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Patologia Especial { Morfofisiologia e função Esse sistema abrange o coração e os sistemas vasculares sanguíneo (artérias, arteríolas, capilares, vênulas e veias) e linfático (vasos linfáticos). Tem como principais funções: manter o fluxo sanguíneo para os tecidos, distribuir oxigênio, remover gás carbônico e metabólitos do tecido, distribuição de hormônios e manutenção da termorregulação. Coração (mamíferos e aves): localiza-se no interior da cavidade torácica, na região do mediastino. Quando saudável, apresenta forma cônica, com diâmetro longitudinal superior ao diâmetro transversal. A espessura da parede do ventrículo esquerdo é cerca de três vezes superior à do ventrículo direito, exceto nos recém-nascidos. 4 câmaras – átrios direito e esquerdo e ventrículos esquerdo e direito; 4 válvulas – 2 atrioventriculares (mitral e tricúspide) e 2 semilunares (aórtica e pulmonar); 3 túnicas – endocárdio (interna), miocárdio (média) e pericárdio (externa). Anatomia do coração { Respostas fisiopatológicas do miocárdio As respostas do miocárdio às agressões podem se manifestar como alterações funcionais na formação, no ritmo ou na condução do impulso elétrico (disritmias) ou na redução da capacidade contrátil da fibra muscular. As lesões podem ser intrínsecas – inerentes ao próprio coração (ex: lesões de insuficiência ou estenose valvulares) – ou extrínsecas (ex: resistência extracardíaca à perfusão sanguínea para as circulações sistêmica e pulmonar). Hipertrofia: resposta compensatória do músculo cardíaco em decorrência de sobrecarga crônica, seja sistólica (pressão) ou diastólica (volume). É o aumento de tamanho das fibras musculares, caracterizado pelo aumento do comprimento, do diâmetro e do número de sarcômeros da fibra muscular sem aumento do número de fibras. Hipertrofia concêntrica: aumento da espessura da parede ventricular e diminuição do lúmen, sem aumento do volume diastólico final, Circulação do sangue no coração diminuição da câmara. Ocorre quando há aumento da carga sistólica (aumento da força de contração devido a um aumento de pressão em uma ou ambas as câmaras cardíacas). Causas: estenoses valvulares, doenças pulmonares que conferem resistência ao fluxo sanguíneo, persistência de ducto arterioso e tamponamento cardíaco crônico. Hipertrofia excêntrica: aumento das câmaras, as paredes podem estar com espessura normal ou ligeiramente mais finas, músculos papilares normais. Ocorre quando há aumento da carga diastólica (aumento do volume sanguíneo recebido em uma ou ambas câmaras cardíacas). Causas: insuficiências valvulares e defeito septal. Obs: Só ocorre hipertrofia se houver tempo suficiente e se o miocárdio estiver saudável e com nutrição adequada. Obs: Respostas hipertróficas também ocorrem como respostas adaptativas durante processos fisiológicos, como na prática de exercícios físicos. Pode ocorrer também o inverso da cardiomegalia (aumento do coração), a atrofia ou ipotrofia. É rara e pode decorrer de desnutrição e doenças crônicas caquetizantes. { alterações post mortem e lesões sem significado clínico São alterações decorrentes da morte do animal (não são a causa do óbito), não possuem significado clínico. Exemplos dessas alterações são: autólise (ação de enzimas lisossômicas do próprio corpo), heterólise ou putrefação, coagulação sanguínea, rigor mortis. “Palidez cadavérica, rigidez cadavérica”. Rigor mortis: estado de contratura post mortem dos músculos do corpo. Nesse, os músculos se contraem e ficam rígidos, mesmo sem haver potenciais de ação. Isso ocorre devido à ausência total de trifosfato de adenosina (ATP), o qual é necessário para que haja a separação entre as pontes dos filamentos de actina e miosina durante o relaxamento muscular. O coração é o primeiro músculo a entrar em rigor mortis pois sua reserva de glicogênio é pequena, devido ao seu trabalho ininterrupto (uma hora após a morte). Fase de pré-rigor: ATP mantém afastadas as miofibrilas de actina e miosina durante o relaxamento muscular; Fase de rigor: consumo das reservas de glicogênio, ausência de ATP, resultando em forte união entre os miofilamentos de actina e miosina; Fase de pós-rigor: enzimas lisossômicas causam um processo autolítico, destruindo as proteínas musculares e causando relaxamento muscular. → Exame post mortem: avaliação das câmaras cardíacas é de suma importância. É esperado encontrar em um ventrículo esquerdo sem lesões uma parede ventricular vazia, sem coágulos (sua musculatura mais desenvolvida torna mais eficiente a expulsão de todo sangue durante o processo de rigor mortis). O coração para em diástole (câmaras cheias de sangue). No ventrículo direito e nos átrios é esperado encontrar coágulos preenchendo as câmaras (musculatura menos desenvolvida, logo, menor eficiência em expulsar todo o sangue durante a fase de rigor mortis). Presença de coágulo no ventrículo esquerdo = indicativo de rigor mortis incompleto, podendo sugerir insuficiência cardíaca. (Lesões de natureza degenerativa, necrótica e/ou inflamatória no miocárdio do ventrículo esquerdo reduzem a capacidade contrátil das fibras, tornando a musculatura incapaz de promover esvaziamento total da câmara cardíaca). Coagulação sanguínea: ocorre devido a liberação da enzima tromboquinase após o início do processo degenerativo das células endoteliais. Todo o sangue dentro do coração e dos vasos rapidamente se coagula. Obs: O coágulo permanecerá no sistema cardiovascular até que enzimas celulares e bacterianas causem sua digestão e liquefação. Coágulo cruórico: é vermelho e constituído basicamente de hemácias; Coágulo lardáceo: é amarelo e constituído principalmente de plaquetas, fibrina e leucócitos (em espécies domésticas pode ser indício de quadros de anemia grave, exceto em equídeos, nos quais ocorre provavelmente devido à rapidez da taxa de sedimentação das hemácias); Coágulo misto: é parte cruórico e parte lardáceo. Obs: Durante a necropsia, é extremamente importante diferenciar coágulos post mortem intracardíacos de trombos, que se formam ante mortem. Obs: Coágulos x trombos – coágulos são lisos, brilhantes, elásticos e apresentam-se soltos com o formato do vaso ou câmara cardíaca, já os trombos são opacos, friáveis, inelásticos, aderidos à parede do vaso e/ou ao endocárdio, possuem tamanhos e formas diferentes. Embebição pela hemoglobina: ocorre pela hemólise (12 a 24 h após a morte), que libera hemoglobina, a qual impregna por difusão passiva os endoteliócitos do endocárdio e da íntima vascular. Obs: Embebição pela hemoglobina x hemorragia – as hemorragias são mais vermelho-escuras, viscosas, profundas e definidas, enquanto a embebição pela hemoglobina possui coloração mais clara, é superficial e não é definida. Íntima da aorta com coloração normal Íntima da aorta com embebição pela hemoglobina Alterações sem significado clínico: pontos brancacentos evidentes distribuídos difusamente no endocárdio ventricular com aspecto semelhante a pó de giz são alterações frequentes em coração de cães, não tem uma causa conhecida e também