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EBOOK
GUIA DO
Tudo que você precisa saber para
se preparar para o primeiro plantão! 
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CONHÇA O AMBIENTE QUE VOCÊ VAI TRABALHAR
TENHA UMA BOA RELAÇÃO COM TODA A EQUIPE QUE IRÁ 
TRABALHAR COM VOCÊ
DIVIDIR O PLANTÃO COM UM COLEGA É UMA BOA IDEIA?
MATERIAL DE APOIO
LISTA DE EMERGÊNCIA
CUIDADO COM O EXCESSO DE PLANTÕES PARA 
GANHAR DINHEIRO
LEVE SUA MARMITA
CHEGUE CEDO
APRENDA A PEGAR E PASSAR O PLANTÃO
NÃO PROCRASTINE
SE NECESSÁRIO, PEÇA AJUDA
PREPARE-SE!
QUANTO PAGA?
PAGA EM DIA?
ACEITA PESSOA FÍSICA OU APENAS PESSOA JURÍDICA?
SAIBA MAIS SOBRE OS CURSOS DE PÓS EM MEDICINA DE 
EMERGÊNCIA E TERAPIA INTENSIVA
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INTRODUÇÃO
Uma mistura de êxtase e pavor. De um lado, a alegria de um sonho 
conquistado; do outro, a insegurança de assumir um plantão para o 
qual parece que nunca estamos de fato preparados. Todo recém-
formado passa por isso. Fique tranquilo (a).
Como você vai se formar totalmente preparado para assumir a res-
ponsabilidade de ser médico, se nunca teve completa autonomia 
durante a graduação? É natural o medo de errar, medo de alguém 
ficar doente ou morrer por alguma falha nossa, medo de ser processa-
do por um paciente, medo de ser julgado nas redes sociais, ser filma-
do por um canal de TV. E você já reparou que as pessoas não aceitam 
que o médico pode errar?
Como lidamos com vidas, o subconsciente das pessoas tende a 
construir a ideia de que nós NUNCA podemos falhar! O que não é 
verdade, porque médico também é humano. 
Como esperar que um médico recém-formado domine tudo que 
envolve a medicina, com tantas divergências e atualizações, com 
tamanho dinamismo? Esse não é o princípio básico para se tornar um 
médico de verdade. Para ser um médico competente, é necessário 
muita dedicação, responsabilidade, estudo e preparação. Assim, ela-
boramos este e-book com algumas dicas essenciais que você precisa 
saber antes de assumir um plantão. Com certeza elas irão te ajudar a 
equilibrar essa avalanche de emoções ao se tornar médico (a). 
Vale lembrar que não existe um plantão ideal universal. Existe o 
plantão que mais se encaixa com o seu perfil. Um plantão que não é 
bom para o seu colega, pode ser uma boa para você e vice-versa. 
Primeiro plantão: tudo que você precisa
saber para se preparar
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03
CONHEÇA O AMBIENTE QUE VOCÊ VAI 
TRABALHAR
Pergunte sobre a estrutura 
do plantão que você vai 
pegar. Conheça o nível de 
complexidade do hospital 
ou pronto atendimento
Atende ginecologia, obstetrícia e pediatria? Caso atenda essas 
especialidades, vale a pena dar uma lida em trabalho de parto, 
pré-natal, doenças exantemáticas na criança e levar anotações 
sobre drogas e doses utilizadas na emergência pediátrica.
Analise se tem UTI à disposição, enfermaria caso precise inter-
nar, a distância até a cidade de referência, se tem especialistas que 
você possa tirar dúvidas, mesmo que por telefone. Saber essas 
informações antes do plantão faz parte dos seus cuidados com o 
paciente.
Pesquise o tamanho da cidade, 
se ela é mais rural ou urbana, pois 
a chance de você se deparar com 
acidentes ofídicos, escopiônicos, 
ferimentos por facões, machados, 
mordedura de cachorros é maior 
na área rural e requer uma prepa-
ração diferente.
