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Patologia do Sistema Cardiovascular

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O sistema cardiovascular é devidamente 
composto por: 
- Coração 
- Artérias 
- Capilares 
- Veias 
- Vênulas 
- Vasos Linfáticos 
 
O sistema cardiovascular é constituído por 
estruturas que proporcionam o bombeamento, o 
transporte e a distribuição de substâncias 
essenciais à demanda metabólica do organismo. 
 
As principais funções do sistema cardiovascular 
são: manter o fluxo sanguíneo para os tecidos, 
distribuir oxigênio e remover o gás carbônico e 
os metabólitos dos tecidos, além da distribuição 
de hormônios e manutenção da 
termorregulação. 
 
O coração é um órgão muscular que se contrai 
ritmicamente, impulsionando o sangue de modo 
contínuo para o sistema vascular sanguíneo. 
• É constituído por quatro câmaras, átrios 
direito e esquerdo e ventrículos direito e 
esquerdo; (Obs: o ventrículo esquerdo 
costuma ser mais muscular pela maior 
força de contração exercida com relação 
ao ventrículo direito) 
• Por quatro válvulas, sendo duas 
atrioventriculares (mitral e tricúspide) e 
duas semilunares (aórtica e pulmonar). 
• Semelhantemente ao que se observa na 
constituição dos vasos, o coração é 
formado por três túnicas: a interna 
(endocárdio), a média (miocárdio) e a 
externa (pericárdio). 
 
Em geral, a insuficiência cardíaca congestiva 
desenvolve-se lentamente, com: 
- Perda gradual da eficácia de bombeamento 
cardíaco associada à sobrecarga de pressão ou 
volume ou a lesão do miocárdio. 
 
Fisiopatologia da insuficiência 
- Aumento da frequência cardíaca 
- Aumento da resistência vascular periférica 
(pressão) 
- Aumento do volume sanguíneo 
- Redistribuição do fluxo sanguíneo 
- Dilatação cardíaca (mudança de morfologia) 
→ Sobrecarga de volume 
- Hipertrofia miocárdica (mudança de 
morfologia) 
→ A hipertrofia ocorre por uma atividade 
compensatória. 
 
Hipertrofia x Dilatação 
A hipertrofia é uma resposta compensatória do 
músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga 
crônica, seja sistólica (pressão), seja diastólica 
(volume). 
- Hipertrofia concêntrica: há aumento da 
espessura da parede ventricular sem aumento 
do volume diastólico final; ocorre quando há 
aumento da carga sistólica. 
- Hipertrofia excêntrica: ocorre quando há 
aumento da carga diastólica, ou seja, quando há 
aumento do volume sanguíneo recebido em uma 
ou ambas as câmaras cardíacas. 
Patologia do Sistema Cardiovascular 
 
A ICC é causada por qualquer doença cardíaca 
que vá consumir a capacidade de reserva 
funcional e aumentar a carga de trabalho do 
coração. O coração não consegue suprir essa 
necessidade e há hipóxia dos tecidos periféricos. 
Com isso, alguns órgãos percebem essa hipóxia 
e tentam utilizar de seus mecanismos de 
defesa. 
Rim: ativa o aparelho justaglomerular, 
estimulando a hipervolemia pela reabsorção de 
água. 
• A redução do fluxo sanguíneo renal leva 
à hipóxia nos rins, aumentando a 
liberação de renina pelo aparelho 
justaglomerular, resultando em estímulo 
à liberação de aldosterona pela zona 
glomerulosa do córtex adrenal. Os 
resultados da ação da aldosterona nos 
túbulos renais são a retenção de água e 
sódio, seguida pelo aumento do volume 
plasmático, como o acúmulo de líquido 
causando edema (principalmente nas 
cavidades corporais). 
Medula óssea e baço: aumento da eritropoiese – 
produção de novos eritrócitos causando 
Policitemia (aumento de todas as células 
sanguíneas) e consequentemente, o aumento da 
viscosidade sanguínea. 
• Maior volume sanguíneo e aumento da 
viscosidade sanguínea → aumenta a 
carga de trabalho do coração que já era 
insuficiente. 
• Portanto, é iniciado um círculo vicioso de 
descompensação cardíaca, que poderá 
levar à morte por insuficiência cardíaca, 
a menos que haja intervenção 
terapêutica. 
• A dilatação e a hipertrofia cardíaca e o 
aumento da frequência cardíaca podem 
compensar, de certo modo, o aumento da 
carga de trabalho. 
 
Insuficiência cardíaca direita 
 
Sinais clínicos: a depender da espécie pode 
ocorrer edema subcutâneo ventral – edema de 
barbela (principalmente equinos e ruminantes), 
ascite (principalmente em cães), hidrotórax 
(principalmente felinos). 
A insuficiência cardíaca aguda do lado direito 
resulta em congestão passiva aguda que leva à 
hepatomegalia e esplenomegalia; 
A insuficiência cardíaca crônica do lado direito 
resulta em congestão hepática (fígado em noz-
moscada). 
Edema subcutâneo “edema de barbela”. 
 
Achados de necropsia: fígado azulado, 
edemeciado, microscopicamente “fígado de noz 
moscada”, congestão passiva crônica do fígado; 
 
Exemplo: paciente com ascite. 
Abordagem → primeiramente, tratar da ascite 
fazendo a drenagem do líquido. A coloração 
deste líquido pode diferenciar de algumas 
patologias: 
 
Incolor ou amarelo: indica provavelmente 
insuficiência hepática. 
Vermelho: presença de hemácias, sugestiva de 
congestão passiva crônica do fígado → lesão 
cardíaca. 
Branco ou marrom: exsudato, celularidade 
muito alta. É indicativo de peritonite. 
 
