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MODULO III - ESTUDO DOS CONTRATOS

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Estudo dos contratos (3° livro dos manuais)
 TÍTULO V
 Dos Contratos em Geral
CAPÍTULO I
 Disposições Gerais
Seção I
 Preliminares
Contrato= fonte de obrigação.
Através dos contratos temos circulação de riqueza, arrecadação de impostos.
1. Conceito de contrato:
Negócio jurídico bilateral, em conformidade com a lei, pelo qual se tem o nascimento, modificação, extinção, transformação de direitos, de forma que cada parte contratante ocupa uma posição jurídica, pelo qual se pode exigir ou tem direito a uma prestação de dar, fazer ou não fazer.
2. Princípios contratuais:
Princípios= vigas que dão sustentação ao ordenamento jurídico é o que liga uma norma a outra, dando formato a um sistema.
- Princípio da autonomia privada= assegura o direito de a pessoa física ou jurídica decidir se quer contratar, com quem quer contratar e de que forma quer contratar. (não é absoluto)
A ideia geral é que a pessoa tenha o direito de decidir se quer contratar.
A regra geral é o prevalecimento da liberdade dos contratantes para definir os contornos do contrato que celebrarão. Porém, cada vez mais vemos uma limitação estatal a liberdade das partes. (Ex: contrato de locação se o locatário não cumprir o contrato- ordem de despejo)
No contrato de trabalha o empregador pode colocar que o empregado trabalhará 20hrs por dia, porém será nula.
- Princípio da obrigatoriedade= O contrato obriga/vincula as partes contratantes. --> Não é absoluto Ex: possibilidade de revisão dos contratos.
- Princípio do consensualismo= o contrato se forma pelo consenso das partes contratantes, ou seja, pelo encontro de vontades destas, em torno do objeto do contrato. Neste caso não se exige nenhuma outra solenidade, salvo quando a lei exige. (contrato é negócio jurídico bilateral, em conformidade com a lei, pelo qual se tem o nascimento, modificação, extinção e transformação de direitos).
Exemplo de caso que a lei exige solenidade= artigo 108 do Código Civil.
Art. 108. Não dispondo a lei em contrário, a escritura pública é essencial à validade dos negócios jurídicos que visem à constituição, transferência, modificação ou renúncia de direitos reais sobre imóveis de valor superior a trinta vezes o maior salário-mínimo vigente no País. - se é menos não precisa.
O cálculo de 30 salários-mínimos para o cálculo deste artigo não leva em conta o salário nacional.
- Princípio da relatividade= o contrato gera efeito interpartes, ou seja, entre as partes contratantes. ( REGRA GERAL) mínimo é 2 pessoas.
É possível que a pessoa ocupe a posição de contratante e representante da outra parte contratual.
- Princípio da boa-fé objetiva= a boa fé objetiva deve estar presente em todas as relações jurídicas, seja de direito público, seja de direito privado. Além disso, este princípio tem alguns desdobramentos como:
Dever de informação= dever que toda parte contratante tem de informar a outro contratante tudo e absolutamente tudo, que aquele tem conhecimento e que possa influenciar na vontade do outro contratante.
Dever de honestidade= os contratantes devem ser honestos.
Venire contra factum próprio= proibição de comportamento contraditório= o contrato gera justa expectativa, em relação ao cumprimento do outro contratante, de forma que, se todos cumprirem a sua parte no contrato, este é extinto. (forma normal de extinção do contrato= gera segurança jurídica e pacificação social). --> Todas as pendências têm que ser vistas, antes da celebração do negócio jurídico. --> Contratantes tem que se comportar da forma que o contrato foi estabelecido.
1. Surrectio= nascimento do direito
2. supressio= perda do direito
3. tu quoque= vedação de exigência de cumprimento da obrigação da outra parte, sem antes eu cumpri com a minha obrigação.
Quando deve estar presente o princípio da boa-fé objetiva?
R: Sempre. Nas tratativas iniciais, na celebração do negócio, na execução do contrato e após o término do contrato.
3-. Classificação dos contratos:
a) Quanto ao número de prestação das partes:
Contrato unilateral= exige a prestação de uma das partes (ex: doação)
 Contrato bilateral= exige prestação e contraprestação de ambos os contratantes (exemplo: contrato de compra e venda, contrato de locação)
Principal prestação do comprador= pagar 
Principal contraprestação do comprador= recebe um bem
Principal prestação do vendedor= entregar o bem
Principal contraprestação do vendedor= recebimento do dinheiro.
Pelo contrato de locação o locador transfere a posse do bem imóvel ou móvel ao locatário.
 Contrato comutativo= no ato da celebração do contrato comutativo, as partes contratantes têm definido as prestações e contraprestação, como também, há um equilíbrio entre estas. Quando o contrato quebrar este equilíbrio o contrato poderá ser revisado pelo poder judiciário.
Contrato aleatório= contrato, pelo qual as partes no ato da celebração do contrato, sabem, exatamente, qual é a prestação e a contraprestação, porém não se sabe se a parte terá que executar a prestação contratada, pois isso depende de um evento futuro e incerto. Exemplo: contrato de seguro, contrato de compra e venda no caso de compra de esperança (compra o esperado/resultado, ainda que esse não tenha sido atingido) e a compra e venda de coisa esperada.
b) Quanto as vantagens para as partes:
Contrato gratuito= contrato que traz vantagem patrimonial para apenas um dos contratantes. (Exemplo: contrato de doação= diminuição patrimonial por parte doador e vantagem patrimonial por parte do donatário).
Outro exemplo= contrato de empréstimo.
A diferença do contrato de locação para o empréstimo, é que este é gratuito e a locação não.
Contrato Oneroso= é aquele que tem prestação e contraprestação para ambas as partes contratantes. (os dois terão vantagem patrimonial)
c) Quanto a necessidade de formalidade para se aperfeiçoar:
Contrato consensual= é aquele que se aperfeiçoa pelo simples consentimento, ou seja, pelo encontro de vontades= REGRA GERAL. --> NÃO TEM FORMA ESPECIAL DEFINIDA POR LEI.
Contrato real= somente se aperfeiçoa com a entrega da coisa. (Exemplo: contrato de empréstimo, contrato de depósito ou guarda da coisa).
d) Quanto a regulamentação legal:
Contrato típico= possui previsão legal.
Contrato atípico= pode ser celebrado, observando- se o artigo 104 do Código Civil (artigo 425 do CC)
Art. 425. É lícito às partes estipular contratos atípicos, observadas as normas gerais fixadas neste Código.
Art. 104. A validade do negócio jurídico requer:
I - agente capaz;
II - objeto lícito, possível, determinado ou determinável;
III - forma prescrita ou não defesa em lei
e) Quanto à existência:
Contrato acessório ou preliminar= tem por objeto a celebração do contrato principal. (não tem o mesmo objeto do contrato principal exemplo contrato de promessa de compra e venda de um apartamento.)
Contrato principal= existe por si só e não depende de outro.
d) Quanto a execução:
Contrato de execução instantânea= execução do contrato se exaure instantaneamente.
Contrato de execução diferida= o exaurimento do objeto do contrato se dá num único instante, mas num momento futuro (Ex: compra e venda para pagamento daqui a 30 dias)
Contrato de execução sucessiva ou continuada = é aquela que a execução do contrato se prolonga do tempo, ou seja, o contrato é executado ao longo do tempo, em sucessivos atos. (exemplo: compra e venda a prazo para pagamento em 30 parcelas).
18/04/2022
Seção II
Da Formação dos Contratos
- Proposta ou policitação: uma declaração receptícia de vontade, dirigida por uma pessoa a outra
- Proponente ou policitante: quem faz a proposta, parte ativa
- Oblato: quem recebe a proposta
- Toda proposta deve conter todos os elementos necessários para a análise do oblato
EX: quer comprar meu carro? Não está descrito o valor, modelo, tempo de pagamento....
- Uma proposta pode ser:
 *Entre-presentes: aquele em que o proponente/policitante e o oblato estão em tempo real se comunicando. Nãoprecisa ser a presença física. EX: Eu indago ao Luís em sala de aula se ele deseja comprar meu carro com todos os elementos inerentes a proposta estão e eu faço-a em sala, essa proposta é entre pessoas presentes.
 - A proposta entre presentes se não for imediatamente aceita, uma proposta sem prazo, ela deixa de ser obrigatória a quem a propõe 
 - Se fixamos prazo de espera, eu tenho que respeitar esse prazo
*Entre pessoas ausentes: Não estamos em comunicação em tempo real. EX: mando um e-mail/carta/WhatsApp ao Luís com uma proposta de compra do meu carro, e ele não está online. Ele toma o conhecimento, redige a resposta aceitando, envia e eu vou tomar conhecimento 2 dias depois. 
Em que momento se dá a formação desse contrato? 
**Teoria da cognição: cognição=conhecimento. Por essa teoria o contrato entre ausentes se forma no momento em que o policitante/proponente toma conhecimento de que o oblato aceitou a proposta/oblação feita a distância. Não foi aceita porque não tenho noção do momento exato, não é aceita pelo Código
**Teoria da agnição: O contrato entre ausentes se forma no momento em que o oblato declara que aceita a proposta. Não tenho segurança jurídica para dizer qual é exatamente o momento.
Se subdivide em 3:
***- Teoria da agnição subteoria da expedição: o contrato entre ausentes se forma no momento em que o oblato expede a resposta de aceitação da policitação. Por quanto tempo esperamos a resposta dele? Foi uma proposta com tempo certo ou não? ADOTAMOS ESSA TEORIA. Se eu rebo um aceito e um não aceito, vale a retratação, o não aceito
***- Teoria da agnição Subteoria da recepção: momento que o policitante/preponente recebe a resposta do oblato, independentemente do momento em que eu li
- Quando uma proposta deixa de ser obrigatória, não obriga o preponente?
 Art. 427 - A proposta de contrato obriga o proponente, se o contrário não resultar dos termos dela, da natureza do negócio, ou das circunstâncias do caso. 
