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Hepatoesplenomegalia: Causas e Tratamento

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HEPATOESPLENOMEGALIAS
SUMÁRIO
1. Introdução ..................................................................... 3
2. Fisiopatologia .............................................................. 8
3. Etiologia .......................................................................13
4. Diagnóstico Clínico ..................................................18
5. Diagnóstico Laboratorial .......................................24
6. Tratamento .................................................................32
Referências Bibliograficas .........................................35
3HEPATOESPLENOMEGALIAS
1. INTRODUÇÃO
A hepatoesplenomegalia é um diag-
nóstico sindrômico caracterizado 
pelo aumento do volume do fíga-
do e baço provocado geralmente por 
uma grande atividade de defesa imu-
nológica do organismo. Geralmente 
indica a existência de uma hepato-
patia (doença do fígado) grave, po-
rém, muitos indivíduos com hepato-
patia podem apresentar um fígado de 
tamanho normal ou mesmo menor do 
que o normal, fato não tão frequente 
assim quando tratamos do baço.
De forma mais prática, é fato que a 
hepatomegalia é o aumento do fíga-
do e que por isso toda hepatomegalia 
é palpável, mas é fato também que 
nem todo fígado palpável está au-
mentado de volume. Por isso que o 
exame físico tem que ser feito de for-
ma atenciosa e completa.
Baço
Estômago
PâncreasDuodeno
Vesícula biliar
Fígado
Figura 1. Vista anterior das estruturas abdominais superiores.
HORA DA REVISÃO!
O fígado é o maior órgão do corpo, pesando 1 a 1,5 kg e representando 1,5 a 2,5% da 
massa corporal magra. O tamanho e o formato do fígado variam e costumam ajustar-se 
ao formato geral do corpo – comprido e magro ou gordo e atarracado. O fígado fica locali-
zado no quadrante superior direito do abdome, debaixo da parte inferior da caixa torácica 
direita, encostado ao diafragma e projetando-se por uma extensão variável no quadrante 
superior esquerdo. É mantido em seu local por inserções ligamentares ao diafragma, pe-
ritônio, grandes vasos e órgãos gastrintestinais superiores.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Organismo
4HEPATOESPLENOMEGALIAS
Às vezes, os danos do fígado podem 
se manifestar sob a forma de um au-
mento do órgão. A borda inferior do 
fígado normalmente chega apenas 
até a margem costal do lado direito. 
Essa borda do fígado é fina e firme 
e não pode ser sentida pela ponta 
dos dedos sob a borda das costelas, 
quando da palpação, exceto quando 
se efetua uma respiração profunda. 
O fígado aumentado de volume pode 
ser sentido abaixo das costelas du-
rante o exame feito por um médico.
A hepatomegalia costuma ser as-
sintomática (não produz sintomas), 
pelo menos no princípio. O fígado 
não envia qualquer sinal ao cérebro, 
sob a forma de impulsos e, por isso, a 
princípio não gera sintomas. Apenas 
quando ele se torna anormalmente 
grande que pode causar desconforto 
abdominal. Se o aumento de volume 
do fígado ocorre muito rapidamente, 
ele pode também tornar-se sensível à 
palpação.
Figura 2. Anatomia anterior do fígado. Fonte: Kenhub.com
5HEPATOESPLENOMEGALIAS
Insuficiência cardíaca direita
Colestase extra-hepática de etiologia benigna ou maligna
Cirrose
Fibrose esquistossomótica
Hepatite
Esteatose
Neoplasias
Linfomas
Tabela 1. Principais causas de hepatomegalia
Figura 3. Anatomia posterior do fígado. Fonte: Kenhub.com
A esplenomegalia pode ser causada 
por várias doenças e isso termina por 
interromper as suas funções. Esse é 
o principal problema de saúde asso-
ciado ao baço. Podem resultar num 
alargamento do órgão enfermida-
des como calazar, anemia, linfoma, 
malária, lúpus sistêmico, leucemia, 
doenças hepáticas como a cirrose 
e infecções diversas. O aumento de 
tamanho é consequência da con-
centração de glóbulos e plaque-
tas, o que pode aumentar o risco 
de outras doenças e infecções. Há 
muitas condições que podem fazer o 
baço humano aumentar de volume e 
se encher de sangue. Se a condição 
subjacente for tratada, o baço poderá 
6HEPATOESPLENOMEGALIAS
voltar, em muitos casos, ao tamanho 
normal. 
O aumento significativo no tamanho 
do baço também pode ser consequ-
ência de uma ruptura do órgão, que 
provavelmente vai demandar cirur-
gia para remover uma parte dele ou 
até mesmo o baço inteiro. Embora ele 
execute diversas funções importan-
tes, o baço não é considerado um ór-
gão vital e os seres humanos podem 
sobreviver após a sua remoção, em 
casos como os mencionados acima. 
Quando acontece a remoção cirúrgi-
ca do órgão inteiro, a maior parte das 
funções do baço é absorvida pelo fí-
gado, gânglios linfáticos e outros ór-
gãos do corpo. Se a remoção for ape-
nas parcial, no entanto, o órgão pode 
se regenerar.
A esplenomegalia normalmente é 
diagnosticada no exame físico, atra-
vés de palpação ou percussão, ou 
através de USG. As principais causas 
da esplenomegalia podem ser vistas 
na tabela a seguir.
Extremidade posterior do baço
Margem superior do baço
Superfície gástrica do baço
Ligamento gastroesplênico
Hilo esplênico
Superfície renal do baço
Superfície cólica do baço
Ligamento esplenorenal
Artéria esplênica
Veia esplênica
Extremidade anterior do baço
Margem inferior do baço
Superfície 
diafragmática do baço
Cápsula esplênica
Artérias trabeculares
Trabéculas esplênicas
Veias trabeculares
Polpa esplênica
Figura 4. Anatomia do baço. Fonte: www.kenhub.com
7HEPATOESPLENOMEGALIAS
Hipertensão portal
Infecciosas e parasitárias
• Hepatite viral
• Febre tifóide
• Malária
• Calazar
• Chagas
Anemias hemolíticas
Policitemia vera, Leucemia, Linfoma de Hodgkin e não Hodgkin
Artrite reumatoide e Lúpus Eritematoso Sistêmico
Cistos e amiloidose
Tabela 2. Principais causas de esplenomegalia
MAPA MENTAL: INTRODUÇÃO
Definição
HEPATOMEGALIA Funções do fígado
Causas
Aumento anormal 
do volume do fígado
Filtrar o sangue do trato 
gastrointestinal, secretar a 
bile, metabolizar drogas e 
sintetizar proteínas
Infecções, fluxo venoso 
prejudicado, colestase, distúrbios 
de armazenamento, doenças 
infiltrativas, entre outras.
Definição
ESPLENOMEGALIA Funções do baço
Causas
Aumento anormal 
do volume do baço
Homeostase 
hematológica e imunológica
Infecções, congestões, 
malignidade, inflamação, estados 
hematológicos, entre outras.
8HEPATOESPLENOMEGALIAS
2. FISIOPATOLOGIA
Fígado 
Além do que já foi apresentado e re-
visado sobre o fígado, vale lembrar 
que a maioria das células no fígado é 
constituída por hepatócitos, que re-
presentam dois terços da massa do 
fígado. Os demais tipos celulares são 
as células de Kupffer (membros do 
sistema reticuloendotelial), as células 
estreladas (células de Ito ou de ar-
mazenamento de lipídeos), as célu-
las endoteliais e dos vasos sanguí-
neos, as células dos ductos biliares e 
estruturas de suporte. Quando visua-
lizado à microscopia óptica, o fígado 
parece estar organizado em lóbulos, 
com áreas portais na periferia e veias 
centrais no centro de cada lóbulo. En-
tretanto, do ponto de vista funcional, o 
fígado é organizado em ácinos, com o 
sangue hepático tanto arterial quan-
to portal penetrando no ácino a partir 
das áreas portais (zona 1) e, a seguir, 
fluindo através dos sinusoides até as 
veias hepáticas terminais (zona 3). Os 
hepatócitos intercalados constituem 
a zona 2.
