Prévia do material em texto
Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Tópicos a serem abordados: - Definição, tipos, classificação, epidemiologia, etiologia e sinais e sintomas de IC crônica. - Classes farmacológicas do tratamento de IC crônica: 1. Inibidor da Enzima Conversora de Angiotensina (IECA) e Antagonista de receptores de Ang II. 2. Beta-bloqueadors. 3. I n i b i d o r d e M i n e ra l o c o r t i c o i d e (Espironolactona). 4. Digitálicos. 5. Nitratos e vasodilatadores. - Definição, classificação, epidemiologia, etiologia e sinais e sintomas de IC Aguda. - Classes farmacológicas do tratamento de IC aguda: 1. Diuréticos de alça. 2. Nitrovasodilatadores. 3. Peptídeos Natriuréticos atriais. 4. Inotrópicos. Caso clínico: - Homem, 53 anos, habitante da região rural, procurou serviço da saúde hospitalar relatando dispneia em leve esforço, distensão abdominal, hipotensão ortostática frequente e edema em membros inferiores há mais de uma semana. Após exames laboratoriais e de imagem, foi constatado aumento de área cardíaca e diminuição da fração de ejeção. Após a informação de que a região rural na qual o paciente habita há mais de 20 anos é uma área endêmica para Doença de Chagas, foi realizado o exame sorológico que constatou infecção por Trypanosoma cruzi. Dessa forma, foi diagnosticada Insuficiência Cardíaca Congestiva ocasionada por cardiopatia chagástica crônica. Foi prescrito para esse paciente 10 mg de enalapril, 12,5 mg de carvedilol, 25mg de espironalactona, 0,125mg de digoxina acompanhado do tratamento não farmacológico. Insuficiência cardíaca: - A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome complexa, na qual o coração é incapaz de bombear sangue de forma a atender às necessidades metabólicas tissulares, ou pode fazê-lo somente com elevadas pressões de enchimento. • Coração se torna incapaz de bombear o sangue, não consegue ejetar sangue. - Tal síndrome pode ser causada por alterações estruturais ou funcionais cardíacas e caracteriza-se por sinais e sintomas típicos, que resultam da redução no débito cardíaco e/ou das elevadas pressões de enchimento no repouso ou no esforço. • Pode se causada por vários motivos: problemas na sístole ou na diástole. - DÉBITO CARDÍACO: é a quantidade de sangue ejetada pelo coração em um determinado período de tempo. 38 Insuficiência C!díaca Aguda e Crônica Beth - DATA: 19/04 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Redução do DC = faz com que o coração não consiga ejetar sangue pelo VE. • Volume que cabe no VE = 120 mL. • Volume que normalmente ejeta = 70 mL. • Quanto mais sangue saí, maior a fração de ejeção (Vs/ volume diastólica final). • A Fc é modulada pelo SNA (principalmente o simpático). - O que determina e altera o DC? • Frequência cardíaca. • Contratilidade (dependente de cálcio). • Quantidade de sangue que chega no coração (pré carga, que depende do retorno venoso). • Expansão das células musculares (quanto maior expansibilidade = maior força de ejeção: mecanismo de Frank Starling). • Pós carga: saída do sangue do coração. Tipos de IC: - Depende da gravidade e duração, pode ser classificada em: • IC aguda: alterações rápidas ou graduais de sinais e sintomas resultando em necessidade de terapia urgente. • I C c r ô n i c a : r efl e t e a n a t u r e z a progressiva e persistente da doença. IC sistólica ou diastólica: - SISTÓLICA: sangue não consegue sair durante a contração. • Baixa fração de ejeção, < 40% (FE normal: > 50%, de 40 a 49% é borderline, se < 40% é considerado baixo). • Dificuldade em contrair o miocárdio. • É aquela em que ocorre dificuldade de contrair o miocárdio e, consequentemente, de ejetar o sangue, acumulando-o. - DIASTÓLICA : restrição da distensão ventricular, não consegue encher de sangue. • Restrição da distensão ventricular durante enchimento diastólico. • O coração não consegue ser enchido efetivamente. • Pressão de enchimento das cavidades vai se elevando progressivamente. Fisiopatologia da IC sistólica: - Redução do DC = redução da PA, e quando a pressão está baixa é um dos sinais para estimular o SRAA. - Renina na circulação: • C o n v e r t e a n g i t e n s i n o g ê n i o e m a n g i o t e n s i n a I , p e l a E C A f o r m a angiotensina II. - Ativa SNA simpático. - Estimula liberação de aldosterona. - Aumenta sede. - Vasoconstrição. - A ativação do SRAA promove evolução da insuficiência cardíaca por promover: • Hipertrofia. • Vasoconstrição. • Lesão do músculo cardíaco. - Podemos usar fármacos então que agem no SRAA: • ARA. • IECA. • Beta bloqueador. 