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Tem exames laboratoriais e de imagem disponíveis? Lembre-se 
que os exames são importantes para complementar hipóteses, mas 
a suspeita deve ser feita com base na clínica. Eletrocardiograma é 
um exame básico e muda a conduta, mas pode estar indisponível 
em algumas unidades. “Ah, mas se der problema a culpa é da uni-
dade que não forneceu o material”. Na verdade, a culpa é sua, que 
se submeteu a risco nessa unidade. É triste, mas é a realidade.
Procure saber quantos médicos atendem na unidade. Questio-
ne quantos ficam durante o dia e quantos ficam durante à noite. 
Pergunte se durante à noite os médicos costumam dividir horário. 
Cuidado! Dividir horário não significa que você pode se ausentar da 
unidade naquele período, e nem que, “não importa o que chegar, 
não é meu horário”. Não tenha esse tipo de conduta.
Saiba qual o volume médio de atendimentos durante o plantão. 
Você tem autonomia para definir o tempo da sua consulta, a partir 
do momento em que o paciente entrar no consultório. Mas 
também não fique enrolando no atendimento, porque um paciente 
com IAM com supra, que abriu ficha com queixa de náuseas e 
vômitos, pode ficar 2 horas esperando, evoluir com PCR porque 
você demorou nos casos simples. Por isso, seja proporcional 
nos atendimentos.
A cidade tem SAMU? Quem irá fazer o transporte do paciente 
grave? Um paciente em estado grave precisa de ambulância. Só 
que, se você for o único médico, não pode simplesmente transpor-
tar e deixar o PS sem médico. É necessário entrar em contato com o 
responsável técnico da unidade para que ele garanta um médico 
em seu lugar, ou que outro faça o transporte. Pense que nem 
sempre a cidade tem SAMU. Então, é bem provável que você fará 
transporte de pacientes graves em ambulâncias totalmente impro-
visadas.
Avalie a disponibilidade e o funcionamento do carrinho de 
parada, desfibrilador, material e drogas para intubação, bomba de 
infusão, colar cervical e prancha na unidade. Esses materiais são 
essenciais na emergência.
Investigue se pega sinal de celular no local, para caso você preci-
se pesquisar algo na internet ou tirar dúvida sobre algum caso.
Enfim, se você puder escolher, procure plantões em lugares mais 
simples, com esquemas ambulatoriais, que tenham hospitais de alta 
complexidade como referência.
Para quem ainda não tem experiência, é interessante contar apenas 
com recursos que você domine e transferir pacientes complexos para 
o seu hospital de referência, desde que você saiba identificar. 
Mas não esqueça, para referenciar o paciente de maneira correta 
você precisa fazer o atendimento inicial, identificar um paciente grave 
ou potencialmente grave, ligar para o colega que está de plantão no 
outro hospital, passar o caso corretamente, com segurança, objetivi-
dade, focando nos pontos importantes da anamnese e exame físico, 
preencher o documento de referência/contra referência corretamente, 
averiguar se a ambulância do PA está a sua disposição naquele mo-
mento, se ela tem estrutura para transportar seu paciente, se seu 
paciente pode ir com alguém da equipe de enfermagem ou se precisa 
de um médico junto.
Nos seus primeiros plantões, procure estar em lugares que passem 
confiança, cercado de pessoas com quem possa compartilhar suas 
dúvidas. Fuja das furadas, tipo aquele plantão que paga muito bem, 
mas é no fim do mundo e você não conhece ninguém. Priorizar come-
çar nos lugares em que você estagiou quando interno, é um ótimo 
começo. 
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ANTECIPE ALGUMAS SITUAÇÕES QUE PODEM 
APARECER NO SEU PRIMEIRO PLANTÃO MÉDICO
Na escolha do seu primeiro plantão, tente se preparar para os tipos 
de situações com que você pode se deparar.
Então, reflita sobre alguns cenários:
Mas calma. Não se desespere se a sua resposta para as perguntas 
acima for não.