HORA DA REVISÃO!
Sistema retículo endotelial é o conjunto de elementos celulares de origem mesenquima-
tosa, de aspectos diversos, e difundidos por todos o organismo, em particular no fígado 
(células de Kupffer), baço, linfáticos, medula óssea (plasmócitos), pulmão (macrófagos), 
sistema nervoso central (células gliais ou micróglias), etc. Estas células do sistema reticu-
loendotelial (SRE) exercem funções específicas e muito diversas relacionadas com as ne-
cessidades do momento e as suas localizações específicas (defesa imunitária, produção 
de células novas, fagocitose de bactérias, de eritrócitos e de substâncias estranhas, he-
matopoiese, participação no metabolismo dos lípidos e dos sais minerais, alémde outros)
O fígado é um órgão abdominal com 
múltiplas funções, incluindo filtrar 
o sangue do trato gastrointestinal 
(TGI), secretar a bile no TGI, meta-
bolizar drogas e sintetizar proteínas 
(por exemplo, fatores de coagulação). 
A vascularização, localização e fun-
ções do fígado o tornam suscetível 
a várias condições que resultam em 
hepatomegalia.
Função vascular
O fígado recebe um duplo suprimen-
to sanguíneo; cerca de 20% do fluxo 
sanguíneo consistem em sangue rico 
em oxigênio proveniente da artéria 
hepática, enquanto 80% consistem 
em sangue rico em nutrientes prove-
niente da veia porta a partir do estô-
mago, intestinos, pâncreas e baço. Ou 
seja, o fígado é tido como um grande 
reservatório de sangue, conseguindo 
9HEPATOESPLENOMEGALIAS
albergar cerca de 1 litro (circulando 
pelos capilares sinusoidais) e 400ml 
(artéria hepática) de sangue dentro 
de um minuto. 
Por conta disso, é fácil entender que 
quaisquer desregulações de pressão 
sistêmica podem afetar diretamen-
te o fígado e a sua complacência, ou 
seja, em casos de aumento de PA, o 
fígado pode distender pela hipervole-
mia e o oposto pode ocorrer em casos 
de hipovolemia.
Função digestiva
Outra função bem importante do ór-
gão é a digestiva, que está intima-
mente relacionada à produção e se-
creção de bile, que, para critérios de 
revisão, podemos observar a seguir o 
caminho para a formação e secreção 
desse substrato digestivo.
A bile passa por um processo de ex-
creção no organismo, sendo realizada 
de acordo com as seguintes etapas:
Secreção por meio dos hepatócitos: o 
suco biliar produzido no fígado é se-
cretado nos canalículos biliares, que 
estão localizados entre os hepatóci-
tos e as lâminas hepáticas.
Passagem pelos ductos biliares: nes-
ta etapa, a bile passa para os duc-
tos biliares terminais até chegar nos 
ductos hepáticos direito e esquerdo, 
que ao final formam o ducto hepático 
comum.
Chegada na vesícula biliar: a etapa fi-
nal consiste na passagem pelo ducto 
hepático até o ducto colédoco e, por 
fim chegando à vesícula biliar.
SE LIGA! A bile apresenta a seguinte 
composição: 85% de água, 10% de bi-
carbonato de sódio, 3% de pigmentos, 
1% de gordura, 0,7% de sais inorgâni-
cos e 0,3% de colesterol.
Função metabólica
A função metabólica do fígado se 
sustenta no fato desse órgão ser um 
importante local de metabolização 
de carboidratos e outras substân-
cia, devido a sua alta capacidade de 
armazenamento de glicose em forma 
de glicogênio, substrato esse que vai 
acabar sendo degradado com finali-
dade de poder ser fornecido a glicose 
para a periferia quando for necessá-
rio. Além disso, sabemos que o he-
patócito é um dos principais sítios de 
metabolização de lipídios por meio da 
oxidação de ácidos graxos.
Por último, a metabolização das pro-
teínas é outro aspecto de metaboliza-
ção bem importante, principalmente 
quando falamos sobre formação das 
proteínas plasmáticas e desamina-
ção, fatos que acontecem principal-
mente no fígado.
10HEPATOESPLENOMEGALIAS
Função hematopoiética 
Dentro dessa função, evidencia-se a 
função hematopoiética durante a 
vida intrauterina, que acontece até o 
2º-3º mês de vida, mas que pode ser 
reativada quando necessária, princi-
palmente em situações que elevem 
os índices de hemólise.
SE LIGA! As primeiras células sanguí-
neas do embrião surgem muito precoce-
mente, no mesoderma do saco vitelínico. 
Posteriormente, o fígado e o baço fun-
cionam como órgãos hemocitopoéticos 
temporários. Entretanto, no segundo 
mês de vida intra-uterina, já é iniciado 
o processo de ossificação da clavícula e 
tem início a formação da medula óssea, 
que se torna cada vez mais importante 
como órgão hemocitopoético.
Função imunológica
As células de Kupffer (que ficam no 
endotélio sinusoidal), fazem a fago-
citose de células e substâncias que, 
potencialmente, podem ser agresso-
res, como é o caso de agentes quími-
cos, vírus, bactérias e protozoários.
Outras funções
Além de todas essas funções, o fíga-
do ainda é responsável por grande 
parte do ciclo da uréia, já que ocorre 
nas células do fígado e começa com a 
condensação do dióxido de carbono 
(CO2) com a amônia dentro da mi-
tocôndrias, onde, por meio de ações 
enzimáticas, é formado um aminoá-
cido chamado de citrulina. Logo que 
é formada, a citrulina é transporta-
da para o citoplasma da célula, onde 
ocorrerão outras inúmeras reações do 
ciclo da ureia. É no citoplasma que a 
citrulina se junta a um outro amino-
ácido, o aspartato, que será fonte de 
nitrogênio do processo e forma um 
novo aminoácido. Esse aminoácido 
formado pela união da citrulina com 
o aspartato, será quebrado e dividido 
em novos aminoácidos. Um deles é a 
arginina, que retém o nitrogênio e li-
bera uma molécula de fumarato.
Paralelas a esses processos, outras 
reações igualmente importantes para 
o ciclo da ureia ocorrerão. Essas rea-
ções têm como função produzir com-
postos que farão a regeneração de 
aminoácidos do ciclo da ureia. Ao fim 
do ciclo a arginina será quebrada, li-
berando ureia e ornitina. A ureia será 
filtrada nos rins e em seguida liberada 
pela urina. Já a ornitina voltará para 
a mitocôndria para retomar funções 
nesse ciclo.
Baço
De maneira geral, as funções do baço 
como parte do sistema imunológi-
co referem-se ao seu funcionamen-
to como um filtro e um reservatório 
de sangue. Nos seres humanos, ele 
aparece como reservatório de gran-
des quantidades das células do sis-
tema imunológico conhecidas como 
https://www.infoescola.com/embriologia/embriao/
https://www.infoescola.com/embriologia/mesoderme/
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/figado/
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/baco/
https://www.infoescola.com/anatomia-humana/medula-ossea/
11HEPATOESPLENOMEGALIAS
monócitos e de outras células san-
guíneas, sendo acionado quando o 
organismo entra em processo de he-
morragia. O baço produz anticorpos 
contra vários tipos de células do san-
gue e micro-organismos infecciosos, 
por isso, algumas condições e infec-
ções podem causar aumento de seu 
tamanho.