39 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB Classificação de acordo com a fração de ejeção: - Fração de ejeção (FE): fração do volume de sangue recebido durante a diástole que é ejetada durante a sístole. • Representa a capacidade do VE de ejetar o sangue para a artéria aorta. • VS/ VD final = 72/ 120 mL = 60%. ‣ FE normal ≥ 50% = IC com FE preservada. ‣ FE reduzida < 40% = IC com FE reduzida. ‣ F E e n t r e 4 0 a 4 9 % = I C c o m F E intermediária. Insuficiência Cardíaca Crônica: Epidemiologia: - 23 milhões de pessoas portadoras de IC no mundo. - A sobrevida após 5 anos de diagnóstico pode ser de apenas 35%. - As projeções mostram que a prevalência da IC aumentará 46% de 2012-2030 no mundo, resultando em mais de 8 milhões de pessoas acima dos 18 anos de idade com IC. Etiologia: - Qual a etiologia da IC no caso clínico apresentado? • No caso clínico, foi Doença de chagas. • A etiologia da IC pode ser diversa. Sinais e sintomas: - A IC é uma síndrome complexa, com alteração da função cardíaca, o que resulta em sintomas e sinais de baixo débito cardíaco e/ou congestão pulmonar ou sistêmica, em repouso ou aos esforços. - Sintomas típicos: • Falta de ar/ dispneia. • Ortopedia. • Dispneia paroxística noturna. • Fadiga/ cansaço. • Intolerância ao exercício. - Sinais mais específicos: • Pressão venosa jugular elevada. • Refluxo hepatojugular. • 3ª bulha cardíaca. • Impulso apical desviado para esquerda. - Sintomas menos típicos: • Tosse noturna. • Ganho de peso. • Dor abdominal. • Perda de apetite e perda de peso • Noctúria e oligúria. - Sinais menos específicos: • Creptações pulmonares. • Taquicardia. • Hepatomegalia e escute. • Extremidades frias. • Edema periféricos. - No caso clínico: dispneia em leve esforço, distensão abdominal, hipotensão ortostática frequente e edema em membros inferiores há mais de uma semana. Vias neuro humorais: - Quando temos uma IC (função cardíaca comprometida), o DC diminui e a PA caí. - Se a PA caí, os barorreceptores detectam a menor estiração dos vasos = avisa o bulbo que ativa o SNA simpático levando a vasoconstrição e liberação de renina (ativa SRAA). 40 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • Vasoconstrição = aumenta resistência = aumenta pós carga. • SRAA = aumenta aldosterona = retêm sódio e água e aumenta volume intra vascular = aumenta pré carga. • Demanda de O2 é aumentada pelo miocárdio = agrava a IC. - Classes farmacológicas para inibir esses efeitos neuro humorais: 1. Inibidor da enzima conversora de angiotensina (IECA) e antagonista de receptor de angiotensina II. 2. Beta bloqueadores. 3. In ib idor de mineralocort ico ides (espironolactona). 4. Digitáicos. 5. Nitratos e vasodilatadores. Tratamento da IC crônica: 1) IECA E ANTAGONISTA DOS RECEPTORES DE ANGIOTENSINA II (BRA): - Os IECA constituem um grupo de fármacos com comprovados benefícios na evolução de pacientes com IC, tanto em relação à morbidade, como à mortalidade, além de conferirem melhora na qualidade de vida. - Aspectos práticos: • Intolerância aos IECAs é definida como a presença de tosse persistente (captopril) e debi l i tante ou a ocorrência de angioedema. O uso deBRAs é uma alternativa nestes casos. A taxa de outros efeitos adversos, como hipotensão, hipercalemia ou disfunção renal, é semelhante entre IECAs e BRAs. • Devido risco de piora da função renal, hipercalemia e hipotensão arterial, os IECAs/BRAs devem ser introduzidos em doses baixas. • Não se deve administrar a combinação IECA + BRA em pacientes em uso de a n t a g o n i s t a s d e a l d o s t e r o n a (espironolactona), pelo risco de efeitos colaterais, em especial de hipercalemia. - Mas pode administrar IECA ou BRA + espironolactona. - O mais usado é: IECA ou