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VÍRUS É um arranjo molecular de proteínas e ácidos nucleicos, acelular, de tamanho microscópico (18- 300nm) e parasitas intracelulares obrigatórios de organismos uni ou pluricelular. Não são considerados vivos, pois quando estão fora de células hospedeiras não apresentam metabolismo e capacidade de multiplicação. Podem apresentar material genético DNA ou RNA, mas nunca ambos. Os vírus têm poucas ou mesmo nenhuma enzima própria para seu metabolismo (síntese proteica e a geração de ATP), por isso eles devem assumir a maquinaria metabólica da célula hospedeira para a sua multiplicação. CLASSIFICAÇÃO A forma mais consistente e atual de classificação é pelas características físicas e bioquímicas, como tamanho, morfologia (presença ou ausência de um envelope de membrana), tipo de genoma e meios de replicação. ESTRUTURA Vírion é a partícula viral infecciosa fora do hospedeiro, consiste em um genoma de ácido nucleico empacotado numa cobertura proteica (capsídeo) ou numa membrana (envelope). O nucleocapsídeo é junção do ácido nucleio ao capsídeo. Alguns vírus possuem uma matriz proteica que preenche o espaço entre o capsídeo e envelope viral. O genoma do vírus consiste em DNA ou RNA. O DNA pode ser de fita simples ou dupla, linear ou circular. O RNA pode ser de sentido positivo, negativo ou duplo. O material genético do vírus é protegido por um revestimento proteico, o capsído. Cada capsídeo é composto de subunidades proteicas, os capsômeros. O capsídeo tem a função de empacotamento e proteção dos ácidos nucleicos, transporte dos ácidos nucleicos para outras células, é uma estrutura facilmente disseminada no meio ambiente, é uma estrutura rígida e capaz de resistir a severas condições do meio ambiente e é liberado da célula por lise via ciclo lítico. Em alguns vírus o capsídeo é envolto por um envelope formado por uma bicamada lipídica originária de membrana celular do próprio hospedeiro contendo lipídeo, proteínas e carboidratos para infectividade viral. O envelope viral é formado durante o brotamento do nucleocapsídeo através de uma membrana celularO envelope viral não confere proteção extra aos vírus, pelo contrário, ele é facilmente destruído. Dependendo do vírus, o envelope pode ou não apresentar espículas formados por um complexo carboidrato-proteico, elas atuam na ligação do vírus à membrana das células hospedeiras. Os vírus que não são envoltos por um envelope são conhecidos como vírus não-envelopados. Nesse caso, o próprio capsídeo atua como barreira protetora e de ligação às células hospedeiras. BIOSSÍNTESE 1. ADSORÇÃO. Ligação da molécula presente na superfície da partícula viral com os receptores da MP do hospedeiro. 2. PENETRAÇÃO E DESNUDAMENTO. Ocorre a entrada do vírus na célula por fusão ou viropexia. Em seguida, o capsídeo viral é removido pela ação de enzimas, expondo o genoma viral. 3. TRANSCRIÇÃO INICIAL DE RNAm. 4. TRADUÇÃO E PROCESSAMENTO. 5. REPLICAÇÃO. 6. TRANSCRIÇÃO TARDIA DE RNAm. 7. TRADUÇÃO TARDIA E PROCESSAMENTO. 8. MATURAÇÃO E MONTAGEM. As proteínas se agregam ao genoma, formando os nucleocapsídeos e maturação do capsídeo viral. 9. LIBERAÇÃO. Ocorre a saída do vírus por lise celular (não-envelopado) ou brotamento (envelopado). REPLICAÇÃO VIRAL PELA CLASSIFICAÇÃO DE BALTIMORE A síntese viral compreende a formação das proteínas estruturais e não-estruturais dos processos de transcrição e tradução. Os vírus foram agrupados em sete classes propostas por Baltimore em 1971 de acordo com as características do ácido nucleico e tipo de replicação. • I, III, IV e V. O processo de tradução do RNAm ocorre no citoplasma da célula hospedeira • II. A tradução do RNAm ocorre no núcleo da célula hospedeira Em todas as classes, o RNAm sintetizado vai se ligar aos ribossomos, codificando a síntese das proteínas virais. As primeiras proteínas a serem sintetizadas são chamadas de estruturais, pois formam a partícula viral. As tardias são as proteínas não-estruturais, que participam do processo de replicação. • VI. O vírus de RNA realiza a transcrição reversa, formando DNA complementar (retrovírus). • VII. Apresentam um RNA intermediário de fita simples, maior do que o DNA de cadeia dupla que o originou. INFECÇÕES VIRAIS As infecções virais podem ser latentes ou persistentes. Infecções latentes é aquele em que o vírus permanece dentro da célula hospedeira por longos períodos sem produzir uma infecção. Infecções persistentes ocorrem quando a infecção primária não é eliminada completamente, pois o vírus, genomas e/ou proteínas virais continuam a ser produzidos por muitos anos. A reprodução dos vírus de DNA, basicamente ocorre através de dois tipos de ciclos: o ciclo lítico (destruição da célula hospedeira) e o ciclo lisogênico (preservação da célula hospedeira). Podem ainda ocorrer infecções subvirais. Os vírus defectivos contêm genomas incompletos ou defectivos e são sintetizados somente se outro vírus completo infectar a mesma célula. Os príons são proteínas infecciosas (PrP), não possuem ácidos nucleicos e são muito resistentes à inativação por processos químicos ou físicos. Elas são capazes de modificas outras proteínas celulares saudáveis em proteínas doentes. A sua destruição é feita apenas quando incinerada. A resposta imune frente a infecções virais começa pela resposta imune inata, ocorrendo a liberação de IFN-I e células NK. Na resposta imune adaptativa ocorre a liberação de anticorpos específicos pela célula B e lise da célula infectada pelo LTCD8+. O mecanismo de evasão viral ocorre por meio da inibição da atividade proteossômica (EBV e CMV), bloqueio da síntese de MHC e/ou retenção no RE, bloqueio no transporte por TAP/HSV, remoção do MHC classe I do RE (CMV) ou engajamento de receptores de inibição em células NK por moléculas MHC classe I virais decodificadoras. O sucesso da infecção viral é baseado na carga suficiente de vírus disponíveis, no tropismo celular, células passíveis de infecção (acessível, susceptível e permissível), sistema imune deficiente ou ausente e com efeitos citopáticos (lise celular por necrose ou indução à apoptose).
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