Se você ainda se sente completamente inseguro para realizar uma 
IOT, compre uma máscara laríngea e/ou um bougie. Não são caros e 
podem salvar a vida de um paciente no plantão (e o seu CRM), se você 
não souber, ou não conseguir intubar.
Se não souber manusear um ventilador mecânico e tiver que pegar 
aquele plantão, se proteja de algumas formas: Opte por lugares em 
que você não é o único médico de plantão - e que seu colega saiba 
ligar, obviamente - ou estude antes parâmetros de ventilação, procure 
o manual do ventilador na internet e saiba ao menos quais são os 
botões e como ajustar.
O que o cirurgião ou o emergencista fazem enquanto não há possi-
bilidade de drenagem de tórax é uma punção de alívio.
Essa sim você deve dominar (e é bem mais fácil, diga-se de passa-
gem). Se você nunca viu um tórax sendo drenado, não dê uma de 
super-herói. Faça o que você sabe! 
Estou pronto para o protocolo dePCR sozinho?
Sou capaz de intubar na emergência e usar um ventilador?
Me sinto seguro o suficiente para fazer acessos vasculares 
e outros procedimentos práticos?
07
Se apresente aos colegas (enfermei-
ros, técnicos de enfermagem, fisiotera-
peutas, psicólogos) que irão trabalhar 
com você durante o plantão e preze por 
um bom relacionamento. Ex.: “Olá, meu 
nome é Fulano de Tal e serei o médico 
do plantão hoje. Como esse é meu pri-
meiro plantão, vou precisar de ajuda 
com algumas rotinas da unidade e algu-
mas outras questões. Posso contar com 
você se tiver alguma dúvida? ” E pode 
ainda complementar: “Se você tiver 
alguma dica ou orientação pra me dar, 
fique à vontade, estou aqui pra apren-
der a rotina do serviço”.
TENHA UMA BOA RELAÇÃO COM TODA A EQUIPE 
QUE IRÁ TRABALHAR COM VOCÊ
Muitas vezes a equipe é experiente, trabalha no hospital há anos e 
já sabe de cor a rotina e todas as medicações de uma parada, esque-
ma de insulinoterapia e hipercalemia, por exemplo. Tenha humildade 
e aprenda com ela sempre que possível. Contudo, diante de uma 
equipe não tão bem treinada, oriente e ajude com todas as dúvidas.
Outro lembrete importante: Não é função da equipe de enferma-
gem acordar o médico para atender de madrugada! Na verdade, essa 
cultura que se estende ao longo dos anos, é nada mais que uma gen-
tileza dos colegas da enfermagem! Imagina o tanto que a qualidade 
do seu plantão seria prejudicada sem esse suporte! Te garanto, se 
você entender o valor que tem uma equipe de enfermagem, seu 
plantão será muito mais tranquilo!
08
DIVIDIR O PLANTÃO COM UM COLEGA 
É UMA BOA IDEIA?
Nós orientamos que o primeiro plan-
tão seja feito acompanhado de um 
colega, seja ele experiente ou não. Saiba 
que o valor do plantão também é dividi-
do entre os 2, isto é: Se o valor de 12 
horas é R$1.000,00 cada um receberá R$ 
500,00. O objetivo principal é que os 
dois se sintam mais seguros para aten-
der os pacientes. Essa pode ser uma 
boa ideia para você, que só tem à dispo-
sição locais em que apenas um médico 
completa a escala de 12 horas e gostaria 
de ir em um local com mais profissio-
nais.
Por outro lado, se você pegou um plantão em uma unidade que 
tem dois ou mais médicos atendendo, melhor ainda. Lembre-se de 
mandar uma mensagem prévia para o médico que vai estar de plan-
tão com você e explicar que é sua primeira experiência como planto-
nista e se você poderia contar com a ajuda dele caso precisar. Com 
isso, você quebra o gelo com seu “futuro colega” de plantão e garante 
que ele vai te ajudar. 
Nos primeiros plantões, a experiência de outra pessoa pode ajudar 
muito e te deixar mais seguro!
