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MÓDULO 4: PROFESSOR: Liderança e Empreendedorismo Estratégia e Planejamento (o empreendimento) Luis Retamozo 2 N a análise estratégica, a análise das 5 forças de Porter é um excelente método para determinar as forças competitivas que dão forma a uma indústria para que possamos nos adaptar ou influenciar a concorrência. Em outras palavras, este método determina a atração de uma indústria, o benefício potencial, a facilidade e a atração para se mover de uma posição estratégica para outra. Por isso, esta análise é útil quando uma organização está tomando decisões para ingressar ou para sair de uma determinada indústria ou para identificar as ameaças e as oportunidades dentro dela. Esta análise foi originalmente desenvolvida por Michael Portes, célebre Professor de Harvard, autoridade mundial em estratégia. A teoria estabelece que, embora as companhias operem em amplos ambientes socioeconômicos que influem fatores legais, sociais, ambientais e econômicos, elas também operam em ambientes competitivos. Porter identificou 5 forças primárias que determinam o ambiente competitivo: A entrada de uma indústria é menos provável quando as empresas estabelecidas têm uma vantagem competitiva e podem fazer retaliações contra os novos concorrentes. Análise competitiva4.1 ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 1) Rivalidade entre concorrentes. 2) Ameaças de novos concorrentes. 3) Ameaça de Substitutos e complementos. 4) Poder de negociação dos fornecedores. 5) Poder de negociação dos compradores. 3 1. Rivalidade entre concorrentes Entre as evidentes e diretas forças que interagem em uma indústria, os concorrentes devem - em primeiro lugar - se enfrentar uns aos outros. Quando as companhias concorrem pelos mesmos consumidores e tentam ganhar uma porção do mercado (market share) à custa de outros concorrentes, é necessário an- tecipar e reagir às ações da concorrência. 2. Ameaças dos novos concorrentes Novos ingressos em uma indústria concorrem com outras já estabelecidas e, portanto, forçam a redução de preços e consequentemente os níveis de rentabilidade. A existência de barreiras substanciais ao in- gresso de novos concorrentes ajuda a proteger o potencial beneficio das empresas existentes e faz que a indústria seja mais atrativa. 3. Ameaça de Substitutos e Complementos Além das empresas que concorrem diretamente, outras podem afetar a dinâmica da indústria fornecen- do produtos ou serviços substitutos, que são funcionalmente semelhantes, embora possuam técnicas diferentes. A existência de substitutos ameaça a demanda em uma indústria e força preços e margens. Enquanto substitutos são uma ameaça potencial, um complemento é uma potencial oportunidade porque os consumidores compraram mais de um determinado produto que serve de complemento de outro. Por exemplo, um mouse é um complemento perfeito para um computador ou para um notebook. Sem eles, é absolutamente inútil e, portanto desnecessário. 4. Poder de negociação dos fornecedores Os fornecedores abastecem recursos pessoais, matéria-prima, componentes, informações e financiamen- to. São muito importantes, porque determinam a natureza do intercâmbio e o potencial valor criado na cadeia de abastecimento dos compradores. Os fornecedores com amplo poder podem negociar melhores preços e, desta maneira reduzir as margens dos compradores. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Análise competitiva4.1 4 5. Poder de negociação dos compradores Os consumidores são frequentemente compradores em uma indústria e o termo também se refere a distribuidores, comércios varejista e outros intermediários. Da mesma maneira que os fornecedores, os compradores têm um importante poder de negociação que determina as formas de intercâmbio em uma transação. Pontos chave - A entrada a uma indústria é menos provável quando empresas estabelecidas têm uma vantagem competitiva e podem retalhar novos concorrentes. - O poder dos fornecedores e dos compradores depende da concentração relativa, da viabilidade das alternativas, e da disponibilidade das informações. - A possibilidade de substituição é menor quando os custos para realizara uma mudança são altos. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Análise competitiva4.1 5 T oda organização necessita de una estratégia, já que se trata de um negócio estabelecido, um novo empreendimento ou uma organização sem fins lucrativos; uma estratégia sempre estabelece a direção da empresa, as prioridades e a designação dos escassos recursos. A estratégia sempre ajuda a guiar as inúmeras decisões que uma organização diariamente toma. Mas, o que realmente representa a palavra estratégia? Segundo Keneth Andrews (1971), “Estratégia é o padrão de decisões de uma empresa, que determina e revela objetivos, propósitos ou metas, produz as principais políticas e planos para alcançar estes objetivos. Define o alcance dos negócios, o tipo de organização econômica e humana o que pretende ser, e a natureza da contribuição econômica e não econômica proposta aos acionistas, empregados e clientes”. Esta definição de estratégia evidencia sua complexa natureza. A estratégia abrange várias e diferentes considerações. Os objetivos estratégicos referem-se à missão de uma organização, sua razão de ser e o seu escopo. O plano estratégico está relacionado à maneira em que uma organização desenha sua oferta (intenção) e alavanca os recursos e capacidades para atingir seus objetivos. Finalmente, são tomadas decisões para tornar operativos os objetivos estratégicos apresentados em um plano. Em conjunto, a missão, a intenção e as ações definem a estratégia da organização. Revela a maneira em que uma organização criará valor único para seus clientes e outras partes interessadas (stakeholders) e como se posicionará distintivamente em relação a outras organizações na indústria. Análise estratégica4.2 A estratégia é o padrão de decisões em um empresa que determina e revela seus objetivos, propósitos e metas. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 6 A análise SWOT é uma ferramenta que permite criar um quadro sobre a atual situação de uma organização. Entre estes quatros variáveis, as fortalezas e as debilidades correspon- dem ao ambiente interno e por isso pode-se atuar diretamente sobre elas. Por outro lado, as oportunidades e as ameaças são externas, e ge- ralmente resulta muito difícil poder modificá-las. O SWOT, como técnica de planejamento, permitirá ter valiosas infor- mações proveniente de pessoas envolvidas na organização, que através do seu “know how” (saber fazer) podem contribuir com inestimáveis ideias para o futuro da organização. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 O acrônimo SWTO esta conformado pelas primeiras letras das seguintes palavras: Fortalezas, Oportunidades, Debilidades e Ameaças (SWOT em inglês: Strengths, Weaknesses, Opportunities, Threats). Análise estratégica4.2 7 É necessário ressaltar que a intuição e a criatividade dos envolvidos é parte fundamental no processo de análise, uma vez que uma determinada situação parece ser uma oportunidade para alguns e para outros ela pode passar despercebida; da mesma maneira acontece com as ameaças, fortalezas e debilidades examinadas. A técnica requer a análise dos diferentes elementos que fazem parte do funcionamento interno da organização e que podem ter implicações no desenvolvimento, como por exemplo: os tipos de produtos e os serviços que são oferecidos. Para uma maior clareza na interpretação são apresentadas as seguintes definições: Fortalezas, são as capacidadeshumanas e materiais disponíveis para adaptar-se e aproveitar ao máximo as vantagens que oferece o meio ambiente e para enfrentar possíveis ameaças. É preciso fazer todo o possível para preservá-las. Oportunidades, são aspectos favoráveis externos que se apresentam no meio ambiente, sejam do tipo político, econômico, ambiental ou tecnológico e que estão fora do nosso controle. Sua principal particularidade é a factibilidade de ser aproveita- do, caso sejam realizadas determinadas condições. Fraquezas, são as limitações, carências e obstáculos que se manifestam no ambiente interno. Impedem o aproveita- mento das oportunidades que oferecem o entorno social e não permitem defender-se das ameaças. Ameaças , são circunstâncias que provêm do ambiente externo e que estão fora de nosso controle. Podem prejudicar e/ou limitar o desenvolvimento da organização e influem, de maneira negativa, na consecução de metas e objetivos. São fatos ocorridos no entorno e que representam riscos. Uma das considerações mais importantes na hora de fazer uma análise situacional é definir claramente o sujeito do planejamento, ou seja, para quem eu estou planejando. Por exemplo, se em um determinado lugar de uma cidade está chovendo, isto será uma ameaça para os vendedores de rua já que a chuva molhará seus produtos e evitará que exista uma grande demanda de consumidores. Entretanto, será uma oportunidade para o vendedor de guarda-chuva. Por outro lado é sempre importante considerar a temporalidade. Uma análise situacional deve estar focada na análise de hoje. Não aquela do passado nem a do futuro, se não más precisamente a do presente. Os fatores são dinâmicos e perma- nentemente variam. Em 1965, H. Igor Ansoff foi o responsável pela introdução do SWOT pela primeira vez as análises das opções estratégicas em seu livro: “Corporate Strategy: An Analytic Aproach Policy for Growth and Expansion” (McGraw Hill). ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Análise estratégica4.2 8 Fatores críticos de sucesso Existem muitas coisas importantes que ocupam nossa atenção nos negócios e, muitas vezes, resulta difícil para nós vermos “ás arvores no bosque”. Mais ainda, pode ser extremadamente difícil conseguir que todos em uma equipe olhem na mesma direção e se enfoquem no que é verdadeiramente importante. Os fatores críticos de sucesso são as áreas essenciais em uma organização que precisam ser atendidas se pretendemos alcançar a missão, os objetivos e as metas. Mediante a identificação dos fatores críticos de sucesso, pode-se criar um ponto em comum de referência que ajude a conduzir e medir o sucesso de um negócio ou projeto. Do mesmo modo, são essenciais para definir a estratégia da organização. Objetivos estratégicos Segundo vimos no módulo anterior, a Visão tende a ser bastante geral e pode ser descrita como uma representação inspiradora emocional do futuro desejado. A Missão, por outro lado, tende a ser mais específica e indica desta forma, a razão de ser de uma organização. Os objetivos estratégicos são usados para que a Missão seja ela operativa, isto é, fornecer um guia de como alcançar objetivos maiores na escala hierárquica em direção a Missão e a Visão. Como resultado disso, são mais específicos e se enquadram em tempos melhor definidos. Pois bem, nunca deve perder-se de vista a definição conceitual do que é um objetivo. Isto é definido como “uma situação que desejo alcançar ou uma mudança que desejo gerar”. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Análise estratégica4.2 “O número limitado de áreas em que os resultados, (se eles forem satisfatórios), garantem um desempenho competitivo e sucesso da organização. São as poucas áreas-chave nas quais é preciso que tudo funcione para que o negócio prospere. Se os resultados nestas áreas não são adequados, os esforços da organização para o período serão menores que o desejado”. John F. Rockart, of MIT’s Sloan Business 9 Specific (específico) Measurable (medível) Appropriate (apropriado) Realistic (realista) Time-bond (tempo) Isto é crucial porque muitas vezes se confundem objetivos com ações e esta definição é de grande ajuda para identificar erros. Por outro lado, um objetivo deve cumprir com alguns requisitos para ser considerado como tal (Dress ET. 2005). Para isso, utiliza-se a técnica SMART: Específico: Um objetivo deve ser claro e deve transmitir exatamente o que se pretende alcançar. Medível: O objetivo deve conter pelo menos um indicador que permita medir o progresso no seu cumprimento. Apropriado: Deve ser consistente com a Missão e Visão da organização. Realista: O objetivo deve ser alcançado considerando as capacidades da organização. Em essência, deve ser desafiante, mas ao mesmo tempo deve ser possível. Tempo: Um objetivo, necessariamente deve estar relacionado com um tempo determinado. Não se pode deixado ao acaso. Deve estabelecer um prazo razoável para o cumprimento. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Análise estratégica4.2 10 Quando se mede aquilo que se fala, é possível saber do que se fala. Mas, quando não se mede, o seu conhecimento é fraco e insatisfatório. William Thompson (Lord Kelvin), 1824-1907 Análise estratégica4.2 Controle de Gestão O controle de gestão é um esforço sistemático para estabelecer padrões de desempenho com os objetivos de planejamento, para comparar os resultados reais com aqueles pré-determinados. Para indicar se existem desvios e para medir sua importância, assim como adotar todas as medidas necessárias para garantir que todos os recursos da empresa estão sendo utilizados de maneira eficaz na consecução dos objetivos estratégicos. A gerência pode efetuar controles antes que uma atividade comece, enquanto a atividade é realizada, ou depois de que a atividade esteja completa. Os três respectivos tipos de controle baseados no tempo são: feedfoward, simultâneo, e retroalimentação (feedback). Mapas Estratégicos Um Mapa estratégico é um diagrama que descreve e que maneira uma organização cria valor, conectando os objetivos estratégicos através de uma relação explícita de causa-efeito no marco de 4 perspectivas (financeira, cliente, processos internos e aprendizagem e crescimento). Algumas das particularidades mais importantes desta ferramenta são: - Todas as informações estão contidas em uma só página, portanto é muito fácil de entender e comunicar. - Enquadra-se em 4 perspectivas que são aplicáveis a qualquer tipo de organização, desde pequenas até as maiores. - A perspectiva financeira define aquilo que é fundamental para qualquer empreendedor: Como posso ganhar a maior quantidade de dinheiro possível com meu empreendimento? Portanto, esta perspectiva está estreitamente relacionada com a produtividade, com as melhorias na estrutura de custos e estratégias de crescimento e expansão. - A perspectiva do cliente sustenta a perspectiva financeira. Ou seja, se existem clientes satisfeitos temos clientes fiéis e só dessa maneira cumpriremos com a perspectiva financeira. Portanto, nesta perspectiva devemos incluir a proposta de valor aos nossos clientes em relação a: preço, qualidade, disponibilidade, funcionalidade, serviço, prestigio, etc. - A perspectiva dos processos internos expõe que satisfazer ao cliente será só possível se nos diferenciamos nos processos realizados. Neste contexto, incluiremos nossa proposta de melhoria dos processos: operativos, de gestão de clientes, de inovação, regulatórios e aqueles processos sociais que contribuem na construçãoda imagem da organização. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 11 Análise estratégica4.2 Por último, temos a perspectiva de aprendizagem e crescimento, que representa a base do modelo, porque se não existem recursos humanos aptos e comprometidos além da tecnologia necessária, será impossível conduzir processos eficientes, o qual resultará na satisfação do cliente e consequentemente, nos benefícios econômicos desejados. Portanto, nesta perspectiva buscamos o fortalecimento do capital: humano, da informação e o organizacional. Balanced Scorecard O Balanced Scorecard (BSC) é a ferramenta mais utilizada no mundo. Mais da metade das grandes empresas nos EUA, Europa e Ásia estão utilizando o Balanced Scorecard. As cifras oficiais variam, o Grupo Gartner sugere que mais de 50% das grandes empresas dos Estados Unidos têm adotado o BSC. Um estudo recente da Bain & Co. disse que este tipo de desenho de mandato integral é uma das 10 ferramentas de gestão mais utilizadas no