A polpa branca (compartimento lin-
foide) faz parte do sistema de defe-
sa e se constitui de nódulos linfáticos. 
Entre esses nódulos, encontra-se a 
polpa vermelha, que é feita de teci-
do sanguíneo (glóbulos vermelhos e 
brancos). A polpa branca integra o 
sistema de defesa (sistema imune) e 
a polpa vermelha retira os materiais 
inúteis do sangue. Há a maturação da 
série branca, principalmente os linfó-
citos. Aqui ocorre o aprisionamento 
de antígenos e interação com linfóci-
tos maduros, produção de imunoglo-
bulinas e a apresentação antigênica.
Alguns tipos de leucócitos, os linfóci-
tos, produzem anticorpos protetores 
e desempenham papel importante 
no combate às infecções. Os linfóci-
tos são produzidos e amadurecem na 
polpa branca. 
A polpa vermelha agrega outros ti-
pos de leucócitos (fagócitos) que in-
gerem o material indesejado (como 
as células velhas ou defeituosas) do 
sangue circulante. É por esse motivo 
que a polpa vermelha é comparada 
a um “cemitério” para essas células 
defeituosas. Ela também funciona 
como depósito de elementos do san-
gue, notadamente de leucócitos e 
plaquetas. É um compartimento de 
filtração, já que é nessa parte do baço 
em que ocorre a hemocaterese do or-
ganismo, depois da fagocitose dentro 
do parênquima.
O inchaço do baço diminui quantida-
des excessivas de células sanguíneas 
e plaquetas. As plaquetas sanguíne-
as desempenham um papel essencial 
no processo de coagulação e, quando 
elas não estão disponíveis em quanti-
dade suficiente, a coagulação cessa e 
o risco de perda significativa de san-
gue, através de hemorragias, se torna 
preocupante. Além da baixa do nú-
mero de plaquetas, o próprio inchaço 
do órgão com grandes quantidades 
de células sanguíneas pode resultar 
na sua ruptura.
A ruptura do baço causa dor abdomi-
nal. O sangue acumulado na cavidade 
abdominal irrita e piora o quadro, fa-
zendo com que os músculos abdomi-
nais se retesem e contraiam de forma 
reflexa.Se o sangue for extravasado 
aos poucos, os sintomas somente se 
revelam quando a pressão arterial cai 
ou o oxigênio já não chega ao cére-
bro e ao coração. A administração 
imediata de transfusões de sangue 
para se manter uma circulação ade-
quada e a cirurgia para interromper o 
sangramento são dois procedimentos 
imprescindíveis: sem isso, o paciente 
pode entrar em choque e morrer.
12HEPATOESPLENOMEGALIAS
Quando é realizada uma esplenec-
tomia (remoção cirúrgica do baço), o 
corpo perde parte da sua capacidade 
de produzir anticorpos protetores e 
de remover bactérias indesejáveis do 
sangue. 
É necessário ainda fazermos a dife-
renciação exata entre os termos de es-
plenomegalia e hiperesplenismo e 
seus conceitos correlacionados. A es-
plenomegalia, também denominada 
megalosplenia, consiste no aumento 
do volume do baço e pode ser causa-
da por diversos motivos, como já vi-
mos alguns e veremos ainda outros ao 
decorrer desse módulo. Devido à sua 
característica esponjosa, o aumento 
na pressão da veia esplênica faz com 
que o baço “inche’’ e dessa forma, o 
baço “sequestra” e acaba destruin-
do em um ritmo acelerado todos os 
tipos de células sanguíneas, levando 
à condição denominada “hiperesple-
nismo”. Isso acontece principalmente 
pelo aumento da resistência à pas-
sagem do sangue através do fígado 
(pela cirrose, esquistossomose e ou-
tras condições) que, então, aumenta a 
pressão sanguínea dentro do sistema 
porta hepático (hipertensão portal). 
Vale a pena ainda destacar que no 
hiperesplenismo, a anemia (redução 
das células vermelhas - eritrócitos), 
a leucopenia (redução nos glóbulos 
brancos - leucócitos) e a plaquetope-
nia (redução nas plaquetas) podem 
estar todas presentes, ou não. Geral-
mente observa-se uma redução mais 
acentuada nas plaquetas do que nas 
demais, mas em parte a plaquetope-
nia também ocorre por outras condi-
ções associadas à hipertensão portal 
(coagulação intravascular dissemina-
da), destruição por mecanismo imu-
nológico (observada na hepatite C, 
por exemplo) e por deficiência de áci-
do fólico.
SAIBA MAIS!
Deve-se diferenciar a esplenomegalia da presença de baço acessório, uma variação anatômi-
ca que ocorre em 10 a 30% da população normal e não tem qualquer significado patológico.
13HEPATOESPLENOMEGALIAS
3. ETIOLOGIA
Infecciosa
A hepatite viral aguda é uma in-
fecção sistêmica que afeta predomi-
nantemente o fígado e quase todos 
os casos de hepatite viral aguda são 
causados por um destes cinco agen-
tes virais: vírus da hepatite A (HAV), 
vírus da hepatite B (HBV), vírus da 
hepatite C (HCV), o agente delta as-
sociado ao HBV ou vírus da hepatite 
D (HDV) e vírus da hepatite E (HEV). 
Todos os vírus das hepatites huma-
nas são vírus de RNA, exceto o da 
hepatite B, um vírus de DNA, mas que 
se replica como um retrovírus. Esses 
agentes podem ser diferenciados por 
suas propriedades moleculares e an-
tigênicas, porém todos os tipos de he-
patite viral produzem doenças clinica-
mente semelhantes. Variam, por um 
lado, desde infecções assintomáticas 
até infecções agudas fulminantes e 
fatais comuns a todos os tipos, e, por 
outro lado, desde infecções subclíni-
cas persistentes até doença hepática 
MAPA MENTAL: FUNÇÃO DOS ÓRGÃOS
FÍGADO BAÇO
Vascular
• Suprimento sanguíneo duplo
• Variável de acordo com a PA
Digestiva
• Produção e secreção da bile
Metabólica
• Armazena glicogênio
• Metaboliza proteína
Hematopoiética
• Até o 3ºmês de vida
Ciclo da ureia
• Metabolização da amônia
Imunológica
• Fagocitose pelas células de Kupffer
‘’Filtro do sangue’’
Reservatório de células imunológicas
Polpa branca
• Compartimento linfoide
• Produção e maturação do sistema imune
Polpa vermelha
• Tecido sanguíneo
• Fagócitos de hemácias
Consequências hematológicas 
Consequências imunológicas
14HEPATOESPLENOMEGALIAS
crônica rapidamente progressiva com 
cirrose e até mesmo carcinoma he-
patocelular, comuns a todos os tipos 
hematogênicos (HBV, HCV e HDV). 
Somado a esses tipos de vírus, infec-
ções pelo vírus da Varicela, da Rubé-
ola, do HIV, do Epstein Barr (EBV) e 
do Citomegalovírus (CMV) também 
podem se enquadrar dentro do con-
junto de etiologias virais.
Além dessas etiologias virais, ainda 
podem ser causa de hepatoespleno-
megalia infecções bacterianas por 
Treponema pallidum (Sífilis), Leptos-
pira (Leptospirose) e Mycobacterium 
(ou micobactéria, que é um gênero de 
bactérias de actinobactérias causa-
dora de lepra, tuberculose, linfadenite 
e outras doenças cutâneas). 