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MATERIAL DE APOIO
Uma das melhores formas de consolidar o conhecimento é concilian-
do teoria com a prática. Os casos que você verá nos plantões devem 
ser motivadores do estudo. 
 Hoje, com a revolução tecnológica, existem inúmeros aplicativos de 
celular que irão ajudá-lo a relembrar doses de medicações e até estrei-
tar diagnósticos. É muito importante ter um aplicativo desses instalado 
em seu celular para utilizar durante o plantão. Uma outra fonte objetiva 
e direta que ajuda na tomada de decisões são os livros de consulta 
rápida. Leve algum deles com você. Vai que ocorra algum problema 
com seu celular?! Entre os plantões, tente ler artigos sobre os temas 
que viu na prática, pesquisando principalmente no pubmed e uptoda-
te. 
Exemplos de Aplicativos: YellowBook.
Livros para consulta rápida: YellowBook, Manual do Residente, 
Emergências Clínicas e Blackbook.
Outra dica importante: 
use um planner no celular para 
anotar o plantão, onde foi dado, 
como você vai receber e algum 
detalhe que ache relevante.
11
É natural querermos recuperar nosso tempo perdido no sentido 
financeiro. Afinal, foram muitos anos economizando para se formar. No 
entanto, uma pesquisa divulgada recentemente mostrou que passar 
muitas horas no trabalho foi um dos principais fatores associados ao 
burnout médico. Além disso, as chances de erro médico aumentam 
substancialmente. O mais recomendado é começar devagar fazendo 
6-12h para se adaptar à rotina e ficar mais confiante. Então, tomem 
cuidado com vários plantões seguidos.
LISTA DE EMERGÊNCIA
CUIDADO COM O EXCESSO DE PLANTÕES PARA 
GANHAR DINHEIRO
Durante o internato é comum rodar com diversos especialistas e 
fazer amizades principalmente com residentes e outros internos. Por 
isso, não deixe de ter uma lista com contatos de médicos ou residen-
tes experientes para que você possa pedir ajuda ou discutir sobre um 
paciente, caso seja necessário.
Outra dica é: 
ter um grupo on-line com seus amigos 
para tirarem dúvidas e pedirem conselhos 
emergenciais durante os plantões um 
do outro.
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LEVE SUA MARMITA
Entenda... tudo que facilite a sua vida no primeiro plantão é vanta-
gem! Não importa o que você vai levar, mas ter a sua comida separada 
já é algo a menos para você se preocupar. Vai te poupar estresse e 
diminuir as chances de problemas no seu plantão.
É o seguinte, nem todo lugar oferece as refeições pra os plantonistas. 
Só tem você de médico no PA. E aí, vai abandonar seu posto de traba-
lho no primeiro dia de plantão? Ou melhor, vai ficar 24 horas sem 
comer? Seja qual for a sua opção, vai comprometer seu desempenho 
emocional e intelectual justo no seu primeiro dia, como se já não bas-
tasse a carga pesada daquele momento marcante na sua vida!
Mas vamos lá, vamos pensar diferente. Suponhamos que lá no hos-
pital tenha comida sim. Café, almoço e jantar. Nem sei onde você vai 
trabalhar, mas já sei que o café da manhã é composto por pão, mantei-
ga e café extra doce. Não estou dizendo que é ruim ou que tem que ter 
banquete no plantão! Só quero evitar problema para você na sua 
estreia! Como você está começando agora, naturalmente vai demorarmais para atender ou pode chegar um paciente grave que necessite de 
uma atenção maior.
Imagine outra situação: no seu primeiro dia você está no consultório 
atendendo...10h, 11h, 12h. A fome começou a apertar e tem 10 pacientes 
aguardando atendimento. É no mínimo desconfortável sair para almo-
çar e deixar todo mundo esperando. Nós temos direito a horário de 
almoço, mas na prática não funciona muito bem! Porque, apesar de 
termos esse direito, isso pode gerar situações desagradáveis, principal-
mente para recém-formados, como um barraco na porta do consultó-
rio, comentário entre os pacientes e funcionários, instabilização de um 
paciente justo na hora que você estava comendo! 