As causas da insuficiência do lado direito 
incluem: 
(1) hipertensão pulmonar; 
(2) cardiomiopatia; 
(3) doenças das válvulas tricúspide e pulmonar. 
Insuficiência cardíaca esquerda 
- A insuficiência cardíaca aguda do lado 
esquerdo manifesta-se por congestão e edema 
pulmonares; 
- A insuficiência cardíaca crônica do lado 
esquerdo manifesta-se na forma de congestão 
pulmonar passiva crônica, edema crônico, 
hemossiderose “células do vício cardíaco” e 
fibrose. 
 
As causas mais comuns são: 
(1) perda da contratilidade do miocárdio 
associada a miocardite, necrose do miocárdio ou 
cardiomiopatia; 
(2) disfunção das válvulas mitral ou aórtica; 
(3) diversas doenças cardíacas congênitas. 
 
Insuficiência cardíaca direita 
Órgão congesto: fígado 
Progressão: pulmão 
 
Insuficiência cardíaca esquerda 
Órgão congesto: pulmão 
Progressão: fígado 
 
Os distúrbios congênitos do coração e dos 
grandes vasos estão entre as anomalias 
congênitas mais frequentes dos animais 
domésticos. 
Podem levar: 
- Surgimento rápido dos sinais clínicos e morte 
do animal por insuficiência cardíaca; 
- O animal pode chegar à vida adulta mesmo 
com as deficiências. 
 
Falhas no fechamento das 
comunicações cardiovasculares fetais 
• Persistência do ducto arterioso 
- Após o nascimento do animal a pressão 
da aorta se eleva e o sangue reflui da 
aorta para a artéria pulmonar; 
- Nos próximos 1 a 4 meses, o ducto 
arterioso torna-se anatomicamente 
ocluído devido à proliferação de tecido 
conjuntivo fibroso em seu lúmen; 
- Causa do fechamento → aumento da 
oxigenação do sangue que flui pelo 
ducto. 
A persistência do ducto arterioso é a 
alteração congênita mais comum em 
todas as espécies, principalmente no cão. 
Nesse defeito, a comunicação entre a 
aorta e a artéria pulmonar permanece 
aberta, ocasionando um desvio de 
sangue do lado esquerdo para o direito. 
- O tratamento é feito por meio de 
correção cirúrgica → ligadura do canal 
persistente. 
- Causa a insuficiência cardíaca e os sinais 
clínicos no recém-nascido são bem sutis. Raças 
mais acometidas: Poodle, Collie, Pomerânios. 
P = artéria pulmonar, A = artéria aorta, * = 
ducto arterioso. 
 
• Defeito do septo interventricular 
- O septo interventricular é constituído 
por uma porção membranosa e uma 
porção muscular, que se desenvolvem, 
resultando na oclusão da comunicação 
entre os dois ventrículos. 
- A não oclusão dessa comunicação, 
geralmente decorrente de alterações no 
crescimento do septo membranoso, 
resulta no defeito do septo 
interventricular; 
- As consequências desse defeito serão 
relacionadas com o tamanho do orifício 
existente; 
- Se o defeito for significativo, um desvio 
de sangue do ventrículo esquerdo para o 
direito ocorrerá, podendo levar o animal 
à morte logo após o nascimento ou levar 
ao aparecimento de sinais clínicosem 
poucas semanas ou meses. 
 
 
 
 
 
Coração de gato. Defeito de septo 
interventricular (seta). 
 
• Defeito do septo atrial (persistência do 
forame oval) 
- O forame oval é um canal entre os dois 
átrios que possibilita, na vida fetal, que 
o sangue oxigenado flua do átrio direito 
para o átrio esquerdo; 
- Após o nascimento do animal, ocorre 
uma inversão da pressão, e isso faz com 
que haja o fechamento do forame oval, 
impedindo o fluxo, agora, da esquerda 
para a direita; 
- Quando se tem a não oclusão do forame 
oval, este fica persistente, e os defeitos 
do septo atrial podem ocorrer. 
- Defeitos maiores promovem desvio de 
sangue do átrio esquerdo para o direito 
→ Causam hipertrofia excêntrica do 
ventrículo direito, hipertensão pulmonar 
e cianose. 
- O coração dessa forma apresenta três 
câmaras cardíacas. Há sobrecarga de 
pressão, volume e o animal pode vir a 
óbito. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Distúrbios do desenvolvimento valvular 
Uma valva que deveria ser desenvolvida 
adequadamente e não se desenvolveu. 
• Estenose subaórtica: estreitamento da 
luz valvular, induzindo a maior 
sobrecarga de trabalho, pressão e 
consumo de capacidade da reserva 
funcional. Ocorre a formação de uma 
espessa camada de tecido conjuntivo 
fibroso no ventrículo esquerdo abaixo 
das válvulas semilunares aórticas, 
resultando em dificuldade do fluxo 
sanguíneo para a aorta. É encontrada 
em felinos, caninos e suínos. As raças de 
cães mais acometidas são boxer e pastor 
alemão. 
 
Mal posicionamento dos grandes vasos 
• Desenvolvimento do quarto arco aórtico 
direito (a aorta se posiciona do lado 
direito) 
- No início da vida embrionária, os arcos 
aórticos são formados como estruturas 
pareadas, e, enquanto o arco aórtico 
esquerdo se desenvolve, o direito se 
atrofia; 
- Em condições normais, a aorta se 
desenvolve a partir do quarto arco 
aórtico esquerdo, fazendo com que ela e 
o ducto arterioso fiquem do mesmo lado 
da traqueia e do esôfago; 
- Nesse defeito, o arco aórtico direito é 
quem se desenvolve, e a aorta fica então 
situada à direita do esôfago e da 
traqueia; 
- O ducto arterioso, por ligar a aorta à 
artéria pulmonar, forma um ligamento 
fibroso (como se fosse um anel) sobre o 
esôfago comprimindo-o sobre a traqueia; 
- O animal tem regurgitação frequente, 
disfagia, megaesôfago, geralmente é 
magro e não se desenvolve como os 
demais da ninhada. 
 