Dentro da classe dos fungos, temos 
que nos atentar à candidemia sistê-
mica e infecções oportunistas pelo 
HIV, enquanto que por protozoários, 
devemos nos atentar a acometimen-
tos pelo Toxoplasma gondii (Toxo-
plasmose) e pelos agentes da Malá-
ria, que são os P. vivax, P. falciparum 
e P. malariae. Além desses, a hepato-
esplenomegalia pode ser causa tam-
bém dos mais diversos tipos de infec-
ções helmínticas.
SAIBA MAIS!
A hepatoesplenomegalia é frequente em infectados pelo vírus da imunodeficiência huma-
na (HIV), resultado da ação direta desse vírus sobre o hepatócito ou de coinfecções, como: 
histoplasmose, leishmaniose visceral, tuberculose disseminada, linfoma e pneumocistose. A 
importância desse diagnóstico diferencial impõe a discussão de cada um desses diagnósticos 
diferenciais, enfatizando a sua apresentação clínica e a propedêutica, dada a importância da 
correta identificação do seu agente causador. Estabelecido o diagnóstico, o tratamento do 
paciente imunocomprometido torna-se mais adequado, evitando-se seu empirismo.
Neoplásica
Dentro das neoplasias, diversas são 
aquelas que podem cursar com au-
mento de fígado e do baço, sobre-
tudo àquelas que possuem tropis-
mo à esses órgãos, independente 
se possui caráter benigno ou malig-
no. Dentro dessa categoria e falando 
agora em termos de epidemiologia, o 
carcinoma hepatocelular (CHC) é o 
principal de acordo com as consequ-
ências e o mais comum. Além desses, 
os hemangiomas também possuem 
tropismo significativo ao fígado e nor-
malmente possui caráter benigno. Na 
tabela a seguir podemos observar 
quais são as neoplasias mais bem re-
lacionadas com o que foi explicado.
15HEPATOESPLENOMEGALIAS
Carcinoma hepatocelular (CHC)
Colangiocarcinoma intra-hepático (câncer do ducto biliar)
Angiossarcoma e hemangiossarcoma
Hepatoblastoma
Tabela 3. Principais tipos de câncer com tropismo hepático
Reacional
Dentro desse ramo, algumas situações 
podem por si só gerar a hepatoespleno-
megalia como consequência do próprio 
processo, como acontece com a disfun-
ção orgânica e o uso de alguns medi-
camentos ou drogas que são hepato-
tóxicas. São exemplos dessas drogas: 
Amoxicilina-clavulanato, Flucloxacilina, 
Eritromicina, Diclofenaco, Cotrimoxazol, 
Isoniazida, Dissulfiram e Ibuprofeno.
Vascular
Acerca dos acometimentos vasculares, 
a trombose de veia cava, como já expli-
cado anteriormente, é uma das principais 
causas com esse efeito negativo e pode 
ser causada por compressão extrínseca 
do vaso, invasão tumoral, trombose ou 
por dificuldade do retorno venoso ao co-
ração secundária a doenças intra-atriais 
ou intraluminais.
Além disso, pacientes que possuem 
diagnóstico anterior de ICC podem 
evoluir com uma hepatomegalia conges-
tiva, já que a insuficiência cardíaca direita 
moderada ou grave aumenta a pressão 
venosa central, que é transmitida ao fí-
gado por veia cava inferior e veias hepá-
ticas e essa congestão crônica provoca 
atrofia de hepatócitos, distensão sinusoi-
dal e fibrose centrolobular, que, se inten-
sa, pode produzir cirrose (cirrose cardía-
ca). A base para a morte celular hepática 
é provavelmente a trombose sinusoidal 
que se propaga para as veias centrais e 
ramos da veia porta, causando isquemia.
Aqueles que possuem também o diag-
nóstico de Síndrome de Budd-Chia-
ri também podem cursar com he-
patoesplenomegalia. A síndrome de 
Budd-Chiari geralmente ocorre quando 
o coágulo estenosa ou obstrui as veias 
hepáticas, que transportam o sangue 
para fora do fígado.Como o fluxo sanguí-
neo para fora do fígado está impedido, 
o sangue se acumula no órgão, fazen-
do com que ele aumente de tamanho, 
e o baço também pode aumentar. Esse 
acúmulo de sangue (congestão) provo-
ca aumento da pressão sanguínea na 
veia porta (que transporta o sangue do 
fígado para os intestinos). Essa pressão 
aumentada, denominada hipertensão 
portal, pode resultar em veias dilatadas 
e retorcidas (varicosas) no esôfago (vari-
zes esofágicas). 
Hepatopatia
Dentro das hepatopatias, como já é de 
se imaginar, a hepatopatia crônica e a 
16HEPATOESPLENOMEGALIAS
cirrose são os principais elementos do 
conjunto dessas doenças que represen-
tam a hepatomegalia. Além desse con-
junto de doenças, vale a pena ressaltar a 
doença de Wilson, que tem como princi-
pal consequência a formação do proces-
so cirrótico. Essa doença, que se define 
pelo acúmulo de cobre pode ser expli-
cado inicialmente pelo defeito hepático, 
uma vez que o fígado não excreta o ex-
cesso de cobre e o cobre se acumula no 
fígado, o que causa danos e dá origem 
à cirrose. O fígado lesionado libera o co-
bre diretamente na corrente sanguínea, 
levando-o para outros órgãos, como o 
cérebro, rins e os olhos, onde também se 
acumula.
Hematológica
Dentro das doenças hematológicas, as 
leucemias e linfomas podem, de forma 
bem comum, virem cursando também 
com uma hepatomegalia, essa, asso-
ciada ou não a uma esplenomegalia. 
A principal dessas é a Leucemia Linfo-
cítica Crônica (LLC). Este tipo de leuce-
mia atinge quase que exclusivamente 
pacientes adultos, sendo considerada 
o tipo mais comum nesta faixa etária 
nos países Ocidentais. A média de ida-
de dos pacientes acometidos é de 60 
anos com uma discreta predominância 
no gênero masculino. Frequentemente 
este tipo de leucemia é assintomático, 
sendo detectada em exames de sangue 
de rotina. Em alguns casos os pacientes 
podem apresentar anorexia, perda de 
peso, linfadenopatia, hepatomegalia e 
esplenomegalia.
Metabólica
Acerca das doenças metabólicas, a mu-
copolissacaridose (MPS), a amiloido-
se, as colagenoses e as doenças in-
filtrativas são as que mais comumente 
cursam com hepatoesplenomegalia. As 
colagenoses formam o grupo de doen-
ças conhecidas como lúpus, poliarterite 
nodosa, esclerodermia sistêmica e der-
matomiosite e que cursam com diversos 
sintomas, mas é fato que as lesões do 
coração, pulmões, rins e aparelho diges-
tivo são muito frequentes.
No paciente com MPS, os lisossomos 
não conseguem cumprir corretamente 
sua função, que é digerir grandes mo-
léculas para serem utilizadas ou reu-
tilizadas. No caso desta doença, tais 
moléculas mal digeridas são os glicosa-
minoglicanos (GAGs), responsáveis pela 
lubrificação e união entre os tecidos. Daí 
uma consistência mucoide, viscosa. A 
seguir, os principais comprometimentos 
da doença: ossos e articulações, vias res-
piratórias, sistema cardiovascular e das 
funções cognitivas. Pode haver ainda o 
engrossamento progressivo das feições, 
a opacificação das córneas, aumento de 
fígado e baço, acometimento das válvu-
las cardíacas, rigidez nas articulações e 
alteração no crescimento.