mundo. Como seu nome indica, o Balanced Scorecard é uma metodologia para balancear estratégia e execução. É a mais certa para a gestão da estratégia empresarial e caracteriza-se principalmente pela: 1) utilização de uma linguagem comum em todos os níveis da organização; 2) proporcionar um equilíbrio entre forças teoricamente opostas, 3) alinhamento dos objetivos estratégicos com objetivos, metas e indicadores; e 4) possibilidade de disponibilizar a ferramenta na extensão total da organização. Em poucas palavras, o BSC conduz à estratégia da teoria à ação. O BSC não é um sistema de medição per se, é uma ferramenta de direção que traduz a estratégia em ação em todos os níveis da organização. O controle, frequentemente, é o primeiro elemento no qual pensamos quando nos referimos a esta ferramenta. Entretanto, para as grandes empresas, a medição do desempenho é só um instrumento motivador. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Valor acionário em logo prazo Financeira Estratégia de produtividade: -Melhorar custos. - Utilizar ativos Estratégia de crescimento: -Ampliar as oportunidades de renda. - Incrementar o valor do cliente. Cliente Proposta de valor para o cliente: Preço, qualidade, funcionalidade e serviço. Processos Internos Processos de gerencias de operações Processos de gerencias de clientes Processos de inovação Processos regulatórios e sociais Aprendizagem e crescimento Capital Humano Informação Organização 12 Tratando-se do Balanced Scorecard, o primeiro balance importante que se considera é aquele entre os fatores internos e externos. As organizações constroem competências para o futuro, enquanto Ganham batalhas do presente estão respondendo a esta necessidade de equilíbrio. Por isso, considera-se muito importante o balance de reconhecer e de aproveitar os fatores internos e externos ao avaliar a estratégia. No segundo termo, é necessário entender o balance entre as medidas financeiras e as medidas não financeiras. Geralmente, temos a tendência de pensar em termos numéricos quando se trata de indicadores. Isto tem a ver também com que resulta mais fácil estabelecer indicadores financeiros que indicadores não financeiros. Quando as organizações estabelecem seus temas estratégicos, ou seja, aquilo que farão e de que forma executarão, devem estar cientes da combinação que existe entre os objetivos financeiros e não financeiros. As organizações visionárias não estão unicamente motivadas por uma maior rentabilidade, se não pelo sucesso dos objetivos não financeiros, que geralmente terminam em uma maior rentabilidade. Um erro comum é assumir que os indicadores não financeiros não são numéricos por natureza. Isto não é precisamente correto, já que podem ser medidos: Inclusive a percepção pode ser medida claramente, com certo nível de imprecisão. Análise estratégica4.2 ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 O terceiro termo é importante buscar o balance entre “indicadores lideres” e “indicadores âncora”. As medidas financeiras que encontramos no balance contábil e nos estados de resultados são principalmente os indicadores âncora de uma empresa. Dito de outro modo, dizem o ocorrido e não o que poderia ocorrer, ligando tudo ao passado. O poder de um sistema de desempenho estratégico balanceado consiste em reconhecer ambos os tipos de indicadores, que permitam as empresas equilibrarem resultados passados com indutores futuros de rendimento. Em quarto lugar, precisamos prestar atenção no balance entre unidades organizacionais e a visão de conjunto de uma organização. As organizações estão sempre pendentes de qual é a melhor arquitetura de negócios para alcançar suas metas financeiras. Alguns acham que as unidades de negócios independentes são as melhores, enquanto que outros acham que são as estruturas corporativas centralizadas. Alguns opinam que a manutenção de certas funções- chave como recursos humanos e de tecnologia da informação deveriam estar centralizadas para uma maior otimização de recursos, enquanto que outros acham que cada um deve ser responsável pelos recursos que se possa controlar. “Se não pode medir, não pode melhorá-los” Lord Kelvin 13 Estes tipos de controvérsias têm sucedido durante séculos e os partidários dos distintos enfoques podem encontrar evidência de que qualquer destas arquiteturas funciona. O importante é sempre encontrar o meio termo. Colocar pensadores independentes em algumas áreas da organização poderia ser muito trabalho, enquanto se mantenha uma liderança estratégica em níveis hierárquicos superiores. Os princípios empresariais devem conduzir a arquitetura e não o contrário. O BSC pode servir como principio sólido do negócio. El Balanced Scorecard ajuda na execução de uma estratégia e pode-se aplicar a qualquer organização e em qualquer tipo de estrutura para proporcionar clareza da intenção estratégica. Finalmente, é não menos importante, buscar o balance entre as finanças e prioridades operacionais. Ao longo da história, métodos financeiros mudaram para se adaptar à evolução na prática empresarial. Contudo, os indicadores financeiros não refletem a realidade dos negócios, e portanto, a estratégia é difícil de medir e administrar. As mudanças no caráter dos ativos da empresa têm aprofundado isso ainda mais. No passado, os ativos da empresa eram refletidos no balance, mas agora uma grande porcentagem dos ativos são intangíveis. Portanto, os estados financeiros tradicionais medem unicamente o tangível, quando o intangível é o que alimenta o futuro. Uma empresa poderia produzir resultados financeiros através de uma concorrência básica para acumular aderentes, mas esta capacidade não refletiria nos informes financeiros para acionistas. Logicamente, o relatório anual estaria composto por fotografias fechando acordos. Mas isto não demonstra a concorrência conseguida. As organizações que equilibram estas concorrências de valor financeiro com aquelas de ordem operativa são as que fixam uma visão analítica aos seus órgãos operativos. Estas razões expostas são as que lhe dão a característica “balanced” ao BSC. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Pontos chave - Uma correta análise situacional deve ter claramente estabelecida quem é o sujeito da análise e da temporalidade. - Um objetivo deve ser SMART ou alternativamente deverá estar ligado a uma meta. - Um bom Mapa Estratégico deve contar a história da estratégia. - Todas as perspectivas dentro de um Mapa Estratégico são relevantes. Nenhuma é mais importante que a outra. - O Balanced Scorecard deve estar perfeitamente balanceado. - Os indicadores (key performance indicator) estão entrelaçados através de relações causa-efeito. Análise estratégica4.214 Análise do mercado e concorrência: Existem quatro perguntas estratégicas que devem ser consideradas frequentemente em relação ao mercado. E stas perguntas são: Existe realmente um mercado? É fundamental poder responder se realmente existem pessoas interessadas em comprar os bens ou serviços que produzimos. Seria preciso que existisse várias boas razões para determinar o motivo pelo qual as outras companhias não estão produzindo bens. Só será possível obter uma resposta através de um estudo de mercado. Este estudo contemplará tanto métodos quantitativos (pesquisas) como e/ou métodos qualitativos (observação, entrevistas ou grupos focais). O mercado é suficientemente grande como para justificar o empreendimento? A resposta à primeira pergunta pode ser afirmativa. Contudo, o tamanho do mercado deverá ser o suficientemente grande para justificar o tempo, o esforço e a inversão necessária para desenvolver o produto ou serviço e entregá-lo ao Mercado. Será possível vender as unidades suficientes para que o empreendimento seja economicamente possível? Esta também é uma resposta que só um estudo de mercado poderá dar-nos. O Mercado está suficientemente concentrado? Se assumirmos que existe um mercado demandante por este produto ou serviço que fornecemos e que esta demanda é o suficientemente grande. Será que estão disponíveis os meios para publicar e divulgar o produto e a possibilidade de vendê-los no mercado de uma maneira real em termos de custo? Quem são seus concorrentes? De um modo geral, sempre devemos ter um grau de ceticismo quando um empreendedor afirma que não tem concorrente. Muitas vezes acha-se que o produto ou serviço é tão único e original que o mercado potencial é ilimitado. Em alguma forma isto pode ser certo porque na verdade não há um mercado real. 4.3 Plano de Marketing ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 15 Lembrem-se sempre que, a grande maioria dos novos empreendimentos fracassa, porque não existe mercado, o mercado não é o suficientemente grande, o mercado não está o suficientemente concentrado para chegar nele de uma maneira efetiva do ponto de vista de gastos, ou a oferta de seus concorrentes, em alguma maneira, resulta melhor. Não se trata, de evitar introduzir algo novo no mercado. Nós temos que ter certeza que os clientes potenciais achem que o produto é bom. É aí quando se criam mercados ou tornam vulneráveis os existentes. Segmentação dos clientes Hoje em dia, o marketing tem um forte embasamento na segmentação. Trata-se de encontrar e enfocar-se naqueles clientes específicos que comprarão seus produtos ou serviços sob as seguintes condições: 1) muito rapidamente, 2) repetidamente e 3) com preços estabelecidos. O trabalho de um empreendedor é identificar o tipo de clientes que pode ser beneficiado além das características superiores dos bens ou serviços que se produzem. Horário? Para onde vamos? Qual é a missão? Quem faz o que? Como a organização está? É seguro trabalhar aqui? entre outras perguntas. 4.3 Plano de Marketing “Se todos puderem fazer, será muito difícil criar e capturar o valor disso”. Princípio fundamental da concorrência. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 16 Exatamente quem é seu cliente? Que idade tem? Que nível de escolaridade tem? Qual é seu nível de renda? Quais são seus gostos, atitudes e interesses? Cada cliente tem certas características demográficas (idade, gênero) e características psicográficas (medos, esperanças, sonhos, desejos e atitudes que determinam a conduta do consumidor). Onde está localizado o cliente ideal? É fundamental conhecer onde- geograficamente- estão nossos clientes potenciais (lugar de residência e lugar de trabalho). Também é relevante conhecer que posição ocupa dentro de sua organização. Qual é a estratégia de compra do cliente ideal? De que maneira o cliente compra o produto ou serviço? Como está desenhado o processo de venda? (varejo, on-line, venda direta, porta a porta, avisos publicitários na imprensa escrita, telemarketing). As pessoas