não possui significado patológico. Obs: palidez difusa ou multifocal pode indicar, degeneração, necrose, inflamação, neoplasia ou cicatrização, para chegar a um diagnóstico, é preciso buscar outras alterações sistêmicas associadas, como congestão ou edemas pulmonares e realizar exames complementares (histológico, por exemplo). Trombo na artéria pulmonar { Insuficiência cardíaca Incapacidade do coração de bombear o sanguenecessário para atender às demandas metabólicas do organismo. Esse órgão torna-se insuficiente devido à falha na sua capacidade contrátil ou por aumento da demanda de trabalho. Causas – doenças ou alterações que: Promovem o aumento de pressão nas câmaras cardíacas (ex: estenoses valvulares, hipertensão pulmonar); Promovem aumento de volume nas câmaras cardíacas (ex: insuficiências valvulares, alterações congênitas); Ocasionam lesão e perda de musculatura cardíaca (ex: necrose do miocárdio, miocardites e neoplasias); Impedem a contratilidade das fibras cardíacas (hemopericárdio, pericardite constritiva); Alteram a contratilidade normal das fibras cardíacas (arritmias, fibrilação ventricular). Mecanismos compensatórios do coração: dilatação cardíaca e hipertrofia do miocárdio (mecanismos intrínsecos); aumento da frequência cardíaca, aumento da resistência periférica, aumento da volemia e redistribuição do fluxo sanguíneo para órgãos com prioridade metabólica (mecanismos extrínsecos). Dilatação cardíaca = resposta vista em estados patológicos em que há aumento de volume diastólico de forma aguda. O estiramento das miofibras promove aumento da força contrátil (regulação heterométrica ou fenômeno de Frank- Starling). O contínuo estiramento da fibra aumenta força contrátil até um limite após o qual o estiramento excessivo irá resultar em decréscimo dessa força. Macroscopia: coração flácido, globoso e com diâmetro longitudinal menor ou igual ao transversal, câmara cardíaca afetada apresenta paredes finas, músculos papilares achatados e lúmen aumentado (ex de causa: insuficiência valvular); Hipertrofia = aumento do tamanho das fibras musculares. Resposta compensatória do músculo cardíaco em decorrência da sobrecarga de pressão (hipertrofia concêntrica) ou sobrecarga de volume (hipertrofia excêntrica). Ação dos rins – resposta compensatória sistêmica = o débito cardíaco inadequado resulta em menor fluxo sanguíneo para os rins e menor filtração glomerular, o que ocasiona diminuição na concentração de sódio e aumento da concentração de potássio plasmático, levando à ativação do sistema renina-angiotensina- aldosterona. Sistema renina-angiotensina-aldosterona: a renina é liberada pelos rins, promovendo a conversão de angiotensinogênio em angiotensina I que, posteriormente, é convertida em angiotensina II pelos pulmões. A angiotensina II promove a vasoconstrição periférica e redistribuição do fluxo sanguíneo. Além disso, a angiotensina II promove a vasoconstrição das arteríolas renais aferentes, preservando o volume da filtração glomerular, e ativa a liberação de aldosterona, responsável pela reabsorção de sódio e água nos túbulos renais, favorecendo o aumento da volemia. Uma vez a pressão elevada, o coração libera um fator natridiurético atrial (FNA), esse, causa natridiurese, inibição do sistema renina-angiotensina- aldosterona e diminuição da pressão arterial. Se o coração é incapaz de melhorar seu desempenho, os rins continuam respondendo ao sistema renina-angiotensina-aldosterona, acarretando a formação de edema (o aumento do volume plasmático leva ao aumento da pressão hidrostática e ao extravasamento do líquido para o interstício). Essas respostas favorecem o aumento do débito cardíaco, mas, quando a causa da falha cardíaca persiste ou o coração está inapto a responder adequadamente, esses mecanismos acabam agravando a insuficiência cardíaca e o aparecimento de sinais clínicos. Insuficiência cardíaca aguda: resulta de uma parada súbita da contração efetiva do coração, com diminuição acentuada do débito cardíaco e hipóxia nos órgãos vitais, ocasionando a morte do animal. Evento rápido (não dá tempo de ação para mecanismos compensatórios). Causas: tamponamento cardíaco, necroses extensas do miocárdio, arritmias e desequilíbrio eletrolítico grave. Insuficiência cardíaca congestiva (ICC) ou crônica: processo lento, ocorre devido a perda gradual da eficiência cardíaca de bombeamento. O coração apresenta-se doente, todos os mecanismos compensatórios foram suplantados e os sinais clínicos e as lesões extracardíacas estão presentes. Causas: cardiomiopatias, lesões inflamatórias ou degenerativas do miocárdio, alterações congênitas, doenças pulmonares crônicas (cor pulmonale), estenose ou insuficiência valvular. ICC do lado esquerdo: dilatação ou hipertrofia do ventrículo esquerdo, congestão e edema pulmonares. Pulmões apresentam, além de congestão e edema, hemorragia, macrófagos com hemossiderina (células da insuficiência cardíaca) e fibrose alveolar. Sinais clínicos: tosse e dispneia. ICC do lado direito: lesão cardíaca do lado direito associada à congestão generalizada de órgãos abdominais e craniais, bem como anasarca (edema generalizado), caracterizada por hidrotórax, hidropericárdio, hidroperitôneo e edema subcutâneo (edema vem do aumento da pressão hidrostática pela estase venosa e aumento da volemia pelo sistema renina-angiotensina-aldosterona). Sinais clínicos: distensão da jugular pela estase sanguínea (muito evidente em bovinos) e diarreia decorrente da congestão de estômago e intestino, edema subcutâneo (ruminantes e equinos), hidrotórax (gatos) e ascite (cães). Obs: A congestão passiva crônica do fígado é bem característica. O fígado fica com volume aumentado, congesto e tem aspecto de noz moscada, decorrente de congestão e dilatação dos sinusoides, atrofia e necrose de hepatócitos da zona centrolobular – pode progredir para fibrose. Distenção da jugular em bovino Hidroperitôneo Hidrotórax Fígado de noz moscada Edema subcutâneo { anomalias do desenvolvimento Anomalias frequentes; Grau de lesão variável – variação na gravidade dos sinais clínicos; Incidência variável entre as espécies domésticas. Exame post mortem – avaliação do coração e vasos deve ser feita in situ, devido a impossibilidade de traçar as relações entre eles depois que o órgão é removido. Embora a causa seja desconhecida, acredita-se que lesões congênitas sejam ocasionadas por alterações durante o desenvolvimento pré-natal ou por genes recessivos ou conjugados poligênicos que exerçam efeitos deletérios sobre o desenvolvimento cardíaco. Desenvolvimento do coração – 3 comunicações arteriovenosas: Entre átrios (pelo septo atrial e forame oval); Entre ventrículos (pelo septo ventricular); Entre grandes vasos (pelo ducto arterioso) O fechamento dos septos atrial e ventricular ocorre durante a vida intrauterina, e o fechamento do forame oval e do ducto arterioso ocorre no período neonatal. → Sistema circulatório fetal: no feto, os pulmões estão colapsados, o que confere maior resistência ao fluxo sanguíneo pulmonar, comparado à circulação pós- natal. Por outro lado, a