***- Teoria da agnição Subteoria da declaração: o contrato se forma no momento em que o oblato aceita, nunca vou saber o exato momento em que aceitou
19/04/2022
Teoria do terceiro cumplice= todos os demais mebros da sociedade deve respeitar o contrato e fazer dos meios necessários para cumprir o contrato.
Art. 428. Deixa de ser obrigatória a proposta:
I - se, feita sem prazo a pessoa presente, não foi imediatamente aceita. Considera-se também presente a pessoa que contrata por telefone ou por meio de comunicação semelhante;
II - se, feita sem prazo a pessoa ausente, tiver decorrido tempo suficiente para chegar a resposta ao conhecimento do proponente;
III - se, feita a pessoa ausente, não tiver sido expedida a resposta dentro do prazo dado;
IV - se, antes dela, ou simultaneamente, chegar ao conhecimento da outra parte a retratação do proponente. --> neste caso considera a retratação.
Art. 429. A oferta ao público equivale a proposta quando encerra os requisitos essenciais ao contrato, salvo se o contrário resultar das circunstâncias ou dos usos.
Parágrafo único. Pode revogar-se a oferta pela mesma via de sua divulgação, desde que ressalvada esta faculdade na oferta realizada. --> tem que colocar na oferta, implicitamente, a hipótese de revogação a revogação tem que ser pelo mesmo meio da divulgação.
Se está no prazo e oblato está pedindo mais prazo, descaracteriza a proposta inicial, logo se forma uma nova proposta.
Desde que a oferta tenha os requisitos essenciais do contrato ela é considerada como proposta. (oferta tem que todos os requisitos do edital)
Art. 430. Se a aceitação, por circunstância imprevista, chegar tarde ao conhecimento do proponente, este comunicá-lo-á imediatamente ao aceitante, sob pena de responder por perdas e danos.- se tiver uma circunstância imprevista o proponente tem que comunica o oblato, sob pena de responder por perdas e danos.
Art. 431. A aceitação fora do prazo, com adições, restrições, ou modificações, importará nova proposta.
Art. 432. Se o negócio for daqueles em que não seja costume a aceitação expressa, ou o proponente a tiver dispensado, reputar-se-á concluído o contrato, não chegando a tempo a recusa. --> Ex: Israel tem um restaurante e o professor uma quitanda. Toda segunda feira o prof manda alface pro Israel. Prof mandou avisar ao Israel, que a alface subiu, porém este não se manifestou. Neste caso o Israel, ainda que não fale nada, aceitou o aumento.
Art. 433. Considera-se inexistente a aceitação, se antes dela ou com ela chegar ao proponente a retratação do aceitante.
Art 433= Oblato está pulando fora.
Art. 434. Os contratos entre ausentes tornam-se perfeitos desde que a aceitação é expedida (teoria da agnição subteoria da expedição), exceto:
I - no caso do artigo antecedente;- não vai ter contrato
II - se o proponente se houver comprometido a esperar resposta;
III - se ela não chegar no prazo convencionado.--> libera quem fez a proposta
Art. 435. Reputar-se-á celebrado o contrato no lugar em que foi proposto.
Art 435= REGRA GERAL- as partes podem dispor ao contrário.
Art 435= norma de conteúdo dispositivo. (partes tem possibilidade de dispor ao contrário).
25/04/2022 
Art. 426. Não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva.
Art 426= proibição do pacto de corvinia= não pode ser objeto de contrato a herança de pessoa viva= justificativa= herdeiro estaria agindo como verdadeiro corvo, ao esperar a morte do autor da herança, a fim de se aproveitar. (viola a moral)
Seção III
Da Estipulação em Favor de Terceiro
Art. 436. O que estipula em favor de terceiro pode exigir o cumprimento da obrigação.
Terceiro= filho= segurado no contrato de seguro.
Parágrafo único. Ao terceiro, em favor de quem se estipulou a obrigação, também é permitido exigi-la, ficando, todavia, sujeito às condições e normas do contrato, se a ele anuir, e o estipulante não o inovar nos termos do art. 438.
Art. 437. Se ao terceiro, em favor de quem se fez o contrato, se deixar o direito de reclamar-lhe (exigir-lhe) a execução, não poderá o estipulante exonerar (liberar) o devedor.
Exemplo do art 437= Usina X contrata a seguradora y
 Objeto do contrato= indenização por acidente de trabalho
José sofreu um acidente de trabalho e está incapacitado totalmente para o trabalho José tem direito a indenização contratada, bem como, pode executar o contrato de seguro. Neste caso a usina não pode fornecer um documento, que dispensa a seguradora de executar o contrato (pagar José)
Art. 438. O estipulante pode reservar-se o direito de substituir o terceiro designado no contrato, independentemente da sua anuência e da do outro contratante.
Terceiro não participou do contrato.
Seção IV
Da Promessa de Fato de Terceiro
Exemplo de promessa de fato de terceiro= Professor promete que Ivete Sangalo vai cantar na formatura. Neste caso há duas possibilidades:
- Ivete Sangalo não vem cantar e a pessoa que prometeu responde por perdas e danos.--> art 439 do CC.
- Ivete Sangalo vem cantar e a pessoa que prometeu não tem nenhuma responsabilidade civil.
Art. 439. Aquele que tiver prometido fato de terceiro responderá por perdas e danos, quando este o não executar.
Parágrafo único. Tal responsabilidade não existirá se o terceiro for o cônjuge do promitente, dependendo da sua anuência o ato a ser praticado, e desde que, pelo regime do casamento, a indenização, de algum modo, venha a recair sobre os seus bens.
Art. 440. Nenhuma obrigação haverá para quem se comprometer por outrem, se este, depois de se ter obrigado, faltar à prestação.
Exemplo do parágrafo único do artigo 439:
Marido, casado no regime de comunhão de bens, promete que vende a casa pro Luiz e promete que a esposa assumirá a escritura. Porém, a esposa não assina. Neste caso, devido ao regime de casamento adotado, não cabe indenização, pois a mesma diminui o patrimônio da esposa, a qual tem liberdade de não querer contratar (seria uma contrariedade ao princípio da liberdade contratual
Seção IX
Do Contrato com Pessoa a Declarar
No contrato com a pessoa a declarar o comprador pode indicar, dentrode 5 dias (em regra), outra pessoa para assumir o lugar dele (já existe o contrato, o contratante só vai indicar a pessoa para adquirir direitos e obrigações do contrato existente) 
Se o contratante não indicar ninguém?
O contrato será valido entre os contratantes originários. Igualmente, se o nomeado se recusar a aceitar o contrato.
Se a pessoa indicada era incapaz ou insolvente o outro contratante é obrigado a aceitar o contrato com a pessoa indicada?
Não, pois neste caso o contrato será eficaz somente entre os contratantes originários.
26/04/2022
Seção VII
Dos Contratos Aleatórios
Contratos aleatórios (alea) = contrato que não se sabe se a parte terá ou não de cumprir com a obrigação.
Art. 458. Se o contrato for aleatório (alea= incerteza) , por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir.
Contrato de compra e venda= típico e em regra bilateral (prestação e contraprestação), como também, comutativo (sabe o que está comprando e o que tem que entregar).
artigo 458= Emptio spea= venda de esperança= o risco ou a alea diz respeito a existência e quantidade da coisa. Exemplo: Professor celebra um contrato de pesca com Israel no valor de R$ 1000,00. Israel vai pescar e o professor vai pagar, independentemente se nenhum peixe pegar ou pegar uma determinada quantia de peixe. Professor assume o risco pela existência (ter ou não) de peixe e quantidade (pegar 1 ou mais ou não pegar nada) de peixe
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada.
Art 458 e art 459= contratos que são originalmente comutativos, mas por pacto se torna aleatório
Art 459= contrato de venda de coisa esperada= o risco ou alea diz respeito, unicamente, a quantidade de coisa. Exemplo: Professor contrata com o Israel outro contrato de compra e venda, no qual este assume a obrigação de pagar R$ 1000,00 por toda quantidade de peixe que Israel pegar (independentemente de ser 1 ou 1 T). Porém, se Israel não pescar nada o Professor não paga.
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação (venda) não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato.
Art. 460= Professor (alienado/comprador) e empresa Ucraniana (alienante) celebra contrata de compra e venda de farinha. Professor assumiu o risco de a coisa ser destruída. Caso isso ocorra, o Professor terá que pagar ao contratado. --> quando celebrou o contrato a coisa existia.
Art 460= não há vicio de consentimento e nem dolo o adquirente está comprando sabendo do risco
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
Art 461= coisa vendida não existia mais no ato da celebração do contrato, já tinha sido perdida= não há risco nenhum= má fé.--> risco já se consumo e a coisa não existe mais.
Art 461= se houve consumação do risco quer dizer, que a coisa objeto do contrato não existe mais (no momento da celebração do contrato), risco já se consumou por isso que o contrato poderá ser anulado (anulável)
Seção VIII
Do Contrato Preliminar
Art. 462. O contrato preliminar, exceto quanto à forma, deve conter todos os requisitos essenciais ao contrato a ser celebrado.
O contrato preliminar antecede a celebração do contrato principal (pressupõe a existência de um contrato principal). Em razão disso o objeto do contrato preliminar é diferente do contrato principal, ou seja, é a obrigação de celebrar o contrato principal.
Exemplo: Contrato de promessa/ compromisso de venda na compra e venda de uma casa.
02/05/2022
O contrato preliminar pressupõe a realização do contrato principal.
A sentença do juiz supre a vontade da parte que não quer celebrar o contrato preliminar.
Art. 463. Concluído o contrato preliminar, com observância do disposto no artigo antecedente, e desde que dele não conste cláusula de arrependimento, qualquer das partes terá o direito de exigir a celebração do definitivo, assinando prazo à outra para que o efetive.
Parágrafo único. O contrato preliminar deverá ser levado ao registro competente.
Parágrafo único= não é requisito de validade do contrato. --> registro é para dar efeito erga omnes= oponibilidade do contrato a todos.--> torna o contrato público e ninguém pode alegar desconhecimento a respeito desse contrato.