17HEPATOESPLENOMEGALIAS
MAPA MENTAL: ETIOLOGIAS
Infecção
• Hepatite viral
• CMV
• Toxoplasmose
• Leishmaniose
• Esquistossomose
Inflamação Infiltração celular Congestão de fluxo sanguíneo Depósito excessivo Obstrução biliar
Autoimune
Colagenoses
• LES
• Sarcoidose
Toxinas/drogas
• ATB
• Anti-inflamatórios
Tumores
• Hepatoblastomas
• Hepatocarcinoma
Cisto/ hemólise
• Hemangioma
• Anemia hemolítica
• Leucemia
• Linfomas
Supra-hepática
• ICC
• Pericardite
Intra e pré-hepática
• Cirrose
• Hipertensão portal
• Trombose de veia porta
Glicogenose
Mucopolissacaridose
Hemocromatose
Doença de Wilson
Deficiência de 
alfa-1-antitripsina
Extra-hepática
• Litíase biliar 
• Cisto no colédoco
Intra-hepática
• Cirrose cística
• Atresia biliar
18HEPATOESPLENOMEGALIAS
4. DIAGNÓSTICO CLÍNICO
Investigação semiológica
Dentro do exame físico, devemos nos 
atentar a algumas técnicas e aspec-
tos que podem nos ajudar a identificar 
essa condição. A palpação do fíga-
do pode acontecer em decúbito dor-
sal e o paciente deve relaxar o tanto 
quanto possível a parede abdominal, 
principalmente pela maneira que o 
examinador inicia a palpação, ou seja, 
se a palpação for de maneira gros-
seira e intempestiva é provável que 
o paciente contraia os músculos para 
se proteger, enquanto que se for de 
maneira suave, a consequência será 
o relaxamento da parede abdominal. 
O procedimento fundamental consis-
te em apalpar o hipocôndrio direito, 
flanco direito e o epigástrio, partindo 
do umbigo até o rebordo costal. Em 
seguida executa-se a palpação jun-
to a reborda, coordenando-a com os 
movimentos respiratórios: durante a 
inspiração, o examinador deve com-
primir buscando detectar a borda do 
fígado. Além disso, deve-se colocar a 
mão esquerda abaixo no nível do rim 
direito forçando para cima visando 
aproximar o fígado da parede anterior 
do abdome.
Figura 5. Técnica de Lemos Torres para palpação do fígado. Fonte: medhepato.org.br
Associado a isso, devemos reali-
zar a hepatimetria, que consiste na 
percussão da linha hemiclavicular a 
partir do 3º espaço intercostal, em 
sentido caudal, seguindo a linha. Em 
atimpania encontramos o pulmão, 
se maciço estamos sobre o fígado 
e em timpania estamos sobre alças 
intestinais.
19HEPATOESPLENOMEGALIAS
SE LIGA! De acordo com a hepatimetria, no exame clínico, define-se como normal o fíga-
do que atinge 10-12 cm (massa média de 1800g) no homem e 8-11 cm (massa média de 
1400g) na mulher. Classifica-se, portanto, a hepatomegalia – aumento do volume do fígado 
– como leve (13-16 cm), moderada (16-19 cm) ou maciça (>19 cm).
Figura 6. Técnica de percussão para hepatimetria. Fonte: medhepato.org.br
Em alguns casos, se o paciente pos-
sui uma ascite abdominal ou uma dis-
tensão abdominal importante, estes 
podem ser fatores dificultadores para 
a execução do exame bem feito. Além 
desses fatores dificultadores, existem 
também fatores confundidores, prin-
cipalmente todos relacionados a hi-
perinsuflação pulmonar, já que essa 
condição pode ser a causa de uma 
projeção acentuada do fígado e do 
baço, e não representar uma verda-
deira hepatoesplenomegalia.
No final da gravidez, o exame físico 
do fígado é difícil por causa do útero 
em expansão. O fígado é forçado mais 
para dentro do peito, e um fígado pal-
pável é um achado anormal. Além 
disso, angiomas de aranha e eritema 
palmar, associados à doença hepá-
tica crônica, são comuns durante a 
gravidez e geralmente desaparecem 
após o parto.
Vale a pena ainda pontuar uma famo-
sa anormalidade anatômica do fígado, 
conhecido como Lobo de Riedel, que 
é o lobo hepático acessório e anôma-
lo raro, em forma de lingueta, situado 
no lobo hepático direito. Essa ano-
malia, ao exame físico em palpação, 
20HEPATOESPLENOMEGALIAS
pode simular uma hepatomegalia até 
mesmo em grandes volumes, por isso 
devemos ficar atentos também. 
Dito isso, em outra técnica, podemos 
posicionar o paciente em decúbito se-
milateral esquerdo e com as mãos em 
garra, devemos coordenar os movi-
mentos com os movimentos respira-
tórios, ou seja, na inspiração, quando 
o fígado se movimenta para baixo, o 
examinador reconhece a borda.
Dentro dos critérios que possamos 
identificar, acerca das pequenas he-
patomegalias até dois dedos trans-
versos ultrapassam a reborda costal 
no final da inspiração. Médias quando 
quatro dedos transversos ultrapas-
sam e grandes quando mais de qua-
tro dedos ultrapassam e pode chegar 
até a cicatriz umbilical. Ainda dentro 
desses achados, precisamos analisar 
a superfície (lisa ou nodular – núme-
ro, dura ou cística), espessura (fina ou 
romba), consistência (diminuída, nor-
mal ou aumentada) e a sensibilidade 
(indolor ou dolorosa).
SE LIGA! O bordo hepático em recém-
-nascido (RN) não é bem definido e em 
casos de hepatomegalia extensa, po-
demos apalpá-lo na fossa ilíaca direita. 
Até a primeira semanade vida, acerca 
da mensuração do fígado, podemos ob-
servar 4,4 a 5 cm de bordo superior e 
aos 12 anos entre 6 a 8 cm. Na palpação 
do fígado, podemos observar em RN até 
3,5 cm do bordo inferior direito, até os 
dois anos entre 2 e 3 cm e até os 10 
anos até 2 cm.
Acerca dos nódulos, esses são for-
mações arredondadas e endurecidas, 
podendo estar isolados, esparsos ou 
difusos por toda a superfície hepáti-
ca. Nas cirroses são difusos, nas me-
tástases são esparsos, no câncer pri-
mitivo do fígado é único. O diâmetro 
desses nódulos podem ser menores 
de 2 cm, quando são micronódulos, 
ou maiores que 2cm, quando são 
macronódulos.
Sobre a dor, esse é um sinal que pode 
quase sempre estar relacionado a 
condições patológicas que estiram a 
cápsula de Glisson, como o aumento 
do fígado por consequência de uma 
insuficiência cardíaca ou então por 
conta de uma metástase hepática, 
que são causas na qual a hepatome-
galia acontece de forma mais rápida 
e aguda.
SE LIGA! Nas hepatomegalias crônicas, 
como acontece na cirrose ou esquistos-
somose, a cápsula de Glisson se adapta 
à medida que o órgão aumenta de vo-
lume, e, por isso, é incomum a dor, exis-
tindo apenas a sensação de desconforto 
na maioria dos casos.
A palpação do baço procede da 
mesma forma que a palpação do fí-
gado, mas a região a ser examina-
da é o quadrante superior esquerdo, 
propriamente dito, para avaliar se o 
espaço de Traube encontra-se livre 
(normal) ou ocupado (suspeita de 
hiperesplenismo). 