Outras anomalias 
• Ectopia cordis: É uma alteração 
congênita rara caracterizada pela 
localização anormal do coração, ou seja, 
o coração se posiciona fora da cavidade 
torácica. 
- Ocorre com frequência em bovinos 
- Localização mais frequente na região 
cervical inferior 
• Fibroelastose endocárdica: Nessa 
alteração, o endocárdio apresenta-se 
esbranquiçado e espesso, especialmente 
no ventrículo esquerdo → proliferação de 
tecido fibroelástico. 
- Ocorre com frequência em gatos da 
raça Siamês e Burmês; também já foi 
descrita em bezerros, suínos e equinos 
- Hipertrofia secundária dos ventrículos 
esquerdo e direito 
- Dilatação do átrio direito 
- Provoca sinais e lesões de insuficiência 
cardíaca 
 
 
- Pericárdio/Epicárdio 
- Endocárdio 
- Miocárdio 
 
 
Acúmulo de líquidos não-inflamatórios no 
saco pericárdico 
Doenças que cursem com edema 
generalizado/causas mais comuns: 
• Insuficiência cardíaca congestiva 
(causada por lesões primárias do 
miocárdio ou das válvulas); 
• Hipoproteinemia associada à 
insuficiência renal; 
• Hipoproteinemia associada a várias 
doenças debilitantes como por ex. 
hemoncose em ovinos. 
• Doenças sistêmicas com lesão vascular 
 
(como “doença-do-coração-de-amora” causada 
por deficiência de vitamina E e selênio em 
suínos). 
 
Hemopericárdio: 
A morte ocorre subitamente pelo 
tamponamento cardíaco, uma condição que leva 
à compressão do coração pelo acúmulo de 
sangue no saco pericárdico, levando à redução 
do débito cardíaco e perfusão deficiente em 
vários sistemas. O sangramento pode resultar 
de: 
• Ruptura espontânea do átrio em cães de 
grande porte; 
• Endocardite ulcerativa do átrio esquerdo 
secundária a uremia em cães; 
• Ruptura da aorta intrapericárdica em 
equinos (a aorta dos equinos é mais 
frágil e durante o exercício pode ser 
rompida e gerar o tamponamento); 
• Sangramento a partir tumores da base 
do coração (hemangiossarcoma); 
• Complicação de injeções intracardíacas. 
 
Alterações metabólicas 
 
Atrofia serosa da gordura: é facilmente 
identificada pela aparência gelatinosa 
acinzentada dos depósitos gordurosos 
epicárdicos. Ocorre rapidamente em situações 
do indivíduo passar por um período grave de 
balanço energético negativo (não se alimentou 
adequadamente e a gordura foi absorvida → 
anorexia, inanição ou caquexia). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Alterações inflamatórias 
Pericardite: A inflamação do pericárdio é 
observada com frequência em septicemias 
bacterianas, resultando tipicamente em 
pericardite fibrinosa. 
 
Etiologia da pericardite fibrinosa: 
Bovinos: Carbúnculo sintomático (infecção por 
Clostridium chauvoei); Hemoglobinúria bacilar 
(infecção por Clostridium haemolyticum); 
Infecções umbilicais do recém-nascido por 
coliformes; Pericardite traumática. 
Suínos: Polisserosite (Doença de Glasser); 
Pneumonia enzoótica; Pasteurelose. 
Ovinos: Pasteurelose; Infecção por 
Streptococcus sp. 
Equinos: Infecções por Streptococcus sp. 
Cães: Uremia. 
Felinos: *Ocorrência rara (ocasionalmente 
associada a PIF). 
 
Pericardite fibrinosa 
- Mais comum 
- Sugere que houve infecção hematógena na 
região 
- Morte precoce é frequente, bactérias muito 
patogênicas 
- As superfícies pericárdicas visceral e parietal 
estão revestidas por quantidades variáveis de 
depósitos amarelados de fibrina, o que pode 
resultar na aderência entre as camadas 
parietal e visceral. Quando o saco pericárdico é 
aberto, essas aderências são rompidas → 
conhecida como coração em “pão com 
manteiga”. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Pericardite fibrinosa, epicárdio, equino. 
Epicárdio coberto de fibrina; setas indicam 
camada de fibrina espessa e amarelada. 
 
Ocorrências mais comuns: 
** Carbúnculo sintomático (infecção por 
Clostridium chauvoei) 
** Pericardite secundária a mastite 
** Pericardite em equinos (infecção por 
Streptococcus sp) – geralmente associado a 
animais que não receberam colostro. 
 
Pericardite supurativa 
- É observada principalmente nos bovinos, como 
complicação da reticuloperitonite traumática 
(“doença das forragens”) 
- É causada por bactérias piogênicas 
- Corpos estranhos, como pregos ou pedaços de 
fio, que se acumulam no retículo, penetram na 
parede reticular e no diafragma, e atingem o 
saco pericárdico causando a infecção. 
- O exsudato é fino, amarelo, verde ou cinza, 
dependendo do agente envolvido, e pode estar 
misturado com fibrina. 
- O odor é geralmente desagradável. 
- O animal geralmente apresenta edema de 
barbela. 
- A morte geralmente decorre de toxemia ou 
insuficiência cardíaca congestiva. 
 
 
Coração de bovino. Pericardite supurada. 
Consequência de reticulopericardite 
traumática. 
 