Art. 464. Esgotado o prazo, poderá o juiz, a pedido do interessado, suprir a vontade da parte inadimplente, conferindo caráter definitivo ao contrato preliminar, salvo se a isto se opuser a natureza da obrigação.
A parte vítima que sofre com o descumprimento do contrato sempre terá a possibilidade de pedir pelo cumprimento contratual da outra parte e perdas e danos. Porém, caso ela queira o cumprimento do contrato aplica-se o art 464, ou seja, mediante sentença judicial o juiz concede caráter definitivo ao contrato preliminar. --> sentença supre o não cumprimento contratual. Exemplo: no caso de imóvel é averbada uma carta de sentença na escritura do imóvel.
Art. 465. Se o estipulante não der execução ao contrato preliminar, poderá a outra parte considerá-lo desfeito, e pedir perdas e danos.
A vítima do não cumprimento contratual pode processar a outra parte para a execução do contrato preliminar ou pedir perdas e danos.
Art. 466. Se a promessa de contrato for unilateral, o credor, sob pena de ficar a mesma sem efeito, deverá manifestar-se no prazo nela previsto, ou, inexistindo este, no que lhe for razoavelmente assinado pelo devedor.
Exemplo de contrato unilateral= doação se o doador não dizer, quando realizará a promessa do contrato de doação, o credor pode notificar o doador para que o mesmo cumpra a promessa ou fixe um prazo para cumpri-la.- se o doador não cumprir a promessa de contrato dentro do prazo razoável fixado, o credor pode entrar com uma ação judicial para que esta seja cumprida.
10/05/2022
Seção V
Dos Vícios Redibitórios
Vício redibitório= rescisão do contrato por defeito. É uma garantia legal do que está recebendo.
Art. 441. A coisa recebida em virtude de contrato comutativo (equilíbrio contratual) pode ser enjeitada (recusada) por vícios ou defeitos ocultos, que a tornem imprópria ao uso a que é destinada, ou lhe diminuam o valor.
Parágrafo único. É aplicável a disposição deste artigo às doações onerosas.--> doação onerosa= bilateral= exige uma contraprestação do donatário.
Artigo 441= o defeito referido tem que ser oculto, ou seja, não aparente/não constatável a olho nu.
O vício redibitório pressupõe um defeito preexistente, ou seja, tem que estar presente antes da celebração do contrato, porém aquele pode se manifestar depois.
Exemplo que a coisa recebida se torna imprópria em razão do defeito= touro comprado para a reprodução. Após o contrato se verifica que o touro não tem capacidade para tal finalidade. --> pode rescindir o contrato.
Exemplo que diminui o valor da coisa recebida= compra o carro, porém depois da celebração do contrato se verifica a necessidade de refazer o motor. Neste caso, a parte prejudicada pode rescindir o contrato e pedir a devolução do valor. (ação redibitória)
Ação quanti minoris= visa o abatimento do preço da coisa adquirida em contrato comutativo por vício redibitório. (adquirente que pede)
Ação edilícias= ação redibitória e ação quanti minoris ou estimatória.
Art. 442. Emvez de rejeitar a coisa, redibindo o contrato (art. 441), pode o adquirente reclamar abatimento no preço.
Art 442 = ação minoris ou estimatória.
Art. 443. Se o alienante conhecia o vício ou defeito da coisa, restituirá o que recebeu com perdas e danos; se o não conhecia, tão-somente restituirá o valor recebido, mais as despesas do contrato.
Art 443= prestigia o princípio da boa-fé objetiva, estabelecendo uma punição maior ao alienante que conhecia o vício ou defeito da coisa.
Art. 444. A responsabilidade do alienante subsiste ainda que a coisa pereça em poder do alienatário, se perecer por vício oculto, já existente ao tempo da tradição.
Artigo 444= pode acontecer que a coisa pereça no poder de quem comprou, em razão do vício oculto já existente, quando da entrega da coisa. (vício já existente antes da celebração do contrato)
Prazos para a ação redibitória ou quanti minoris:
Em se tratando de bem imóvel o prazo é mais longo.
Art. 445. O adquirente decai do direito de obter a redibição ou abatimento no preço no prazo de trinta dias se a coisa for móvel, e de um ano se for imóvel, contado da entrega efetiva; se já estava na posse, o prazo conta-se da alienação, reduzido à metade.
Artigo 445= prazo decadencial tanto na ação redibitória, como, na ação quanti minoris. --> coisa móvel= 30 dias / coisa imóvel= 1 ano / adquirente já estava na posse da coisa= 6 meses (imóvel) e 15 dias (móvel)
§ 1 o Quando o vício, por sua natureza, só puder ser conhecido mais tarde, o prazo contar-se-á do momento em que dele tiver ciência, até o prazo máximo de cento e oitenta dias, em se tratando de bens móveis; e de um ano, para os imóveis.
§ 1 o = aplicado quando o adquirente toma ciência do vício depois de 30 dias. Neste caso se o bem é móvel, o defeito tem que aparecer dentro de 180 dias, porém o prazo para entrar com a ação é de 30 dias.
Por outro lado, se o bem é imóvel o prazo para tomar ciência do defeito ou vício é de um ano, como também, de mais 1 ano para entrar com a ação redibitória ou quanti minoris.
§ 2 o Tratando-se de venda de animais, os prazos de garantia por vícios ocultos serão os estabelecidos em lei especial, ou, na falta desta, pelos usos locais, aplicando-se o disposto no parágrafo antecedente se não houver regras disciplinando a matéria.
§ 2 o = venda de animais= prazos estabelecidos por lei especial ou pelos usos locais ou aplica as regras do Código Civil.
Art. 446. Não correrão os prazos do artigo antecedente na constância de cláusula de garantia; mas o adquirente deve denunciar o defeito ao alienante nos trinta dias seguintes ao seu descobrimento, sob pena de decadência.
16/05/2022
Estudo da evicção
● Conceito:
É a perda total ou parcial da coisa adquirida por contrato oneroso, em razão de uma sentença ou apreensão administrativo, em razão de um defeito jurídico, anterior a celebração do negócio 
Atenção: contrato oneroso= prestação e contraprestação para ambos os contratantes.
● Pessoas envolvidas na evicção:
- Alienante= vendedor do bem.
- Adquirente evicto= perde o bem/coisa por conta da evicção.
- Terceiro evictor= verdadeiro dono da coisa= retoma a propriedade da coisa.
● Disposições legais do Código Civil:
Art. 447. Nos contratos onerosos, o alienante responde pela evicção. Subsiste esta garantia ainda que a aquisição se tenha realizado em hasta pública.
Hasta pública quando realizada pelo poder judiciário= divergência na doutrina e jurisprudência aplicamos ou não a evicção em processo judicial? --> o devedor deve ser responsabilizado ou o Estado?
Art. 448. Podem as partes, por cláusula expressa, reforçar, diminuir ou excluir a responsabilidade (do alienante) pela evicção.
Cláusula expressa= escrita.
Reforçar a responsabilidade pela evicção= exemplo= Professor vende um terreno de R$ 300.00,00 para o Bruno. Além disso, eles constam na escritura a seguinte cláusula se o ocorrer a evicção o alienante indenizará o comprador pelo dobro do valor desta escritura.
Diminuir a responsabilidade pela evicção= exemplo= cláusula expressa na escritura do imóvel= se o ocorrer a evicção o alienante indenizará o comprador pela metade do valor desta escritura.
Excluir a responsabilidade pela evicção= exemplo= cláusula expressa na escritura do imóvel= não constará a responsabilidade por evicção.
Art. 449. Não obstante a cláusula que exclui a garantia contra a evicção, se esta se der, tem direito o evicto a receber o preço que pagou pela coisa evicta, se não soube do risco da evicção, ou, dele informado, não o assumiu.
Art. 449= para que o alienante não tenha nenhuma responsabilidade de indenizar pela evicção é necessário, que haja cláusula expressa excluindo a evicção, como também, o conhecimento do risco por parte do vendedor, também, o comunicado deste ao comprador e o mesmo assumir o risco.
Art. 450. Salvo estipulação em contrário, tem direito o evicto, além da restituição integral do preço ou das quantias que pagou: Nunca o valor a ser restituído pelo alienante ao comprador será menor ao que foi pago.
I - à indenização dos frutos (aluguel, café plantado) que tiver sido obrigado a restituir;
II - à indenização pelas despesas dos contratos e pelos prejuízos que diretamente resultarem da evicção;
III - às custas judiciais e aos honorários do advogado por ele constituído.
Parágrafo único. O preço, seja a evicção total ou parcial, será o do valor da coisa, na época em que se evenceu, e proporcional ao desfalque sofrido, no caso de evicção parcial. -- se houve valorização na coisa o preço desta será a do pago na época do contrato.
Art. 451. Subsiste para o alienante esta obrigação, ainda que a coisa alienada esteja deteriorada, exceto havendo dolo do adquirente.
Exemplo de coisa deteriorada= carro que foi riscado.
Art. 452. Se o adquirente tiver auferido vantagens (reparações) das deteriorações, e não tiver sido condenado a indenizá-las, o valor das vantagens (reparações) será deduzido da quantia que lhe houver de dar o alienante.
Professor vendeu o carro por R$ 80.000,00 pra Vitória, em princípio tem que devolver 80, porém ela já recebeu R$ 30.000,00. Neste caso o alienante vai devolver 30 e o terceiro evicto tem direito a cobra do alienante.
Art. 453. As benfeitorias necessárias ou úteis, não abonadas (restituídas, pagas, indenizadas) ao que sofreu a evicção (evicto), serão pagas pelo alienante.
Ex: Prof vende o carro pra Vitoria. Vitoria faz a revisão obrigatória, trocando uma peça que poderia comprometer o motor. Neste caso, o comprador vai pagar a revisão do carro ao terceiro evictor.
Art. 454. Se as benfeitorias abonadas ao que sofreu a evicção tiverem sido feitas pelo alienante, o valor delas será levado em conta na restituição devida.