21HEPATOESPLENOMEGALIAS
Para se avaliar o sinal da percussão 
esplênica (sinal de Castell), na linha 
axilar anterior esquerda percute-se 
o espaço intercostal mais inferior 
(ponto de Castell) que normalmente 
é timpânico, e peça ao paciente para 
respirar profundamente, se permane-
cer o timpanismo na inspiração pro-
funda é improvável a esplenomegalia; 
mas se houver mudança para maci-
cez esplenomegalia mais provável.
Ponto de Castell
Figura 7. Ponto de Castell. https://bit.ly/3eRsVAA
22HEPATOESPLENOMEGALIAS
Se não for possível fazer da forma 
que já foi descrita, pode-se colocar 
o paciente na posição de Schuster: 
decúbito lateral direito, perna esten-
dida e a coxa esquerda fletida sobre o 
abdome em um ângulo de 90º.
Figura 8. Posição de Schuster. Fonte: https://bit.ly/39kcdbZ
O baço normal geralmente não é pal-
pável porque está localizado abaixo 
da caixa torácica no abdômen supe-
rior esquerdo. A textura esplênica é 
macia e não está firmemente presa 
a outras estruturas e, portanto, é fa-
cilmente empurrada pela palpação. 
O baço pode ser palpável em crian-
ças, adolescentes e alguns adultos 
magros.
A percussão do espaço de Traube (a 
área timpânica sobre a bolha gástri-
ca no hemitórax lateral esquerdo) ou 
o sinal de Castell (menor espaço in-
tercostal na linha axilar anterior) pode 
revelar deslocamento descendente 
do baço em um indivíduo com esple-
nomegalia. No entanto, esse acha-
do não é extremamente sensível ou 
específico. Falsos positivos podem 
https://bit.ly/39kcdbZ
23HEPATOESPLENOMEGALIAS
ocorrer com aumento hepático ou 
uma refeição recente, e falsos nega-
tivos podem ocorrer em indivíduos 
obesos.
Acerca dos índices a serem encontra-
dos após o exame físico temos que 
a esplenomegalia pequena pode ser 
traduzida pela palpação do seu pólo 
inferior logo abaixo da reborda costal 
esquerda enquanto que as espleno-
megalias grandes podem ultrapas-
sam a cicatriz umbilical. 
Investigação clínica
Primeiramente, a nossa anamnese 
é um instrumento fundamental para 
identificação etiológica da hepatoes-
plenomegalia, abordando desde an-
tecedentes familiares (pensando em 
buscar alguma doença metabólica e/
ou genéticas) e antecedentes pesso-
ais (infecções congênitas e doenças 
neonatais) até fazer um levantamen-
to epidemiológico (viagens, condi-
ções de vida e lazer). Dentro desses 
pontos, nós devemos ficar sempre 
alertas a histórico positivo de infec-
ção congênitas por STORCH e para 
além dessas questões infecciosas, 
questionar hipoglicemias, tremores, 
convulsão, sempre pensando em al-
gum distúrbio metabólico. 
SAIBA MAIS!
STORCH: sífilis (S), o protozoário Toxoplasma gondii que causa a toxoplasmose (TO) e os 
vírus da rubéola (R), citomegalovírus (C), vírus herpes simplex (H).
Além disso, precisamos ficar alerta 
aos sinais e sintomas, principalmen-
te quando estiverem sido relatados 
febre, anemia, icterícia, alterações 
vasculares, perda de peso, queixas 
respiratórias, queixas articulares, 
ascite, adenomegalias, prurido, an-
tecedentes de hemorragias entre 
outros. Mas sabe-se que dentro de 
situações comuns, podemos obser-
var pacientes que cursam com febre, 
hepatoesplenomegalia mas com um 
bom estado geral, que podem signi-
ficar infecções virais benignas e com 
bom prognóstico. 
Outra situação comum é representa-
da por um quadro de amigdalite com 
exsudato e hepatoesplenomega-
lia e que apresenta um hemograma 
com uma atipia linfocitária acima de 
10%, podendo quase sempre signi-
ficar uma mononucleose infecciosa. 
Além dessa, casos de Leishmaniose 
visceral, tanto nas formas oligossin-
tomática como na grave, podem vir 
a cursar com hiperesplenismo e pan-
citopenia. Em pacientes com AIDS, 
como já relatado, os riscos são as in-
fecções oportunistas e neoplasias; e 
se quando levantado a suspeita de 
24HEPATOESPLENOMEGALIAS
Tuberculose, questionar histórico de 
contato com pessoas com tosse e febre 
prolongada já que a tuberculose biliar 
hepática pode cursar com hepatome-
galia. Ademais, outras doenças como 
Doença de Chagas, Malária e Toxocarí-
ase tem que estar dentro do espectro de 
investigação caso o paciente apresente 
hepatoesplenomegalia.
SE LIGA! A síndrome da mononucleose 
infecciosa é definida como quase sempre 
associada à toxoplasmose e CMV, resul-
tando em uma hepatite transinfecciosa de 
longa duração com febre prolongada, e 
que pode vir, então, cursar com um quadro 
de hepatoesplenomegalia.
A presença de icterícia é um dos prin-
cipais sinais de hepatopatia e deve-
mos nos atentar para as atresias de 
vias biliares, principalmente em casos 
de crianças que apresentam a icterícia 
nos primeiros dias de vida. É necessário 
questionar sobre sinais e sintomas que 
signifiquem possibilidade de anemia, 
principalmente anemia falciforme, ainda 
mais se tratando de cidades com pre-
dominâncias raciais pretas.
Quando o paciente tem, na verdade, al-
gum tipo de doença metabólica, acaba 
que se constitui como um desafio diag-
nóstico e por isso o exame sempre tem 
que ser muito completo, principalmente 
se tratando de pediatria. Então, é ne-
cessário que sempre se peça exames 
anteriores e testes de triagem neonatal, 
principalmente os resultados do teste 
do pezinho.
5. DIAGNÓSTICO 
LABORATORIAL
De uma forma ampla, assim como qua-
se todas as doenças, o primeiro passo 
dentro de uma investigação patológica 
é o hemograma, principalmente pelo 
fato de que pode ajudar muito na dife-
renciação etiológica quanto aos valores 
que são encontrados, como por exem-
plo uma pancitopenia, uma leucocitose 
ou atipia linfocitária. Associado ao he-
mograma, a eletroforese da hemo-
globina pode ser pedida em casos de 
suspeita de anemias, principalmente 
anemias hemolíticas. 
SE LIGA! As principais desordens sanguí-
neas que podem ser tratadas com esple-
nectomia incluem púrpura trombocitopêni-
ca idiopática, policitemia vera, talassemia e 
anemia falciforme.
A pesquisa direta de parasitas é ou-
tro exame muito importante e deve ser 
feita para identificar o parasita e que se 
baseiam na demonstração do parasi-
to em lâmina, que são procedimentos 
simples sendo necessário apenas como 
equipamento um microscópio. É impor-
tante voltar a ressaltar que os métodos 
parasitológicos diretos só apresentam 
alta sensibilidade na presença de para-
sitemia patente, sendo por isso o mé-
todo de escolha na suspeita de casos 
agudos ou de reativação da infecção.
25HEPATOESPLENOMEGALIAS
O mielograma é um exame muito uti-
lizado para diagnóstico principalmen-
te para leucemiase outras neoplasias, 
assim como para casos de suspeita de 
calazar também. O mielograma é um 
dos exames para avaliação da medu-
la óssea. Como a medula óssea está 
localizada anatomicamente no interior 
dos ossos, o mielograma é realizado 
através de uma punção óssea, segui-
da de aspiração, sendo realizada sob 
anestesia local. Os ossos mais abor-
dados são o ilíaco, o esterno e a tíbia.