resistência ao fluxo sanguíneo pela aorta é muito baixa, fazendo com que quase todo sangue arterial pulmonar flua pelo ducto arterioso, propiciando recirculação imediata do sangue pelas artérias da grande circulação do feto. Em primeiro lugar o sangue que retorna da placenta pela veia umbilical passa pelo ducto venoso desviando-se do fígado. A seguir, a maior parte do sangue entra no átrio direito, proveniente da cava caudal, é dirigida pelo forame oval para o átrio esquerdo. Esse sangue bem oxigenado proveniente da placenta entra para o lado esquerdo do coração, sendo bombeado pelo ventrículo esquerdo para os vasos da cabeça e dos membros. O sangue que entra no átrio direito pela veia cava cranial dirige-se para o ventrículo direito por meio da válvula tricúspide. Esse sangue desoxigenado é bombeado para a artériapulmonar e pelo ducto arterioso para a aorta. Em seguida, esse sangue é levado pelas artérias umbilicais para a placenta, onde então é oxigenado. *Alterações cardiovasculares congênitas que proporcionam a passagem de sangue do lado esquerdo para o direito: Persistência do ducto arterioso: Em condições normais: Fechamento funcional: contração do músculo liso da túnica média – poucas horas até 5 dias (potros); Fechamento anatômico (ducto arterioso ocluído - ligamento arterioso) – 1 a 4 meses. A comunicação entre a aorta e a artéria pulmonar permanece aberta, ocasionando desvio de sangue do lado esquerdo para o direito. Se o ducto persistente for de diâmetro considerável, haverá sobrecarga do volume sanguíneo no ventrículo esquerdo, resultando em hipertrofia excêntrica, uma vez que grande parte do sangue que sairia da aorta para a grande circulação é lançada para a artéria pulmonar e segue então para os pulmões, resultando em congestão pulmonar e retornando ao ventrículo esquerdo. Já o ventrículo direito será submetido ao aumento de pressão, resultando em hipertrofia concêntrica. Há também dilatação atrial esquerda, devido ao aumento do fluxo sanguíneo oriundo dos pulmões, aumentando a predisposição à trombose decorrente do turbilhonamento do fluxo. Terapêutica: correção cirúrgica (ligadura do canal persistente). Defeito do septo interventricular: geralmente decorrente de alterações no crescimento do septo membranoso. Consequências dependem do tamanho do orifício: se for significativo, ocorre desvio de sangue do ventrículo esquerdo para o direito, podendo levar o animal a morte logo após o nascimento. Observa-se hipertrofia excêntrica do ventrículo esquerdo e hipertrofia concêntrica do ventrículo direito. Complicações aparecem após o nascimento. Defeito do septo atrial (persistência do forame oval): Vida fetal: fluxo sanguíneo do AD para o AE; Após nascimento: inversão de pressão (fechamento do forame oval). Não oclusão do forame = ocorrência de defeitos do septo; Consequências dependem do tamanho do orifício – defeitos maiores = desvio de sangue do AE para o AD, levando a hipertrofia excêntrica do ventrículo direito e hipertensão pulmonar, seguida de cianose. Alterações cardiovasculares congênitas que ocasionam desvio de sangue da direita para a esquerda: Transposição de grandes vasos (TGV): A aorta se origina no ventrículo direito e a artéria pulmonar, no ventrículo esquerdo (sangue venoso chega às câmaras cardíacas direitas e segue, pela aorta, novamente para circulação sistêmica; sangue oxigenado chega ao átrio esquerdo pelas veias pulmonares e é bombeado pelo ventrículo esquerdo novamente aos pulmões através da artéria pulmonar). Pode ou não estar associada a outros defeitos congênitos (persistência do forame oval - possibilita a mistura de sangue arterial e venoso, podendo propiciar sobrevida ao animal, caso contrário = morte por insuficiência cardíaca). Comum a ocorrência de hipoplasia tanto da aorta quanto da artéria pulmonar nesses casos. Tetralogia de Fallot: 4 anomalias: dextraposição da aorta (origem biventricular), defeito do septo ventricular, estenose da artéria pulmonar e hipertrofia ventricular direita secundária. Em função da dextraposição da aorta, essa recebe sangue de ambos os ventrículos. Por meio do defeito do septo ventricular, o sangue do VE flui para o VD e para a aorta. Como a artéria pulmonar apresenta estenose, pouca quantidade de sangue do VD passa para os pulmões. Como o lado direito do coração está submetido a uma sobrecarga de pressão, desenvolve- se secundariamente, hipertrofia concêntrica do miocárdio ventricular direito. Ocorre devido ao desenvolvimento inadequado do septo interventricular e ao deslocamento do septo atrial, ocasionando superposição da aorta e obstrução do fluxo sanguíneo direito. Principal alteração fisiológica = 75% do sangue desviado dos pulmões não é oxigenado. Predisposição – Bulldog Inglês, Poodles, Schnauzers, Fox Terrier, Collie, Pastor de Shetland; Fadiga, cianose, policitemia (sinais clínicos). Alterações valvulares que ocasionam obstrução do fluxo sanguíneo: Estenose subaórtica: Mais comum em suínos e cães (Pastor Alemão e Boxer – hereditário); Ocorre formação de uma espessa camada de tecido conjuntivo fibroso no VE abaixo das válvulas semilunares aórticas – dificuldade do fluxo sanguíneo para a aorta; Endocárdio acometido = proliferação de células mesenquimais, mucina e metaplasia cartilaginosa; Hipertrofia concêntrica do ventrículo esquerdo, dilatação da aorta. Estenose da artéria pulmonar: Estreitamento do lúmen da artéria pulmonar devido à presença de tecido conjuntivo fibroso próximo à sua origem no ventrículo direito (valvular, supravalvular ou subvalvular); Comum em cães (Bulldog Inglês), rara em outras espécies; Consequências: hipertrofia concêntrica do VD e dilatação da artéria pulmonar (fluxo turbulento). Coarctação da aorta: Definida por uma estenose da aorta em um segmento próximo à entrada do ducto arterioso (pode ocorrer em outros segmentos da artéria). Em humanos: Lesão pré-ductal = mais grave – alterações no fluxo sanguíneo sistêmico e insuficiência cardíaca; Lesão pós-ductal = menos grave – induz à cardiomegalia. Anomalias congênitas que cursam com conexões e posicionamentos arteriais e venosos anormais: Persistência do arco aórtico direito: Situação normal: aorta se desenvolve a partir do 4º arco aórtico esquerdo; Defeito: aorta ascende do lado direito da linha média, à direita do esôfago e traqueia; Ducto arterioso (liga a aorta à artéria pulmonar) forma um ligamento fibroso sobre o esôfago, comprimindo-o sobre a traqueia e ocasionando disfagia, regurgitação e dilatação da porção cranial do esôfago (megaesôfago). Duplo arco aórtico = disfagia, regurgitação e megaesôfago. Persistência do tronco arterioso: Ocorre quando a aorta e a artéria pulmonar não se dividem, havendo então a presença de um vaso sanguíneo único e calibroso; Mistura de sangue arterial e venoso – cianose; Hipertrofia do miocárdio do VD e hipertensão pulmonar; Forma menos grave = janela aórtico-pulmonar (não divisão parcial). Outras anomalias cardíacas e vasculares: Ectopia cordis: Localização anormal do coração – coração fora da cavidade torácica; Mais comum em bovinos (região cervical