Art. 455. Se parcial, mas considerável, for a evicção, poderá o evicto optar entre a rescisão do contrato e a restituição da parte do preço correspondente ao desfalque (perda) sofrido. Se não for considerável, caberá somente direito a indenização.
Art 455= cláusula aberta.
Evicção parcial= pode ser considerável ou não considerável= caso concreto vai dizer.
Evicção considerável= evicto escolhe se ele quer a rescisão do contrato ou a restituição da parte correspondente a perda sofrida.
Evicção inconsiderável= somente direito a indenização.
Art. 457. Não pode o adquirente demandar pela evicção, se sabia que a coisa era alheia ou litigiosa.
17/05/2022 CAPÍTULO II
 Da Extinção do Contrato
Forma ordinária de extinção do contrato= cumprimento do objeto do contrato com isso toda a expectativa das partes contratantes fora atendida e a função social do contrato foi desempenhada (gerar riqueza).
Forma extraordinária= não esgota/atinge o objeto do contrato. Exemplos:
- Morte do contratante num contrato personalíssimo (cumprimento do objeto só pode ser realizado pelo contratante);
- Renúncia do credor; (ato unilateral, abdicação do credor, em se tratando de direitos disponíveis e contratos de caráter econômico).
- Perdão/ Remissão; - ato bilateral= o credor tem que manifestara vontade de perdoar o crédito do devedor, o qual tem que aceitar o respectivo do perdão. Caso contrário, não produzirá efeitos jurídicos.
- Perda (perecimento) da coisa, a qual é objeto dom contrato; Ex: contrato preliminar de compra de cavalo. Neste caso o vendedor se promete a vender e o comprador a comprar. Porém, infelizmente o cavalo, por força de um raio, acabou se perdendo. Logo houve a perda do objeto e, consequentemente, extinção do contrato.
- Caso fortuito e força maior (sem culpa de qualquer das partes contratantes);
- Resilição contratual;
A) Resilição Bilateral:
 - Distrato= art. 472 do CC= O distrato faz-se pela mesma forma exigida para o contrato.
Conceito de distrato= negócio jurídico bilateral, pelo qual as partes contratantes fazem o mútuo consentimento sem ferir direitos de terceiros no contrato celebrado. Exemplo: Professor celebra um contrato de compra e venda de um carro Pode ser verbal O desfazimento desse negócio pode ser verbal, pois a forma que ele foi realizado foi verbal.
Exemplo: Contrato de compra e venda de uma casa de R$ 500.00,00 tem que ser por escritura pública e só haverá a transferência dessa propriedade (casa) com o devido registro. Neste caso, o destrato se faz pela escritura pública.
A resilição é sempre uma extinção do contrato sem o cumprimento do seu objeto com a devida autorização no ordenamento jurídico.
Atenção: distrato deve observar sempre a forma do contrato principal. (se o contrato principal for verbal, o distrato pode ser feito de forma verbal ou escrita quem pode o mais pode o menos)
B) Resilição unilateral 
Art. 473. A resilição unilateral, nos casos em que a lei expressa ou implicitamente o permita, opera mediante denúncia notificada à outra parte.
Parágrafo único. Se, porém, dada a natureza do contrato, uma das partes houver feito investimentos consideráveis para a sua execução, a denúncia unilateral só produzirá efeito depois de transcorrido prazo compatível com a natureza e o vulto dos investimentos. -- cláusula aberta 
Ex: Contrato de empréstimo de uma casa (imóvel) com prazo indeterminado= o dono da casa pode, em qualquer momento, colocar fim ao contrato de empréstimo solicitando a devolução do imóvel. Neste caso, o proprietário tem que notificar o comodatário, estabelecer um prazo para que este desocupe e devolva o bem emprestado. -- Justificativa= no contrato de empréstimo o dono da coisa pode pedir esta de volta, desde que não fique estabelecido um prazo para o uso.
Se o comodatário fez um grande investimento (benfeitorias) no imóvel a denúncia unilateral só produz efeito, depois de esgotado o prazo de recuperação do investimento realizado. (princípio da boa-fé objetiva quebra a expectativa do contratante).
Seção II
Da Cláusula Resolutiva
Art. 474. A cláusula resolutiva expressa opera de pleno direito; a tácita depende de interpelação judicial.
Cláusula resolutiva expressa= está no contrato= extingue contrato automaticamente sem necessidade de notificação prévia.
Cláusula resolutiva tácita= não tem previsão expressa no contrato, mas é da própria natureza. Todo contrato bilateral que pressupõe a existência de uma prestação e contraprestação, se não há o cumprimento de uma obrigação não se tem uma contraprestação.
No caso da cláusula resolutiva tácita a parte prejudicada deve interpelar/ notificar a outra para constitui-la em mora e pedir a resolução (extinção) do contrato.
Art. 475. A parte lesada pelo inadimplemento pode pedir a resolução do contrato, se não preferir exigir-lhe o cumprimento, cabendo, em qualquer dos casos, indenização por perdas e danos.
Art 475= opções para a parte prejudicada pelo inadimplemento contratual= pode exigir a resolução do contrato ou a seu cumprimento judicial por parte da parte inadimplente, além das perdas e danos.
Seção III
Da Exceção de Contrato não Cumprido
Exemplo= contrato de compra e venda= o comprador primeiro paga e vendedor depois entrega. Caso o comprador deixar de pagar, o vendedor pode não entregar com fundamento na exceção de contrato não cumprido.
Art. 476. Nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes, antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro.
Nenhum dos contratantes, antes de comprida sua obrigação, pode exigir o cumprimento da prestação pela outra parte.
Seção IV
Da Resolução por Onerosidade Excessiva
Art. 478. Nos contratos de execução continuada ou diferida, se a prestação de uma das partes se tornar excessivamente onerosa, com extrema vantagem para a outra, em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis, poderá o devedor pedir a resolução do contrato. Os efeitos da sentença que a decretar retroagirão à data da citação.
Resolução do contrato por onerosidade excessiva= precisa de sentença.
Art 478 do CC= Teoria da resolução do contrato por onerosidade excessiva (acontecimentos extraordinários) + teoria da imprevisão (acontecimentos imprevisíveis).
Teoria da imprevisão= cláusula “rebus sic stantibus”= o contrato deve estar mantido nas mesmas condições, enquanto as coisas permanecerem no mesmo estado ou nas mesmas circunstâncias fáticas.
A resolução do contrato por onerosidade excessiva é aplicada nos contratos de execução continuada (se prolonga no tempo) ou diferida (execução prolongada para um único instante no futuro.
Teoria da onerosidade excessiva= nos contratos de execução diferida ou continuada se a prestação se tornar extremamente onerosa para uma das partes (grande desequilíbrio contratual durante a execução do contrato), em virtude de acontecimentos extraordinários e imprevisíveis o devedor poderá pedir a resolução do contrato.
Atenção: No CDC (Código de Defesa do Consumidor) não é exigida a imprevisibilidade.
23/05/2022 TÍTULO VI
 Das Várias Espécies de Contrato
CAPÍTULO I
 Da Compra e Venda
Seção I
 Disposições Gerais
1. Classificação do contrato de compra e venda:
- Típico= possui tipificação legal
- Contrato nominado= identificado por um nome no ordenamento jurídico
- Contrato Bilateral= prestação e contraprestação. Comprador= prestação de efetuar o pagamento. Vendedor= contraprestação=entrega da coisa após o pagamento.
Se o vendedor não receber o dinheiro, ele pode usar a exceção do contrato não cumprido para se eximir da obrigação de entregar a coisa.
- Contrato oneroso= gera um verdadeiro sacrifício patrimonial para ambos os contratantes. --> Vendedor= sacrifício para entregar o bem. Comprador= sacrifício para pagar.
- Contrato consensual e não solene= não se exige forma especial para a celebração do contrato de compra e venda- exceção= art 108 do CC= escritura pública
- Contrato comutativo= regra= normalmente tem uma equivalência das prestações- exceção= contrato aleatório (sem equivalência das prestações)
Quanto à execução:
- Imediata= objeto do contrato se exaure em um único instante. Exemplo: compra e venda à vista.
- Diferida= A execução do contrato é postergada para um momento futuro, mas de uma única vez.
- Sucessiva= contrato é executado ao longo de um período convencionado. Exemplo: pagamento convencionado em 5 parcelas iguais e sucessivas.
2. Elementos constitutivos do contrato de compra e venda:
- Partes 
- Consentimento encontro de vontade das partes, em torno do objeto da coisa e do preço
- objeto
- preço
a) Partes:
- Comprador e vendedor
- Pessoa física ou jurídica 
Atenção: absolutamente incapaz= representante.
 Relativamente incapaz= assistido
Atenção: art 74 do CC= requisitos gerais do negócio jurídico= agente capaz (capacidade civil) e legitimação (só posso vender o que me pertence)
b) Objeto:
Bem corpóreo= materiais carro, casa.
Bem incorpóreo= imateriais. Exemplo: venda de direito autoral 
Atenção= contrato de compra e venda de bem incorpóreo= cessão de direito.
O objeto/coisa tem que ser alienável. 
Inalienabilidade= não pode ser vendido. Neste caso a inalienabilidade pode ser:
Inalienabilidade Natural= decorre da natureza e não pode ser alienável por conta da abundância do objeto.Inalienabilidade Legal= decorre da lei. Exemplo= bem público com afetação, ou seja, que já tenha uma finalidade pública. Neste caso, para que este seja vendido, é necessária uma lei desafetando-o.
Inalienabilidade Consensual= decorre da vontade das partes celebrantes do contrato.
c) Preço:
Pagamento em dinheiro, cheque, cartão de crédito.
Preço aviltante= não pode ser extremamente desproporcional a ponto de descaracterizar o contrato de compra e venda (uma casa de R$ 500.000,00 não pode ser vendida por R$ 5.000,00)
O preço deve resultar de consenso entre as partes, já que o contrato é bilateral. Logo, não é possível que somente uma parte estabeleça o preço.
