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1www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL LEI ESTADUAL N. 18.104/2013 Obs.: Antes de estudar essa lei é importante estudar a constituição federal (arts. 23 e 24 – competência legislativa concorrente: proteção às florestas) e o código florestal. LEI N. 18.104, DE 18 DE JULHO DE 2013. Dispõe sobre a proteção da vegetação nativa, institui a nova Política Florestal do Estado de Goiás e dá outras providências. Obs.: O novo código florestal (2012) é uma legislação relativamente recente. • Vide Decreto n. 9.102, de 05-12-2017. Estabelece condições para a regularização ambiental prevista na Lei n. 18.104, de 18 de julho de 2013, por intermédio do Programa Tesouro Verde, instituído pela Lei n. 19.763 de 18 de julho de 2017, e dá outras providências. • Vide Lei n. 19.755, de 17-07-2017, art. 4º, VI. Institui o Programa de Fomento Florestal do Estado de Goiás –PFFEG Art. 4º São fontes de recursos do Programa de Fomento Florestal do Estado de Goiás – PFFEG: VI – resultantes do cumprimento de reposição florestal dos grandes consumidores de matéria-prima lenhosa não sediados em Goiás, nos termos dos arts. 56 e 57 da Lei n. 18.104, de 18 de julho de 2013; 86 ARTIGOS Obs.: Nessas aulas serão tratados os artigos mais relevantes. www.grancursosonline.com.br 2www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL CAPÍTULO I - DISPOSIÇÕES GERAIS Art. 1º Esta Lei estabelece normas sobre a proteção da vegetação, dispõe sobre as áreas de Preservação Permanente e as áreas de Reserva Legal, define regras sobre a explo- ração florestal, cria o Cadastro Ambiental Rural do Estado de Goiás – CAR GOIÁS e prevê programas de incentivo para o alcance de seus objetivos. Obs.: APP, reserva legal e CAR – esses temas são tratados no código florestal Art. 2º Todas as formas de vegetação nativa existentes no território do Estado de Goiás constituem bens de interesse coletivo, observado o direito de propriedade, com as limita- ções que a legislação em geral e, especialmente, esta Lei estabelecem. Obs.: Há florestas estaduais e também existem áreas de preservação permanente em pro- priedades particulares § 1º Na utilização e exploração da vegetação, as ações ou omissões contrárias às dispo- sições desta Lei configuram uso irregular da propriedade, sujeitando o infrator à aplicação de sanções administrativas, civis e penais previstas em lei, sem prejuízo do que estabelece o § 1º do art. 14 da Lei federal n. 6.938, de 31 de agosto de 1981. Obs.: Responsabilidade civil objetiva na área ambiental – princípio do poluidor pagador, o poluidor deve indenizar pelos danos causados, independentemente da existência de culpa § 2º As obrigações ambientais têm natureza real (propter rem) e são transmitidas ao sucessor no caso de transferência de domínio ou posse do imóvel rural. Obs.: Há súmula do STJ sobre esse tema. Aquele que estiver na posse/propriedade tem o dever de indenizar Essa obrigação propter rem é transmitida ao sucessor (por exemplo, obrigação se trans- mite do pai para o filho) 5m www.grancursosonline.com.br 3www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL Art. 3º Fica criado o Cadastro Ambiental Rural do Estado de Goiás – CAR GOIÁS, regis- tro público eletrônico de âmbito estadual, obrigatório para todos os imóveis rurais, com a finalidade de integrar as informações ambientais destes, compondo uma base de dados para controle, monitoramento, planejamento ambiental, econômico, registro declaratório da reserva legal, áreas de preservação permanente e combate ao desmatamento ilegal. Obs.: CAR – cadastro que permite integração das informações ambientais, forma uma base de dados para elaboração de planejamento ambiental. § 3º Será obrigatório o repasse das informações do CAR GOIÁS ao Sistema Nacional de Informação – SINIMA. Art. 5º Para os efeitos desta Lei, entende-se por: (26 INCISOS) I – Amazônia Legal: os Estados do Acre, Pará, Amazonas, Roraima, Rondônia, Amapá e Mato Grosso e as regiões situadas acima do paralelo 13º S, dos Estados de Tocantins e Goiás, e ao oeste do meridiano de 44º W, do Estado do Maranhão; II – Área de Preservação Permanente – APP: área protegida, coberta ou não por vege- tação nativa, com a função ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a esta- bilidade geológica e a biodiversidade, facilitar o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e assegurar o bem-estar das populações humanas; Obs.: Topo de morro, encosta, mata ciliar Pode haver APP em área rural ou urbana III – Reserva Legal: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural, deli- mitada nos termos do art. 25 desta Lei, com a função de assegurar o uso econômico de modo sustentável dos recursos naturais do imóvel rural, auxiliar na conservação e na reabilitação dos processos ecológicos