inferior, submandibular, torácica ou abdominal); Raro. Fibroelastose endocárdica: Alteração congênita hereditária observada mais frequentemente em gatos das raças Siamês e Burmês; O endocárdio apresenta-se esbranquiçado e espesso, especialmente no VE, devido à proliferação do tecido fibroelástico. Ocorre hipertrofia secundária do VD e do VE e dilatação do AD. Provoca insuficiência cardíaca em gatos. Ausência de pericárdio: Distúrbio raro, descrito em cães; Ausência parcial ou total do pericárdio parietal; Geralmente assintomático. Hematocistos: Frequentes nas válvulas atrioventriculares de bezerros (também presente em outras espécies); É uma alteração que regride espontaneamente, podendo persistir por poucos meses a 1 ano, e não causa alterações funcionais na válvula (achado de necrópsia); Pequenos cistos preenchidos por sangue nas extremidades das válvulas atrioventriculares. Cordas tendíneas anômalas: Alteração congênita rara na qual as cordas tendíneas podem estar em maior número ou inseridas em localizações ectópicas (parede livre dos ventrículos, septo interventricular ou de um músculo papilar a outro); Consequências: coaptaçãoincompleta dos folhetos valvulares – refluxo sanguíneo, dilatação atrial, seguida ou não de insuficiência cardíaca. Displasia do miocárdio: Doença caracterizada pela substituição gradual dos cardiomiócitos por células adiposas e por tecido conjuntivo fibroso – altera os impulsos elétricos, promovendo arritmias; Observada principalmente na parede livre do ventrículo direito (áreas pálidas no miocárdio); Causa morte súbita em cães. Traço autossômico dominante em cães da raça Boxer. Sinais clínicos: arritmia ventricular, insuficiência cardíaca ou morte súbita. Obs: Displasia x distrofia do miocárdio – ao contrário da displasia, que é uma alteração exclusiva do miocárdio, a distrofia acomete principalmente o músculo esquelético (atrofia dos músculos – deformidades esqueléticas). Displasia das válvulas atrioventriculares: Malformação da válvula, a qual pode ocorrer tanto na válvula mitral quanto na tricúspide. Pode ocorrer o fechamento incompleto da válvula, promovendo refluxo sanguíneo para o átrio durante a sístole ventricular. Displasia mitral = frequente em gatos da raça Siamês e constitui causa de dilatação atrial esquerda, seguida ou não de insuficiência cardíaca. Caracteriza-se por folhetos valvulares espessos associados a cordas tendíneas curtas e/ou fundidas. { alterações do pericárdio Alterações circulatórias: Hemorragias: Alteração não específica frequente; Variável de tamanho: petéquias, equimoses ou sufusões; Causas: septicemias, toxemias ou anoxia – principalmente hemorragias subepicárdicas; Hemorragia cardíaca intensa e marcante – exemplos: carbúnculo sintomático em bovinos, doença do coração de amora em suínos e enterotoxemia por Clostridium em bezerros e carneiros. Hidropericárdio: acúmulo excessivo de líquido dentro do saco pericárdico. É transudato (fluido aquoso, claro, transparente ou ligeiramente amarelado, pobre em proteínas e não se coagula quando exposto ao ar). Causas: processos patológicos que levam ao aumento da pressão hidrostática, aumento da permeabilidade vascular (uremia em cães, doença do coração de amora e doença do edema em suínos), diminuição da pressão oncótica ou de drenagem linfática. Ex: verminoses, subnutrição, insuficiência renal crônica, insuficiência cardíaca direita ou bilateral, tumores implantados na base do coração. Presença de fibrina pode ocorrer, mas não indica, por si só, um processo inflamatório. Macroscopicamente: acúmulo de fluido no saco pericárdico sem ocorrer alteração dos folhetos, que permanecem lisos e brilhantes. Pode ocorrer espessamento e opacidade dos folhetos (se o fluido for acumulado por período prolongado). Acúmulo lento: pode causar hipertrofia concêntrica do coração, que pode progredir para insuficiência cardíaca; Acúmulo rápido: pode causar tamponamento cardíaco agudo (dificuldade de enchimento do VD durante a diástole), levando ao óbito por choque cardiogênico. Obs: O líquido pode ser apenas uma alteração post mortem, na qual esse se encontra aumentado de volume e avermelhado pela embebição por hemoglobina. Hemopericárdio: acúmulo de sangue no saco pericárdico. Pouco frequente, geralmente fatal; Causas comuns: ruptura de vasos ou átrios por trauma, perfuração do coração, ruptura intrapericárdica da aorta, ruptura de hemangiossarcomas, ruptura dos átrios devida à endocardite atrial ulcerativa na uremia em cães, ruptura da artéria coronária e do átrio decorrente de deficiência de cobre em suínos; Presença de coágulos ou fluido vermelho denso e viscoso. Tamponamento cardíaco – choque cardiogênico. Alterações metabólicas: Atrofia gelatinosa do tecido adiposo: Decorrente de quadros de caquexia em que os depósitos de tecido adiposo são mobilizados para a produção de energia; Histologicamente: atrofia dos adipócitos associada a edema; Macroscopicamente: massa gelatinosa transparente salpicada ou não por pequenos focos esbranquiçados (necrose). Gota úrica (pericardite úrica das aves): Acúmulo de urato em pericárdio, fígado, baço, sacos aéreos e peritônio parietal; Já foi descrita em aves e serpentes com insuficiência renal (incapacidade dos rins na excreção de urato, promovendo deposição desses cristais); Quadros de desidratação, deficiência de vitamina A, excesso de cálcio na dieta e micotoxinas também já foram apontados como fatores etiológicos; Macroscopicamente: depósito de substância branca semelhante a pó de giz nos folhetos parietal e visceral do pericárdio. Alterações inflamatórias: Pericardite: é o processo inflamatório que envolve os folhetos visceral e parietal. O tipo de pericardite é determinado pelo tipo de exsudato presente, classificado como seroso, fibrinoso ou supurado. Causas: Pericardite serosa: acúmulo de líquido no saco pericárdico rico em proteína, com conteúdo hemorrágico variável e escassa fibrina. Geralmente progride para pericardite fibrinosa. Pericardite firbinosa: Tipo mais comum nos animais domésticos; Resulta geralmente, de infecção hematógena, mas também pode ocorrer por via linfática ou por extensão de processos inflamatórios adjacentes, como pleuropneumonia fibrinosa. Macroscopicamente: superfície do pericárdio é recoberta por quantidade variável de material filamentoso friável (fibrina) de coloração amarelo-acinzentada, que pode estar misturado com sangue – lesões recentes; Acúmulo de fibrina – projeções papilares entre os folhetos que dão aspecto de “pão com manteiga” quando esses são separados; Com o passar do tempo, a fibrina sofre organização e é substituída, progressivamente, por tecido conjuntivo, formando aderências fibrosas firmes entre os folhetos. Consequências: quando a aderência é difusa com obliteração completa do saco pericárdico, pode ocasionar hipertrofia concêntrica do coração, devido à dificuldade de expansão. Nessa fase a pericardite é conhecida como pericardite constritiva. Pericardite purulenta ou fibrinopurulenta: Causada por bactérias piogênicas; É comum em bovinos em decorrência de