As partes podem acordar em um terceiro fixar o preço do contrato de compra e venda.
O preço pode ser fixado com base na bolsa de valores. Exemplo: partes acordem que o preço será estabelecido pelo valor da saca do café estabelecido na bolsa de valores.
24/05/2022
Art. 481. Pelo contrato de compra e venda, um dos contratantes se obriga a transferir o domínio de certa coisa, e o outro, a pagar-lhe certo preço em dinheiro.
Contrato de compra e venda= por si só gera direito obrigacional e não transferência de propriedade (o que transfere é o registro do respectivo imóvel)
Dinheiro= cheque, cartão de crédito
Os contratos de compra e venda devem ser celebrados em moeda nacional.
Domínio= propriedade
O preço não pode ser aviltante.
Res perit dominus= a coisa que perece para o dono= quem suporta o prejuízo pela coisa perdida é o dono.
Art. 482. A compra e venda, quando pura, considerar-se-á obrigatória e perfeita, desde que as partes acordarem no objeto e no preço.
Compra e venda obrigatória= Um deve pagar o preço e o outro deve entregar a coisa objeto do contrato.
Partes= comprador e vendedor.
Criança de 10 anos de idade que compra um salgado na cantina da escola (sem ser representada) = é absolutamente incapaz, mas é um contrato de fato socialmente aceito, que gera efeito jurídico.
Art. 483. A compra e venda pode ter por objeto coisa atual ou futura. Neste caso, ficará sem efeito o contrato se esta não vier a existir, salvo se a intenção das partes era de concluir contrato aleatório.
compra e venda "emptio speio" = compra e venda de esperança risco recai sobre existir ou não a coisa 
compra e venda " emptio rei sperate" = compra e venda de coisa esperada risco recai sobre a quantidade e não na existência da coisa art 483= se o objeto não existir não haverá contrato, salvo na hipótese de conclusão do contrato aleatório.
Art. 484. Se a venda se realizar à vista de amostras, protótipos ou modelos, entender-se-á que o vendedor assegura ter a coisa as qualidades que a elas correspondem.
Parágrafo único. Prevalece a amostra, o protótipo ou o modelo, se houver contradição ou diferença com a maneira pela qual se descreveu a coisa no contrato.
O produto que deve ser entregue ao comprador deve corresponder a amostra apresentada, sob pena deste poder entrar com ação judicial.
Art. 485. A fixação do preço pode ser deixada ao arbítrio de terceiro, que os contratantes logo designarem ou prometerem designar. Se o terceiro não aceitar a incumbência, ficará sem efeito o contrato, salvo quando acordarem os contratantes designar outra pessoa.
A regra geral está no artigo 482= compra e venda se tornam obrigatória, desde que as partes acordarem no preço.
Exceção= partes acordam em deixar ao arbítrio de terceiro a fixação do preço do contrato. Porém, caso o terceiro não aceitar a incumbência o contrato estará desfeito (mas as partes podem designar outras pessoas ou voltar a regra geral, caso em que o contrato não será desfeito).
Art. 486. Também se poderá deixar a fixação do preço à taxa de mercado ou de bolsa, em certo e determinado dia e lugar.
O preço pode ser fixado com base em índices oficiais de mercado ou de bolsa.
Art. 487. É lícito às partes fixar o preço em função de índices ou parâmetros, desde que suscetíveis de objetiva determinação.
Art. 488. Convencionada a venda sem fixação de preço ou de critérios para a sua determinação, se não houver tabelamento oficial, entende-se que as partes se sujeitaram ao preço corrente nas vendas habituais do vendedor.
Parágrafo único. Na falta de acordo, por ter havido diversidade de preço, prevalecerá o termo médio.
Art. 489. Nulo é o contrato de compra e venda, quando se deixa ao arbítrio exclusivo de uma das partes a fixação do preço.
Art 489= Quando o preço é imposto forçadamente o contrato de compra e venda é nulo.
Despesas do contrato de compra e venda:
bem imóvel = despesa com escritura e registro = comprador (salvo se acordado de forma diferente)
registrar a escritura paga
móvel = tradição = despesa com a tradição = vendedor (salvo se acordado de forma diferente)
Art. 490. Salvo cláusula em contrário, ficarão as despesas de escritura e registro a cargo do comprador, e a cargo do vendedor as da tradição.
Art. 491. Não sendo a venda a crédito, o vendedor não é obrigado a entregar a coisa antes de receber o preço.
Se a compra e venda é a vista primeiro o comprador paga e depois o vendedor entrega. - Relacionado a exceção do contrato não cumprido princípio da boa-fé= tu quoque.
Exceptio non adimplenti rit contractus= inadimplemento parcial do contrato (se o comprador não cumpriu uma parte do contrato, este não pode exigir do vendedor o cumprimento parcial e nem integral do contrato.).
Solve et repete= vendedor renúncia à exceção de contrato não cumprido.
30/05/2022- adimplemento substancial do contrato.
Adimplemento substancial do contrato= consolidação jurisprudencial=entendimento de que devemos fazer o máximo para o cumprimento do contrato, visto que o rompimento deste é prejudicial trazendo reflexos na ordem econômica, social,dentre outros.
O adimplemento substancial contrato bilateral, oneroso e trato sucessivo/ execução continuada.
Contrato de compra e venda o comprador pago 49 parcelas banco pode apreender o objeto (exemplo de veículo) e rescindir o contrato. Nesta hipótese se aplica o adimplemento substancial para obstar o rompimento automático de pleno direito do contrato, deixando ao credor a possibilidade de cobrar a parcela em contrato de execução continuada, mas não lhe sendo conferida neste contrato a rescisão imediata. (a luz da equidade, função social do contrato e dignidade)
Art. 492. Até o momento da tradição, os riscos da coisa correm por conta do vendedor, e os do preço por conta do comprador.
Art 492= se houver prejuízo, este é do dono regra= res perit dominós. O dono suporte os ricos do bem antes da tradição. --> consequência jurídica= extinção do contrato sem culpa do vendedor. Neste caso há duas hipóteses: 
a) se o comprador nada pagou e não houver culpa do vendedor o contrato está resolvido.
b) Porém, caso o comprador pagou pelo objeto o vendedor tem que devolver o dinheiro e se houver culpa o prejudicado tem direito a perdas e danos. 
A vantagem deve ser em favor do vendedor. Se antes do contrato a vantagem não estiver estipulada, o vendedor pode cobrar a mais.
bens móveis = concentração, separados, contados, colocados 'a disposição do comprador = perda
§ 1 o Todavia, os casos fortuitos, ocorrentes no ato de contar, marcar ou assinalar coisas, que comumente se recebem, contando, pesando, medindo ou assinalando, e que já tiverem sido postas à disposição do comprador, correrão por conta deste.-- incumbia ao comprador a retirar a coisa e não veio na data contratada, em razão da sua mora, a consequência jurídica é do comprador, apesar de não ter ocorrido a tradição.
§ 2 o Correrão também por conta do comprador os riscos das referidas coisas, se estiver em mora de as receber, quando postas à sua disposição no tempo, lugar e pelo modo ajustados.
obrigação de dar coisa incerta = no contrato de compra e venda
No contrato e compra e venda a coisa deve estar detalhada em seu gênero e quantidade.
Quando se trata de bem móvel o comprador se responsabiliza pelo transporte da coisa, bem como, pelos riscos destes. (obrigação portable= devedor tem que ir até o domicílio do credor para se isentarda obrigação).
Art. 496. É anulável a venda de ascendente a descendente, salvo se os outros descendentes e o cônjuge do alienante expressamente houverem consentido.--> objetivo é evitar a fraude a legítima vocação hereditária.
Anulabilidade= gravidade menor o defeito pode ser ratificado. Se a anulabilidade não foi arguida dentro de um prazo o negócio jurídico se aperfeiçoa.
Prazo para entrar com ação de anulabilidade= 2 anos da celebração do contrato prazo decadencial. (se não entrar= perde o direito).
Parágrafo único. Em ambos os casos, dispensa-se o consentimento do cônjuge se o regime de bens for o da separação obrigatória.
Ambos os casos= anulável a compra e venda de bens móveis e imóveis (anulável)
Ascendentes= pais em relação aos filhos, avós em relação aos netos e os bisávos.
Descendente= filhos em relação aos pais, netos em relação aos avós e bisavós.
Compra e venda por interposta pessoa= testa de ferro= simulação= negócio jurídico nulo.
31/05/2022
Art. 497. Sob pena de nulidade, não podem ser comprados, ainda que em hasta pública:
I - pelos tutores, curadores, testamenteiros e administradores, os bens confiados à sua guarda ou administração;
Tutela= menor perdeu os pais ou pais foram destituídos do poder familiar.
Tutor= nomeado pelo juiz em processo de tutela e tem a incumbência de cuidar, zelar e administrar os bens do menor.
O encerramento da tutela se dá pela maioridade ou com a emancipação.
Vedação do inciso I= questão de moralidade e evitar fraude (tutor poderia conseguir alguma vantagem para comprar o bem, em prejuízo dessa criança ou adolescente).
Curatela= protege pessoas que estão incapazes relativamente em razão de doença.
Testamenteiro= pessoa nomeada para executar o testamento.
II - pelos servidores públicos, em geral, os bens ou direitos da pessoa jurídica a que servirem, ou que estejam sob sua administração direta ou indireta;
O agente federal que participou da apreensão do bem não pode comprar este.
III - pelos juízes, secretários de tribunais, arbitradores, peritos e outros serventuários ou auxiliares da justiça, os bens ou direitos sobre que se litigar em tribunal, juízo ou conselho, no lugar onde servirem, ou a que se estender a sua autoridade; moralidade 
IV - pelos leiloeiros e seus prepostos, os bens de cuja venda estejam encarregados.
Parágrafo único. As proibições deste artigo estendem-se à cessão de crédito.