costumam ter certos hábitos e é muito difícil que mudem suas rotinas de compra. Portanto, é de vital importância determinar quais os canais ideais de venda para o segmento do mercado que queremos alcançar. Características do produtos/ou serviço Existem cinco atributos que devemos levar em consideração ao definir as características dos produtos e serviços: - O produto é mais fácil de usar e mais conveniente que o da concorrência. Muitos produtos ou serviços não se vendem porque simplesmente são muito difíceis de utilizar. É preciso ter em mente que os consumidores estão sempre muito ocupados e distraídos. - O produto fornece benefícios adicionais e qualidade de preços comparáveis aos semelhantes da concorrência. Os benefícios adicionais podem conseguir que o produto ou serviço seja mais útil para o consumidor, porque é mais fácil de usar. Os preços podem ainda ser superiores sempre e quando o produto ou serviço seja de qualidade superior ou ofereça uma experiência especial. - O produto ou serviço é mais barato que o da concorrência. O uso de métodos de fabricação mais eficientes, economias de escala, a externalismo e melhores canais de distribuição, podem diminuir o preço de um produto. Contudo, temos que considerar que não podemos concorrer estando baseado só neste atributo porque em curto prazo sempre existirá alguém que diminua ainda mais o preço e sabemos que a guerra de preços não beneficiará a ninguém. - A marca inspira maior confiança do que a concorrência. A marca é outra forma de definir a “reputação” com os consumidores. Por isso leva muito tempo para que uma marca seja posicionada. Não pode ser criada somente com publicidade, mas sim é uma permanente construção que diretamente tem relação com a percepção do consumidor e sua experiência. - O produto atrai o desejo dos consumidores. O consumidor tem que se sentir atraído e apaixonado pelo produto ou pelos serviço oferecidos. Pouquíssimos consumidores imaginaram que algum dia existiria internet e hoje em dia não podemos viver sem esse serviço, que ganhou o status de necessidade. 4.3 Plano de Marketing ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 17 As 7Ps do Marketing Existem sete áreas diferentes que devem ser consideradas e que determinam o sucesso do marketing. Uma mudança em qualquer destas 7 áreas pode mudar as vendas dramaticamente. Produto Exatamente, qual é seu produto ou serviço,informando como melhorar a vida ou o trabalho dos seus clientes? Os clientes não estão interessados no que “é” o produto ou serviço. O consumidor só se interessa pelo que o produto “faz” e de maneira “lhe ajuda”. Neste contexto, é importante definir o último resultado para o cliente: qual será o beneficio obtido e a mudança que produzirá na sua vida. Preço O preço definido é razoável, competitivo e rentável no mercado? Estabelecer preços é muito simples. Pequenas mudanças nos preços podem significar mudanças dramáticas nos resultados. Algumas vezes, os preços serão muito altos em relação à concorrência e não haverá alternativa que reduzí-los. Também é recomendável pensar na estratégia de fixação de preços e determinar: preços no varejo, ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 4.3 Plano de Marketing preços por grandes quantidades, up-selling, cross- selling e down-selling.Em mercados turbulentos é preciso rever continuamente os preços para garantir de que estes gerem o máximo volume de venda possível e níveis de rentabilidade esperados. Promoção Quais são as diferentes formas que se divulga e que se vendeo produto no mercado? Existem diferentes formas nas quais é possível promover o produto ou serviço em diferentes segmentos de mercado? Existem mais de 20 diferentes formas onde pode ser feito publicidade. A maioria das organizações concentram-se em um dos métodos e prestam muito pouca atenção aos outros. Sempre é bom provar e determinar o que realmente funciona para o segmento do mercado com o qual trabalhamos. O processo de venda deve estar absolutamente coordenado com o processo de mercado. São inúmeros os exemplos nos que se gera um grande interesse em clientes potenciais, mas devido a falhas nos processos de venda, não é possível transformar os potenciais em clientes. 18 Praça Onde se vende os produtos ou serviços que são produzido? Há algum outro canal que possa ser utilizado? Muitas companhias transitam da venta direta às vendas por Internet ou ao retail. Igualmente, muitas outras buscam joint ventures ou alianças estratégicas para comercializar produtos complementários e beneficiar-se mutuamente da carteira de clientes compartilhadas. Posicionamento Este, provavelmente seja um dos fatores mais importantes no marketing-mix. Como está posicionado seu negócio, seus produtos e/ou serviços no coração e mente do consumidor? Que palavras ou frases são utilizadas por seus clientes para referir-se a seu negócio ou produto e/ou serviço? O que poderíamos fazer para deixar a impressão que desejamos na mente do consumidor que mais queremos influenciar? É preciso levar em consideração que a reputação (a forma na qual nos veem os clientes) é o ativo mais valioso que possuímos. Packaging Qual a exata aparência tem nosso produto ou serviço? É necessário pensar o que fazer, para que se veja mais atrativo e desejável aos olhos dos clientes ideais. Os clientes hoje em dia, são excessivamente visuais. A não