BRA + espironolacorna + digitálicos. - Por que IECA/ BRA causa hipercalemia?? porque inibem aldosterona na célula principal (reabsorve sódio, excreta potássio) do ducto coletor (IECA/ BRA ao inibir produção de aldosterona) faz com que saia sódio e potássio não seja excretado = hipercalemia. - Recomendações: • IECA para disfunção do VE sintomática para reduzir mortalidade e morbidade. • BRA mesma coisas mas p/ quem é intolerante ao IECA: disfunção do VE sintomática (nos intolerantes a IECA por t o s s e / a n g i o e d e m a ) p / r e d u z i r mortalidade e morbidade. • BRA associado ao IECA para disfunção de VE sintomática para reduzir hospitalização por IC (em pacientes que não usam antagonistas mineralocorticóides) = mais raro. 41 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB 2) BETA BLOQUEADORES (BB): - Os BB também são considerados fármacos de primeira linha no tratamento da IC Crônica, pois determinam benefícios clínicos na mortalidade global, na morte por IC e por morte súbita, além de melhorarem sintomas e reduzirem taxas de re- hospitalizações por IC em inúmeros estudos clínico. • São considerados da classe de anti hipertensivos, mas usados em último caso, e mais um tratamento co adjuvante. • Na IC o BB é considerado 1ª linha de tratamento da IC crônica. - Aspectos práticos: • Os benefícios esperados com o uso de BB podem se tornar aparentes apenas após vários meses de uso. • No início do tratamento com BB, alguns pacientes podem referir piora funcional discreta, mas devem ser encorajados a manter o uso da medicação. - Recomendações: • Bisoprolol, carvedilol e succinate de metoprolol para disfunção do VE sintomática para reduzir a morbidade e mortalidade. • N e b i v o l o l p a ra d i s f u n ç ã o d o V E sintomática em pacientes > 70 anos. - Lembrar os BB de escolha: • Bisoprolol. • Carvedilol. • Succinato de metoprolol. 3) ANTAGONISTAS DOS RECEPTORES MINERALOCORTICÓIDES: - O s a n t a g o n i s t a s d o s r e c e p t o r e s mineralocorticoides (espironolactona) estão indicados em pacientes sintomáticos com disfunção sistólica do VE, em classes funcionais II a IV da NYHA, associados ao tratamento padrão, apresentando efeitos contundentes sobre mortalidade e taxas de re-hospitalização. - Aspectos práticos: • Não se deve administrar a combinação de antagonista da aldosterona + IECA + BRA, pelo risco de efeitos colaterais, em especial de hipercalemia. • O uso de espironolactona em pacientes com insuficiência renal e níveis séricos limítrofes de potássio deve ser feito com c a u t e l a , n e c e s s i t a n d o - s e d e monitorização frequente e periódica da função renal e de eletrólitos. • Deve-se evitar o uso de espironolactona em pacientes com IR avançada (creatinina > 2,5 mg/dL) e em pacientes com hipercalemia persistente (em geral potássio > 5,9 mmol/L). - Recomendações: • A n t a g o n i s t a d o s r e c e p t o r e s d e mineralocorticóides para disfunção de VE sintomática, associado ao tratamento padrão com IECA OU BB, para reduzir morbidade e mortalidade. 4) DIGITÁLICOS: - O efeito de digoxina diante do tratamento contemporâneo da IC, incluindo terapia tripla (IECAs, BB e antagonistas da aldosterona) é desconhecido, mas fazem essa associação para melhorar a IC. - Cardiotônico muito usar, mas sozinho não possui muito efeito. - Exemplos: • Dioxina (Deladeira). • Digitoxina. • Ouabaína. - Mecanismo de ação: inibir a bomba de Na/ K ATPase (joga sódio para fora e potássio para dentro), diminuindo a retirada de 3Na+ de dentro da célula do músculo cardíaco. • Aumenta sódio dentro da célula = mais despolarização = mais cálcio na célula = maior contração do músculo cardíaco. 