As provas bioquímicas, são, com 
certeza, os instrumentos mais utili-
zados para diagnóstico laboratorial, 
mas devem ser sempre solicitadas de 
acordo com as suspeitas. São exem-
plos desses elementos de busca:
• Colesterol;
• Glicemia;
◊ Relacionado a atividade hepá-
tica de quebra do glicogênio e 
liberação da glicose e da absor-
ção da glicose e armazenamen-
to dele em forma de glicogênio. 
Essa atividade está intimamen-
te relacionada com o pâncreas 
e os índices hormonais de insu-
lina e glucagon, como demons-
trado na imagem a seguir.
Figura 9. Formas tripomastigotas do Trypanosoma cruzi no sangue periférico. Esfregaço sanguíneo corado pelo Giemsa. 
Fonte: http://chagas.fiocruz.br/diagnostico/
26HEPATOESPLENOMEGALIAS
• Ureia e Creatinina;
◊ Substâncias produzidas no fí-
gado, são resultados da me-
tabolização de proteínas na 
alimentação. 
• Amônia;
◊ É produzida principalmente no 
intestino e deveria ser trans-
formada em ureia (ou glutami-
na, a partir de glutamato) pelo 
fígado e eliminada pelas fezes 
e urina.
• Bilirrubina;
• TGO, TGP;
◊ Comumente chamadas de 
transaminases, debaixo de 
circunstâncias normais, estas 
enzimas residem dentro das 
células do fígado. Mas quando 
o fígado está com problemas, 
estas enzimas são derrama-
das no fluxo de sangue. Entre 
as mais sensíveis destas en-
zimas é as mais representa-
tivas estão as transaminases. 
Elas incluem a aspartato ami-
notransferase (AST ou TGO) 
e a alanina aminotransferase 
(ALT ou TGP). Estas enzimas 
normalmente são contidas 
dentro das células do fígado. 
Figura 10. Controle glicêmico no eixo fígado – pâncreas. Fonte: m.biologianet.com
27HEPATOESPLENOMEGALIAS
Se o fígado estiver com algum 
problema, as células derra-
mam as enzimas na corrente 
sanguínea, elevando os níveis 
destas enzimas no sangue e 
sinalizando o problema que 
possa existir.
• Fosfatase alcalina (FA) e Gamaglu-
tamiltransferase (GGT)
◊ A GGT é uma enzima que 
pode estar presente em célu-
las do fígado, rins e pâncreas. 
No entanto, a GGT que se en-
contra elevada em exame de 
sangue geralmente é de ori-
gem hepática
◊ A elevação conjunta da FA e 
GGT indica presença de coles-
tase (retardo do fluxo de bile) 
dentro do fígado pelo uso me-
dicamentos (como os anticon-
cepcionais) ou doenças dos 
ductos biliares (como colan-
gite biliar primária e colangite 
esclerosante primária) ou nos 
ductos biliares fora do fígado 
por obstrução por tumores e 
cálculos.
• LDH;
◊ A lactato desidrogenase é 
uma enzima que participa do 
processo de transformar a gli-
cose em energia das células 
de animais, plantas e até de 
bactérias. Nos animais está 
presente nas células do fíga-
do, coração, pâncreas, rins, 
músculos esqueléticos, cére-
bro e glóbulos vermelhos.
• Eletroforese de proteínas;
◊ A síntese de albumina no fí-
gado e dependente do estado 
nutricional da pessoa, quanti-
dade de hormônios circulantes 
e pH do sangue. Dessa forma, 
o quantidade de albumina na 
eletroforese de proteínas de-
monstra o estado nutricional 
geral da pessoa e permite 
identificar possíveis alterações 
no fígado ou nos rins
• Dosagem de Cu2+ (soro e urina);
• Fe2+ / Fe3+ e Ferritina
◊ Hepatócitos tem uma grande 
quantidade de ferro armaze-
nado, assim quando ocorre a 
sobrecarga, o fígado é o órgão 
mais atingido.
28HEPATOESPLENOMEGALIAS
Devemos ainda realizar alguns exa-
mes de sorologias e culturas (hemo-
cultura, coprocultura, urocultura) re-
ferentes às etiologias, principalmente 
quando estas tiverem uma natureza 
infecciosas. Ainda poderíamos pedir 
o teste tuberculínico de PPD ou até 
mesmo o teste imunocromatográfico 
Rk-39.
Acerca dos exames de imagens, os 
principais a serem utilizados são o 
Raio-X, o USG com doppler, Tomo-
grafia Computadorizada e Resso-
nância Magnética. Dentro desses, 
a seguir temos imagens que podem 
concluir o diagnóstico referente à 
hepatoesplenomegalia.
SAIBA MAIS!
A deficiência de ferro é uma das maiores causas de anemia, sendo denominada anemia ferro-
priva, onde não há ferro disponível para síntese do heme. Contudo, a sobrecarga deste metal 
leva a efeitos altamente prejudiciais. A ferritina exerce efeito citoprotetor, porém, quando a 
sobrecarga de ferro é exacerbada, o sequestro seguro deste metal não é garantido, e o ferro 
permanece livre. O ferro livre participa da reação de Fenton, e forma peróxidos e radicais hi-
droxila, que em excesso levam ao estresse oxidativo, lesando DNA, proteínas e lipídeos, cau-
sando lesão e morte celular dos hepatócitos, prejudicando assim, o funcionamento do órgão, 
e diminuindo a qualidade de vida destes pacientes.
Figura 11. TC: Nota-se a presença de hepatomegalia homogênea, líquido livre peri-hepático e perivesicular (ascite) e 
linfonodomegalias retroperitoneais. Fonte: NETO, Laércio Castilho Lopes; CHIARANTANO, Rodrigo Sampaio; RODRI-
GUES, Marcelo Bordalo. Qual o seu diagnóstico? Which is your diagnosis?.
29HEPATOESPLENOMEGALIAS
Figura 13. USG: Alteração volumétrica do fígado observando-se aumento acentuado do lobo esquerdo e redução do 
lobo hepático direito. Fonte: AZEREDO, 2010.
Figura 12. USG: Esplenomegalia homogênea. Fonte: VABO, Karen Amaral do et al. Achados ultra-sonográficos abdo-
minais em pacientes com dengue. Radiologia Brasileira, v. 37, n. 3, p. 159-162, 2004.
30HEPATOESPLENOMEGALIAS
Em muitos casos, principalmente se 
tratando de casos mais crônicos e 
com suspeitas de neoplasias, um exa-
me que temos que pedir é a biópsia, 
para que as configurações histopa-
tológicas sejam bem definidas e aju-
dem no diagnóstico, como na imagem 
a seguir. 