reticulopericardite; Em cães e cavalos, pode estar associada a piotórax; Macroscopicamente: grande quantidade de exsudato purulento no saco pericárdico. O exsudato é fino, amarelo, verde ou cinza e pode estar misturado com fibrina. Odor desagradável; Aderência entre os folhetos e as estruturas adjacentes está quase sempre presente; Hipertrofia concêntrica do VD pode ser observada em razão da intensa aderência dos folhetos; Morte geralmente decorre de toxemia ou insuficiência cardíaca congestiva. Não ocorre reparação – sempre há fibrose; Pericardite piogranulomatosa: Pode ser observada em casos de botriomicose; Macroscopicamente: formação de massa difusa e de consistência firme ao redor do pericárdio; Microscopicamente: predominantemente neutrófilos e macrófagos e, ainda, macrófagos epitelioides e fibroplasia. Hemorragias e material fibrinoso acinzentado no epicárdio e no saco pericárdico Aspecto de “pão com manteiga” Aderências fibrosas – tecido conjuntivo { alterações do endocárdio Alterações degenerativas: Endocardiose valvular (degeneração mixomatosa ou mucoide das válvulas): Frequentemente diagnosticada em cães – geralmente achado acidental de necropsia; Ocorre deposição de glicosaminoglicanos concomitantemente à degeneração do colágeno da válvula, decorrente de herança poligênica; Válvula mitral = mais acometida; “Doença do cão velho” – 75% dos cães acometidos apresentam mais de 16 anos; Macroscopicamente: espessamento nodular, de consistência firme, de coloração brancacenta ou amarelada, com superfície lisa e brilhante, localizado nas bordas livres das válvulas; Histologia: substituição da camada esponjosa da válvula por tecido conjuntivo mixomatoso. Comum nas raças Cavalier King Charles Spaniel, Poodle, Schnauzer, Pinscher, Fox Terrier e Boston Terrier; Quando discreta, não ocorre alteração funcional significativa da válvula; Consequência: insuficiência valvular com refluxo de sangue e subsequente hipertrofia excêntrica do ventrículo (esquerdo ou direito), dilatação atrial e fibrose endocárdica; A progressão do processo pode desencadear insuficiência cardíaca, com todas as suas manifestações clínicas e macroscópicas. Ruptura do átrio e válvula mitral espessada Fibrose subendocárdica: Pode ser focal ou difusa, congênita (Fibroelastose endocárdica congênita) ou adquirida; Fibrose subendocárdica ocorre nos casos de dilatação ventricular ou atrial prolongada, presentes nos casos de insuficiência valvulares. Mineralização subendocárdica: Deposição de cálcio e outros minerais no endocárdio e na íntima das artérias elásticas; Associada a uma variedade de desordens: deficiência de vitamina E e selênio em cordeiros; intoxicação por plantas calcinogênicas em bovinos; hipervitaminose D em equinos e coelhos; e endocardite atrial ulcerativa (uremia) em cães; É primariamente degenerativo e não inflamatório. As mineralizações decorrem da degeneração fibrinoide do tecido conjuntivo promovida pelas altas concentrações séricas de ureia, creatinina e outros compostos nitrogenados decorrentes do catabolismo proteico; Macroscopicamente: múltiplas placas firmes, irregulares, de coloração brancacenta e que rangem ao corte. Mineralização da aorta Alterações inflamatórias: Endocardite: processo inflamatório do endocárdio. A inflamação pode ser localizada nas válvulas (endocardite valvular) ou na parede de átrios ou ventrículos (endocardite mural), sendo a valvular, mais frequente (desgaste fisiológico) que a mural. Endocardite valvular: Acometimento de válvulas: mitral > aórtica > tricúspide > pulmonar (exceção: ruminantes – tricúspide mais acometida); Causas: bactérias, parasitas e fungos, mas 90% dos casos são endocardites bacterianas. Bovinos: Trueperella pyogenes, Streptococcus spp.; suínos: Streptococcus suis, Erysipelothrix rhusiophatiae; equinos: Streptococcus equi, Escherichia coli, Pseudomonas aeruginosa; ovinos: Streptococcus spp.; cão: raro – Escherichia coli. Neonatos são mais suscetíveis. Patogênese: Tendência das lesões se desenvolverem nas linhas de aposição das superfícies das valvas (exposição ao fluxo do sangue) - Necessidade de bacteremia constante ou recorrente; O desgaste fisiológico favorece a aderência e a proliferação bacteriana no endotélio valvular lesionado pelo trauma de aposição. Com a lesão, ocorre exposição de proteínas da matriz extracelular, tromboplastina e fatores teciduais que ativam a cascata de coagulação, formando um coágulo no endotélio danificado e infiltração leucocitária. Bactérias, então, se ligam ativamente a integrinas nas células endoteliais, fibronectina e componentes do coágulo. Macroscopicamente: Lesão inicial: pequenas ulcerações irregulares nas bordas valvulares; Endocardite valvular vegetativa: posteriormente à lesão inicial - massas amareladas ou acinzentadas, friáveis, rompem-se com facilidade, quando retiradas promovem erosões do endotélio vascular, às vezes recobertas por coágulo sanguíneo; Fase crônica: massa verrugosas de tamanhos variados (depósitos de fibrina organizados em tecido conjuntivo fibroso). Microscopicamente: camadas de fibrina e sangue com colônias bacterianas depositadas sobre uma camada de células inflamatórias associadas à proliferação de tecido de granulação. Consequências: geralmente fatais, resolução pode ser completa no caso de lesões discretas. Extracardíacas: embolismo bacteriano – abcessos e infartos nos rins, baço, coração, cérebro (raro, lado esquerdo), e pulmão (lado direito). Artrite é comum no cão (lado esquerdo); Cardíacas: estenose ou insuficiência valvular, que geralmente acarretam insuficiência cardíaca. Endocardite mural: Geralmente é uma extensão da endocardite valvular; Macroscopicamente: áreas de endocárdio atrial com superfície irregular, rugosa, opaca ou esbranquiçada, devido à deposição de minerais, e ulcerada, onde podem-se formar trombos; Comum nos casos de endocardite valvular por Trueperella pyogenes, larvas de Strongylus vulgaris (raro) em equinos, uremia (endocardite atrial ulcerativa) em cães e carbúnculo sintomático em bovinos; Consequências: extensão do processo para as válvulas ou miocárdio, perfuração do coração com hemopericárdio e tamponamento cardíaco (menor frequência). { Alterações do miocárdio → Alterações degenerativas: Maior suscetibilidade em relação ao músculo esquelético (atividade contínua); Causas específicas: plantas e substâncias cardiotóxicas; Causas inespecíficas: quadros febris de origem infecciosa, anemias e toxemias. Degeneração hidrópica: acúmulo de água e eletrólitos no citoplasma das fibras musculares cardíacas (raramente ocorre sozinha). Causas: situações que alteram o equilíbrio hidroeletrolítico – hipóxia, hipertermia e toxinas; Macroscopicamente: depende da intensidade do processo, podendo ser de difícil diagnóstico macroscópico; Em geral, apresenta-se de coloração cinza- pálida e com consistência friável (aspecto de “cozido”). Degeneração gordurosa (esteatose): acúmulo de lipídios no citoplasma das fibras musculares cardíacas. Causas: situações que alteram no metabolismo dos ácidos graxos, aumentando ou dificultando sua