Pericardite constritiva 
- Extensa proliferação fibrosa com formação de 
aderências fibrinosas entre as superfícies do 
pericárdio visceral e parietal. 
- O coração pode estar menor que o normal ou 
hipertrófico. Sempre há disfunção 
cardíaca acentuada e a morte ocorre por 
insuficiência cardíaca congestiva direita. 
** Reticulopericardite traumática em bovinos 
** Doença de Glasser (pericardite em suínos): 
associada a duas bactérias → Haemophilus suis 
e Haemophilus parasuis. 
 
Pericardite em caninos 
** Uremia: paciente com insuficiência renal 
crônica; aumento sérico de creatinina, ureia, 
dentre outros. 
 
 
Alteraçõesdegenerativas do endocárdio 
 
Mineralização: 
- Podem estar associadas a intoxicações com a 
vitamina D; 
- Toxicidade de plantas calcinogênicas nos 
bovinos e desbalanço de cálcio e fósforo 
- Intoxicação por chumbinho (mineraliza por 
toda a vida); 
 
Endocardiose valvular: 
Também conhecida como degeneração 
mixomatosa ou mucoide das válvulas, é uma 
importante doença valvular, frequentemente 
diagnosticada em cães. 
- Etiopatogenia: deposição de mucina 
(glicosaminoglicanos); 
- Fibrose valvular, degeneração valvular 
mixomatosa ou mucóide; 
- Causa mais comum de ICC em cães idosos 
(idade superior a 16 anos). Por esse motivo é 
conhecida como “doença do cão velho”; 
- Todas as válvulas cardíacas podem ser 
acometidas, contudo, sua ocorrência é mais 
elevada na válvula atrioventricular esquerda 
(mitral) e menos frequente na atrioventricular 
direita (tricúspide) e nas semilunares das 
artérias aorta e pulmonar; 
- Macroscopicamente: válvulas espessadas, 
curtas e irregulares, espessamento nodular ou 
difuso; 
- Histologicamente: observa-se substituição da 
camada esponjosa da válvula por um tecido 
conjuntivo mixomatoso; 
- Diagnóstico diferencial: endocardite e edema 
de válvula; 
 
- Se o processo degenerativo for intenso, 
alterações funcionais da válvula ocorrem, 
levando a um quadro de insuficiência valvular 
que possibilita refluxo sanguíneo para dentro 
do ventrículo ou do átrio; 
- A progressão do processo pode desencadear 
insuficiência cardíaca. 
 
Inflamação – Endocardite 
 
Endocartite valvular – nas válvulas. 
Endocartdite mural – restante do endocárdio. 
 
A endocardite é normalmente resultado de 
infecções bacterianas. Frequentemente, as 
lesões estão presentes nas válvulas 
(endocardite valvular), embora algumas lesões 
se originem do miocárdio subjacente ou se 
estendam da válvula afetada para a parede 
adjacente (endocardite mural). 
 
Endocardite valvular 
Patogenia: destruição de revestimento 
endotelial – aderência e proliferação de 
bactérias. 
• Macro: massas extensas aderidas, 
friáveis, amareladas e acinzentadas de 
fibrina. 
• Micro: fibrina, bactérias, células 
inflamatórias (neutrófilos) e tecido 
granulação. 
- Diferente da endocardiose, a válvula não se 
apresenta espessada e sim friável, fina. 
- Há presença de hiperemia no local. 
- Processos inflamatórios que envolvam 
bactérias, como: gengivites, tártaros, 
dermatites/miíases, metrite, mastite, reticulite 
traumática, prostatite, piometrite → 
proliferação de bactérias pela corrente 
sanguíena. 
Causas mais frequentes: 
- Gengivite/periodontite (Tártaro) 
 
 
Consequências da endocardite: 
Êmbolos: êmbolos sépticos alojam-se nos 
órgãos, como o coração, baço e rins, levando ao 
infarto séptico e à inflamação localizada ou à 
formação de abscessos. 
- Infartos esplênicos 
- Infartos renais 
- Problemas neurológicos 
 
 
 
Endocardite mural 
• Confinada ao átrio esquerdo 
• Associada a insuficiência renal (Uremia) 
• Macro: superfície endocárdica elevada, 
enrugada e opaca/ necrose, ulceração. 
• Consequência: a ulceração causa 
perfuração do átrio com consequente 
hemopericárdio. 
• Essa lesão não causa por si só 
insuficiência cardíaca, mas é um 
indicador diagnóstico seguro de uma 
condição grave 
(uremia). 
 
 
Degeneração 
• Lipofuscinose ou xantose (atrofia parda 
do coração) ocorre geralmente em 
animais mais velhos e principalmente 
em ruminantes. A lipofuscina é um 
pigmento derivado do processo de 
envelhecimento celular que aparece 
como grânulos amarronzados 
intracitoplasmáticos oriundos de restos 
celulares. É observada nas doenças 
crônicas caquetizantes devido à má 
nutrição. 
• Infiltração gordurosa → importante para 
medicina humana 
- Macro: miocárdio pálido e flácido 
- Micro: vacúolos regulares 
(sarcoplasma) 
- Aumento do número células adiposas 
- Em consequência, essa alteração 
diminui a força contrátil do miocárdio, 
podendo levar a uma complacência 
cardíaca aumentada. 
→ Na veterinária ocorre comumente em 
animais diabéticos e obesos. 
 
Necrose do miocárdio 
A necrose do miocárdio pode apresentar 
inúmeras causas, incluindo deficiências 
nutricionais, toxinas químicas e herbáceas, 
isquemia, distúrbios metabólicos, doenças 
hereditárias e lesões físicas. 
Aspectos macroscópicos: palidez 
(amarela/branca), calcária. 
Localização frequente: músculos papilares do 
ventrículo esquerdo e o miocárdio 
subendocárdico. 
Nas doenças com necrose cardíaca difusa, como 
a doença do músculo branco em bezerros e 
cordeiros, causada pela deficiência de selênio e 
vitamina E, as lesões esbranquiçadas discretas 
podem ser facilmente observadas nas 
superfícies do epicárdio e do miocárdio. 
 