42 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • De forma indireta, favorece contração do coração (aumenta FE). - Toxicidade: concentrações séricas acima de 2,0 ng/mL (dose ideal 1ng/mL). • Sinais de intoxicação pelos digitálicos: - Ps iquiátr icas : de l í r io , mal -estar , confusão, tontura, sonhos anormais. - Visuais: visão embaçada. - Gastrointestinais: anorexia, náuseas, vômitos, dor abdominal. - Respiratórios: hiperventilação. - Cardíacos: arritmias e distúrbios de condução nodal. • Tratamento: reversão dos sintomas = administração VO de potássio. - Aspectos práticos: • A digoxina (Digitax®) é geralmente considerada o cardiotônico de escolha na maioria dos casos em que esta terapêutica está indicada. • Não deve deve ser administrada por via I.M., porque causa dor intensa e eventual necrose muscular - Recomendações: • D i g o x i n a p a r a d i s f u n ç ã o d o V E sintomática, apesar de terapêutica otimizada com terapia tripla, para reduzir sintomas e hospitalizações. 5) NITRATOS E VASODILATADORES: - Associação de nitrato e hidralazina foi a primeira estratégia vasodilatadora que demonstrou efeitos benéficos sobre desfechos clínicos em pacientes com IC. - Recomendações: • Associação de hidralazina e nitrato para disfunção sistólica sintomática em classe funcional II-IV com contraindicação à IECA ou BRA ( IR e/ ou hipercalcemia) , independente de raça. CASO CLÍNICO: - Classes prescritas: • Enalapril: IECA. • Carvedilol: BB. • Espironolactona: antagonista de receptor mineralocorticoide ou antagonista de receptor de aldosterona. • Digoxina: digitálico. Insuficiência Cardíaca Aguda: Insuficiência cardíaca aguda: - A insuficiência cardíaca aguda é uma síndrome que pode causar morte súbita e geralmente requer hospitalização para tratamento. - Trata-se de uma síndrome heterogênea, porém o maior grupo de pacientes desenvolve congestão periférica e pulmonar durante dias ou semanas antes da internação. • O tratamento da IC aguda é tentar reduzir essa congestão. - Pode ocorrer em pacientes com insuficiência cardíaca crônica e, em casos extremos, no choque cardiogênico, com sintomas e sinais de perfusão baixa devido ao baixo débito cardíaco e à baixa pressão arterial. - A maioria dos pacientes (85%) apresenta quadro clínico de dispneia e sinais de sobrecarga de volume. - A insuficiência cardíaca aguda envolve anormalidades hemodinâmicas e danos a outros órgãos. • As alterações hemodinâmicas são responsáve is pe los s intomas de congestão, enquanto os danos a outros órgãos contribuem. Etiologia: ‣ Cardiopatia isquêmica crônica. ‣ Hipertensão arterial. ‣ Doença de Chagas. 43 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB ‣ Endomiocardiofibrose. ‣ Cardiopatia valvar. Características fisiopatológicas: - IC aguda crônica descompensada (60 a 75%): • Diminui contratilidade. • Retém água e sódio. • Aumento global da volemia (hipovolêmico absoluto). • Sintomas gradual (dias). • Principal sintoma: dispneia ou fadiga. • PAS normal ou baixa. • PAD +++. • FE e DC reduzidos. • Edema de membros frequente. • Há ganho de peso. - IC aguda nova (25 a 40%): • Aumento da pós carga e/ ou disfunção diastólica do VE. • Perda aguda da contracao. • Redistribuição da volemia da periferia para o pulmão (hipovolêmicos periférico, no pulmão). • Inicio dos sintomas rápidos. • Principal sintoma: dispneia. • PAS alta ou normal. • PAD +++++. • FE e DC normais ou reduzidos. • Edema de membros infrequente. • Não há ganhode peso. Classes farmacológicas: - O alvo terapêutico principal na IC aguda é a redução da congestão, que está presente em cerca de 85% dos pacientes. 1. Diuréticos de alça. 2. Nitrovasodilatadores (vasodilata para diminuir a pós carga). 3. Peptídeos natriuréticos atriais (PNA - age no SRAA). 4. Inotrópicos. - Os mecanismos fisiopatológicos da IC crônica e aguda são os mesmos, só na aguda que há mais congestão (diuréticos p/ tratamento) = diminuímos o efeito da aldosterona. Tratamento da IC aguda: 1) DIURÉTICOS DE ALÇA: - Causam perda substancial de sódio e água quando comparados com os demais diuréticos - Os diuréticos de alça tipo furosemida e o ácido etacrínico aumentam a capacitância venosa, diminuindo dessa maneira a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo. - Mecanismo de ação: bloqueiam o co transportador Na-K-2Cl no segmento espesso da alça de Henle. 