utilização, transporte ou excreção – anemia grave e toxemia (mais comuns); Macroscopicamente: órgão apresenta áreas de coloração pálida-amarelada, alternando com áreas de coloração normal. Endocardite atrial ulcerativa em cão com uremia Degeneração hialina: acúmulo de material acidófilo no interior da célula cardíaca oriundo da coagulação de proteínas das células musculares. Ocorre desnaturação dos filamentos intermediários de proteínas que compõem o citoesqueleto das células. Causas: ação de endotoxinas bacterianas, deficiência de vitamina E (suíno, bovino e equino) e vírus da febre aftosa; Microscopicamente: fibra coagulada e eosinofílica; Macroscopicamente: áreas pálidas. Atrofia do miocárdio: diminuição do tamanho do coração devido à diminuição do tamanho das fibras musculares cardíacas. Causas: doenças crônicas caquetizantes e desnutrição; Ruminantes são mais suscetíveis. Lipofuscinose (atrofia parda): Observada nas doenças crônicas caquetizantes devido à má nutrição, podendo ou não estar associada à atrofia do miocárdio. Lipofuscina: pigmento oriundo do catabolismo de membranas e organelas celulares – muita lipofuscina significa que há mais catabolismo do que anabolismo – cor pardacenta; Ocorre geralmente em animais mais velhos (principalmente em ruminantes); Macroscopicamente: músculo cardíaco de coloração marrom-escura (essa mudança macroscópica é pouco provável de aparecer); A capacidade funcional do órgão é preservada. Mineralização: Frequente e quase sempre de natureza distrófica (necessita de lesão prévia no tecido); Mineralização metastática: necessita de elevação dos níveis de cálcio e fósforo no sangue; O processoé localizado e se inicia com necrose e/ou fibrose das fibras musculares cardíacas; Consequências variam com o local e intensidade da mineralização; Geralmente não traz transtornos significativos à função do órgão (achado acidental); Macroscopicamente: áreas branco- amareladas que rangem ao corte. Miopatia nutricional (doença do músculo branco): causada por deficiência de vitamina E e selênio (antioxidantes) – carência de elementos antioxidantes pode levar a dano oxidativo nas células, provocando degeneração e necrose de musculatura. Animais mais jovens são mais afetados (principalmente pequenos ruminantes). Macroscopicamente: palidez do músculo cardíaco. Necrose: possui grande variedade de causas Doenças infecciosas: vírus da aftosa, parvovírus e herpesvírus canino; Deficiência nutricional de vitamina E e selênio (miopatia nutricional); deficiência nutricional de tiamina, cobre e taurina; Rabdomiólise equina; miopatia por captura de animais selvagens; Substâncias tóxicas – monensina, plantas tóxicas; Isquemia – doenças com formação de trombos e êmbolos, arterioesclerose. Microscopicamente: lesões não detectáveis nas 6-12 horas. Aumento da eosinofilia das fibras, perda de estriações transversais, cariólise. Eventualmente, mineralização. Alterações macroscópicas não são aparentes antes de 12 horas após a injúria. Entre 18 a 24 horas, a área afetada apresenta-se pálida. Nos casos de necrose decorrente de infarto, se ele for suficientemente extenso, pode haver espessamento do pericárdio adjacente → Alterações inflamatórias: Miocardite: processo inflamatório do miocárdio que, geralmente está associado a uma variedade de doenças sistêmicas (raramente primária). Pode ser focal, multifocal ou difusa. Geralmente ocorre por disseminação hematogênica de agentes infecciosos mas pode ocorrer também por extensão de endocardites e pericardites. As consequências da miocardite dependem da extensão da lesão. Focal: após a resolução pode- se observar fibrose; casos mais difusos podem levar o animal à morte por insuficiência cardíaca aguda ou crônica. Causas: vírus, bactérias, parasitos, fungos. Causas não infecciosas – intoxicação por Vicia villosa (ervilhaca) em bovinos. *Miocardite supurada: Causada por bactérias piogênicas: Trueperella (Arcanobacterium) pyogenes, Actinobacillus equuli; Geralmente originada de embolismo; Macroscopicamente: áreas pálidas multifocais ou múltiplos abscessos no miocárdio; Microscopicamente: infiltrado inflamatório neutrofílico intenso associado à necrose de fibra muscular. *Miocardite hemorrágica: Observada em casos de carbúnculo sintomático em bovinos - Clostridium chauvoei; Macroscopicamente: músculo cardíaco apresenta-se de coloração vermelho-escura ou marrom-escura e de aspecto poroso; Microscopicamente: intensa hemorragia, necrose intensa de fibra muscular, infiltrado neutrofílico linfocitário, acúmulo de gás e grumos de bactérias Gram-positivas. *Miocardite granulomatosa: Pode ocorrer em casos de tuberculose bovina (não é comum) – nódulos brancos-amarelados com material caseoso e, às vezes, calcificados no miocárdio; Linfadenite caseosa em ovinos – formação de granulomas caseosos típicos, que apresentam, ao corte, camadas estratificadas, concêntricas e circunscritas; Intoxicação por ingestão de Vicia villosa (ervilhaca) em bovinos – lesões granulomatosas sistêmicas – nódulos branco-acinzentados, macios, multifocais e coalescentes; Algas do gênero Prothoteca – infecção sistêmica em cães. Obs: Alguns tipos de miocardites são de difícil diagnóstico macroscópico. Geralmente, apresentam-se como áreas mais pálidas demarcadas no miocárdio, semelhantes a áreas de necrose. Em alguns casos, a lesão pode não ser visível macroscopicamente (classificação pode ser feita quanto ao tipo de infiltrado presente no interstício. *Miocardite necrosante: Pode ser causada por protozoários: Neospora caninum em cães, Toxoplasma gondii em cães e gatos e Trypanosoma cruzi em cães. Observam-se focos de necrose associados a um infiltrado inflamatório linfo-histiocitário e zoítos intralesionais. *Miocardite linfocítica: Geralmente causada por vírus – doenças sistêmicas; Microscopicamente: infiltrado inflamatório é predominantemente linfocítico, podendo ser intersticial ou perivascular; Causas virais específicas de miocardite: Parvovírus canino tipo 2 (cães), vírus da febre aftosa (bezerros) e vírus da encefalomiocardite (suínos). *Miocardite parasitária: Frequente nos animais domésticos; Forma do parasita no miocárdio, sem reação inflamatória evidente ou reação granulomatosa eosinofílica discreta ao redor do parasita; Sarcocystis sp. – bovino (frequente); Cisticercose – bovinos e suínos (importância em saúde pública). → Alterações proliferativas: Neoplasias: Primárias: considerada rara nos animais domésticos, exceto pelo hemangiossarcoma em cães e neurofibroma em bovinos; Secundárias (metastáticas): são relativamente comuns, sendo o linfoma e os carcinomas as mais frequentes. *Rabdomioma: neoplasia benigna oriunda de fibras musculares estriadas do coração (rara). Frequente em suínos; Nódulos são únicos ou múltiplos, acinzentados, bem delimitados, não encapsulados, sólidos ou císticos; Histologicamente: células grandes e poligonais a redondas, os núcleos são grandes e o citoplasma abundante e fortemente eosinofílico e vacuolizado. *Rabdomiossarcoma: tumor maligno de células musculares cardíacas (rara). Microscopicamente: apresenta