e promover a conservação da biodiversidade, bem como propor- cionar abrigo e proteção à fauna silvestre e à flora nativa; Obs.: Somente existe em área rural IV – área rural consolidada: área de imóvel rural com ocupação antrópica preexistente a 22 de julho de 2008, com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris, admitida, neste último caso, a adoção do regime de pousio; 10m www.grancursosonline.com.br 4www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL V – pequena propriedade ou posse rural familiar: aquela explorada mediante o traba- lho pessoal do agricultor familiar e empreendedor familiar rural, incluindo os assentamentos e projetos de reforma agrária, com atendimento ao disposto no art. 3º da Lei federal n. 11.326, de 24 de julho de 2006; Obs.: Estatuto da Terra – área de 1 a 4 módulos fiscais (pequena propriedade rural) Obs.: A ideia da reforma agrária consiste em acabar com latifúndios e dividi-los em peque- nas propriedades VI – uso alternativo do solo: substituição de vegetação nativa e formações sucesso- ras por outras coberturas do solo, como atividades agropecuárias, industriais, de geração e transmissão de energia, de mineração e de transporte, assentamentos urbanos ou outras formas de ocupação humana; Obs.: Atividade agrícola, rural, pecuária VII – manejo sustentável: administração da vegetação natural para a obtenção de bene- fícios econômicos, sociais e ambientais, respeitando-se os mecanismos de sustentação do ecossistema objeto do manejo e considerando-se, cumulativa ou alternativamente, a utiliza- ção de múltiplas espécies madeireiras ou não, de múltiplos produtos e subprodutos da flora, bem como a utilização de outros bens e serviços; Obs.: Obter recursos com desenvolvimento sustentável. É o uso do solo e dos rios obser- vando a sustentabilidade; VIII – utilidade pública: a) as atividades de segurança nacional e proteção sanitária; b) as obras de infraestrutura destinadas às concessões e aos serviços públicos de trans- porte, sistema viário, inclusive aquele necessário aos parcelamentos de solo urbano aprova- dos pelos Municípios, saneamento, gestão de resíduos, energia, telecomunicações, radiodi- fusão, instalações necessárias às barragens para captação e preservação de água para uso em atividades econômicas, à realização de competições esportivas estaduais, nacionais ou internacionais, bem como mineração, exceto, neste último caso, a extração de areia, argila, saibro e cascalho; www.grancursosonline.com.br 5www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL c) atividades e obrasde defesa civil; d) atividades que comprovadamente proporcionem melhorias na proteção das funções ambientais referidas no inciso II deste artigo; e) outras atividades similares devidamente caracterizadas e motivadas em procedimento administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao empreendimento proposto, definidas em ato do Chefe do Poder Executivo estadual; Obs.: Atividades que trazem melhorias à proteção ambiental. Por exemplo, obras de in- fraestrutura. IX – interesse social: a) as atividades imprescindíveis à proteção da integridade da vegetação nativa, tais como prevenção, combate e controle do fogo, controle da erosão, erradicação de invasoras e pro- teção de plantios com espécies nativas; b) a exploração agroflorestal ou agroextrativista sustentável praticada na pequena pro- priedade ou posse rural familiar ou por povos e comunidades tradicionais, desde que não descaracterize a cobertura vegetal existente e não prejudique a função ambiental da área; c) a implantação de infraestrutura pública destinada a esportes, lazer e atividades educa- cionais e culturais ao ar livre em áreas urbanas e rurais consolidadas, observadas as condi- ções estabelecidas nesta Lei; d) a regularização fundiária de assentamentos humanos ocupados predominantemente por população de baixa renda em áreas urbanas consolidadas, observadas as condições estabelecidas na Lei federal n. 11.977, de 7 de julho de 2009; e) a implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e de efluentes tratados para projetos cujos recursos hídricos são partes integrantes e essenciais da atividade; Obs.: Interesse social – interesse de um grupo. Interesse público – interesse de todos X – atividades eventuais ou de baixo impacto ambiental: a) abertura de pequenas vias de acesso interno e suas pontes e pontilhões, quando necessárias à travessia de um curso d’água, ao acesso de pessoas ou animais para a obten- ção de água ou à retirada de produtos oriundos das atividades de manejo agroflorestal ou agroextrativista sustentável; 15m www.grancursosonline.com.br 6www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL Obs.: Por exemplo, abertura de pequena via de acesso; ponte sobre o rio. Essa atividade de baixo impacto é permitida