44 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB 2) NITROVASODILATADORES: - A nitroglicerina IV reduz a pressão de enchimento do ventrículo esquerdo e a congestão pulmonar por meio de seu efeito venodilatador (aumento da capacitância venosa diminuindo a pré-carga). - Em doses mais altas, pode reduzir a resistência vascular periférica e, portanto, aumentar o volume sistólico e o débito cardíaco. - Também o Nitroprussiato de sódio. - Agem via NO, promovendo vasodilatação dos vasos = diminui PA. • Efeito venodi latador = aumenta capacitância do vaso = diminui pré carga e diminui pressão hisdrostática do capilar = diminui congestão pulmonar e edema pela IC. 3) PEPTÍDEOS NATRIURÉTICOS (PNA): - Existem 3 peptídeos: • A N P : p e p t í d e o a t r i a l l i b e r a d o predominantemente em resposta à distensão atrial (liberado nos átrios). • BNP: sintetizado e secretado pelos ventrículos (liberado nos ventrículos). • CNP: é predominantemente localizado no sistema nervoso central e no endotélio, mas considerado não circulante (liberado no SNC). - Q u a n d o h á a u m e n t o d o v o l u m e sanguíneo, há estiramento das células miocárdicas, coração percebe que há muito sangue e estimula produção do ANP que age principalmente nos rins = diminui liberação de renina e aumenta RFG, aumentando excreção de água e sódio. • Pode agir também no córtex da adrenal inibindo diretamente a aldosterona. • No hipotálamo inibe o ADH ( = diurese). • E no bulbo reduz a PA. - O s p e p t í d i o s n a t r i u r é t i c o s e s t ã o aumentados na insuficiência cardíaca e exercem efeito compensatório ao inibirem o SRAA e induzirem vasodilatação e natriurese. - Peptídeos natriuréticos sintéticos como a carperitida (forma recombinante do ANP) e a nesiritida (forma recombinante do BNP) são utilizados atualmente para tratamento da insuficiência cardíaca (quando os PNA não forem mais suficientes). Quando a d m i n i s t r a d o s a p a c i e n t e s c o m descompensação aguda da insuficiência cardíaca, uma rápida redução da pressão capilar pulmonar e, consequentemente, um alívio da dispneia ocorrem devido a natriurese, diurese e dilatação arterial e venosa. 4) INOTRÓPICOS: - Os inotrópicos são indicados em pacientes que apresentam sinais de hipoperfusão periférica, retenção hídrica causada por redução da contratilidade cardíaca e pressão arterial sistólica baixa. • Aumentam força de contração para melhorar a fração de ejeção. - Mecanismo de ação: melhoram os parâmetros hemodinâmicos ao aumentar o débito cardíaco e reduzir a pressão de enchimento dos ventrículos direito e esquerdo por meio do aumento da contratilidade cardíaca. - E xe m p l o s : c a t a c o l a m i n a s ( a m i n a s vasoativas). • DOBUTAMINA : cateco lamina com propriedades agonistas dos receptores adrenérgicos dos subtipos beta-1 e beta-2, apresenta efeito inotrópico positivo, com menor efeito cronotrópico positivo e sem efeito vasoconstritor. • N O R A D R E N A L I N A : c a t e c o l a m i n a endógena que atua em receptores adrenérgicos dos subtipos alfa e beta. Portanto, tem efeito cronotrópico e inotrópico positivo, além de causar vasoconstrição periférica. 45 Farmacologia ATD2 Catarina Alipio XXIIB • MIRILONA: apresenta propriedades inodilatadoras e promove aumento do débito cardíaco e queda da resistência vascular pulmonar e sistêmica, sem aumentar o consumo miocárdico de oxigênio. - LEVOSIMEDANA: nova medicação. • Aumenta a sensibilidade ao cálcio e apresenta efeito inotrópico positivo, potencializando a interação dos íons cálcio à troponina C nos cardiomiócitos. • Efeito vasodilatador ao abrir os canais para potássio sensíveis ao ATP na musculatura lisa vascular. • Ativa os canais para potássio sensíveis ao ATP da mitocôndria, efeito aparentemente chave na proteção do miocárdio e de outras células contra isquemia. Caso clínico: - Paciente DAF, 72 anos, internado na Unidade de Terapia Intensiva devido a uma Insuficiência Cardíaca. Recebe vários medicamentos. Sendo a digoxina um deles. 1) Qual o mecanismo de ação desse fármaco? 2) Quais os sintomas de toxicidade? 3) Complete a tabela: 46 FÁRMACOS DA IC CRÔNICA Classe Exemplos Mecanismo de ação Recomendações IECA/ BRA Beta bloqueadores Inibidor de mineraloor>cóide Digitálicos Nitratos e vasodilatadores FÁRMACOS DA IC AGUDA Classe Exemplos Mecanismo de ação Diuré>cos de alça Nitrovasodilatadores PepGdeos natriuré>cos atritais Inotrópicos