Causas da necrose: 
Bovinos: Plantas tóxicas (Ateleia glazioviana, 
Tetrapterys spp, Senna occidentalis ); 
Antibióticos ionóforos; Deficiência de vitamina 
E e selênio. 
Suínos: Intoxicação por gossipol; Deficiência de 
vitamina E e selênio. 
Equinos: Antibióticos ionóforos; Deficiência de 
vitamina E e selênio. 
Cães: Lesões e traumatismos do SNC. 
 
Aspectos clínicos: 
- A localização é mais importante que a 
extensão 
- Morte súbita: vários animais morrem 
inesperadamente por insuficiência cardíaca 
aguda se a lesão miocárdica por extensa. 
- Bovinos – ICD 
 
Deficiência de vitamina E e selênio 
• Formação de antioxidantes (glutationa 
peroxidase) 
• Suscetibilidade de animais em 
crescimento rápido 
• Causa miopatia nutricional: doença 
músculo branco - Ruminantes, suínos e 
equinos. Em suínos é conhecida como 
doença coração amora → hemorragia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
** Animais de grande porte que passaram por 
fase agônica geralmente são encontradas 
hemorragias no endocárdio e epicárdio 
(miocárdio livre). 
 
Infarto 
- Pouquíssimo recorrente na Medicina 
Veterinária 
- A localização da área de infarto importa mais 
que a extensão 
 
Miocardite 
Miocardite é o processo inflamatório do 
miocárdio e, geralmente, está associada a uma 
variedade de doenças sistêmicas. Pode ser focal, 
multifocal ou difusa, e o tipo de inflamação 
depende do agente infeccioso envolvido. 
Etiologia: 
Ovinos: Cisticercose → lesão focal (Cysticercus 
ovis). 
Bovinos: Carbúnculo sintomático; Febre aftosa; 
Sarcocystis sp.; Cisticercose – lesão focal 
(Cysticercus bovis). 
Suínos: Encefalomiocardite; Cisticercose - lesão 
focal (Cysticercus cellulosae). 
Cães: Streptococcus spp; Parvovirose; 
Toxoplasmose; Doença de Chagas. 
 
Classificação 
• Miocardite supurativa (bactérias 
piogênicas) 
• Miocardite hemorrágica (C. chauvoei) 
• Miocardite necrosante (T. gondii, T. 
cruzi) 
• Miocardite linfocítica (infecções virais) 
• Miocardite eosinofílica (infecções 
parasitárias) 
 
Miocardite linfocítica 
Miocardite linfocítica é geralmente causada por 
vírus. Várias doenças virais sistêmicas podem 
estar associadas à miocardite nos animais 
domésticos, como a febre aftosa em bovinos, 
parvovirose em cães e encefalomiocardite em 
suínos. 
- Micro: infiltrado inflamatório é 
predominantemente linfocítico; macrófagos e 
plasmócitos também estão presentes. As fibras 
musculares se apresentam degenerativas e 
necróticas. 
Coração de cão; A. Miocardite linfocítica. 
B. Infiltrado inflamatório linfocítico e 
corpúsculo de inclusão intranuclear (seta) em 
cardiomiócito, típico de infecção pelo parvovírus 
canino. 
 
Miocardite necrosante 
Pode ser causada por protozoários como 
Neospora caninum em cães e Toxoplasma 
gondii em cães e gatos. 
- Observam-se focos de necrose associados a um 
infiltrado inflamatório linfohistiocitário e zoítos 
intralesionais; 
- Trypanosoma cruzi também causa miocardite 
em cães, inicialmente granulomatosa 
necrosante, com formas amastigotas 
intralesionais. 
Doença de chagas. 
 
 
 
Miocardite hemorrágica 
É observadaem casos de carbúnculo 
sintomático em bovinos causado pelo 
Clostridium chauvoei. 
- Macro: o músculo cardíaco apresenta-se de 
coloração vermelho escura ou marrom escura, 
com aspecto poroso, semelhante aos músculos 
estriados esqueléticos também afetados; 
- Micro: intensa hemorragia, necrose intensa de 
fibra muscular, infiltrado neutrofílico 
linfocitário, acúmulo de gás e grumos de 
bactérias Gram-positivas. 
 
Miocardite eosinofílica (parasitária) 
São frequentes nos animais domésticos. Em 
muitas delas observa-se apenas a forma do 
parasita no miocárdio, sem reação inflamatória 
evidente. Quando a inflamação está presente, é 
uma reação granulomatosa eosinofílica discreta 
ao redor do parasita. 
- Os Sarcocystis sp. são protozoários 
frequentemente encontrados durante avaliação 
microscópica de coração de bovinos → 
raramente causam reação inflamatória; 
- Nos casos de cisticerco em ruminantes ou 
suínos, a larva íntegra ou calcificada está 
localizada no miocárdio e em outros tecidos → 
causa mínima reação inflamatória. 
- A miocardite eosinofílica pode estar 
relacionada tanto a parasitas quanto a 
processos alérgicos. 
 
Miocardite supurativa 
 
É causada por bactérias piogênicas, como 
Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes em 
bovinos e Actinobacillus equuli em equinos. 
- Macro: áreas pálidas multifocais ou múltiplos 
abscessos no miocárdio. 
- Micro: observa-se infiltrado inflamatório 
neutrofílico intenso associado à necrose de fibra 
muscular. 
 
Miocárdio de cão; Miocardite supurada. 
 
Em quase todos os casos, as cardiomiopatias 
ocasionam doença cardíaca progressiva, 
caracterizada por dilatação e/ou hipertrofia. 
Podem ser classificadas em três tipos: 
cardiomiopatia dilatada, hipertrófica e 
restritiva. 
 