Art. 498. A proibição contida no inciso III do artigo antecedente, não compreende os casos de compra e venda ou cessão entre co-herdeiros, ou em pagamento de dívida, ou para garantia de bens já pertencentes a pessoas designadas no referido inciso.--> se o bem for em condomínio as pessoas designadas no inciso III podem compra-lo.
Co-herdeiros= dois ou mais herdeiros parte da herança é dividida entre eles.
Art. 499. É lícita a compra e venda entre cônjuges, com relação a bens excluídos da comunhão.- analogia= união estável.
Art 499 relacionado ao regime de bens.
Regime oficial/comum= comunhão parcial de bens ~
Regime da separação de bens (voluntária ou obrigatória)
Regime de comunhão de bens 
Regime de comunhão de aquestos.
Art 499= a compra e venda só pode ocorrer a bens que pertencem exclusivamente a um dos conjugues. (durante o casamento)
Compra e venda de bem em condomínio indivisível (não dá pra dividir o bem), se o condômino desejar vender a sua cota parte, ele tem que oferecer aos outros condôminos por condições iguais. (condomínio= coisa pertence a duas ou mais pessoas)
06/06/2022
Art 500
Diferença encontra não excede a 5% da área vendida= a diferença seria meramente enunciativa 
Pode acontecer de ter área sobrando-> Exemplo: compro 10 alqueires, mas recebe 13 alqueires comprador tem o direito de pagar pelo acréscimo e ficar com a área, caso contrário este devolve a área excedente ao vendedor.
Compra e venda ad corpus= do corpo/ do imóvel certo e determinado = a área do imóvel é irrelevante, meramente enunciativa/exemplificativa.
Art. 501. Decai do direito de propor as ações previstas no artigo antecedente o vendedor ou o comprador que não o fizer no prazo de um ano, a contar do registro do título.
Decai= perda do direito 
Vendedor ou comprador tem um 1 ano para entrar com as ações previstas no art. 500 do CC.
Parágrafo único. Se houver atraso na imissão de posse no imóvel, atribuível ao alienante, a partir dela fluirá o prazo de decadência.
Parágrafo único= após 1 ano.
Art. 502. O vendedor, salvo convenção em contrário, responde por todos os débitos que gravem a coisa até o momento da tradição.
Coisa= bem móvel tradição. --> entrega da coisa.
No caso do artigo 502 se o vendedor não pagar as dívidas da coisa, o comprador depois de adquirir terá que pagá-las. Neste caso, o comprador pode cobrar do vendedor o valor gasto para saldar as dívidas da coisa.
Direitos reais-> limitados 
Art. 503. Nas coisas vendidas conjuntamente, o defeito oculto de uma não autoriza a rejeição de todas
O defeito oculto de uma coisa não descaracteriza a compra conjunta realizada.
Atenção: se for uma compra de coleção raras de livros e um veio com defeito oculto. --> O comprador pode pleitear a rescisão do contrato deixa de ser coleção rara.
Art. 504. Não pode um condômino em coisa indivisível vender a sua parte a estranhos, se outro consorte a quiser, tanto por tanto. O condômino, a quem não se der conhecimento da venda, poderá, depositando o preço, haver para si a parte vendida a estranhos, se o requerer no prazo de cento e oitenta dias, sob pena de decadência.
Art 504= compra e venda de coisa em condomínio
Condomínio= propriedade da coisa pertencentes a duas ou mais pessoas.
Duas pessoas donas de um carro= condomínio indivisível= não dá para dividir o carro em dois.
Duas pessoas donas de um sítio= condomínio divisível.
Exemplo: 2 irmãos herdaram uma casa se um dos irmãos quer vender a sua parte, ele tem que dar preferência ao outro condômino (irmão dele). Se um estranho quer pagar R$ 100.000,00 pela parte de um condomínio e o outro condômino quer pagar o mesmo valor, este terá preferência.
Art 504= objetivo é unificar a propriedade.
Se o condomínio vender a sua parte a estranho sem dar preferência ao outro condômino, este pode haver para si a parte vendida, através do depósito do dinheiro.
Parágrafo único. Sendo muitos os condôminos, preferirá o que tiver benfeitorias de maior valor e, na falta de benfeitorias, o de quinhão maior. Se as partes forem iguais, haverão a parte vendida os comproprietários, que a quiserem, depositando previamente o preço.
Se tiver mais de um condômino querendo compra = quem fez maior número de benfeitorias tem preferência em relação aos outros. Porém, se estas não tiverem sido feitas, aquele que oferecer valor maior tem preferência, em relação aos outros.
07/06/2022
Seção II
Das Cláusulas Especiais à Compra e Venda
Subseção I
 Da Retrovenda
Cláusula de retrovenda
A cláusula de retrovenda independe da vontade do comprador para o vendedor recobrar (recomprar). --> recobra pelo mesmo valor + despesas de escritura 
O direito de retrovenda pode ser exercido contra terceiro, no máximo 3 anos decadenciais contado do registro da escritura do imóvel
Art. 505. O vendedor de coisa imóvel pode reservar-se o direito de recobrá-la no prazo máximo de decadência de três anos, restituindo o preço recebido e reembolsando as despesas do comprador, inclusive as que, durante o período de resgate, se efetuaram com a sua autorização escrita, ou para a realização de benfeitorias necessárias.
O vendedor que recomprar a coisa imóvel, paga o mesmo valor recebido + as despesas do comprador com a escritura.
Benfeitoria necessária= evitar que o bem se deteriore ou se perca= não precisa da autorização do proprietário.
Art. 506. Se o comprador se recusar a receber as quantias a que faz jus, o vendedor, para exercer o direito de resgate, as depositará judicialmente.
Parágrafo único. Verificada a insuficiência do depósito judicial, não será o vendedor restituído no domínio da coisa, até e enquanto não for integralmente pago o comprador.
Art. 507. O direito de retrato,que é cessível e transmissível a herdeiros e legatários, poderá ser exercido contra o terceiro adquirente.
Direito de retrato= direito de retrovenda- se o vendedor morreu os seus herdeiros podem exercer esse direito dentro do prazo 3 anos contados da escritura do imóvel.
Cessível= cede o direito de retrovenda para qualquer pessoa menos para o comprador ato inter vivos.
Direito de retrovenda= não é personalíssimo
Art. 508. Se a duas ou mais pessoas couber o direito de retrato sobre o mesmo imóvel, e só uma o exercer, poderá o comprador intimar as outras para nele acordarem, prevalecendo o pacto em favor de quem haja efetuado o depósito, contanto que seja integral.
Três pessoas tem uma casa em condomínio- as três vende a casa com clausula de retrovenda as três pessoas têm o direito de recomprar cada uma recompra a sua parte ou se não uma das três pessoas que queira recomprar só ela compra a casa inteira.
Subseção II
Da Venda a Contento e da Sujeita a Prova
Venda a contento= compra uma coisa e se não gostar devolve= contrato não se aperfeiçoou.
Art. 509. A venda feita a contento do comprador entende-se realizada sob condição suspensiva, ainda que a coisa lhe tenha sido entregue; e não se reputará perfeita, enquanto o adquirente não manifestar seu agrado.
Termo= efeitos condicionados a um evento futuro e certo.
Condição= subordina os efeitos do negócio jurídico a um evento futuro e incerto não sabe se o comprador vai gostar da coisa vendida efeitos da compra e venda a contento do comprador só se manifestam se o adquirente gostar da coisa vendida.
Art. 510. Também a venda sujeita a prova presume-se feita sob a condição suspensiva de que a coisa tenha as qualidades asseguradas pelo vendedor e seja idônea para o fim a que se destina.
Art. 511. Em ambos os casos, as obrigações do comprador, que recebeu, sob condição suspensiva, a coisa comprada, são as de mero comodatário, enquanto não manifeste aceitá-la.
Enquanto está experimentado é como se estivesse emprestando a coisa= rege-se pelas normas de empréstimo.
Art. 512. Não havendo prazo estipulado para a declaração do comprador, o vendedor terá direito de intimá-lo, judicial ou extrajudicialmente, para que o faça em prazo improrrogável.
Art 512= mora ex persona= vendedor tem que intima o comprador para que este diga se gosto ou não da coisa vendida, fixando um prazo improrrogável para o comprador se manifestar.
13/06/2022
Subseção III
Da Preempção ou Preferência
Art. 513. A preempção, ou preferência, impõe ao comprador a obrigação de oferecer ao vendedor a coisa que aquele (comprador) vai vender, ou dar em pagamento, para que este use de seu direito de prelação na compra, tanto por tanto.
Parágrafo único. O prazo para exercer o direito de preferência não poderá exceder a cento e oitenta dias, se a coisa for móvel, ou a dois anos, se imóvel.
Prazo para ter o direito de exercer preferência= coisa móvel – 180 dias\ coisa imóvel 2 anos
Na preempção ou preferência ou preelação o vendedor não é obrigado a colocar o bem a venda, seja este móvel ou imóvel. Além disso, o vendedor pode pedir o valor que ele desejar 
A perempção ou preferência é um direito pessoal/ personalíssimo. Logo, morre o direito com o particular.
Exemplo: Professor vendeu uma casa para o Israel com cláusula de preferência (tem que ser expressa) Se Israel for vender a casa, o Professor tem preferência de comprar a casa, tanto por tanto (nas exatas condições anterior).
Em se tratando de imóvel a cláusula de preferência deve constar na matrícula deste.
Diferenças entre retrovenda e preferência:
Retrovenda= se aplica a bem imóvel, direito real contra todos, pode ser exercido contra terceiros, direito pode ser cedido e se transfere aos herdeiros na morte do titular.
Preferência= se aplica a bem móvel e imóvel, direito pessoal, não pode ser exercido contra terceiros ou erga omnes (só resulta em perdas e danos), não pode ser cedido e não se transfere aos herdeiros no caso de morte do titular.
Art. 514. O vendedor pode também exercer o seu direito de prelação, intimando o comprador, quando lhe constar que este vai vender a coisa.
Art. 515. Aquele que exerce a preferência está, sob pena de a perder, obrigado a pagar, em condições iguais, o preço encontrado, ou o ajustado.