Então, pensa comigo, é mais fácil você ir até o repouso médico e 
comer sua marmita ou você sair do hospital para almoçar/parar 
de atender pra pedir comida no ifood?
É uma questão de praticidade. Planeje suas refeições de 
acordo com o tempo do seu plantão. 
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CHEGUE CEDO
APRENDA A PEGAR E PASSAR O PLANTÃO
Chegar 20 - 30 minutos antes do horário vai te deixar mais tranquilo 
e confiante, além de causar boa impressão. Esse é o seu primeiro dia no 
plantão. Concorda que é importante saber onde ficam as medicações, 
posto de enfermagem, consultórios, CTI, repouso médico, etc!?
Resumindo: Você precisa reconhecer o terreno! Pegue o plantão com 
calma, acompanhe um ou dois atendimentos para entender o sistema 
que está sendo usado. Até mesmo se tem sistema, pois alguns hospi-
tais menores no interior, o atendimento é feito à “moda antiga” - no 
papel e caneta.
Aproximadamente 80% dos erros médicos graves decorrem da falta 
de comunicação durante a transferência do atendimento de um profis-
sional de saúde para outro, de acordo com a Joint Commission . A 
transferência de informações precisas é indispensável e presencial. 
Pode ser feita no consultório ou até mesmo no repouso dos médicos, 
só não passe plantão por telefone, pelo whats app e muito menos pelo 
instagram. Senta lá com seu colega e não deixe nenhum detalhe 
importante passar batido, como aquela reposição de potássio, ou a 
ckmb e troponina do vovô com dor torácica.
Use um sistema de checagem e pendências que eleja prioridades! A 
dica que a gente dá é a adoção do I-PASS Handoff Bundle, uma estra-
tégia de passagem de plantão padronizada.
O I-PASS Handoff Bundle é o mnemônico I-PASS , que ajuda os 
médicos a lembrarem das partes essenciais de uma passagem de plan-
tão eficaz:
14
• Gravidade da doença (Illness severity): descrição da gravidade do 
quadro do paciente, especialmente em relação aos outros pacientes.
• Resumo do paciente (Patient summary): breve resumo do que levou 
o paciente ao hospital e o que aconteceu até agora.
• Plano de ação (Action list): revisão das próximas etapas do atendi-
mento. O que o próximo profissional deve fazer pelo paciente?
• Reconhecimento da situação e planos de contingência (Situation 
awareness and contingency plans): previsão do que pode ser necessário 
se o estado do paciente mudar.
• Resumo de quem recebe o plantão (Synthesis by receiver): tempo 
para o profissional que chega, revisar verbalmente as informações com-
partilhadas durante a passagem do plantão.
Seu plantão acabou e o próximo plantonista ainda não chegou. Faço 
o quê? De forma nenhuma saia do plantão sem o seu colega chegar. 
Lembre do respaldo legal e da forma ética de conduzir uma passagem 
de plantão. Caso seu colega tenha algum problema, entre em contato 
com o coordenador do pronto socorro e informe a situação. 
NÃO PROCRASTINE!
Cada plantão é uma caixinha de surpresas. Você não sabe o que vai 
chegar na porta ou vai piscar na sua tela. Logo, se você não definir prio-
ridades e continuar procrastinando para resolver pendências importan-
tes, pode chegar um politraumatizado, que você vai ter que largar tudo 
para resolver. Já seria um caso complicado, né? Mas além disso, você 
deixou um acesso venoso central pra pegar mais tarde e agora não 
consegue parar de pensar nele enquanto pede material pra intubar seu 
recém chegado paciente. Imaginou a confusão?
Evite procrastinar para ter um plantão mais organizado e sair 
satisfeito. Isso vai lhe poupar horas do seu plantão e talvez 
muitas outras horas de sono.
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SE NECESSÁRIO, PEÇA AJUDA. 
