de cavidades. Ruptura de ducto torácico: A ruptura do ducto torácico (principal canal coletor de linfa) pode decorrer de traumatismos, inclusive iatrogênicos, ou pode ser espontânea, causando quilotórax (derrame de linfa para o interior da cavidade torácica).