As condições tem que ser iguais, mas o preço pode ser diferente do valor da época comprada. --> comprador não está vinculado ao preço pago pela coisa, quando ele celebrou o contrato.
Atenção: Diferença da retrovenda= o preço tem que ser igual da época da celebração do contrato.
Art. 516. Inexistindo prazo estipulado, o direito de preempção caducará, se a coisa for móvel, não se exercendo nos três dias, e, se for imóvel, não se exercendo nos sessenta dias subseqüentes à data em que o comprador tiver notificado o vendedor.
Caducará= decadência= perda do direito se não for exercido o direito de preferência em 3 dias (móvel) e 60 dias (imóvel) contado da notificação, tal direito não poderá mais ser exercido. --> 60 dias para o vendedor pagar
Art. 517. Quando o direito de preempção for estipulado a favor de dois ou mais indivíduos em comum, só pode ser exercido em relação à coisa no seu todo. Se alguma das pessoas, a quem ele toque (o direito de preferência), perder ou não exercer o seu direito, poderão as demais utilizá-lo na forma sobredita (em relação a coisa no seu todo).
Em comum=condômino 
Tem que notificar os dois indivíduos, porém se só um quiser exercer o direito de preferência, ele tem que comprar o todo.
Art. 518. Responderá por perdas e danos o comprador, se alienar a coisa sem ter dado ao vendedor ciência do preço e das vantagens que por ela lhe oferecem. Responderá solidariamente o adquirente, se tiver procedido de má-fé.
Comprador vende a coisa sem notifica ao vendedor= responde por perdas e danos (desde que presenta a cláusula de preferência/ preempção) 
Adquirente= responde solidariamente por perdas e danos se sabia que havia a cláusula de preempção ou preferência no bem comprado.
Art. 519. Se a coisa expropriada para fins de necessidade ou utilidade pública, ou por interesse social, não tiver o destino para que se desapropriou, ou não for utilizada em obras ou serviços públicos, caberá ao expropriado direito de preferência, pelo preço atual da coisa.
O dono da coisa que foi desapropriada pelo Poder Público terá o direito de preferência pelo preço atual da coisa (mínimo= ao menos o preço que o Poder Público pagou na época), desde que esta não tiver o destino para que se desapropriou ou não for utilizada em obras ou serviços públicos. (não há a destinação pública na coisa que se desapropriou)
Art 519= não segue o mesmo prazo do artigo 513, pois não se trata de compra e venda. Além disso, o prazo para a expropriação deve ser estabelecido pelo Poder Público no edital da venda da coisa.
Art. 520. O direito de preferência não se pode ceder nem passa aos herdeiros.
Direito de preferência é personalíssimo.
02/08/2021
Subseção IV
Da Venda com Reserva de Domínio
Art. 521. Na venda de coisa móvel, pode o vendedor reservar para si a propriedade, até que o preço esteja integralmente pago.
Cláusula especial ao contrato de Compra e Venda Com reserva de domínio terá a entrega ou a tradição da coisa móvel feita pelo vendedor ao comprador e essa entrega ou tradição não será capaz de transferir a propriedade do bem móvel. Nessa forma de Compra e Venda, o que transferirá a propriedade é o PAGAMENTO INTEGRAL do preço convencional (acordado). --> bem continua na propriedade do vendedor até que seja realizado o pagamento.
Para que se realize o contrato de compra e venda por reserva de domínio o contrato tem que ser por escrito e registrado no cartório de títulos e documentos, a fim de gerar efeito erga omnes (contra todos não é requisito de validade). Além disso, o bem vendido tem que estar descrito no contrato com todas as suas características, pois se não houver o pagamento pode ocorrer busca e apreensão.
Na venda e compra com reserva de domínio a mora não é automática (mora ex re), visto que exige a necessidade de constituição do devedorem mora, seja pelo protesto ou notificação do devedor.
Verificada a mora do comprador no pagamento o vendedor pode retomar o bem, visto que o bem é dele.--> opções do vendedor: busca e apreensão ou executar o contrato.
Art. 525. O vendedor somente poderá executar a cláusula de reserva de domínio após constituir o comprador em mora, mediante protesto do título ou interpelação judicial.
Art. 526. Verificada a mora do comprador, poderá o vendedor mover contra ele a competente ação de cobrança das prestações vencidas e vincendas (que vão vencer) e o mais que lhe for devido; ou poderá recuperar a posse da coisa vendida.
Art. 527. Na segunda hipótese do artigo antecedente, é facultado ao vendedor reter as prestações pagas até o necessário para cobrir a depreciação da coisa, as despesas feitas e o mais que de direito lhe for devido. O excedente será devolvido ao comprador; e o que faltar lhe será cobrado, tudo na forma da lei processual.
O vendedor depois que retomar o bem pode usar o valor pago para cobrir as despesas e a depreciação da coisa. Se faltar o vendedor pode cobrar do comprador.
Não se aplica a regra res perect dominus (a coisa perece para o dono) no caso de compra e venda com reserva de domínio. --> prejuízo é de quem comprou a coisa e não do dono.
08/08/2022 
Subseção V
Da Venda Sobre Documentos
Art. 529. Na venda sobre documentos, a tradição da coisa é substituída pela entrega do seu título representativo e dos outros documentos exigidos pelo contrato ou, no silêncio deste, pelos usos.
Parágrafo único. Achando-se a documentação em ordem, não pode o comprador recusar o pagamento, a pretexto de defeito de qualidade ou do estado da coisa vendida, salvo se o defeito já houver sido comprovado.
Art. 530. Não havendo estipulação em contrário, o pagamento deve ser efetuado na data e no lugar da entrega dos documentos.
Art 530=obrigação quérable= domicílio do devedor (vendedor) devedor tem que entrega o documento.
Obrigação quérable= local do pagamento= domicílio do devedor.
Obrigação portable= local do pagamento= domicílio do credor.
Art. 531. Se entre os documentos entregues ao comprador figurar apólice de seguro que cubra os riscos do transporte, correm estes à conta do comprador, salvo se, ao ser concluído o contrato, tivesse o vendedor ciência da perda ou avaria da coisa.
Art. 532. Estipulado o pagamento por intermédio de estabelecimento bancário, caberá a este efetuá-lo contra a entrega dos documentos, sem obrigação de verificar a coisa vendida, pela qual não responde.
Parágrafo único. Nesse caso, somente após a recusa do estabelecimento bancário a efetuar o pagamento, poderá o vendedor pretendê-lo, diretamente do comprador.
CAPÍTULO II
Da Troca ou Permuta negócio jurídico-> bem móvel e imóvel.
Art. 533. Aplicam-se à troca as disposições referentes à compra e venda, com as seguintes modificações:
I - salvo disposição em contrário, cada um dos contratantes pagará por metade as despesas com o instrumento da troca;
Compra e venda de bem imóvel a despesa com o registro é do comprador. Na tradição a despesa (multa) é do vendedor.
Permuta= meio a meio das despesas da troca.
II - é anulável a troca de valores desiguais entre ascendentes e descendentes, sem consentimento dos outros descendentes e do cônjuge do alienante.--> 2 anos para anular art 179 do Código Civil.
Consentimento dos outros descendentes= evitar fraude- problema na herança.
09/08/2022
CAPÍTULO IV
Da Doação
 Seção I
 Disposições Gerais
O doador ou donatário devem ser pessoas físicas ou jurídicas com capacidade civil.
Contrato de doação:
- Ato de disposição gratuita intervivos (entre pessoas vivas).
- Contrato unilateral 
- Forma: escritura pública ou instrumento particular.
Pergunta: Contrato de promessa de doação é válido?
R: Posição 1= quebra a liberalidade
 Posição 2= doador tem que cumprir com o contrato preliminar realizado.
O donatário é obrigado a aceitar a doação?
R: Não
Art. 539. O doador pode fixar prazo ao donatário, para declarar se aceita ou não a liberalidade. Desde que o donatário, ciente do prazo, não faça, dentro dele, a declaração, entender-se-á que aceitou, se a doação não for sujeita a encargo.
Classificação da doação:
- Pura e simples= doação não sujeita a encargo.
- Doação com encargo ou condicional = doador transfere bem, patrimônio, vantagem ao donatário e o donatário se obriga a realizar um encargo estabelecido pelo doador. Gera todos os efeitos, imediatamente, após a sua realização. 
Revogação da doação não cumprimento do encargo e indignidade do donatário.
- Doação por merecimento= doador leva em consideração méritos do donatário.
- Doação remuneratória= feita pelo doador remunerando um bem recebido do donatário. (ex: promessa de recompensa)
Art. 541. A doação far-se-á por escritura pública ou instrumento particular.
Parágrafo único. A doação verbal será válida, se, versando sobre bens móveis e de pequeno valor, se lhe seguir incontinenti (imediatamente) a tradição. --> doação longa manus.
Pequeno valor cláusula aberta. --> parte da doutrina= salário-mínimo. - outra parte patrimônio do doador.
Art. 542. A doação feita ao nascituro valerá, sendo aceita pelo seu representante legal. --> teoria concepcionista. 
Art 542= admite que o nascituro seja donatário. --> doação feita sob uma condição suspensiva (evento futuro e incerto), ou seja, a criança nascer.
Art. 543. Se o donatário for absolutamente incapaz, dispensa-se a aceitação, desde que se trate de doação pura.
15/08/2022
Contrato de doação puro e simples= típico, nominado, unilateral, contrato gratuito.	
Herdeiros necessários= descendentes (filhos, netos, bisnetos), ascendentes (pais, avô e bisavô) e o conjugue. --> herdeiro mais próximo exclui o mais remoto.
No caso de existência de herdeiros necessários o doador só dispor 50% do seu patrimônio. (cálculo= data na qual a doação foi realizada) Exemplo: Pai tem 100.000 e dois filhos pode dispor até 50.000 por doação para um dos filhos não precisa de autorização do outro.--> outra cota parte é denominada de legítima.