crescimento infiltrativo, as células são pleomórficas e desordenadas e têm poucas figuras de mitose. Os animais afetados podem apresentar disfunção cardíaca ou a lesão pode ser apenas um achado de necropsia. *Neurofibroma: neoplasia benigna dos nervos periféricos (mais frequente em bovinos). Macroscopicamente: nódulos solitários ou múltiplos localizados no epicárdio ou no miocárdio; Microscopicamente: células fusiformes dispostas em feixes, redemoinho ou, às vezes, “em paliçada”, com quantidade variável de colágeno. *Hemangiossarcoma: neoplasia maligna de células endoteliais. Neoplasia primária do coração mais frequente em cães e geralmente se localiza no átrio direito; Pode ser uma neoplasia metatástica no coração oriunda do baço ou da pele, outros locais primários; Macroscopicamente: massa sem limite preciso, vermelha, friável e com coágulos sanguíneos no seu interior; Obs: Metástases são frequentes e afetam principalmente os pulmões; consequências: ruptura da massa neoplásica, causando hemopericárdio e tamponamento cardíaco. *Mesotelioma: neoplasia oriunda do mesotélio (camada de células que recobre os órgãos e as cavidades corporais). Rara nos animais domésticos; Macroscopicamente: nódulos difusos ou placas cobrindo as serosas. Pode haver um componente fibroso envolvido; Microscopicamente: proliferações de estruturas ramificadas ou papilares de células mesoteliais basais alinhadas sob um estroma de sustentação fibrovascular. *Linfoma: neoplasia maligna de linfócitos com origem em qualquer tecido linfoide. Macroscopicamente: formação de uma ou mais massas nodulares delimitadas ou difusas, de coloração brancacenta e consistência friável, localizados na parede atrial ou ventricular. *Quimiodectomas ou quimiorreceptomas: neoplasias dos órgãos receptores que estão localizados na carótida e na aorta, junto à base do coração (corpos carotídeos ou aórticos) Frequente em cães e incomum em gatos e bovinos – raças caninasbraquiocefálicas têm maior predisposição para o desenvolvimento do tumor; Macroscopicamente: massas simples ou múltiplas, brancacentas, firmes e de tamanho variado e estão localizadas na adventícia da aorta; Microscopicamente: células neoplásicas são poliédricas, pleomórficas, com citoplasma eosinofílico finamente granular; Manifestação clínica está associada ao tamanho do tumor – os animais podem apresentar sinais de descompensação cardíaca ou dificuldade de deglutição (compressão do esôfago). Pode se observar hipertrofia ou dilatação das câmaras cardíacas e hidropericárdio. Obs: Diferenças entre neoplasia primária e secundária na necropsia – a neoplasia primária geralmente está em um foco só, na secundária são focos múltiplos. { Alterações de vasos sanguíneos → Alterações do desenvolvimento: Desvio ou anastomose portossistêmica congênita: é o desvio da veia porta para a cava por meio de estruturas fetais remanescentes, como o ducto venoso persistente. Ocorre em cães e gatos. → Alterações inflamatórias: Arterite: inflamação das artérias. Pode ocorrer como consequência de doenças infecciosas, imunomediadas ou tóxicas. Causas infecciosas: vírus, parasitas, bactérias e fungos. Pode ser estabelecida por extensão local de processos inflamatórios dos tecidos adjacentes ou originada por disseminação hematogênica. Trombose, devido à lesão endotelial, é uma consequência frequentemente observada associada à arterite. *Arterite parasitária: inflamação causada pela migração de larvas. Ex: Spirocerca lupi – nódulos na parede da aorta podem progredir para aneurisma seguido de ruptura fatal. Microscopicamente os vermes que escavam a parede da aorta causam necrose, inflamação, mineralização e até metaplasia óssea. Ex: Strongylus vulgaris (em cavalos) – microscopicamente: infiltração intensa de células inflamatórias, degeneração do tecido elástico e muscular da túnica média e substituição por fibroblastos. Aneurismas podem ocorrer devido à fragilidade da parede da artéria inflamada. *Arterites bacterianas: ocorrem pela ação tóxicas do lipopolissacarídio (LPS) ou de endotoxinas citotóxicas de algumas bactérias que lesionam diretamente o endotélio ou indiretamente, por ação de prostaglandinas e radicais livres de oxigênio liberados durante a infecção. *Arterite micótica: causada por alguns fungos que têm afinidade pelas artérias. *Arterites virais: originadas por viroses sistêmicas. Células endoteliais são primariamente atingidas (arterite viral equina e peste suína) ou a vasculite é mediada por mecanismos de base imune (peritonite infecciosa felina e febre catarral maligna). Causas imunomediadas não infecciosas de vasculite: púrpura hemorrágica, poliarterite nodosa, lúpus eritematoso sistêmico e doença do soro. Flebite: inflamação das veias. Frequentemente complicada por trombose (tromboflebite); Causas: infecções sistêmicas (ex: peritonite infecciosa felina), extensão de infecções locais (ex: metrite e hepatite supurada), iatrogênicas (contaminação decorrente de injeções inadequadamente aplicadas). *Onfaloflebite: processo inflamatório que envolve os componentes do cordão umbilical. Ocorre em bezerros pela contaminação bacteriana do umbigo após o parto e pode ocasionar septicemia, poliarterite e abscessos hepáticos. → Dilatações e rupturas: Aneurisma: dilatação localizada e permanente da parede de um vaso arterial, mais frequente nas artérias elásticas. Resulta do enfraquecimento local da parede vascular, que está estendida além da sua capacidade de resistência; Causas: alterações inflamatórias ou degenerativas; deficiência de cobre em suínos; Infrequentes nos animais domésticos (exceção: lesões de S. vulgaris na artéria mesentérica de equídeos e S. lupi na aorta de cães); Consequências: ruptura (geralmente fatal), trombose com obstrução. Flebectasia e telangiectasia: Flebectasia: é a dilatação de veias – incomum nos animais domésticos; Telangiectasia: é a dilatação de capilares – importância no fígado de bovinos, que se apresenta com manchas escuras, irregulares e deprimidas em relação ao parênquima normal. Rupturas vasculares: Decorrem de traumatismo e raramente são espontâneas (ex: ruptura da aorta intrapericárdica da aorta em equinos); A ruptura acontece geralmente dentro do saco pericárdico, e a morte ocorre rapidamente por tamponamento cardíaco; A ruptura de grandes vasos tem como consequência hemorragia nas cavidades corporais, a qual leva à morte por choque hipovolêmico. → Trombose e embolismo: Trombose: Etiopatogenia: tríade de Virchow – lesão endotelial, alterações do fluxo sanguíneo e hipercoagulabilidade; Causas frequentes em animais domésticos: estrongilose em cavalos, dirofilariose em cães, trombose da aorta caudal em casos de cardiomiopatia felina e canina e trombose da veia cava caudal de bovinos com abscesso hepático; Trombos recém-formados são massas de fibrina firmes, amareladas ou avermelhadas, aderidas focalmente na íntima do vaso. Com o passar do tempo, inicia-se a organização por proliferação fibroelástica com oclusão parcial ou total do lúmen. Consequências: obstrução com isquemia, formação de êmbolos (tromboembolismo). Embolismo: é a obstrução vascular provocada por trombos ou corpos estranhos que se deslocam pelo sangue; Podem ser sépticos (ex: endocardites valvulares) ou estéreis (ex: parasitos mortos, células neoplásicas, bolhas de ar durante injeções intravenosas); êmbolos gordurosos – liberados na circulação após fratura óssea; Podem ser sólidos, líquidos ou gasosos; Consequências: obstrução e isquemia tecidual (infartos), formação de abscessos ou processos inflamatórios tromboembólicos (como pneumonia ou nefrite tromboembólicas) nos casos dos êmbolos sépticos e metástases nos casos de êmbolos neoplásicos. → Alterações degenerativas: Arteriosclerose: espessamento da parede das artérias, principalmente da aorta abdominal, com perda da elasticidade e proliferação de tecido conjuntivo na túnica íntima. Frequente nos animais domésticos, mas raramente causa alterações clínicas; Podem-se observar placas brancas, firmes e ligeiramente elevadas na túnica íntima das artérias. Aterosclerose: é o acúmulo de extensos depósitos de lipídios, tecido fibroso e cálcio nas paredes musculares e elásticas de artérias de grande e médio calibre, com eventual estenose do lúmen. Macroscopicamente: vasos acometidos apresentam-se espessos, firmes e de coloração branco-amarelada. Medioesclerose: calcificação da túnica média. Macroscopicamente: artérias afetadas assemelham-se a uma estrutura tubuliforme sólida e densa e com placas sólidas, brancas e elevadas na íntima; Microscopicamente: depósitos minerais basófilos nas fibras elásticas e musculares da média. Arteriolosclerose: alteração mais frequente e importante em seres humanos – principal causa é a hipertensão sistêmica. Pode ser predominantemente hialina ou hiperplásica. → Alterações proliferativas: Hipertrofia: artérias podem sofrer hipertrofia da parede. Essa hipertrofia pode ocorrer em quadros de hipertensão (anomalias congênitas ou insuficiência cardíaca). Neoplasias: Hemangioma: neoplasia benigna das células endoteliais caracterizada pela formação de espaços sanguíneos revestidos por células endoteliais bem diferenciadas; Hemangiossarcoma: neoplasia maligna das células endoteliais e é menos frequente que o hemangioma. { Alterações de vasos linfáticos → Anomaliascongênitas: Linfedema hereditário: anomalia congênita rara, já descrita em cães, bovinos e suínos. Caracterizada pelo desenvolvimento anormal dos vasos linfáticos, em que se tem hipoplasia ou aplasia destes. Macroscopicamente: edema subcutâneo generalizado e/ou líquido seroso no interior de cavidades, podendo levar à morte neonatal. → Alterações inflamatórias: Linfangite: inflamação dos casos linfáticos. Geralmente é secundária a outras doenças, mas pode ter origem primária. Principais agentes envolvidos: bactérias, fungos e parasitas. Ex: esporotricose, tuberculose, actinobacilose, paratuberculose. Linfangites micóticas – macroscopicamente: vasos linfáticos subcutâneos se tornam distendidos e espessos; Linfangite parasitária – decorrente da infecção por Brugia spp. As lesões observadas são linfangite granulomatosa, linfangiectasia e linfadenite. → Dilatação e ruptura: Linfangiectasia: dilatação dos vasos linfáticos. Pode ser decorrente de anomalias congênitas ou da obstrução linfática por neoplasias ou processos inflamatórios; outra causa é a dilatação dos linfáticos por excesso de fluido intersticial da área drenada por esses vasos. Macroscopicamente: vasos se tornam irregularmente dilatados no segmento anterior à obstrução, ocorrendo também, aumento do fluido intersticial. Ruptura dos vasos linfáticos: importante se atinge vasos de grande calibre (ex: ducto torácico). Pode ser traumática ou espontânea, causando quilotórax. → Alterações proliferativas: Neoplasias: primárias são raras. Rotas comuns de metástases. Linfangioma: neoplasia benigna composta de capilares linfáticos preenchidos por linfa que podem se desenvolver espontaneamente ou por alterações de malformação congênitas. Linfangiossarcoma: necessárias técnicas ultraestruturais e imuno-histoquímicas, com a utilização de marcadores como fator VIII, vimentina e laminina, para diferenciar de hemangiossarcoma. { cardiomiopatias Podem ser primárias ou secundárias; São alterações resultantes de distúrbios primários do miocárdio de causas pouco conhecidas; Em quase todos os casos, ocasionam doença cardíaca progressiva, caracterizada por dilatação e/ou hipertrofia; Podem ser classificadas em: cardiomiopatia dilatada, hipertrófica e restritiva. *Cardiomiopatia dilatada: É uma das mais importantes causas de insuficiência cardíaca em cães e gatos; Caracterizada pela dilatação das quatro câmeras cardíacas (átrios e ventrículos); Macroscopicamente: coração está dilatado (globoso). São observadas, também, todas as alterações sistêmicas decorrentes da insuficiência cardíaca bilateral. *Cardiomiopatia dilatada felina: Associada à deficiência de taurina; Os animais acometidos são gatos de meia idade; Há diminuição da contratilidade cardíaca, com redução do débito cardíaco e insuficiência cardíaca; Alguns gatos desenvolvem tromboembolismo aórtico. *Cardiomiopatia dilatada canina: Acomete cães jovens a adultos, geralmente machos, de raças de grande porte (São Bernardo, Dobermann, Boxer, Afghan Hound, Old English Sheepdog, Dálmata, Bull Mastiff e Terra Nova). Etiopatogenia desconhecida, mas há uma tendência familiar; Deficiências nutricionais de carnitina podem estar envolvidas na patogenia em cães da raça Boxer; A administração do antineoplásico doxorrubicina pode causar a CD em cães e animais de experimentação. *Cardiomiopatia hipertrófica: Caracterizada por hipertrofia acentuada do miocárdio ventricular não decorrente de outras doenças cardíacas e/ou vasculares; Frequentemente descrita em gatos machos adultos e ocasionalmente em cães; Macroscopicamente: hipertrofia simétrica ou assimétrica dos ventrículos; O espessamento acentuado do septo interventricular ocasiona redução da câmera ventricular, reduzindo o débito cardíaco. *Cardiomiopatia hipertrófica felina: Cardiomiopatia mais comum em felinos e se caracteriza por uma desordem diastólica; A etiologia não é conhecida, contudo suspeita-se de um caráter autossômico recessivo; É uma causa importante de trombos no endocárdio do átrio esquerdo, que podem se desprender, causando obstrução da artéria aorta abdominal. *Cardiomiopatia hipertrófica canina: muito menos comum que a cardiomiopatia dilatada. Macroscopicamente: hipertrofia acentuada e sinais de insuficiência cardíaca. *Cardiomiopatia restritiva: Caracteriza-se pela restrição do enchimento ventricular e da distensibilidade ventricular; Alteração mais comumente observada em gatos, principalmente velhos; A redução na complacência de um ou ambos os ventrículos se deve à presença de um tecido fibroelástico endomiocardial, localizado principalmente no ventrículo esquerdo – sinais clínicos de insuficiência cardíaca esquerda ou bilateral. Referências bibliográficas e imagéticas: SANTOS, R.L.; ALESSI, A.C. Patologia Veterinária, 2 ed., Rio de janeiro: ROCA, 842pp., 2016.
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