Não tenha medo de dizer “Eu não sei”. Quem tem humildade e res-
ponsabilidade, a despeito da pouca experiência, trabalha melhor em 
equipe e cria um ambiente propício ao aprendizado. Os médicos que 
não conseguem pronunciar essas palavras são aqueles que deixam a 
medicina, de um jeito ou de outro.
PREPARE-SE!
Você se considera 100% preparado para dar um plantão? Acredito 
que a maioria das respostas será não. Por isso, vale a pena considerar 
investir em alguns cursos que podem te ajudar a se preparar melhor 
para os plantões. Um deles é a pós-graduação em Medicina de Emer-
gência, onde você fará diversos treinamentos para casos de emergên-
cia. Essa Pós é para quem deseja ir além das emergências cardiovas-
culares, abrangendo todo conteúdo primordial para uma melhor con-
duta nos plantões, incluindo emergências cirúrgicas e pediátricas. Já 
para quem tem interesse nos plantões de UTI, existe a opção da pós-
-graduação em Terapia Intensiva, que capacita os alunos para o ge-
renciamento integral de cuidados com o paciente grave, além de 
prepará-lo para a administração de uma unidade crítica. Os conteúdos 
teóricos dos dois cursos são aplicados à prática através de casos clíni-
cos e treinamento de condutas baseadas em artigos científicos. Exis-
tem diversos cursos, capacitações e opções mais avançadas, como a 
pós-graduação, que podem te deixar mais confiante e preparado para 
a prática. Até mesmo cursos para te capacitar melhor durante o inter-
nato são bastante válidos. Acredite: 99% do segredo do sucesso é 
estar seguro e confiante.
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QUANTO PAGA?
Se você aceita uma sugestão, não faça a seguinte conta: “Quanto eu 
ganho por paciente? ”. Tendemos a fazer essa conta para ver se com-
pensa ir a um local com menos fluxo e menor pagamento, ou num local 
com mais fluxo e maior valor. A medicina do PS não pode ser pautada 
por uma equação tão simples assim. Depois de ler tudo que escreve-
mos, talvez você nem esteja se preocupando tanto com a parte finan-
ceira.
PAGA EM DIA?
Alguns locais pagam regularmente 2 meses após o plantão, e isso é 
combinado de antemão. Cuidado com locais em que há uma irregulari-
dade do pagamento (Cada mês cai um dia, às vezes atrasa…), isso pode 
prejudicar sua organização financeira no próximo mês. Ao entrar nos 
grupos de WhatsApp ou Facebook de plantões, converse com planto-
nistas regulares do local ou que já deram algum plantão lá.
Não se exponha a um risco sem se informar!
ACEITA PESSOA FÍSICA OU APENAS 
PESSOA JURÍDICA?
Alguns locais só aceitam Pessoa Jurídica. Você pode abrir uma em-
presa de serviços médicos. Mas, isso tem um custo. Você pagará taxas 
para abrir a conta, precisará de um contador e, para o conselho de me-
dicina do seu estado, você vai ter que pagar duas anuidades: De pessoa 
física e de pessoa jurídica. A vantagem é que os impostos na pessoa 
jurídica são inferiores em relação à pessoa física. Porém, antes de sair 
todo empolgado fazendo “a PJ” (sozinho ou com colegas), faça contas 
na ponta do lápis para analisar se compensa. Muitas vezes os gastos 
com contador e anuidade não compensam os descontos da PJ.
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Bom... chegamos ao fim. 
Mas temos certeza que se seguir essas dicas, você vai estar muito 
mais preparadopara o seu primeiro plantão. E lembre-se, para acabar 
com o medo e a insegurança dos plantões é somente com o tempo e 
a experiência do dia a dia. Esse turbilhão de emoções vai passar. Em 
breve, os plantões serão naturais em sua rotina. Porém, mesmo que o 
tempo passe e suas responsabilidades aumentem, olhe sempre para 
trás e recupere sua maior qualidade da época em que era interno: não 
tenha medo de abraçar o “eu não sei”. Você fará a si mesmo e aos seus 
pacientes um ótimo serviço. 
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