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Adenovírus canino: ➔ Família: Adenoviridae ➔ Gênero: Mastadenovírus, Aviadenovirus, Atadenovirus e Siadenovirus ➔ Espécie: Adenovírus canino ➔ Virus DNA ➔ Não envelopado ➔ Forma hexagonais icosaédricos É um vírus moderadamente resistente e sobrevive no ambiente por dias a meses (dependendo da umidade e temperatura) e perde a infectividade com 56°C a 60°C por mais de 5 min. Sensível a desinfetantes à base de iodo ou hidróxido de sódio, por não possuir envelope. Apesar de não possuir envelope, possui prolongamentos proteicos no capsídeo. Replicação: núcleo das células hospedeiras, por não possuir enzimas, precisa das enzimas do hospedeiro- com produção de corpúsculos de inclusão basofílicos. Promove alterações na fisiologia celular e produção de efeito citopático promovendo a lise celular (necessária para liberação). Ligação das extremidades globulares das fibras com integrinas específicas. O vírus é englobado na vesícula, no interior do citoplasma perde o capsídeo, o material genético vai para o núcleo e promove a lise quando é liberado com o vírus formado. Acúmulo de proteínas viras e condensação da cromatina celular e produz os corpúsculos de inclusão intranucleares e células infectadas- só vê no momento do histopatológico. Possui 2 tipos: hepatite infecciosa canina (HIC)- adenovírus canino tipo 1 (CAdV-1) e traqueobronquite infecciosa canina (TIC)- adenovírus canino tipo 2 (CAdV-2) Hepatite infecciosa canina: ➔ Lesões no fígado, tecido linfoide e endotélio vascular em caninos- leva aos sangramentos. ➔ Causa infecções inaparentes- as vezes não é diagnosticada ➔ Ocasionalmente é fatal ➔ Tem uma distribuição mundial e acomete mais cães jovens. Altamente contagiosa, é uma doença viral multissistêmica- causa hepatite mas acomete outros orgãos e leva a lesões e sinais clínicos diversos- com ação direta dos vírus nos capilares. ➔ Etiologia: adenovírus canino tipo 1 ➔ Espécies afetadas: canídeos e ursos ➔ Enzoótica nos países em desenvolvimento e rara nos países desenvolvidos. ➔ A incidência é rara nos locais onde tem efetiva vacinação dos cães não vacinados e filhotes ➔ Os canídeos selvagens são reservatórios Os mais susceptíveis são os filhotes e cães de abrigos, cães de qualquer idade, raça ou sexo podem ser infectados (não vacinado ou não expostos ao agente anteriormente) Epidemiologia: Ocorrência em vários países europeus, EUA e BR, com a vacina contra o CAdV teve uma redução de ocorrência. A vacina serve tanto para o tipo 1 quanto para o tipo 2. Variação de hospedeiro: raposa, coiote, lobo, chacal, furão, vison, marta e lontra, guaxinim, panda, jupará e quati, leões. Os canídeos silvestres são potenciais reservatórios. Transmissão: pode ser eliminada por diversas vias: saliva, fezes, urina- infecção aguda e todos os tecido. Na eliminação do vírus fica no rim e é eliminado pela urina. Infecção por via oronasal com contato direto e fômites, a AVC-1 não é imediatamente transmitido por aerossóis. E por via transplacentária A doença é subdiagnosticada, algumas vezes não se chega no diagnóstico. Há uma diversidade de apresentações clínicas, tem se 4-6 apresentações distintas e inter-relações entre as apresentações e desconhecimento. Apresenta dificuldade no diagnóstico. Patogenia: Exposição pela via oronasal ou conjuntival→ replicalção nas tonsilas e placas de Peyer→ dissemina-se para os linfonodos regionais→ faz viremia e a disseminação do vírus para vários órgãos (fígado, rins, pulmões) através do sangue ou circulação linfática. Os alvos principais para replicação do CAdV-1 são células parenquimatosas e células endoteliais. ➔ Fígado: edema, congestão e necrose, coagulação multifocal, necrose lobular generalizada (casos graves) – corpúsculos de Ruth ➔ Dano endotelial induzido pelo vírus- CID, diátese hemorrágica (epistaxe, petéquias e equimoses disseminas, sangramento