na área de preservação permanente. b) implantação de instalações necessárias à captação e condução de água e efluentes tratados, desde que comprovada a outorga do direito de uso da água, quando couber; c) implantação de trilhas para o desenvolvimento do ecoturismo; d) construção de rampa de lançamento de barcos e pequeno ancoradouro; e) construção de moradia de agricultores familiares, remanescentes de comunidades quilombolas e outras populações extrativistas e tradicionais em áreas rurais, onde o abaste- cimento de água se dê pelo esforço próprio dos moradores; f) construção e manutenção de cercas na propriedade; g) pesquisa científica relativa a recursos ambientais, respeitados outros requisitos previs- tos na legislação aplicável; h) coleta de produtos não madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes, castanhas e frutos, respeitada a legislação específica de acesso a recursos genéticos; i) plantio de espécies nativas produtoras de frutos, sementes, castanhas e outros produ- tos vegetais, desde que não implique supressão da vegetação existente nem prejudique a função ambiental da área; j) exploração agroflorestal ou agroextrativista e manejo florestal sustentável, comunitário e familiar, incluindo a extração de produtos florestais não madeireiros, desde que não desca- racterizem a cobertura vegetal nativa existente nem prejudiquem a função ambiental da área; k) acesso de pessoas e animais às áreas de preservação permanente para obtenção de água ou para a travessia de animais; l) outras ações ou atividades similares, reconhecidas como eventuais e de baixo impacto ambiental em ato do Conselho Nacional do Meio Ambiente – CONAMA ou do Conselho Esta- dual do Meio Ambiente – CEMAm; Obs.: Esse rol é exemplificativo www.grancursosonline.com.br 7www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL PRINCÍPIOS: Art. 7º As atividades exercidas no Estado de Goiás que envolvam, direta ou indiretamente, a utilização de recursos vegetais, serão permitidas, observados os seguintes princípios: I – função social da propriedade; Obs.: A propriedade não é de uso exclusivo do proprietário. Ele não pode acabar com a área de preservação permanente; tem o dever de respeitar a área de reserva am- biental; não pode matar a onça ou a arara azul II – preservação e conservação da biodiversidade; III – compatibilização entre o desenvolvimento econômico e o equilíbrio ambiental, consi- derando o desenvolvimento tecnológico, bem como suas novas aplicabilidades; Obs.: Ideia de equilíbrio e razoabilidade – desenvolvimento compatibilizado com o meio ambiente IV – uso sustentável dos recursos naturais renováveis. Obs.: A água deve ser utilizada na plantação de maneira sustentável Art. 8º São objetivos desta Lei: Obs.: Princípio – local de partida; objetivo: local de chegada I – mitigar e disciplinar a exploração e utilização da cobertura vegetal nativa; Obs.: diminuir danos ao meio ambiente II – assegurar, disciplinar e controlar a exploração, a utilização e o consumo de produtos e subprodutos florestais de origem nativa; Obs.: Em algumas áreas, o solo deve repousar para se recuperar. Por exemplo, extração do látex – a seiva é extraída, mas não é possível explorar diariamente – deve ser observado um tempo de pausa para o seringueiro. 20m www.grancursosonline.com.br 8www.grancursosonline.com.br Viu algum erro neste material? Contate-nos em: degravacoes@grancursosonline.com.br A N O TA ÇÕ E S Lei Estadual n. 18.104/2013 DIREITO AMBIENTAL III – recuperar e conservar as formações vegetais; IV – conservar e proteger o meio ambiente, garantir o seu uso racional e estimular a recu- peração dos recursos ambientais; V – estimular e promover a recuperação de áreas degradadas, orientando o uso e recom- posição de áreas antropizadas; VI – levantar estudos e fomentar a produção de sementes e mudas de essências nativas; VII – organizar e elaborar programas para incentivar o desenvolvimento de projetos de pesquisas florestais com nativas e exóticas; VIII – levar incentivo para desenvolvimento de projetos de proteção aos mananciais de abastecimento; IX – estudar e pesquisar as faixas de vegetação que margeiam nascentes, cursos d’água, lagos e lagoas; Obs.: 50 metros de raio do olho d´água é área de preservação permanente. X – gestionar em prol da proteção das espécies vegetais raras ou ameaçadas de extinção. ��Este material foi elaborado pela equipe pedagógica do Gran Cursos Online, de acordo com a aula preparada e ministrada pelo professor Nilton Carlos de Almeida Coutinho. A presente degravação tem como objetivo auxiliar no acompanhamento e na revisão do conteúdo ministrado na videoaula. Não recomendamos a substituição do estudo em vídeo pela leitura exclu- siva deste material. www.grancursosonline.com.br
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