Cardiomiopatia dilatada 
É uma das mais importantes causas de 
insuficiência cardíaca em cães e gatos, sendo 
caracterizada pela dilatação das quatro 
câmaras cardíacas (átrios e ventrículos). Nesses 
casos, há: 
- Diminuição da capacidade contrátil do 
miocárdio 
- Aumento do volume diastólico final 
- Disfunção sistólica 
- Alargamento e dilatação de ambos os átrios e 
ventrículos 
- Ventrículos são hipertrofiados, mas, por causa 
da dilatação, a hipertrofia não é tão aparente 
como na forma hipertrófica da doença 
- Padrão familiar (cromossomo X) 
- Histologicamente, observam-se cardiomiócitos 
de tamanhos variados (deseorganizados), 
alguns degenerados, associados a áreas de 
necrose e fibrose. 
 
• Cardiomiopatia dilatada felina: tem sido 
associada à deficiência de taurina. Os 
animais acometidos são geralmente 
gatos de meia idade. 
- Leva a insuficiência cardíaca e alguns 
gatos desenvolvem também 
tromboembolismo aórtico; 
- Macroscopicamente o coração perde o 
formato cônico normal e se apresenta 
globoso, em decorrência da dilatação 
biventricular. 
 
• Cardiomiopatia dilatada canina: 
acomete cães jovens a adultos, 
geralmente machos, de raças de grande 
porte. Sua etiopatogenia é desconhecida, 
mas sabe-se que tem uma tendência 
familiar. 
 
Cardiomiopatia hipertrófica 
É uma alteração frequentemente descrita em 
gatos machos adultos e ocasionalmente em 
cães. É dada por: 
- Disfunção diastólica 
- Complacência reduzida 
- Gatos machos de meia idade são mais 
acometidos 
- Cães machos de raças grandes são mais 
acometidos 
- Uma das causas principais em gatos é a 
deficiência de taurina e defeitos genéticos 
- Em cães a morte súbita pode ser o primeiro 
sinal clínico 
- A cardiomiopatia hipertrófica felina é uma 
causa importante de trombos no endocárdio 
(trombos em sela) do átrio esquerdo, que podem 
se desprender, causando obstrução da artéria 
aorta abdominal → membros inferiores não 
recebem irrigação sanguínea e o animal arrasta 
os membros pelo chão. 
Macro: hipertrofia simétrica ou assimétrica dos 
ventrículos com redução da câmara ventricular 
e consequentemente redução do débito cardíaco. 
Micro: miócitos hipertrofiados e 
desorganizados, além de áreas de fibrose 
extensa. 
 
Cardiomiopatia restritiva 
É caracterizada pela restrição do enchimento 
ventricular e da distensibilidade ventricular, 
sendo uma alteração mais comumente 
observada em gatos. 
- A cardiomiopatia restritiva felina ocorre 
predominantemente em gatos velhos 
- Volume diastólico reduzido 
- Hipertrofia concêntrica do átrio e ventrículo 
esquerdos 
- Sinais clínicos: insuficiência cardíaca 
esquerda ou bilateral. 
 
 
Neoplasia primária do coração é considerada 
uma alteração rara nos animais domésticos, 
exceto pelo hemangiossarcoma em cães e pelo 
neurofibroma em bovinos. Já as neoplasias 
secundárias (metastáticas) são relativamente 
comuns, sendo o linfoma e os carcinomas as 
mais frequentes. 
 
Neoplasmas primários 
- Rabdomiomas 
- Rabdomiossarcomas 
- Schwannomas 
- Hemangiossarcomas 
- Quimiodectomas 
 
Neoplasmas metastáticos 
 
- Neoplasias mamárias 
Coração de cão. Miocárdio com metástase de 
tumor de mama. 
 
Rabdomiomas 
É uma neoplasia benigna oriunda de fibras 
musculares estriadas primárias do coração e 
rara nos animais domésticos. Tem sido mais 
descrito em suínos, sendo um achado ocasional 
de necropsia ou abate. 
 
 
 
Rabdomiossarcoma 
Tumor maligno de células musculares 
cardíacas, é uma neoplasia também rara, sendo 
descrito em cães e gatos. 
 
Hemangiossarcoma 
É a neoplasia maligna de células endoteliais. É 
a neoplasia primária do coração mais frequente 
em cães e geralmente localiza-se no átrio 
direito. 
• Metástases são frequentes e afetam 
principalmente os pulmões. 
• Outra consequência é a ruptura da 
massa neoplásica, causando 
hemopericárdio e tamponamento 
cardíaco → leva o animal à óbito. 
Coração de cão. Hemangiossarcoma no átrio 
direito. 
 
Linfomas 
É uma neoplasia maligna de linfócitos com 
origem em qualquer tecido linfoide. É a 
principal neoplasia secundária que acomete o 
coração, sendo frequente em bovinos e cães. 
Macro: formação de uma ou mais massas 
nodulares delimitadas ou difusas, de coloração 
brancacenta e consistência friável, localizadas 
na parede atrial ou ventricular. 
Micro: Infiltração de linfócitos neoplásicos 
associados à destruição de fibras cardíacas. 
• A invasão do miocárdio, principalmente 
do átrio direito, é uma ocorrência 
frequente, principalmente em bovinos 
com quadro de leucose enzóotica bovina. 
• Os sinais clínicos da leucose em bovinos 
são: inapetência, indigestão, diarréia, 
perda de peso, partos distócicos, 
exoftalmia, paralisia de membros e 
alterações neurológicas por compressão 
de nervos. 
 