Figura 14. Cirrose hepática em corte histopatológico. Fonte: igm.med.br
Hepatite A IgM anti-HAV
Hepatite B HBsAg e IgM anti-HBc
Hepatite C Anti-HCV e RNA do HCV
Hepatite D HBsAg e anti-HDV
Hepatite E IgM AntiHEV e RNA do HEV
Hepatite autoimune FAN ou AMI, níveis de IgG elevados e histologia compatível
Cirrose biliar primária
Anticorpo antimitocondrial, níveis elevados de IgM e histologia 
compatível
Colangite esclerosante primária p-ANCA, colangiografia
Doença hepática induzida por 
medicamentos
História da ingestão de medicamentos
Doença hepática alcoólica História e histologia compatível
Esteato-hepatite não alcoólica USG ou TC e histologia compatível
Doença de Wilson
Ceruloplasmina sérica reduzida e cobre urinário aumentado, com 
nível hepático de cobre elevado
Deficiência de alfa-1-antitripsina Nível reduzido de alfa-1-antitripsina
Hemocromatose
Saturação de ferro e ferritina sérica elevadas; teste genético para 
as mutações de gene HFE
Câncer hepatocelular Nível elevado de alfa-fetoproteína + USG e TC
Tabela 4. Principais formas de diagnóstico laboratorial para doenças hepáticas
31HEPATOESPLENOMEGALIAS
MAPA MENTAL: ALGORITMO DE DIAGNÓSTICO PARA CHEGAR AOS DIAGNÓSTICOS MAIS 
COMUNS PARA UMA CRIANÇA COM MAIS DE 1 ANO DE IDADE COM HEPATOMEGALIA
WOLF, Ann D.; LAVINE, Joel 
E. Hepatomegaly in neonates 
and children. Pediatrics in 
review, v. 21, n. 9, p. 303-
310, 2000.
Identificar:
• Hemólise
• Sepse
• CIVD
• ICC
HEPATOMEGALIA
↑↑ Transaminases
↑ Fosfatase alcalina
↑↑ Fosfatase alcalina
↑ Transaminases
Contagem completa do 
sangue e USG do abdome
USG do abdome, sorologias, 
biópsia de fígado
Sorologia viral, 
ceruloplasmina, considerar 
biópsia do fígado
USG e/ou colangiografia Identificar:
• Distúrbios de 
armazenamento
• Leucemia
• Linfoma
• ICC
• Parasitoses
Identificar:
• Hepatite viral/autoimune
• Cisto/abcesso hepático
• Doenças de 
armazenamento 
de glicogênio
• Tumores primários/
metastáticos
• Esteatohepatite/
obesidade
Elevação da 
bilirrubina direta
Elevaçãoda bilirrubina 
indireta ou mista
HIPERBILIRRUBINEMIA
ESPLENOMEGALIA SEM ESPLENOMEGALIA
SEM 
HIPERBILIRRUBINEMIA
Identificar:
• Hepatites
• Doença de Wilson
• Drogas/toxinas
Identificar:
• Obstrução biliar
• Cisto/tumor do colédoco
• Parasitoses
• Nutrição parenteral
ANAMNESE
EXAME FÍSICO
DADOS 
LABORATORIAIS
32HEPATOESPLENOMEGALIAS
6. TRATAMENTO
Como é de se imaginar, a etiologia 
que justifique a hepatoesplenomega-
lia é que guiará a conduta e o trata-
mento. Esse tratamento, por sua vez, 
pode ser feito ambulatorialmente na 
maioria dos casos, mas é importante 
ficar atento em casos de insuficiên-
cia hepática, quadro esse, que, por 
sua vez, nos obriga a tomar condutas 
em ambientes hospitalares, ou seja, é 
indicado o internamento.
Basicamente esse manejo clínico 
perpassa pelo controle dos sintomas 
e aniquilação da causa, como por 
exemplo, se tratando de uma etiolo-
gia infecciosa. Em casos em que há 
falha desse tratamento clínico ou en-
tão a condição do paciente já é mais 
grave, ou sua etiologia não possui es-
pectro tratável clinicamente/ambula-
torialmente, precisamos renunciar à 
abordagem cirúrgica. 
As cirurgias que estão presentes 
dentro desses contextos são indica-
das normalmente para pacientes que 
possuem alguma neoplasia já bem 
infiltrada e de extenso tamanho, ou 
quando há uma insuficiência hepática 
muito importante em casos de doen-
ças crônicas e até mesmo o trans-
plante de fígado acaba sendo a me-
lhor ou a única opção terapêutica. 
Dentro desse assunto, as indicações 
para transplante do fígado são para 
pacientes com doenças hepáticas 
colestáticas crônicas (cirrose biliar e 
colangite esclerosante), doenças he-
patocelulares crônicas (os variados 
tipos de cirrose hepática), doenças 
hepáticas metabólicas, doenças he-
páticas vasculares, tumores primários 
do fígado e trauma. Ainda é pedido 
uma série de exames para que o pa-
ciente esteja dentro do espectro.
Além desses pontos, existem con-
traindicações absolutas (metástase 
hepatobiliar, doenças cardiovascula-
res avançadas ou infecção ativa ex-
tra-hepática) e contraindicações re-
lativas (etilismo ativo, uso abusivo de 
drogas, sorologia positiva para HIV, 
replicação ativa de hepatite B e doen-
ça renal crônica avançada).
O mesmo acontece com o baço, ao 
tratarmos de esplenectomia. A razão 
mais comum para a esplenectomia é 
tratar uma ruptura do baço, quan-
do ele é rompido em razão de uma 
lesão abdominal, geralmente traumá-
tica. A esplenectomia pode ser usada 
também para tratar outras condições 
como a esplenomegalia (aumento de 
tamanho do baço), algumas doenças 
do sangue, certos tipos de câncer, in-
fecções e cistos benignos ou tumo-
res. O aumento do baço, além de uma 
possível ruptura, pode levar a sinto-
mas como dor e uma sensação de 
plenitude abdominal.
A esplenectomia só deve ser rea-
lizada em último caso, após outros 
tratamentos terem falhado. Alguns 
cânceres podem ser tratados com 
33HEPATOESPLENOMEGALIAS
esplenectomia. Uma infecção grave 
ou um abscesso no baço pode exigir 
a remoção do órgão, se não respon-
der a outros tratamentos. Também os 
cistos ou tumores benignos dentro do 
baço podem exigir esplenectomia se 
eles se tornarem grandes o suficien-
te para serem difíceis de remover. O 
médico também pode remover o baço 
para ajudar a diagnosticar uma doen-
ça que cause um grande aumento do 
baço e que ele não possa determinar 
o motivo.
MAPA MENTAL 5. TRATAMENTO
TRATAMENTO CLÍNICO TRATAMENTO CIRÚRGICO
Depende da etiologia
Pode ser ambulatorial
Insuficiência hepática?
• Internamento
Esplenectomia
• Ruptura do baço
• Trauma
• Alguns tipos de neoplasias
• Doenças hematológicas
• É o último recurso
Indicação de Transplante de fígado
• Cirrose biliar
• Colangite esclerosante
• Cirrose hepática
• Doenças metabólicas
• Tumores primários
Contraindicação de transplante de fígado
• Metástases
• Doenças cardiovascular avançada
• HIV
• Etilismo
• Uso abusivo de drogas
• DRC avançada
• Hepatite B com replicação ativa
34HEPATOESPLENOMEGALIAS
MAPA RESUMO: HEPATOESPLENOMEGALIAS
HEPATOESPLENOMEGALIAS
Etiologia
Vascular
Infecciosa
Hematológica
Metabólica
Neoplásica
Reacional
Hepatopatias
Quadro clínico
Febre
Ascite
Icterícia
Anemia
Prurido
Perda de peso
Desconforto 
abdominal
Hepatimetria
Dor à palpação
Espaço de 
Traube não livre
Diagnóstico
Sorologias
Hemograma
Eletroforese de Hb
Pesquisa direta 
de parasitas
Culturas
Provas 
bioquímicas
Biópsia
USG
TC
RM
TRATAMENTO
Depende da 
etiologia
Pode ser 
ambulatorial
Internar se 
insuficiência 
hepática
Transplante 
de fígado
Esplenectomia
Laboratorial ImagemClínico
35HEPATOESPLENOMEGALIAS
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