ser que alguém tenha recomendado nossos produtos, a única forma na qual o elegerão é através de uma embalagem espetacular. Melhorando a embalagem dos produtos, se conseguirá uma melhor imagem (valor) e será mais desejável que aquele outro da concorrência. É necessário assegurar-se de que cada detalhe envie uma mensagem de qualidade e valor que ajude na construção da confiança. Pessoal Este é também um ponto central. Quem levará adiante cada uma das ações da estratégia de mercado? Com quem interatuam nossos clientes? O pessoal em nossa organização representa a imagem ideal da companhia e dos produtos e/ou serviços? Está absolutamente comprovado que, poucos clientes mudam de companhia por falhas no produto ou no serviço, a maioria o faz porque não recebem o serviço adequado e que o cliente desejava. “Nunca esteja satisfeito com sua publicidade até que consiga mais clientes do que pode atender” 4.3 Plano de Marketing ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 19 4.3 Plano de Marketing Marketing Digital O marketing digital é a promoção de marcas e produtos através de um ou mais meios eletrônicos. Estes meios atualmente são: internet, redes sociais, serviços de mensagens de telefones celulares, aplicações para celulares inteligentes, assim como o rádio e a televisão digital. Nos últimos anos houveram várias confusões em relação à denominação desta forma de fazer marketing. Inicialmente, a forma popular foi “Internet Marketing”, ao mesmo tempo utilizava-se “E-marketing”. Contudo, as tendências atuais indicam que a denominação mais frequente é Marketing Digital “Digital Marketing”. Isto fica demonstrado em um estudo que pode realizar-se em qualquer momento utilizando uma ferramenta denominada Google Trends. Apesar disso, em essência, ainda que a denominação seja diferente, todas convergem basicamente ao mesmo conceito: “Alcançar objetivos de marketing através da aplicação de tecnologia digital”. - Up-selling: Técnica que é produzida à compra do bem ou serviço superior. - Cross-selling: Técnica em que se vedem os produ- tos complementares (venda cruzada). - Down-selling: Técnica que se induz à compra de um bem ou serviço inferior. ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 20 4.3 Plano de Marketing ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Por outro lado, o avanço desta matéria ha introduzido o conceito de Inbound Marketing referente à publicidade de uma companhia através de: Blogs, podcasts, vídeos, e-newsletters, SEO, redes sociais y outras formas de marketing de conteúdos. Pelo contrario, define-se Outbound Marketing como a publicidade através de: Atenção física de compradores, correio físico, rádio, televisão, folhetos, e-mail, telemarketing e outras formas tradicionais de publicidade. Neste sentido, vemos que o Inbound Marketing, busca captar a atenção dos clientes, faz que a mesma seja facilmente acessível e dirige aos potenciais clientes para o site através da produção de conteúdos atrativos. Pontos chave - Não existe forma de ter sucesso em um empreendimento se não existir um grande mercado disposto a comprar nossos bens e serviços. - Se todos podem fazê-lo, é difícil capturar valor disso. - Atualmente nos mercados tão competitivos, não só devemos ficar contentes com a análise dos 4Ps (Marketing mix) devemos ir além e trabalhar com os 7Ps. - Os impressionantes crescimentos no uso da internet e das redes sociais obrigam-nos a desenvolver estratégias de mercado digital. Não existe na atualidade outra forma (eficiente) de captar atenção dos potenciais clientes. O crescimento do uso da internet e das redes sociais, nos obrigam a desenvolver estratégias de mercado digital. - Inbound Marketing: Mercado “entrante”. - Podcasts: O podcasting consiste na distribuição de arquivos multimídia. - SEO: Search engine optimization siglas em inglês para Otimização de motores de busca. - Outbound Marketing: Mercado “saliente”. - Site: Portal de uma organização na rede. 21 P ara isso, usa-se a análise de fluxos de ingressos gerados, menos fluxos de egressos. Este modelo financeiro (Montecinos, 2008) é conhecido como o Fluxo de Caixa (Cashflow) e representa de maneira gráfica os ingressos, custos, gastos e inversões de um empreendimento. Para sua construção é necessário contar com as seguintes informações: As vendas que se Um projeto de médio e longo prazo deve ser analisado sempre pela sua capacidade de gerar fluxos no futuro. Avaliação econômico-financeira4.4 ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 estimam por ano; custos de venda; os gastos de administração, as depreciações, o financiamento de terceiros, modalidade de pagamento e interesses; os impostos de renda aos que está sujeita o projeto e o valor inicial para investimentos e capital de trabalho. Não sendo o propósito de a disciplina ensinar a base de cálculo dos Fluxos de Caixa, só a modo de exemplo, apresenta-se o seguinte quadro. Fonte: Preparação e Avaliação de Projetos – Francisco Montecinos 22 Atual Valor Líquido O Atual Valor Liquido (VPL) é uma cifra monetária que resulta da comparação do valor presente dos ingressos com o valor presente dos egressos. Em termos práticos consiste em comparar os ingressos com os egressos em unidades monetárias com a mesma data. Geralmente, consideramos positivo que uma empresa gere utilidades. Contudo, isto não é suficiente porque as