Quimiodectomas 
Tumores da base do coração (ao redor da aorta), 
são neoplasias dos órgãos receptores que estão 
localizados na carótida e na aorta, junto à base 
do coração. 
• O tumor do corpo aórtico é uma 
neoplasia frequente em cães e incomum 
em gatos e bovinos; 
• Raças caninas braquiocefálicas, como 
Boxer e Bulldog, têm maior 
predisposição para o desenvolvimento do 
tumor → além do fator genético, estão 
sujeitas a esforço respiratório crônico, 
devido a anomalias do trato respiratório. 
• Sinais clínicos: descompensação cardíaca 
ou dificuldade de deglutição, devido à 
compressão do esôfago. 
Coração de cão. Quimiodectoma maligno. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O sistema vascular sanguíneo é dividido em 
sistema arterial, microcirculação (capilares) e 
sistema venoso. Esses vasos formam dois 
circuitos, um responsável pela circulação 
sistêmica (transporta sangue oxigenado a todos 
os órgãos do organismo) e outro, pela circulação 
pulmonar (transporta sangue venoso até os 
pulmões, onde é reoxigenado). 
 
Rupturas 
Aneurismas: é uma dilatação localizada e 
permanente da parede de um vaso arteriale é 
mais frequente nas artérias elásticas. 
- As causas de aneurisma são alterações 
inflamatórias ou degenerativas. 
- Os equinos podem romper a aorta 
espontaneamente. 
- A deficiência de cobre em suínos tem sido 
descrita como uma causa de aneurisma. 
Aorta de cão. Aneurisma calcificado. 
 
Guturocistite: ocorre em equinos; consiste na 
ruptura da carótida por fungos na bolsa 
gutural. A micose da bolsa gutural representa 
uma das infecções micóticas mais comuns do 
cavalo, ocorrendo principalmente em regiões 
onde são fornecidas forragens de feno e silagem. 
Quando invade a parede da carótida, que está 
em íntimo contato com a bolsa gutural, dá 
origem a epistaxes (hemorragias nasais) 
extremamente graves. 
 
 
 
 
 
Alterações degenerativas 
Arteriosclerose: é caracterizada pelo 
espessamento da parede das artérias, 
principalmente da aorta abdominal. A 
arteriosclerose é frequente nos animais 
domésticos, mas raramente causa alterações 
clínicas. 
 
Aterosclerose: é o acúmulo de extensos 
depósitos de lipídios (colesterol, ácidos graxos, 
triglicerídios e fosfolipídios), tecido fibroso e 
cálcio (ateroma) nas paredes musculares e 
elásticas de artérias com estenose do lúmen. 
- Sua ocorrência é rara em animais, entretanto, 
placas ateromatosas extensas já foram 
observadas em cães com baixos níveis de 
hormônios tireoidianos (hipotireóideos) devido a 
altas taxas de colesterol. 
- Pode ocorrer em animais diabéticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Coração de cão. Aterosclerose secundária a 
hipotireoidismo, caracterizada por coronárias 
espessas e esbranquiçadas (seta). 
 
Calcificação 
A mediosclerose, ou mineralização da túnica 
média, ocorre tanto em artérias elásticas 
quanto em artérias musculares de médio 
calibre. A mineralização pode ser distrófica ou 
metastática. 
Distrófica – os minerais se depositam em 
tecidos com lesão prévia, como áreas de 
inflamação e/ou degeneração, como: 
Patologia dos Vasos Sanguíneos 
insuficiência renal crônica em cães e gatos e em 
bovinos com paratuberculose. 
Metastática: ocorre em quadros de 
hipercalcemia observados em casos de 
intoxicação pela vitamina D e pela ingestão de 
plantas calcinogênicas, como Solanum 
malacoxylon e Nierembergia veitchii. Nesses 
casos, outros tecidos moles podem ser atingidos 
pelas mineralizações, principalmente rins 
(nefrocalcinose nos vasos do rim), pulmões, 
músculos e tendões. 
 
Distúrbios circulatórios 
 
Língua azul (Orbivírus) 
O mecanismo de lesão na língua azul é a 
disfunção e morte das células endoteliais. 
Dentre as lesões macroscópicas, são observados: 
- Hemorragia sistêmica 
- Edema 
- Vasculite 
Tais lesões são mais graves em ovinos do que 
em bovinos e o vírus é encontrado em fluidos de 
Culicoides hematófagos (mosquitos-pólvora), 
seu inseto vetor. 
• Após a penetração cutânea, o vírus 
chega ao sangue e aos fluidos cutâneos, 
como as células dendríticas da pele 
(células de Langerhans), monócitos e 
macrófagos teciduais. 
• Os macrófagos, então, entram no sangue 
vascular e no sistema linfático (pelo 
ducto torácico) e migram pela circulação 
até chegarem a todos os sistemas de 
órgãos. 
• Os macrófagos aderem às paredes dos 
vasos sanguíneos, as atravessam e 
passam a residir nestas áreas; 
• O vírus lisa os macrófagos, escapa 
destas células e se liga a receptores das 
células endoteliais. 
• A adesão de macrófagos infectados por 
vírus às células endoteliais é 
provavelmente facilitada por moléculas 
da cascata de adesão leucocitária. 
A vasculite pode ser seguida por hemorragia e 
edema (aumento da permeabilidade vascular), 
acometendo o pulmão; A trombose vascular 
provoca ulcerações na mucosa oral, infarto 
tecidual e CID, que mata o animal acometido. 
Além disso, provoca cianose no animal, daí o 
nome língua azul. 
 
Alterações inflamatórias 
A arterite é a inflamação das artérias, e termos 
como vasculite ou angiite são utilizados quando 
mais de um tipo de vaso, artérias, veias e 
capilares estão afetados. Os termos flebite e 
linfangite também são utilizados para designar 
inflamação restrita a veias ou a vasos linfáticos, 
respectivamente. 
 