contínuo) ➔ Nos olhos, atinge endotélio faz a deposição de imunocomplexos, levando ao edema de córnea e uveite. ➔ Nos rins, faz-se a deposição de imunocomplexos e leva a uma glomerulonefrite, que posteriormente causa um quadro de nefrite intersticial ➔ Extensão e gravidade das lesões hepáticas x imunidade humoral • Títulos baixos de anticorpos- insuficiência hepática fulminante, CID e vem a óbito • Títulos altos de AC neutralizantes→ Infecção clinicamente leve ou inaparente • Títulos moderados→ hepatite crônica com infiltrado mononuclear • Fase de viremia→ atinge humor aquoso→ replica no endotélio da uvea ➔ Aumento nos níveis de AC neutralizantes, levando a deposição de imunocomplexos nos endotélios e a ativação do sistema complemento e migração de células inflamatórias, gerando o extravasamento de líquido para a córnea causando o edema de córnea. ➔ Ocorre a viremia, logo tem a replicação nas células do epitélio dos túbulos renais e a deposição de complexos imunes (complexos antígeno-anticorpos) levando a uma glomerulonefrite. Sinais clínicos: ➔ Período de incubação: 4-7 dias ➔ Febre ➔ Depressão e anorexia ➔ Sensibilidade abdominal ➔ Relutância em movimentar-se ➔ Tonsilite, faringite e linfadenopatia ➔ Casos graves: diátese hemorrágica, tosse (bronquite/ bronquiolite) e pneumonia ➔ Diarreia sanguinolenta ➔ Vômito (ocasional) ➔ Episódios neurológicos (lesão vascular no SNC) ➔ Distensão abdominal (ascite) ➔ Hepatomegalia. Formas de apresentação: ➔ Hiperaguda: evolução rápida de até 24h • Sinais neurológicos com evolução de até 24h • Morte súbita- sugestivo de intoxicação- dentro de poucas horas após o surgimento dos sinais clínicos • Mais comum em animais jovens • Sinais neurológicos devido a hemorragia cerebral: convulsões, pedalagem, vocalização • Apatia • Anorexia • Palidez de mucosas • Petéquias • Convulsões • Coma ➔ Aguda: evolução de 1- 5dias • Doença hemorrágica e/ou gastrointestinal • Apatia/anorexia • Febre (40° a 41°C) • Sede intensa • Linfoadenopatia • Taquicardia/taquipneia/tosse (pneumonite) • Dor abdominal/hepatomegalia • Edema subcutâneo • Vômitos/diarreia • Diátese hemorrágica- petéquias, equimose, epistaxe, melena • Desorientação • Depressão • Estupor • Coma • Convulsões ➔ Subaguda: evolução de 5- 15 dias: • Icterícia (diferencial): o Hepatopatias primária- leptospirose o Secundária- septicemia o Hemolíticas- babesiose, rangeliose ➔ Crônica: (3,2 % dos casos) evolução clínica maior que 15 dias. • Ascite- já ocorreu a cirrose hepática • Cirrose hepática- o fígado não produz mais proteínas • Filhotes com ascite: ICC por cardiopatia congênita- defeitos septais, estenose da valva pulmonar, decorrente de miocardite por parvovírus. • Encefalopatia hepática- problema no fígado levou ao acúmulo de amônia e acaba gerando convulsões; não supurativa *mais rara) ocorre após a infecção no SNC. Diagnóstico: ➔ Histórico- animais jovens ➔ Achados clínicos, hematológicos (não direciona para hepatite), bioquímicos e hemostáticos- diminuição de linfócitos; bioquímico tem alteração da ALT. • Trombocitopenia • TTS prolongado • TC prolongado • TTPA prolongado • TP prolongado • Hipofibrinogenemia • Presença de PDFs ➔ Achados de necropsia: hepatomegalia, edema hepático, hemorragias, deposição de fibrina, hemoperitonio. ➔ Exame imuno-histoquímico: corpúsculos de Ruth ➔ Testes imunológicos: • ELISA • IFA • PCR Prevenção: ➔ Vacinação- a partir de 60 dias mais 3 reforços com intervalo de 30 dias e reforço anual ➔ Desinfecção de fômites- água à 50-60 °C por 5 min; iodo ou hidróxido de sódio ➔ Evitar contato entre cães até o primeiro reforço, mas preferencialmente, até o final do esquema de vacinação. Tratamento: ➔ Fluidoterapia: soluções suplementadas com dextrose ➔Antibióticos (para complicações bacterianas secundárias) ➔ Tratamento para encefalopatia hepática Tosse dos canis: Enfermidade aguda e ocorre facilmente o contágio entre os