utilidades per se, não leva em consideração o valor do investimento que as gera. Claro que isto vai mais além de pensar que a rentabilidade operativa seja ao menos igual ao custo do investimento. Segundo Sallenave (1994), as finanças atualmente buscam índices dinâmicos de desempenho que tomam em consideração o valor do dinheiro no tempo. Vejamos:se temos um investimento inicial (l) e fluxos líquidos de dinheiro (F) o fluxo de caixa seria: ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Avaliação econômico-financeira4.4 VPL = ∑ (Ft / (1 + r)t ) - I Inversão 23 Onde: F = Fluxo de caixa em um período determinado r = taxa de oportunidade do investidor t = período de tempo I = Investimento inicial Exemplo: Se expõe a dois investidores em forma independente a possibilidade de empreender um projeto de investimento que requer um investimento inicial de USD 1000. Os fluxos líquidos de dinheiro, no final de cada ano, são de 350, 380, 400 e 500 USD respectivamente. A taxa de oportunidade do investidor “A” é de 20% anual e a do investidor “B” de 30% anual. O que cada investidor deve fazer? Uma simples visão sobre o assunto nos permitiria fazer o seguinte cálculo: Utilidade Líquida = 350 + 380 + 400 + 500 – 1000 = 630 USD Segundo o exposto anteriormente, seria conveniente para ambos os investidores. Contudo, este cálculo não leva em consideração que um dólar não tem o mesmo valor depois de três anos, ou seja, não considera o valor do dinheiro no tempo. O correto seria: VPLA = (350/(1+20%)1 + (380/(1+20%)2 + (400/(1+20%)3 + (500/(1+20%)4 = 28.2 USD VPLB = (350/(1+30%)1 + (380/(1+30%)2 + (400/(1+30%)3 + (500/(1+30%)4 = -148.8 USD Segundo estes resultados, o investidor “A” poderia aceitar o investimento e o investidor “B” definitivamente deveria recusá-lo. Mas, o que realmente expressam estes resultados. O investidor “A” ganha mais do que verdadeiramente queria ganhar (VPL maior de zero). Taxa Interna de Retorno A Taxa Interna de Retorno (TIR) está estreitamente relacionada ao VPL e, portanto, podemos defini-la como taxa de juros que faz que o VPL seja igual que zero. Igualmente, mas de maneira mais técnica, a TIR é a taxa de interesse que iguala o valor presente dos fluxos descontados o investimento. É importante remarcar que desde o ponto de vista do investidor, a TIR representa a máxima taxa de interesse que estaria disposto a pagar para pedir dinheiro emprestado com a finalidade de financiar a totalidade de seu projeto. Isto implica o fato de que este financiamento seria pago com os benefícios (fluxos líquidos em espécie), a totalidade do capital e seus interesses sem perder um só centavo. Portanto, a TIR resulta de aplicar a seguinte fórmula: VPL = ∑ (Ft / (1 + r)t ) – I = 0 ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Avaliação econômico-financeira4.4 24 A resolução manual desta equação é muito complexa o que atualmente utilizam-se programas de informática ou uma simples planilha de cálculo para fazê-lo (Excel). Para o exemplo que trabalhamos na seção anterior, a TIR seria igual 21,4%. Isto quer dizer, que resulta interessante para o investidor “A” que buscava uma taxa de 20%, mas não interessante para o investidor “B” que buscava uma taxa de 30%. Payback period Segundo Montecinos (2006), o payback é um fator que mostra em quanto tempo é possível recuperar o investimento inicial: É de grande importância para os investidores, que além de conhecer se o seu projeto é fatível e rentável, desejam conhecer quando recuperarão sua contribuição inicial. A forma de cálculo é muito simples. Divide-se o último fluxo acumulado negativo (em valor absoluto) pelo primeiro ano positivo e ao resultado, soma-se o último dígito do ano último negativo. O resultado expressa-se em anos. Para o exemplo informado neste caso do VPL temos: ESTRATÉGIAS E PLANIFICAÇÃO (O EMPREENDIMENTO) Luis Retamozo M Ó D U L O 4 Pontos chave - A valorização dos investimentos é uma parte chave na tomada de decisões financeiras, e a compreensão do valor temporal do dinheiro é fundamental neste processo. - Embora nunca tenha a necessidade ou a oportunidade de calcular o VPL ou a taxa interna de retorno, a compreensão dos conceitos resulta importante e, portanto, muito útil. As decisões financeiras e projetos de capital baseiam-se no investimento do dinheiro de maneira sábia. As ferramentas discutidas aqui são um ponto de partida para tomar essas decisões cruciais. Avaliação econômico-financeira4.4 Bibliografía Andrews, K. (1971). The Concept of Corporate Strategy. Homewood, Ill. Dess, G. G., & Lumpkin, G. &. (2005). Strategic Management. New York: McGraw-Hill Irwin. Montecinos, F. (2006). Finanzas II. Asunción: Universidad Americana. Montecinos, F. (2008). Preparación y Evaluación de Proyectos. Asunción: Universidad Americana. Nair, M. (2004). The essentials of Balanced Scorecard. Wiley. Norton, D. &. (1996). The Balanced Scorecard: Translating strategy into action. Boston: Harvard Business School Press. Orozco, J. d. (2008). Matemáticas Financieras Aplicadas. Bogota: Ecoe Ediciones. Retamozo, L. (2007). Análisis Situacional. Secretaría Técnica de Planificación, Asunción, Paraguay. Retamozo. L. (2011). Balanced Scorecard. American News, Asunción, Paraguay. Universidad Americana. Tracy, B., & Thompson, M. (2010). Now, Build a Great Business. AMACOM.
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