Etiologia: 
Equinos: Estrongilose (Strongylus vulgaris); 
Arterite viral equina. 
Bovinos: Febre catarral maligna; Ficomicose. 
Suínos: Peste suína clássica; Peste suína 
africana; Erysipelothrix rhusiopathie 
(Erisipela). 
Cães: Dirofilaríase (Dirofilaria immitis); 
Espirocercose (Spirocerca lupi); Lúpus 
eritematoso sistêmico. 
Felinos: Peritonite Infecciosa Felina (PIF). 
 
Febre catarral maligna: os mecanismos de lesão 
na febre catarral maligna bovina são a 
disfunção e morte das células endoteliais 
vasculares e a hiperplasia, disfunção e morte 
dos linfócitos em tecidos linfoides. 
- Transmissão: inalação e ingestão de fômites 
de fluidos oronasais, faríngeos e oculares de 
animais fazendo a eliminação ativa do vírus. 
- Patogenia: infecção de linfócitos T CD8+ → se 
distribuem na íntima, média e adventícia dos 
tecidos dos vasos sanguíneos dos sistemas de 
órgãos. 
Erisipela: Essa doença acomete suínos criados 
em condições sanitárias inadequadas. Essa 
bactéria tem predileção por vasos da pele. A 
oclusão dos vasos que nutrem determinados 
trechos da pele provoca lesões geométricas na 
pele, correspondendo a área de morte celular 
por falta de irrigação (isquemia). A pele morta 
descasca expondo o subcutâneo a bactérias 
predispondo septicemia. 
 
 
A arterite parasitária é importante nos animais 
domésticos. A migração de larvas ocasiona 
inflamação de vasos em muitos animais. 
• Espirocercose: As larvas de Spirocerca 
lupi migram do estômago para a 
adventícia da aorta torácica de cães, 
onde se desenvolvem para a forma 
adulta. Os vermes formam nódulos na 
parede da aorta, o que pode progredir 
para aneurisma. 
- Micro: necrose, inflamação, 
mineralização e até metaplasia óssea na 
íntima e média. 
 
Aorta e esôfago de cão. Arterite crônica e 
aneurisma causados por Spirocerca lupi. 
 
• Tromboarterite: As larvas do Strongylus 
vulgaris penetram na mucosa do 
intestino do cavalo e atravessam 
pequenos vasos da submucosa. As larvas 
migram contra a corrente pela íntima 
das artérias e localizam-se, 
preferencialmente, na artéria 
mesentérica cranial. Trombos com 
várias larvas se formam no interior da 
artéria (tromboarterite). 
- Micro: infiltração intensa de células 
inflamatórias, degeneração do tecido 
elástico e muscular da túnica média e 
substituição por fibroblastos. 
• Dirofilaríase: As formas adultas de 
larvas da Dirofilaria immitis estão 
presentes nas artérias pulmonares e no 
coração direito. A inflamação e a 
proliferação fibromuscular da íntima 
podem ser observadas 
macroscopicamente. 
 
 
 
Flebite 
A flebite, inflamação das veias, é uma lesão 
vascular frequentemente complicada por 
trombose (tromboflebite). 
- Pode originar-se em infecções sistêmicas, como 
peritonite infecciosa felina, ou por extensões de 
infecções locais, como metrite e hepatite 
supurada. 
- Causas iatrogênicas, como contaminação 
decorrente de injeções intravenosas 
inadequadamente aplicadas (trombose por erro 
de cateter), também ocorrem. 
- A onfaloflebite (inflamação do umbigo) é um 
processo inflamatório que envolve os 
componentes do cordão umbilical (úraco, veia e 
artéria umbilical). Ocorre em bezerros pela 
contaminação bacteriana do umbigo após o 
parto e pode ocasionar septicemia, poliartrite e 
abscessos hepáticos. 
Umbigo de bezerro. Onfaloflebite supurada. 
 
As neoplasias vasculares sanguíneas têm 
origem nas células endoteliais que revestem os 
vasos. Podem ser classificadas como benignas 
ou malignas. 
O hemangioma é a neoplasia benigna das 
células endoteliais caracterizada pela formação 
de espaços sanguíneos revestidos por células 
endoteliais bem diferenciadas. 
O hemangiossarcomaé a neoplasia maligna das 
células endoteliais e é menos frequente que o 
hemangioma. Nos cães, os locais primários 
mais comuns são o baço, a pele (relacionado ao 
sol), o átrio direito e o fígado. Em gatos, os mais 
comuns são o baço e o intestino, e, nos equinos, 
o ocular e o cutâneo. Pode causar 
esplenomegalia e possível rompimento do baço 
com hemorragia e morte por choque 
hipovolêmico. 
 
Os vasos linfáticos se encontram distribuídos 
em grande parte dos tecidos. O sistema de 
vasos linfáticos é uma via pela qual os líquidos 
contidos nos espaços intersticiais fluem para o 
sangue. 
 
Alterações congênitas 
Linfedema hereditário: é uma anomalia 
congênita rara, já descrita em cães, bovinos e 
suínos. 
- Hipoplasia ou até mesmo aplasia dos vasos 
linfáticos e linfonodos; 
- Em cães, ausência de linfonodos periféricos, 
como poplíteos e/ou axilares, já foi descrita em 
associação a casos de linfedema hereditário. 
- Macroscopicamente, os animais afetados 
apresentam edema subcutâneo generalizado 
e/ou líquido seroso no interior de cavidades. 
Ruptura de ducto torácico: A ruptura do ducto 
torácico (principal canal coletor de linfa) pode 
decorrer de traumatismos, inclusive 
iatrogênicos, ou pode ser espontânea, causando 
quilotórax (derrame de linfa para o interior da 
cavidade torácica).