O que excede a parte da doação disponível (50%) é caracterizada como doação inoficiosa (nula), a qual fere a legitimidade dos herdeiros necessários.
Colacionar= herdeiro que recebeu um bem por doação, quando da abertura da sucessão, vai trazer o bem doado e narrar no inventário (recebeu antecipado). No caso o herdeiro colacionado vai receber menos do que os outros herdeiros para equalizar a cota parte. 
OBS: O pai pode dizer que está tirando o patrimônio da sua parte disponível e dispensar o filho de colacionar esse filho vai receber mais que os outros.
1228= atributos do direito de propriedade.--. Usufruto= nu proprietário= despido do direito de usar e gozar do bem. --> pode dispor do bem
Art 550 (irrelevante o regime de bens) = doação de conjugue adúltero pode ser anulada (anulável) pelo outro conjugue prazo para anulação= 2 anos depois de dissolvida a sociedade conjugal por qualquer forma. (manter a família).
Art 550 titularidade da ação= conjugue (ação personalíssima). --> herdeiros podem prosseguir com a ação intentada.
Art 551-> doação conjuntiva= feita a duas ou mais pessoas em comum (Ex: pais doam a casa aos três filhos) distribuída por igual entre as pessoas, salvo declaração em contrário. --> Se o donatário morrer vai para os herdeiros, salvo se for marido e mulher. (conjugue sobrevivente vai ficar com toda doação)
Direito de acrescer= conjugue sobrevivente na hipótese de doação conjuntiva.
Art 552 doador= não é obrigado a pagar juros moratórios, nem é sujeito as consequências da evicção ou do vício redibitório.
16/08/2022
Direito Civil – Continuação do contrato de doação 
Contrato de doação por si só não transfere a propriedade, apenas gera direito obrigacional. obrigação de transferir a propriedade.
▪ Claúsula de reversão- art. 547 caput:
- Exceção= tem que estar expresso.
- Doador pode estipular no contrato de doação que se o donatário morrerantes do doador, os bens voltam para o patrimônio do doador, ao invés de ir para o inventário.
- Não pode ser estipulada em favor de terceiro bem não pode ir para outro terceiro. 
▪ Art 554- Doação com encargo para entidade pública
- Quem pode exigir o cumprimento do encargo= doador (REGRA), terceiro beneficiário e Ministério Público (interesse público)
Art. 554. A doação a entidade futura caducará se, em dois anos, esta não estiver constituída regularmente.
Caducar= perda do direito.
A doação pode ser com: 
- cláusula de incomunicabilidade= bem é exclusivamente de um dos cônjuges, independentemente do regime a ser adotado
Cláusula de impenhorabilidade= bem não pode ser objeto de penhora por dívida da pessoa
Cláusula de inalienabilidade= não vai poder vender.
▪ Revogação da doação:
- Ingratidão do donatário
- Inexecução do encargo
O doador não pode se renunciar antecipadamente ao direito de revogar a doação por ingratidão e inexecução do encargo. (556)
Art. 557. Podem ser revogadas por ingratidão as doações:
I - se o donatário atentou contra a vida do doador ou cometeu crime de homicídio doloso contra ele;
II - se cometeu contra ele ofensa física; subtende-se que a ofensa física deve ser dolosa.
III - se o injuriou gravemente ou o caluniou; injúria grave= análise do caso concreto.
IV - se, podendo ministrá-los, recusou ao doador os alimentos de que este necessitava.
O direito de revogar a doação não se transmite aos herdeiros do doador= ação personalíssima do doador (art 560)
561= antes do doador falecer ele pode manifestar perdão
563= mora ex re= constitui em mora depois que se estabelece o prazo. A razoabilidade do prazo deve levar em conta o caso concreto.
O encargo pode ser em benefício do doador ou da coletividade.
Ação de revogação por inexecução do encargo= personalíssima= Doador não é obrigado.
A doação por encargo já gera imediatamente os efeitos perdas e danos/indenização se a pessoa não cumprir o encargo.
Se o encargo não for possível de se realizar= desfaz o encargo e mantém a doação
A revogação por ingratidão não prejudica direito adquirido por terceiros 
O donatário citado-> está em mora tem que restitui os frutos—se não pode indeniza pelo preço médio atual
564-> obrigação natural não se revoga por ingratidão-> não pode ser exigida judicialmente= se paga não pode cobrar de volta= dívida existe= pago algo devido.
22/08/2022 Contrato de locação
Obrigação do locador (art 566 CC):
- A locação não pode ser desvirtuada sob pena de rescisão do contrato;
- Respeitar o uso da coisa pelo inquilino/locatário;
- pagar IPTU;
- Arcar com as benfeitorias necessárias do imóvel
Benfeitoria necessária não precisa de autorização do proprietário para ser feita e gera direito de reembolso.
Pode acontecer que o contrato de locação estabeleça que o inquilino não tenha direito ao reembolso de benfeitoria feita no bem.
Atenção: benfeitoria útil= toda obra ou despesa feita na coisa que aumente a sua utilidade.--> inquilino deve pedir autorização prévia do proprietário para ter direito ao reembolso.
Venda da coisa durante a locação:
A locação não tira a alienabilidade da coisa.
Art. 567. Se, durante a locação, se deteriorar a coisa alugada, sem culpa do locatário, a este caberá pedir redução proporcional do aluguel, ou resolver o contrato, caso já não sirva a coisa para o fim a que se destinava.
Art 568
Se há um risco real de invasão ou se as pessoas já invadiram, cabe ao locador ação judicial, para que haja respeito do que inquilino no que diz respeito ao prazo estipulado no conto contrato.
Tanto uma locação de imóvel, como móvel, pode ser por prazo determinado ou indeterminado.
Locação com prazo indeterminado no Código Civil:
- Proprietário= Notificação ao inquilino que não quer mais 	
Locação com prazo determinado:
- Proprietário e inquilino devem respeitar o prazo de vigência da locação.--> cesso o contrato= devolve a coisa.--> se o inquilino não entregar e continuar na locação e o locador não reclama= continua o contrato por prazo indeterminado.
29/08/2022 Lei do inquilinato
Art. 1º A locação de imóvel urbano regula - se pelo disposto nesta lei:
Parágrafo único. Continuam regulados pelo Código Civil e pelas leis especiais:
a) as locações:
1. de imóveis de propriedade da União, dos Estados e dos Municípios, de suas autarquias e fundações públicas;
2. de vagas autônomas de garagem ou de espaços para estacionamento de veículos;
3. de espaços destinados à publicidade;
4. em apart- hotéis, hotéis - residência ou equiparados, assim considerados aqueles que prestam serviços regulares a seus usuários e como tais sejam autorizados a funcionar;
b) o arrendamento mercantil, em qualquer de suas modalidades.
Art. 2º Havendo mais de um locador ou mais de um locatário, entende - se que são solidários se o contrário não se estipulou.
Parágrafo único. Os ocupantes de habitações coletivas multifamiliares presumem - se locatários ou sublocatários.
Art 2°,caput= solidariedade passiva entre mais de um locador e locatário tem que ser parte contratante, que não significa que está ou não morando no imóvel.
Art. 3º O contrato de locação pode ser ajustado por qualquer prazo, dependendo de vênia conjugal, se igual ou superior a dez anos.--> independe de regime de separação de bens.
Art 3°, caput,= Não casado= não precisa de vênia de ninguém.
vênia conjugal= autorização do outro cônjuge se igual ou superior a dez anos.-->
Parágrafo único. Ausente a vênia conjugal, o cônjuge não estará obrigado a observar o prazo excedente. --> se não tiver anuência não gera efeito em relação ao outro conjugue
Art. 4o  Durante o prazo estipulado para a duração do contrato, não poderá o locador reaver o imóvel alugado. Com exceção ao que estipula o § 2o do art. 54-A, o locatário, todavia, poderá devolvê-lo, pagando a multa pactuada, proporcional ao período de cumprimento do contrato, ou, na sua falta, a que for judicialmente estipulada.   
Vedação ao locador= reaver o imóvel alugado durante o prazo de estipulação do contrato
Locatário= parte mais fraca= pode devolver o imóvel, porém terá que pagar multa proporcional ao período do cumprimento do contrato ou a estipulada judicialmente.
Parágrafo único. O locatário ficará dispensado da multa se a devolução do imóvel decorrer de transferência, pelo seu empregador, privado ou público, para prestar serviços em localidades diversas daquela do início do contrato, e se notificar, por escrito, o locador com prazo de, no mínimo, trinta dias de antecedência.
Se a locação decorre de atividade profissional e por questão trabalhista o locatário/ inquilino é dispensado da multa.
Art. 5º Seja qual for o fundamento do término da locação, a ação do locador para reaver o imóvel é a de despejo.—SEMPRE= NA LEI DO INQUILINATO.
Art 8° lei de locação= regra= Se o imóvel for alienado durante a vigência da locação, o adquirente não é obrigado a respeitar o inquilino. Neste caso, o inquilino tem 90 dias para desocupar o imóvel.
Exceção do art 8°= contrato por prazo determinado + cláusula de vigência em caso de alienação + averbação junto à matrícula do mesmo. Neste caso, o adquirente é obrigado a respeitar a permanência do inquilino, devido a averbação junta a matrícula do imóvel, que dá efeito erga omnes.
Art. 9º A locação também poderá ser desfeita:
I - por mútuo acordo; Distrato
II - em decorrência da prática de infração legal ou contratual;
III - em decorrência da falta de pagamento do aluguel e demais encargos;
IV - para a realização de reparações urgentes determinadas pelo Poder Público, que não possam ser normalmente executadas com a permanência do locatário no imóvel ou, podendo, ele se recuse a consenti - las.
30/08/2022
Na ação de despejo por falta de pagamento o locador tem que apresentar cálculo de todos os alugueres em atraso.
Art. 10. Morrendo o locador, a locação transmite - se aos herdeiros.
Art 10= herdeiros do locador tem que respeitar a vigência do contrato Morte do locador não extingue o contrato.
Art. 11. Morrendo o locatário, ficarão sub

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