animais, tem início súbito, apresenta tosse e secreção nasal e ocular. É uma enfermidade multifatorial. Quando for acometido por um agente único tem uma forma mais branda e auto-limitante e múltiplos agentes com agravamento clínico, como a Bordetella brochisseptica, Parainfluenzavírus canino. Associado a outras bactérias pode levar a pneumonia. Os fatores favoráveis são: desinfecção inadequada (à base de formol), poeiras, alterações bruscas de temperatura e aglomerações de cães. O aparecimento é repentino, não tem predileção por idade, a incubação pode chegar até 10 dias. Transmissão: aglomeração de cães com exposição, abrigos, lojas, hospital veterinário. Contato direto e indireto por fômites: secreções respiratórias, gaiolas, comedouros, bebedouros, funcionários. Após a infecção o animal pode disseminar o vírus por mais de 3 meses. Epidemiologia: ➔ Doença sazonal mais frequente nos meses frios. ➔ Morbidade variável de 25 a 75%; ➔ Locais com alta densidade populacional tem alta morbidade. ➔ As mortes são raras, acontece caso tenha infecção bacteriana secundária. Patogenia: O vírus penetra via oronasal e faz a replicação no local. O pico da replicação de CAV-2 ocorre de 3 a 6 dias após a infecção, os animais imunocompetentes possuem uma infecção de curta duração o vírus usualmente não será mais isolado após 9 dias. Ocorre a infecção nas células alveolares podendo levar a pneumonia intersticial. ➔ Lesão do epitélio respiratório→ inflamação aguda→ perda da função dos cílios das vias aéreas. O Trato respiratório não consegue expelir os patógenos secundários. ➔ Irritação da traqueia dos brônquios e dos bronquíolos→ tosse é paroxística, com frequência e intensidade variáveis e tosse súbita incontrolável. Sinais clínicos: ➔ Variável: sinais respiratórios leves- doença respiratória severa ➔ Tosse seca e intermitente- aparecimento súbito ➔ Tosse associada a dificuldade respiratória ➔ Tosse associada a vômito, que pode levar a uma obstrução esofágica. ➔ Tosse produtiva ou não ➔ Tosse exacerbada pelo exercício ➔ Palpação da traqueia- induz a tosse ➔ Tonsilite ➔ Laringite (edema)- tosse alta- roncados acompanhada do reflexo de vômito ➔ Faringite ➔ Secreções nasal ocular ➔ Casos graves (não vacinados): infecções bacterianas secundárias, desenvolvimento de broncopneumonia, anorexia, tosse produtiva, febre, descarga óculo-nasal mucopurulenta. • A forma severa deve diferenciar de cinomose. Diagnóstico: Diferencial: diferencia de outras doenças que também causam tosse. A tosse dos Canis se diferencia por ser muito contagiosa e o período de incubação é de 3 a 10 dias. Clínico: ➔ Histórico do animal- se teve contato recente com outros cães, se foi vacinado. ➔ Hemograma de rotina- inflamatório, mas não revela muita coisa ➔ Provas bioquímicas auxiliares ➔ Estabelecer o estado ➔ Testes imunológicos: IFA, PCR, ELISA- para confirmar, com lavado laringotraqueal ou amostras de pulmão. Prevenção: ➔ Vacinas multivalentes: antígenos do CAdV-2 e do Parainfluenzavírus canino (CPIV), antígenos bacterianos ➔ 1ª dose entre 7ª e 10ª semana, via IM OU SC mas já existe intranasal que é considerada mais efetiva e leva a imunidade local produzindo IgA. ➔ Anticorpos maternos protegem o animal contra a infecção. ➔ A vacina é efetiva tanto para CAdV-1 quanto para CAdV-2 ➔ As vacinas não são capazes de prevenir a infecção, cães vacinados podem apresentar sinais clínicos leves ou infecção subclínica e podem transmitir os agentes para outros cães. ➔ Isolamento dos animais afetados- controle dos fatores ambientais: ventilação apropriada no canil, higienização do local do fômites, desinfecção com iodo ou hidróxido de sódio. Tratamento: ➔ Antibióticos- doxiciclina (5mg/kg) ➔ Broncodilarares ➔ Antitussígenos ➔ Fluidoterapia ➔ Repouso ➔ Inalação Saúde pública: casos de pneumonia para os humanos imunossuprimidos.
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